Este estudo insere-se no campo da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT), e faz
interfaces com o Psicodrama. Partimos dos pressupostos teóricos de J. L. Moreno, com o
objetivo de aproximar sua metodologia à realidade das organizações. Discutimos, a partir daí,
a aplicabilidade da teoria e das técnicas psicodramáticas no cenário empresarial. Ao estudar o
Psicodrama, nota-se que o seu desenvolvimento seguiu o mesmo trajeto dos acontecimentos
da vida do seu autor. Moreno não restringiu a sua prática ao consultório, mas atuou em
diferentes contextos sociais, como escolas, hospitais e no próprio teatro. Propôs um novo
paradigma de combate à Conserva Cultural, ou seja, a tudo aquilo que se encontra terminado,
impossibilitando a criatividade. O mundo organizacional pode ser comparado ao que Moreno
chamou de Conserva Cultural, uma vez que, a despeito das constantes mudanças, cristaliza a
atuação de seus profissionais. Aos trabalhadores são demandadas diversas competências, em
um universo capitalista de alta competitividade, onde a ordem é produzir. Tais fatores são,
muitas vezes, responsáveis pelo adoecimento no trabalho e, também, por impedir sua
espontaneidade. A Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) é a área que investe em
ações que beneficiam tanto a empresa quanto o trabalhador. Para tanto, o Psicodrama, por
contemplar o aspecto grupal, sem perder o foco no indivíduo em sua singularidade, apresentase
como uma gama de intervenções cabíveis às organizações. O role-playing, os jogos
dramáticos e o sociodrama são exemplos dessas possibilidades. Concluímos assim, que o
Psicodrama Socioedcucacional é um caminho possível à realidade empresarial, permitindo
que o trabalhador reconquiste sua espontaneidade, desenvolvendo grupos de trabalho
sinérgicos e fortalecendo a organização