O artigo analisa a subjetividade da pobreza e de ações públicas a partir da perspectiva de famílias pobres e atores institucionais, no Oeste de Santa Catarina. Para além da pesquisa documental foram realizadas entrevistas com 40 famílias pobres e 38 atores institucionais. O estudo se apoia nos conceitos da territorialização da ação pública, da pobrezaobjetiva com ênfase na sua dimensão absoluta e relativa e da pobreza subjetiva, com foco na sociologia da pobreza. Entre os entrevistados, mais da metade se considera pobre e atribui esta situação à falta de bens materiais, enquanto os demais não se consideram pobres, condição associada a status social desqualificado. As ações públicas territorializadas melhoraram as condições de vida das pessoas, mas os investimentos públicos não foram suficientes para promover a superação da condição de pobreza. A pobreza é estigmatizada pela maioria dos atores institucionais, dificultando uma eficaz implementação de ações públicas para seu tratamento.