Crítica e teoria poética nos séculos de ouro : a teorização sobre o gênero épico nas artes poéticas e um estudo sobre a poesia épica de Lope de Vega

Abstract

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Vasconcelos MachadoCoorientadora: Profª Drª María José Rodríguez Sánchez de LeónTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 18/05/2018Inclui referências: p.352-366Área de concentração: Estudos literáriosResumo: A teorização sobre os gêneros literários proporcionou um debate intenso nos séculos XVI e XVII na Espanha. Com um claro ideal de ordenação, diversas artes poéticas foram escritas no final do século XVI, levando em conta os gêneros consagrados pela Poética, de Aristóteles. A novela florescia, a comédia atingia a massa, mas a épica culta mantinha seu espaço como o gênero elevado, lido por eruditos e pela Corte dos Áustrias na Península Ibérica. Isto posto, a poesia épica sofreu influência da teoria poética que ganhava forma, mas ao mesmo tempo a influenciou, ao servir-lhe como modelo. Autores como Alonso López Pinciano e Francisco Cascales foram dois destacados eruditos que tentaram ordenar um campo literário marcado pela querela entre Antigos e Modernos. No entanto, faz-se necessário observar o caminho que a teoria e a crítica percorreram desde os primeiros comentadores da obra de Garcilaso de la Vega, no auge do Renascimento até a emblemática leitura de El arte nuevo de hacer comedias en este tiempo, de Lope de Vega, para verificar como a discussão de conceitos como imitação, emulação e superação tomou conta de grande parte dos Séculos de Ouro. Tendo por base tais observações, este trabalho apresentará duas frentes: a primeira, que objetiva apresentar e discutir textos de teoria poética e verificar como o gênero épico é tratado nesses estudos; a segunda, na qual nos concentraremos na épica culta de Lope de Vega, escritor escolhido por apresentar um interessante trânsito entre teoria e ficção e por ser um dos protagonistas da cena literária à época. Palavras-chave: Literatura espanhola; Séculos de Ouro; teoria literária; poesia épica; Lope de VegaAbstract: The theorization of literary genres allowed an intense debate in the XVI and XII centuries in Spain. With a clear ideal of organization, several poetic arts were written at the end of the XVI century, taking into account the genres acknowledged by the Poetic of Aristotle. The novel flourished, the comedy reached the people, but the epic kept its space as the "high" genre, read only by scholars and by the Court of the Austrias in the Iberian Peninsula. That said, the epic poetry and the poetic theory (which was gaining shape) influenced each other, the first for serving as a model for the later. Authors like Alonso Lopez Pinciano and Francisco Cascales were two distinguished scholars who attempted to organize a literary field marked by the dispute between the Ancient and the Modern. However, it is necessary to observe the path taken by the theory and the critics ever since the first commentators of the works of Garcilaso de la Vega, at the peak of the Renaissance, until the outstanding reading of El arte nuevo de hacer comedias en este tiempo by Lope de Vega, in order to verify how the discussion of concepts such as imitation, emulation, and overcoming took over a great part of the Spanish Golden Age. On the basis of such observations, this thesis presents two fronts: the first, with the goal to expose and analyze poetic theory texts to observe how they depict the epic genre; and the second, centered around Lope de Vega's epic - author chosen for presenting an interesting transit between theory and fiction and for being one of the protagonists of the time's literary scene. Key words: Spanish literature; Spanish Golden Age; literary theory; epic poetry; Lope de Veg

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