Luto e memória: a fragilidade do entrelugar em Ventos de Agosto

Abstract

Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro, retrata a luta de uma pequena comunidade de pescadores de Alagoas ao tornar-se consciente das diversas correntes que a invadem. Representadas pelo avanço do mar sobre o cemitério local, a força descomunal destas correntes vem erodindo seus espaços de memória e ameaçando sua sobrevivência como sociedade. A ideia de entrelugar, debatida no Brasil como um espaço de afirmação e resistência ao apagamento social, encontra em Mascaro um ponto de transição em que a disparidade observada entre as forças em questão aponta para uma interculturalidade precária diante de tal desproporcionalidade e para uma ansiedade por sobrevivência e memorialização.Gabriel Mascaro’s Ventos de Agosto portrays the struggle of a small fishing community in Alagoas, Brazil, as they become aware of the different currents that invade it. Represented by the advance of the sea over the local cemetery, the extraordinary strength of these currents has been eroding their memory spaces and threatening their survival as a society. The idea of space in-between, debated in Brazil as a space for affirmation and resistance to social erasure, finds in Mascaro a transition point where the disparity observed between the forces in question point to a precarious interculturality in the face of such disproportionality and to anxiety for survival and memorialization

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