ABSTRACT - Despite improvements in healthcare interventions, the incidence of
adverse events and other patient safety problems constitutes a major contributor
to the global burden of diseases and a concern for Public Health. In the last
years there have been some successful individual and institutional efforts to
approach patient safety issues in Portugal, unless such effort has been
fragmented or focused on specific small areas. Long-term and global improvement
has remained elusive, and most of all the improvement of patient safety in
Portugal, must evaluate not only the efficacy of a change but also what was
effective for implementing the change. Clearly, patient safety issues result
from various combinations of individual, team, organization, system and patient
factors. A systemic and integrated approach to promote patient safety must
acknowledge and strive to understand the complexity of work systems and
processes in health care, including the interactions between people, technology,
and the environment. Safety errors cannot be productively attributed to a single
human error. Our objective with this paper is to provide a brief overview of the
status quo in patient safety in Portugal, highlighting key aspects that should
be taken into account in the design of a strategy for improving patient safety.
With these key aspects in mind, policy makers and implementers can move forward
and make better decisions about which changes should be made and about the way
the needed changes to improve patient safety should be implemented. The
contribution of colleagues that are international leaders on healthcare quality
and patient safety may also contribute to more innovative research methods
needed to create the knowledge that promotes less costly successful changes.----
---------------------- RESUMO – As questões relacionadas com a Segurança do
Doente, e em particular, com a ocorrência de eventos adversos tem constituído,
de há uns tempos a esta parte, uma crescente preocupação para as organizações de
saúde, para os decisores políticos, para os profissionais de saúde e para os
doentes/utentes e suas famílias, sendo por isso considerado um problema de Saúde
Pública a que urge dar resposta. Em Portugal, nos últimos anos, têm sido
desenvolvidos esforços baseados, maioritariamente, em iniciativas isoladas, para
abordar os aspectos da Segurança do Doente. O facto de essas iniciativas não
serem integradas numa estratégia explícita e de dimensão regional ou nacional,
faz com que os resultados sejam parcelares e tenham visibilidade reduzida.
Paralelamente, a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde (a longo prazo)
resultante dessas iniciativas tem sido esparsa e nem sempre a avaliação tem sido
feita tendo em conta critérios de efectividade e de eficiência. A Segurança do
Doente resulta da interacção de diversos factores relacionados, por um lado, com
o doente e, por outro, com a prestação de cuidados que envolvem elementos de
natureza individual (falhas activas) e organizacional/estrutural (falhas
latentes). Devido à multifactorialidade que está na base de «problemas/falhas»
na Segurança do Doente, qualquer abordagem a considerar deve ser sistémica e
integrada. Simultaneamente, tais abordagens devem contemplar a compreensão da
complexidade dos sistemas e dos processos de prestação de cuidados de saúde e as
suas interdependências (envolvendo aspectos individuais, tecnológicos e
ambientais). O presente trabalho tem por objectivo reflectir sobre o «estado da
arte» da Segurança do Doente em Portugal, destacando os elementos-chave que se
consideram decisivos para uma estratégia de acção nesse domínio. Com esses
elementos os responsáveis pela governação da saúde poderão valorizar os aspectos
que consideram decisivos para uma política de Segurança do Doente mais eficaz. A
contribuição de quatro colegas internacionalmente reconhecidos como líderes na
área da Qualidade em Saúde e da Segurança do Doente, constitui, por certo, uma
oportunidade ímpar para a identificação e discussão de alguns dos principais
desafios, ameaças e oportunidades que