ENTRE O PODER E O SABER: OS ALIMENTOS ARTESANAIS E A RESISTÊNCIA DE MULHERES ASSENTADAS NO INTERIOR DE SÃO PAULO

Abstract

A lógica sanitária relaciona a segurança dos alimentos a processos científicos e químicos, apoiando-se na esterilidade das matérias-primas como garantia de boas condições de higiene, não relevando as práticas tradicionais artesanais nem as especificidades territoriais. Tal lógica é entendida como esfera de poder e afeta especialmente as mulheres rurais, que respondem pela maior produção e comercialização de alimentos artesanais. A perspectiva feminista lançou luz sob essa relação, discutindo-se aspectos dos circuitos curtos de comercialização, do aparato estatal e da emancipação de mulheres assentadas no município de Araraquara (SP). A abordagem qualitativa, compreendida por meio de entrevistas semiestruturadas e analisadas segundo o método hermenêutico-dialético, explicitou a construção da identidade feminista na ação coletiva como ferramenta de resistência e enfrentamento da lógica capitalista vinculada ao agronegócio, enraizando valores de soberania alimentar, economia justa e saber tradicional

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