Asked about what is distinctive in the Portuguese culture, Hofstede answered: “Portugal is a typical Latin country, pertaining to the more feminine group. However, I realized immediately that Portuguese are different from the other Latin countries and, contrarily to the Spanish, they don’t kill the bull. The Portuguese tend to be more sympathetic and they are good negotiators, always trying to found a pacific way. Therefore, they solve many problems by negotiating, not fighting. Gannon, in a book (2001) aiming to compare the cultures of 23 nations, also connoted Portugal with a metaphor: “The Portuguese bullfight”. In the present paper, we will try to extract some insights from several studies performed in Portugal, which suggest the following: (a) the motivation profile more frequent in Portuguese samples is, by decreasing order, affiliation, achievement and power; (b) this profile is similar to the one suggested several decades ago by McClelland (1961); (c) the more effective leadership profile seems to be the one that combines high power motivation with high affiliation; (d) the communication style more frequent and the one evaluated as more effective is the “relater style” (Alessandra & Hunsaker, 1993). This empirical evidence suggests to managers the need to be cautious about the “importation” of techniques and models that can conflict with the Portuguese “feminine” trait.Indagado sobre o que lhe parecia distinto na cultura portuguesa, Hofstede (1997) respondeu: “Portugal é um país tipicamente latino, pertencendo, por isso, ao grupo mais feminino. No entanto, reconheci imediatamente que os portugueses diferem dos outros países latinos e, ao contrário dos espanhóis, não matam os seus touros. Os portugueses tendem a ser mais simpáticos para as pessoas e são bons negociadores, tentando sempre encontrar uma via pacífica. Por isso, resolvem muitos problemas negociando, e não guerreando” (p. 40). Gannon, num livro (2001) destinado a comparar as culturas de 23 nações, conotou Portugal com uma metáfora: “Tourada portuguesa”. Neste artigo, far-se-á luz interpretativa sobre vários estudos realizados em Portugal, os quais apontam em vários sentidos: (a) o perfil motivacional mais frequente em amostras portuguesas segue a seguinte hierarquia, por ordem decrescente: afiliação, sucesso, poder; (b) este perfil é consonante com o outrora extraído por McClelland (1961); (c) na linha da hipótese de McClelland (1987, 1992), os trabalhos realizados em Portugal sugerem que o perfil de liderança mais eficaz combina elevadas motivações para o poder e para a afiliação; (d) de entre os 4 estilos comunicacionais aventados por Alessandra e Hunsaker (1993), o mais frequente (e considerado mais eficaz) é o afiliativo/relacional. Esta convergência afiliativa/relacional sugere a necessidade de os gestores serem cautelosos na “importação” de técnicas e modelos que podem ferir o traço “feminino” português – porventura mais sedento de consideração individualizada, comunicação afiliativa/social e “diplomática”, harmonia interpessoal, gestão cooperativa de conflitos