Tendência de mortalidade por obesidade segundo causas múltiplas em adultos e idosos residentes no município do Rio de Janeiro no período de 2011 a 2021
'Programa de Pos-graduacao em Ciencias Contabeis da UFRJ'
Abstract
A obesidade é um agravo de origem multifatorial e um importante problema de saúde da
atualidade, devido a sua associação com desenvolvimento de outras doenças crônicas não
transmissíveis e maior risco de morte. O objetivo do presente trabalho foi descrever a
tendência da taxa de mortalidade quando a obesidade foi mencionada em adultos e idosos
residentes no Município do Rio de Janeiro (MRJ) no período de 2011 a 2021. Trata-se de um
estudo ecológico de série temporal com dados de óbitos com menção de obesidade ocorridos
em indivíduos com idade maior ou igual a 20 anos residentes no município do Rio de Janeiro
(MRJ) entre os anos de 2011 e 2021. A taxa de mortalidade com menção de obesidade foi
calculada por meio da divisão do número de óbitos com obesidade em residentes no MRJ com
idade ≥ 20 anos, pela população do MRJ com idade ≥ 20 anos multiplicado por 100 mil, em
cada ano estudado. As taxas de mortalidade foram estimadas segundo faixa etária e sexo. No
período entre os anos de 2011-2021 foram registrados 6.205 óbitos com menção de obesidade
em adultos e idosos residentes no município do Rio de Janeiro. As maiores proporções de
óbitos com obesidade foram encontradas em mulheres (63,2%), em idosos (52,6%) e
indivíduos da cor branca (54,4%). Nos dez anos avaliados (2011-2021) não foi observada
uma tendência da taxa de mortalidade com menção de obesidade, exceto entre os anos de
2020 à 2021, quando observou-se um aumento expressivo da taxa de mortalidade
independente do sexo e da faixa de idade. As taxas de mortalidade com menção de obesidade
em adultos foram maiores no sexo feminino em todas as faixas de idade, com exceção do ano
de 2020. Neste ano, a taxa de mortalidade com menção de obesidade foi ligeiramente maior
no sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos (14,5 por 100 mil habitantes) quando
comparado ao sexo feminino (12,0 por 100 mil habitantes). Ao longo dos dez anos da série, a
taxa de mortalidade com menção de obesidade não apresentou tendência linear, com exceção
para os dois últimos onde um aumento importante foi observado, fato atribuído ao início do
período da pandemia de Covid-19