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Notas sobre a valia política simbólica e económica dos movimentos migratórios em S. Tomé e Príncipe

Abstract

Os estudos da época colonial sobre questões demográficas e movimentos migratórios foram influenciados pelas preocupações políticas e económicas dos poderes e interesses coloniais e, embora reflectindo as sucessivas políticas relativamente ao aproveitamento da mão-de-obra, nunca se demarcaram da “problemática” dessa mais-valia colonial. Foi quase sempre de uma perspectiva inspirada pela tutela política e administrativa colonial que se encararam os movimentos migratórios em S. Tomé e Príncipe, a espaços significativamente designados “correntes” migratórias. Mais recentemente, as transformações sociais e políticas no continente africano, de que uma das consequências é a pressão social agregada ao aumento demográfico, sugeriram o estudo de perfis demográficos e, em particular, de movimentos migratórios. Em S. Tomé e Príncipe, tais estudos não se encontram muito aprofundados. Vários deles espelham a convicção da importância das migrações na etnogénese do povo são-tomense. Noutros, algumas ideias sobre as migrações são ainda tributárias do modelo da atracção-repulsão. Ao peso da racionalidade económica inerente à decisão individual de emigrar, os estudiosos são-tomenses acrescentam, embora sem as aprofundar, as motivações políticas como razão para a emigração. Nesse sentido, as menções às emigrações comportam, conquanto implicitamente, uma avaliação da condução política e económica do país. Ainda com referência às diversas abordagens, assinale-se que também se procuram explicações na história do arquipélago para a postura dos são-tomenses face à emigração. [...

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