Brazilian Journals Publicações de Periódicos e Editora Ltda.
Abstract
INTRODUÇÃO: A Doença de Crohn, na sua fase ativa, está associada a episódios recorrentes de diarreia e dor abdominal, fatores estes que podem inteferir no consumo alimentar dos pacientes, podendo dessa forma comprometer o estado nutricional. OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar de indivíduos portadores de Doença de Crohn e investigar a presença de sinais e/ou sintomas associados que podem levar a um prejuízo no estado nutricional. METODOLOGIA: O estudo teve delineamento transversal e descritivo. A amostra foi composta por indivíduos portadores de Doença de Crohn participantes de grupos fechados de uma rede social, com idade igual ou maior que 18 anos e de ambos os gêneros. Os dados foram coletados com auxílio de um questionário, que foi realizado de forma online, contendo questões referentes a identificação do paciente, dados socioeconômicos, hábitos de vida, informações associadas ao diagnóstico da doença, presença de sintomas gastrointestinais, estado nutricional e ingestão alimentar. Para caracterizar os sinais e/ou sintomas, foi utilizado um questionário adaptado de Pontes et al. (2004), onde foi abordado questões sobre a frequência com que tais sintomas apareceram nas últimas duas semanas. Para avaliar o consumo alimentar dos pacientes foi solicitado que o indivíduo preenchesse um recordatório de 24hs, o qual era autoexplicativo e com orientações para o preenchimento. RESULTADOS: A amostra foi composta por 50 indivíduos portadores de Doença de Crohn, sendo a maioria do sexo feminino (88,2%), com idade entre 28 e 38 anos (33,3%) e com tempo de diagnóstico de doença de 5 anos (42%). Em relação estado nutricional, a maioria dos pacientes encontrava-se com sobrepeso (40%), seguido de eutróficos (24%) e baixo peso (16%). Quando questionados sobre o acompanhamento nutricional, a maioria dos pacientes relatou nunca ter realizado (84%). Dentre os sinais e/ou sintomas referidos pelos participantes como mais frequentes nas últimas duas semanas destacou-se a diarreia como presente muitas vezes (16%), dor abdominal como sempre presente (26%) e distensão abdominal como quase sempre presente (26%). Em relação ao consumo alimentar, a maioria dos indivíduos apresentou uma dieta hiperglicídica (68%), hiperproteica (72%) e normolipídica (46%) e com reduzida ingestão de grande parte dos micronutrientes com destaque para as vitaminas hidrossolúvies, cálcio, potássio e vitamina D. CONCLUSÃO: O presente concluiu que os indivíudos com Doença de Crohn apresentaram um consumo desequilibrado de macro e micronutrientes, evidenciando potenciais riscos nutricionais. Além disso, os principais sinais e/ou sintomas classicos da doença estiveram presentes neste estudo, o que a longo prazo, pode levar a um deficit de estado nutricional