Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Abstract
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do
grau de Doutor em Linguística – Especialidade de Lexicologia, Lexicografia e
Terminologia.Sinonímia, polissemia e homonímia são fenómenos linguísticos estudados desde a
Antiguidade até à actualidade, no quadro das concepções sobre o signo linguístico e das
primeiras abordagens à questão do significado, como documenta a extensa literatura que
lhes foi dedicada.
Fenómenos consubstanciais às línguas humanas, essenciais ao seu funcionamento,
levantam, contudo, alguns problemas evidentes: a sinonímia pela amplitude do seu efectivo
alcance; a polissemia e a homonímia, pela questão, sempre em aberto, da sua distinção,
oscilando entre a negação ou desvalorização e a admissão da sua existência e coexistência
de ambos os fenómenos.
Reconhece-se também a sua importância como factor de economia, enriquecimento
e flexibilidade da língua a par da sua função estruturadora do léxico, sistema heterogéneo,
dinâmico, de difícil apreensão e didactização. Contudo, tal heterogeneidade não é
impeditiva de o transformar em objecto de ensino e de aprendizagem.O desenvolvimento
da competência lexical, processo sempre inconcluso, exige ao docente conhecer os
mecanismos responsáveis pelo amazenamento da informação e estruturação do léxico
mental de modo a melhorar o acesso e recuperação dessa base de dados, em actividades de
compreensão e de produção.
Além das aquisições que se fazem, incidentemente, na prática comunicativa
quotidiana, o processo de ensino e aprendizagem em contexto escolar, deve decorrer
programada e sistematicamente no entendimento de que desenvolver a competência lexical
não é acumular palavras/significados; exige compreensão e apropriação dos mecanismos morfossintácticos e semânticos que habilitem o aluno a compreender e/ou forjar palavras
‘novas’ conformes às regras do sistema, usando-as de acordo com a(s) norma(s)