Entre estupros e convenções narrativas: os Cartórios Policiais e seus papéis numa Delegacia de Defesa da Mulher (DDM)

Abstract

Este artigo tem por objetivo colocar em evidência as convenções narrativas que constituem os documentos oficiais produzidos pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas, em casos de estupro e ato libidinoso, entre os anos de 2004 e 2005. Levando em consideração, a “gramática” e os “léxicos” produzidos pela polícia civil, gostaria de refletir sobre as inflexões narrativas que são postas em prática por essa corporação quando escrivãs e delegadas, por meio de seu trabalho rotineiro de escrita, forjam termos, produzem encadeamentos narrativos, sequências e imagens textuais. Tomando como cenário a espacialidade e os barulhos e silêncios impostos aos expedientes de trabalho dessa repartição policial, busco, também, colocar em evidência as expertises, estratégias e táticas mobilizadas por essas profissionais diante dos dilemas cotidianos de escuta/escrita enfrentados.This article aims to put in evidence the narrative conventions that are the official documents produced by the Bureau of Women’s Defense of Campinas, in cases of rape and lewd acts, between 2004 and 2005. Taking into account, the “grammar” and “lexicons” produced by the civil police, I would like to reflect on the narratives inflections that are put in place by this corporation when police clerk and police chief, through its routine work of writing, forge terms, produce threads narrative, sequences and textual images. Taking as a backdrop the spatiality, the sounds and silences imposed on expedients work of this police office, I seek also to highlight the expertise, strategies and tactics deployed by police clerk and police before the daily dilemmas of listening/written faced

    Similar works