Introdução: O queloide é um distúrbio dermatológico benigno que ocorre devido à ativação persistente e excessiva dos fibroblastos, ativação esta que potencia uma acumulação anormal do colagénio na região cicatricial. Devido à sua elevada taxa de recorrência, atualmente são adotados tratamentos combinados. Este estudo tem como objetivo avaliar a eficácia da radioterapia adjuvante no tratamento de queloides após a sua remoção cirúrgica.
Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo em pacientes submetidos a excisão cirúrgica do queloide e radioterapia adjuvante, entre Maio de 2016 e Março de 2020.
A informação foi recolhida dos registos clínicos de Cirurgia Plástica e Radioterapia do Hospital São João, Porto, Portugal. The patient and observer scar assessment scale (POSAS) foi efetuada em todos os 13 pacientes. O tratamento utilizado foi remoção cirúrgica da cicatriz associado a uma sessão de radioterapia com 9Gy durantes as primeiras 24 horas após a cirurgia mais uma sessão de 9Gy após 7 dias.
Resultados: Foram avaliados ao todo 13 pacientes, 16 queloides, durante um período de seguimento médio de 13,5 meses IC95% (5,84; 21,16). Não foram observadas complicações major do tratamento efetuado. Segundo o POSAS, a taxa global de satisfação foi muito favorável (média de 2,29 numa escala de 1 a 10). Apenas uma recorrência foi observada (6,25%).
Conclusão: A cicatriz queloide é difícil de tratar devido à sua alta taxa de recorrência. Não existe um consenso atual sobre qual o melhor tratamento a realizar. Este estudo mostra que a excisão cirúrgica associada à radioterapia adjuvante pode ser uma excelente opção sobretudo para os queloides refratários. O resultado estético global foi muito satisfatório e a taxa de recorrência foi baixa.Purpose: Keloid scar is a benign dermal condition that occurs due to excessive activation of fibroblast, which leads to an abnormal accumulation of collagen. As a result of its high recurrence rate it is performed nowadays combined treatments. This study aims to evaluate, in real-life patients, the efficacy of adjuvant radiotherapy when used associated with surgical excision.
Methods: We conducted a retrospective study on patients with keloid scars who underwent surgical excision and adjuvant radiotherapy, between May 2016 and March 2020. The data was collected from the radiology and plastic surgery medical charts. The patient and observer scar assessment scale (POSAS) was performed in all 13 patients.
The treatment used was surgical removal of the scar associated with 9 Gy radiotherapy dose within the first 24 hours after the surgery, plus another session after 7 days.
Results: 13 patients and 16 keloid scars were evaluated during a mean follow-up period of 13,5 months 95%CI (5,84; 21,16). There was no major adverse event from the treatment used. According to POSAS, the overall satisfaction rate was significantly good (mean of 2,29 on a scale from 1 to 10). Only one recurrence was observed (6,25%).
Conclusion: Keloid scars are difficult to treat due to their high recurrence rate. There is no consent about which treatment is the best. This study showed that surgical excision combined with adjuvant radiotherapy is an excellent option, even for refractory keloids. The aesthetical result was satisfactory, and the recurrence rate was low
