Esta investigação desenvolve uma pesquisa em relação à prática do design
gráfico centrada no cartaz como expressão e meio de acção. A actividade
desenvolvida pela Oficina Arara foi o objecto de estudo privilegiado para
esta pesquisa. O cartaz aqui referido é o cartaz implicado ideologicamente,
que revela questões políticas, sociais e culturais e que procura emancipar o
cidadão.
O cartaz que marca artisticamente o espaço público da segunda metade
do séc. XIX, chega ao nosso tempo adaptando-se ou resistindo às
circunstância e às novas formas de mediação. O tempo, que se sente
como acelerado, e as condições de produção de um design normativo e
massificado, de descarte rápido, conduziram a uma procura sobre como é
possível, através de formas mais ‘artesanais’ de design gráfico, responder a
estas problemáticas.
Uma das possibilidades contemporâneas de resistência aos modos
capitalistas de produção, passa por encontrar e pensar formas
colaborativas/participativas de criação, de intervenção e comunicação.
Uma das práticas recorrentes do colectivo Arara é a produção de cartazes,
de carácter interventivo, cujos objectivos se prendem com questões sociais
e com o apelo à intervenção pública.
O estágio no colectivo Oficina Arara permitiu-me usufruir das condições
necessárias para o desenvolvimento de uma investigação prática.
Pretendi explorar as potencialidades do trabalho colectivo, através de
uma aprendizagem feita num espaço real, com vantagens que não estão
disponíveis em ambientes de aprendizagem individual. É nesta ‘arena’ que
pretendo desenvolver um trabalho de carácter gráfico-experimental