Do nada de ser ao ser possível: a construção de si como movimento da consciência em Sartre

Abstract

TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Filosofia.Esta pesquisa tem como objetivo compreender o paradoxo da consciência enquanto movimento na construção de si na filosofia de Jean-Paul Sartre, uma vez que essa construção implica um nada de ser e ao mesmo tempo aponta para um ser possível, para um projeto fundamental. Mas afinal, como que a consciência que é fundamentada como um nada de ser pode possibilitar um ser possível? Em outras palavras, como algo que é um nada de ser pode dar origem a um ser possível? Para resolver essa implicação paradoxal foi preciso partir da importante distinção que Sartre realizou em sua teoria entre consciência e psiquismo. Para o filósofo francês, jamais a consciência poderá ser entendida como uma substância ou como um lugar que habita o Eu, mas ela deve ser compreendida como uma estrutura vazia e intencional voltada para o mundo em busca de realização. Sendo a consciência uma estrutura vazia, possibilitará a construção de si como deslize entre o nada de ser e o ser possível, ou seja, é quando o homem diante do nada e, projetado para o futuro, construirá o seu ter-de-ser como valor, isto é, a sua essência. Conclui-se que a consciência apresenta um papel primordial para a construção de si, mesmo diante desse paradoxo apresentado acima e que será discutido neste estudo.This research aims to understand the paradox of consciousness as a movement in the construction of self in the philosophy of Jean-Paul Sartre, since this construction implies a nothingness and at the same time points to a possible being, to a fundamental project. But after all, how can consciousness that is grounded as a nothingness enable a possible being? In other words, how can something that is a nothingness give rise to a possible being? To solve this paradoxical implication it was necessary to start from the important distinction Sartre made in his theory between consciousness and psyche. For the French philosopher, consciousness can never be understood as a substance or as a place that inhabits the Self, but it must be understood as an empty and intentional structure turned to the world for fulfillment. As consciousness is an empty structure, it will enable the construction of itself as a slip between nothingness and being possible, that is, when man facing nothingness and, projected into the future, will build your having to be as value, that is, its essence. It is concluded that consciousness has a primordial role for the construction of itself, even in face of this paradox presented above and that will be discussed in this study

    Similar works