Diferentes modos: 1971, 1974, 2017

Abstract

UID/CCI/04667/2019A peça Canto do Papão Lusitano de Peter Weiss estreada em 26 de Janeiro de 1967 no Scala -Teatern, em Estocolmo, constitui um dos mais importantes documentos históricos teatrais contemporâneos ao período e à propaganda politica do Estado Novo, refletindo uma critica à retórica do colonialismo português. Essa importância não se deve ao facto desta peça documental ter sido a única a retratar estes temas durante esse período, mas antes por ter sido uma das que conseguiu subir a palco e a partir da Suécia ganhar uma projeção na imprensa que não pode ser silenciada pela censura prévia aos Espetáculos vigente em Portugal. Essa projeção, amplificada pela tradução da peça para francês e português, dotou- a de um caracter representativo da luta anti- fascista e anti- colonialista, sendo encenada após 1967 e especialmente até 1975, como uma espécie de manifesto por diversos grupos de teatro amadores ou de estudantes portugueses exilados na Alemanha, França, Suíça, etc. Nesta comunicação procurar- se- á analisar duas destas reencenações: uma desenvolvida por Manuel Silva Pereira, em 1971, ainda durante o período da Ditadura, onde a peça decorreu à porta fechada na antiga cantina da Universidade de Lisboa; outra recentemente, no âmbito das comemorações da estreia da peça em Estocolmo, em 2017, encenada por Carlos Pessoa, com uma leitura dramatúrgica de Cláudia Madeira. A partir destas duas reencenações desenvolver -se- á uma analise semiótica comparativa desta peça, no que diz respeito à (re)construção do texto, cenários e figurinos mas, também, das experiências e memórias, das modas, das maneira e dos modos, que elas mobilizam.publishersversionpublishe

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