22 research outputs found
CARTOGRAFIAS DA ESPANHA NA LÍRICA DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO
As referências culturais à Espanha estão presentes na lírica de João Cabral de Melo Neto desde Pedra do sono (1942); como consequência, a geografia espanhola surge em vários poemas ao longo de sua produção literária. No ano de 1990, o poeta expressa sua preferência pela região de Andaluzia ao publicar Sevilha Andando e Andando Sevilha. Nesta obra, o eu-lírico apresenta uma cidade marcada por uma essência sensual e feminina, onde o espaço materializa-se na forma da mulher sevilhana. Não obstante, a obra revela também uma Sevilha percorrida pelo próprio eu-lírico, recuperando a cartografia da cidade em seus bairros tradicionais, em seus traços geométricos por meio da descrição de sua arquitetura, da riqueza do cotidiano e dos tipos andaluzes. Este artigo tem por objetivo examinar como o território espanhol, representado no poema A sevilhana que não se sabia, do livro em questão, constitui-se em espaço de relações interculturais entre Brasil e Espanha, através do olhar que o poeta lança à cultura do Outro
Relecturas de la historia en las novelas <i>Galíndez</i> y <i>Autobiografía del general Franco</i>
La comunicación se propone discutir cómo ocurre la relectura de la historia y la recuperación de la memoria del antifranquismo en el discurso de la ficción. Teniendo como corpus las novelas Galíndez y Autobiografía del general Franco de Manuel Vázquez Montalbán, la investigación enfatiza el estudio de la metaficción historiográfica y el papel de relevancia de las obras como modelo estético para otras narrativas que surgirían subsiguientemente en la literatura española y que también abordarían el tema de la Guerra Civil y el franquismo. El texto analiza cómo estas narrativas se insertan en el contexto de una estética posmoderna, sin embargo, sin perder el carácter político y sin amenizar los horrores de la violencia, la represión y el abuso del poder presentes en las dictaduras trujillista y franquista.
Efectivamente, aunque las novelas de Vázquez Montalbán se construyan con los recursos estéticos característicos de la metaficción historiográfica, como la parodia, el pastiche, la ironía, las relaciones intertextuales y la autorreflexividad, no abandonan el carácter de reivindicación por una estética de la ética y de una lectura crítica de los periodos dictatoriales.Centro de Estudios de Teoría y Crítica Literari
Relecturas de la historia en las novelas <i>Galíndez</i> y <i>Autobiografía del general Franco</i>
La comunicación se propone discutir cómo ocurre la relectura de la historia y la recuperación de la memoria del antifranquismo en el discurso de la ficción. Teniendo como corpus las novelas Galíndez y Autobiografía del general Franco de Manuel Vázquez Montalbán, la investigación enfatiza el estudio de la metaficción historiográfica y el papel de relevancia de las obras como modelo estético para otras narrativas que surgirían subsiguientemente en la literatura española y que también abordarían el tema de la Guerra Civil y el franquismo. El texto analiza cómo estas narrativas se insertan en el contexto de una estética posmoderna, sin embargo, sin perder el carácter político y sin amenizar los horrores de la violencia, la represión y el abuso del poder presentes en las dictaduras trujillista y franquista.
Efectivamente, aunque las novelas de Vázquez Montalbán se construyan con los recursos estéticos característicos de la metaficción historiográfica, como la parodia, el pastiche, la ironía, las relaciones intertextuales y la autorreflexividad, no abandonan el carácter de reivindicación por una estética de la ética y de una lectura crítica de los periodos dictatoriales.Centro de Estudios de Teoría y Crítica Literari
Flora Tristan: de Pária a Personagem de Ficção
Pouco estudada no Brasil, a obra de Flora Tristan passou a despertar maior interesse quando se publicou Tour de France (1980). Sua faceta de mulher, socialista, “feminista”, escritora e viajante deixou marcas profundas na história das mulheres do século XIX. Sua variada produção escrita perpassou os vários gêneros como o ensaio crítico, a autobiografia e o romance. Contudo, sua expressão maior está na tentativa de construção de uma sociedade mais justa para as mulheres e os trabalhadores em uma França marcada pela desigualdade social. Embora não tivesse por objetivo a insurreição, a experiência de Flora como pesquisadora e organizadora da União Operária (1843) despertou a vigilância das autoridades, sendo muitas vezes perseguida pela polícia por ser considerada uma ameaça à sociedade. Em 1838 publicou Pérégrinations d’une paria, obra que retrata sua viagem ao Peru para encontrar a família e reaver a herança paterna, ao mesmo tempo que analisa a realidade social peruana e a condição da mulher nesta sociedade. Pérégrinations d’une paria marca o início de Flora como escritora e feminista e, juntamente com Tour de France são o leitmotiv do romance El paraíso en la otra esquina (2003) de Mario Vargas Llosa. Nesta obra, Tristan é convertida em personagem de ficção, permanecendo seu papel feminista e revolucionário na visão do narrador do romance. Nosso objetivo aqui é analisar a construção da personagem por meio das intermediações contraditórias do narrador que ao mesmo tempo recupera e defende a obra de Flora e dissemina um olhar masculino sobre a escritora
A HISTÓRIA NA FICÇÃO DE JOSÉ SARAMAGO E MARIO VARGAS LLOSA: CONFLUÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS
Este estudo tem por objetivo estabelecer a comparação da construção do discurso ficcional nos romances A história do cerco de Lisboa (1989) de José Saramago e El paraíso en la otra esquina (2003) de Mario Vargas Llosa, obras que dialogam diretamente com o discurso da história. Evidenciamos o procedimento da intertextualidade que ocorre entre estes discursos, possibilitando uma aproximação entre ficção e história. Na obra de Saramago podemos notar como o narrador explicita a construção tanto do discurso da ficção como do histórico, ao relatar a trajetória fictícia de Raimundo Silva. Já na obra de Vargas Llosa o diálogo com o discurso historiográfico ocorre na reconstrução da história de vida da feminista Flora Tristán (1803-1844) e de seu neto Paul Gauguin (1848-1903), famoso por suas pinturas consideradas exóticas. Apesar de Saramago e Vargas Llosa fazerem parte de cânones literários diferentes, é possível constatar uma confluência entre os autores na sua produção ficcional
A CONSTITUIÇÃO DO VIAJANTE TRANSCULTURAL: UM ESTUDO DE FIGURA NA SOMBRA, DE ASSIS BRASIL
The present paper focuses in the study of the novel Figura na sombra of the author, Luiz Antonio de Assis Brasil, in the intention to, beginning by the understanding of the hybrid productions of history and fiction as a critical reading mode, treat the memorial rescue of the biography of the french naturalist, Aimé Bonpland, a figure that remained on the edge of the historical records and that is now renewed by fiction. The possibility of rereading history materialized in a literary work creates multiples visions about the past time and gives personality, origin and voice to this silenced figure, showing us the opportunity to know the past by the anonymous's bias. A traveler and a great research scholar of the American fauna and flora, Bonpland was relegated to shadow and oblivion, as the title implies, who abandoned his own homeland to establish permanently in the South American extreme where he joined to the local customs, language and identity after a long period of wanderings and transits by different Latin-American countries. Thus, the narrative flirt with questions related to the identity formation, transits, crossing borders and transcultural process in which the subject along his journey is renewed in touch, in changes and in relations with distinct cultures highlighting, thereby, a pungent phenomena throughout Latin America. O presente trabalho centra-se no estudo do romance Figura na Sombra, do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil sob o intento de, partindo da compreensão das produções híbridas de história e ficção como modalidade de releitura crítica do, tratar do resgate memorial da biografia do naturalista francês Aimé Bonpland, figura que permaneceu à margem dos registros históricos, mas que agora se renova através da ficção. Essa possibilidade de reler a história materializada na obra literária gera múltiplas visões sobre o tempo pretérito e dá personalidade, origem e voz a essa figura silenciada, apresentando-nos a possibilidade de conhecer o passado pelo viés do anônimo. Viajante e grande estudioso da fauna e da flora americana, Bonpland ficou relegado à sombra e ao esquecimento, assim como o título insinua, abandonando a sua terra natal para estabelecer-se em definitivo no extremo sul-americano, onde integrou-se aos costumes, à língua e à identidade local após um longo período de andanças e trânsitos por diferentes países latino-americanos. A narrativa flerta, portanto, com questões relativas à formação identitária, trânsitos, travessia de fronteiras e processos transculturais em que o sujeito durante a sua jornada se renova no contato, nas trocas e nas relações com diferentes culturas, evidenciando, assim, um fenômeno pungente em toda a América Latina
REPRESENTAÇÕES DA PÓS-GUERRA CIVIL ESPANHOLA: O ROMANCE LAS TRECE ROSAS E SUA TRANSPOSIÇÃO FÍLMICA
Los hechos históricos por si solo poseyendo diversas versiones, cuando agregados a las historias ficcionales se tiene una nueva historia, que ficcionaliza la realidad. Además de las novelas históricas, otros medios también se empeñan en representar aspectos históricos, como las narrativas fílmicas. La historia de una novela transpuesta para una película se torna una nueva historia. Teniendo eso en vista, objetivamos presentar y analizar cómo aspectos relacionados al posguerra en España (1939-1975) son representados en la novela Las trece rosas (2003) y en la película de mismo nombre. Las representaciones fílmicas poseen características propias en la narración de una historia, por ese motivo pretendemos aún verificar los cambios de sentido que pueden ser generado en la transposición del relato literario de la novela, para la obra cinematográfica, Las trece rosas (2007). Aunque homónimos, la novela y la película poseen características propias en la narración de los hechos, haciendo que un mismo acontecimiento histórico sea representado con sus diversas visiones y versiones. Tanto la obra literaria, como la fílmica se basan en la historia real de trece jóvenes que luchaban contra los ideales dictatoriais de Francisco Franco Bahamonde en la posguerra española. Sin embargo la novela y la película por ser retratados por medios de representaciones ficcionales distintas se convierten en historias distintas, cada una con sus características propias. Atentamos para el hecho que mismo la literatura y el cine, al exhibir elementos históricos, como personajes y acontecimientos, siempre serán representaciones, pero nunca la propia realidad.Mesmo os fatos históricos por si só possuindo diversas versões, ao agregá-los às histórias ficcionais se tem uma nova história, que ficcionaliza a realidade. Além dos romances históricos, outros meios também se empenham em representar aspectos históricos, como as narrativas fílmicas. A história de um romance transposta para um filme torna-se uma nova história. Tendo isso em vista, objetivamos apresentar e analisar como aspectos relacionados à pós-Guerra Civil na Espanha (1939-1975) são representados no romance Las trece rosas (2003) e no filme de mesmo nome. As representações fílmicas possuem características próprias na narração de uma história, por esse motivo pretendemos ainda verificar as mudanças de sentido que podem ser geradas na transposição do relato literário do romance, para a obra cinematográfica, Las trece rosas (2007). Embora homônimos, o romance e o filme possuem características próprias na narração dos fatos, fazendo com que um mesmo acontecimento histórico seja representado com suas diversas visões e versões. Tanto a obra literária, quanto a fílmica baseiam-se na história e nas memórias de treze jovens que lutavam contra os ideais ditatórias de Francisco Franco Bahamonde, na época da pós-guerra espanhola. Entretanto o romance e o filme por ser retratados por meios de representações ficcionais diferentes tornam-se histórias distintas, cada uma com suas características próprias. Atentamos para o fato que mesmo a literatura e o cinema, ao exibir elementos históricos, como personagens e acontecimentos, sempre serão representações, mas nunca a própria realidade
REESCRITAS DA MEMÓRIA – EM CÂMARA LENTA DE RENATO TAPAJÓS:: ENTRE O TESTEMUNHO E A AUTOFICÇÃO
In order to reveal his experience of opposition militancy to the Brazilian dictatorship during the 1960s, Renato Tapajós publishes Em câmara lenta (1977), a work that brings to the heart of the discussions the relations between literature, history, memory, autofiction. The article aims to problematize the issues pertinent to the writing process of the novel, presenting a reading from the theories of Álvarez Fernández, Paul Ricouer and Márcio Seligmann-Silva about the testimony and of Alicia Molero de la Iglesia and Anna Faedrich Martins about the autofiction.No intuito de revelar sua experiência da militância de oposição à ditadura brasileira, durante os anos de 1960, Renato Tapajós publica Em câmara lenta (1977), obra que traz para o cerne das discussões as relações entre literatura, história, memória, testemunho e autoficção. O artigo tem como objetivo problematizar as questões pertinentes ao processo de escritura do romance, apresentando uma leitura a partir das teorias de Álvarez Fernández, Paul Ricouer e Márcio Seligmann-Silva sobre o testemunho e de Alicia Molero de la Iglesia e Anna Faedrich Martins sobre a autoficção
ELZA SOARES E A INSUBMISSÃO DAS MARIAS DAS VILAS MATILDE: “CÊ VAI SE ARREPENDER DE LEVANTAR A MÃO PRA MIM”
A canção “Maria da Vila Matilde”, interpretada por Elza Soares no álbum “A mulher do fim do mundo” de 2015, é analisada neste trabalho a partir de perspectivas teóricas feministas. Visando a exploração da linguagem poética da letra desta canção, discorre-se acerca da insurgência feminina contextualizada na sociedade patriarcal no Brasil, que se expressa culturalmente através da canção brasileira. Portanto, tal análise ancora-se em autoras: hooks (2019a, 2019b), Berth (2019), Lugones (2019), Lorde (2019), entre outros. Conclui-se que o contato com tais produções poéticas musicalizadas, ao provocar uma reflexão acerca da condição social, possibilitaria emancipação e descolonização da mulher subalterna
Representações da violência da Guerra Civil Espanhola e do Franquismo nos romances La voz dormida e Las trece rosas
A violência da Guerra Civil Espanhola e do período posterior conhecido como franquismo é evidenciada em diversas obras da chamada literatura da memória na Espanha. Entre estas publicações, encontramos La voz dormida (2002), de Dulce Chacón, e Las trece rosas (2003), de Jesús Ferrero, romances que revelam como as mulheres dessa época da história espanhola são representadas literariamente. Neste artigo, temos por objetivo o estudo comparativo destas narrativas, que possibilitam examinar como se reconstrói, por meio da ficção, uma memória feminina da resistência antifraquista, a partir de memórias da violência. Neste sentido, além da discussão sobre memória, história e literatura, abordamos também ao nosso trabalho questões de gênero, uma vez que nos romances de Chacón e Ferrero estas histórias da Guerra Civil e do Franquismo se reescrevem tendo como ponto de partida o protagonismo feminino. Assim sendo, a história e a ficção são organizadas nessas obras de maneira que se focalize a importância das mulheres na construção da identidade espanhola