Este trabalho teve como objetivo avaliar a infl uência do morfotipo, do substrato e da irrigação no enraizamento das estacas de Oxalis psoraleoides Kunth. (Oxalidaceae), considerada uma espécie ornamental

ARAÚJO, K. L. G. de

COELHO, W. S.

KIILL, L. H. P.

SILVA, R. C. da

SOUZA, G. C. da S.

Portuguese

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Avaliação do morfotipo, do substrato e da frequência de irrigação na produção de mudas de Oxalis psoraleoides Kunth. (Oxalidaceae)Kacya Lowrana Galvão de Áraujo1 Geisse Carla da Silva Souza2; Winnglyde Sheksp Coelho3; Raíra Carine da Silva2; Lúcia Helena Piedade Kiill4ResumoOxalis psoraleoides é considerada uma espécie com potencial para cultivo em vaso por apresentar fl ores amarelas, dispostas em infl orescências ao longo da planta. Este trabalho teve como objetivo avaliar a infl uência do morfotipo, do substrato e da irrigação no enraizamento de estacas dessa espécie. Para as avaliações, foi realizada a combinação dos três morfotipos existentes na população, com dois tipos de substrato (areia; areia e terra) e duas frequên-cias de irrigação (três e cinco vezes na semana), totalizando 12 tratamentos, com quatro repetições (n=48 estacas). Observou-se que, do total de estacas analisadas, 68,8% não emitiram raízes. Entre as estacas enraizadas, a quan-tidade de raiz variou de uma a 14. O morfotipo brevestila foi o que apresen-tou o maior percentual de estacas enraizadas (56,3%). O enraizamento das estacas de Oxalis psoraleoides foi infl uenciado pelo morfotipo, mas o tipo de substrato e a frequência de irrigação não afetaram a produção de raiz. Palavras-chave: Caatinga, ornamental, velame vultoso.IntroduçãoNa literatura, vem sendo apresentado os vários potenciais da fl ora da Caatinga, 1Estudante de Biologia, bolsista Apoio Técnico NM/CNPq.2 Estudante de Biologia, estagiária da Embrapa Semiárido.3 Estudante de Biologia, bolsista IC/CNPq.4 Bióloga, D.Sc. em Biologia Vegetal, pesquisadora da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE, lucia.kiill@embrapa.br256 Anais da XIII Jornada de Iniciação Científi ca da Embrapa Semiáridodentre eles o medicinal (Agra et al., 2005), forrageiro (Batista et al., 2005), frutífero (Ferreira et al., 2005), apícola (Santos et al., 2005) e ornamental (Kiill et al., 2013). No entanto, grande parte das espécies identifi cadas para os diferentes fi ns ainda vem sendo explorada de forma extrativista, com pouco ou nenhum manejo das populações naturais.No que se refere ao potencial ornamental da fl ora da Caatinga, bioma rico em cactos, bromélias, palmeiras e leguminosas que apresentam características como porte e simetria, cor, textura e durabilidade de elementos de interesse (folhas, fl or, fruto ou sementes), ainda se observa pouca valorização. Barreto et al. (2005) afi rmam que a maioria das espécies ornamentais utilizadas na paisagismo são exóticas e que seu uso tem sido facilitado por serem plantas em cultivo e que já foram melhoradas geneticamente. Os autores ainda afi rmam que é necessário que se conheça métodos de propagação mais efi cientes das espécies nativas da Caatinga para que essas possam ser introduzidas e ter seu uso intensifi cado.Entre as espécies da Caatinga de potencial ornamental, encontra-se Oxalis psoraleoides Kunth. (Oxalidaceae), popularmente conhecido como velame vultoso ou azedinho. Por apresentar fl ores amarelas, dispostas em infl orescências ao longo da planta, essa espécie foi considerada promissora para cultivo em vaso (Silva; Kiill, 2017). Este trabalho teve como objetivo avaliar a infl uência do morfotipo, do substra-to e da irrigação no enraizamento das estacas de Oxalis psoraleoides Kunth. (Oxalidaceae), considerada uma espécie ornamental.Material e MétodosO material propagativo foi coletado em abril de 2017, em população natural de Oxalis psoraleoides, na localidade da Serra de Ouricuri, em Petrolina, PE. Os ramos colhidos foram levados para o Laboratório de Ecologia da Embrapa Semiárido, onde foi realizada a classifi cação por morfotipo: brevestila (fl ores de estilete curto), longistila (fl ores com estilete longo) e mesoestila (fl ores com estilete intermediário). Após a identifi cação, foi feita a retirada das fl ores e folhas. Em seguida, estacas com 12 cm de comprimento e com diâmetro entre 1 cm e 2 cm dos três morfotipos foram selecionadas. Os tratamentos foram feitos fazendo-se a combinação dos três morfotipos, com dois tipos de substrato (areia; areia e terra na proporção de 1:1) e duas frequências de irrigação (três e cinco vezes na semana), totalizando 12 tratamentos, com quatro repetições (n=48 estacas). 257DOCUMENTOS 283O experimento foi mantido em casa de vegetação, sendo realizada a aleatorização da disposição dos tratamentos na bancada por meio de sorteio. A irrigação foi feita por meio de aplicação de água até atingir a capacidade de campo. Este volume era medido com o auxílio de proveta graduada, sendo anotada a quantidade que cada recipiente recebia.Ao longo das observações, foi anotado semanalmente o número de brotos por estaca e feita a contagem de folhas por broto. Ao fi nal do experimento, as variáveis analisadas foram: número de raiz por estaca (NR), comprimento da raiz mais longa (CRL) e mais curta (CRC), número de brotos por estaca (NBE), número de folhas por estaca (NFE), o peso fresco (PFPA) e seco (PSPA) da parte aérea e o peso fresco (PFR) e seco (PSR) da raiz. Resultados e DiscussãoDo total de estacas analisadas, 68,8% não emitiram raízes. Entre as estacas enraizadas (31,2%), o número de raiz variou de 1 a 14 (Tabela 1). Examinan-do-se os dados, verifi cou-se que os maiores percentuais foram registrados para estacas com duas (8,3 %) e quatro raízes (6,3%). Silva e Kiill (2017) registraram taxa de enraizamento similar (41,2%) ao observado neste es-tudo, indicando que a espécie não se multiplica facilmente por propagação vegetativa, diferente do registrado para outras espécies do gênero (Estelita--Teixeira, 1977).Tabela 1. Estacas de Oxalis psoraleiodes por morfotipo e número de raízes produzidas. MorfotipoNúmero de raízes por estaca (NR)Total0 1 2 3 4 5 9 12 14Brevestila 7 1 4 0 2 0 1 0 1 16Longistila 12 0 0 1 1 1 1 0 0 16Mesoestila 14 0 0 0 0 0 0 1 1 16Total 33 1 4 1 3 1 2 1 2 48Percentual 68,8 2,1 8,3 2,1 6,3 2,1 4,2 2,1 4,2 100Com relação ao morfotifpo, observou-se que o maior percentual de estacas enraizadas foi registrado para o tipo brevestila (Figura 1A), com 56,3% (n=9 estacas), sendo as estacas com duas raízes mais frequentes (n=4 estacas). Para os tipos longistila (Figura 1B) e mesoestila (Figura 1C), registrou-se 25% e 12,5% de estacas enraizadas, respectivamente. Embora este último morfo-tipo tenha apresentando o menor percentual de enraizamento, estas estacas foram as que formaram maior quantidade de raízes (Tabela 1).258 Anais da XIII Jornada de Iniciação Científi ca da Embrapa SemiáridoDiferenças signifi cativas foram registradas entre os morfotipos para comprimen-to da raiz mais longa (CRL), número de folhas por estaca (NFE), peso seco da parte aérea (PSPA) e da raiz (PSR) (Tabela 2). Para o tipo de substrato e a fre-quência de irrigação não foram observadas diferenças signifi cativas (Tabela 3) e esses tratamentos não afetaram nenhuma das variáveis analisadas.Figura 1. Estacas de Oxalis psoraleoides enraizadas. A) Brevestila, B) longisti-la e C) mesoestila.Tabela 2. Médias do número de raiz (NR), comprimento da raiz mais longa (CRL) e mais curta (CRC), número de folhas por estaca (NFE), peso fresco e seco da parte aérea (PFPA e PSPA) e da raiz (PFR e PSR) por morfotipo das estacas de Oxalis psoraleoides.TratamentoVariáveis analisadasNR CRL CRC NFE PFPA PSPA PFR PSRMorfotipoBrevestila 2.5000a 2.3812a 0.5937a 2.9271a 2.4675a 1.4637ab 0.1043a 0.0506aLongistila 1.3125a 1.7062ab 0.5437a 3.3125a 2.6956a 1.7856a 0.0800a 0.0356bMesoestila 1.6250a 1.5625b 0.3375a 1.0750b 1.8731b 1.1656b 0.0719a 0.0312bTabela 3. Médias obtidas para os tratamentos tipo de substrato e frequência de irrigação.Tratamento MédiasTipo de substratoAreia 24.354167aAreia e barro 24.645833aFrequência de Irrigação3 vezes na semana 24.166667a5 vezes na semana 24.833333aA B CFotos: Kacya Lowrana Galvão de Araujo259DOCUMENTOS 283De modo geral, as estacas de Oxalis psoraleiodes apresentaram baixas taxas de enraizamento, indicando que seriam necessárias avaliações complemen-tares com a aplicação de hormônios indutores de raiz para se obter índices de pegamento mais satisfatórios. ConclusãoO enraizamento das estacas de Oxalis psoraleoides foi infl uenciado pelo morfotipo e o tipo de substrato e a frequência de irrigação não afetaram a produção de raiz. ReferênciasAGRA, M. F.; FRANÇA, P. F.; CÂMARA, C. A.; SILVA, T. M. M. S.; ALMEIDA, R. N.; AMARAL, F. M. M.; ALMEIDA, M. Z.; MEDEIROS, I. A.; MORAES, M. O.; BARBOSA FILHO, J. M.; NURIT, K.; OLIVEIRA, F.S.; FREIRE, K. R. L.; MORAIS, L. C. S. L.; RÊGO, T. J. A. S.; BARROS, R. F. M. 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Avaliação do morfotipo, do substrato e da frequência de irrigação na produção de mudas de Oxalis psoraleoides Kunth. (Oxalidaceae).

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