43 research outputs found

    Pertencimento ético e a formação da identidade do homem quilombola: Diante da paternidade na comunidade de Barra do Brumado Rio de Contas Bahia

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    Este artigo é um recorte da minha dissertação de mestrado,na qual busco entender o processode construção da identidade a partir do pertencimento étnico do homem quilombola diante dapaternidadee novos desafios das famílias após a titulação e certificação das terras doQuilombo de Barra do Brumado, em Rio de Contas, Bahia

    Etnicidade e saúde da população negra no Brasil

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    (Re) existencia "Margarida" - mujer negra quilombola: identidad, religiosidad y el poder curativo en Chapada da Diamantina - BA

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    Las mujeres quilombos sufren prejuicios por su género, su color y sus orígenes. Luchan todos los días para romper los estereotipos que se les imponen desde los tiempos de la esclavitud. El género es un fenómeno complejo, y cada vez que está vinculado a la historia de la esclavitud africana negra, surge la idea de sumisión y olvido. La narrativa de mujeres negras de quilombos constituye el conjunto de datos para este artículo. El enfoque interseccional es un recurso teórico relevante para comprender las interconexiones entre racismo, género y clase en la estructura social. Este estudio utilizó la etnografía como estrategia de investigación y entrevistas para recopilar datos. La metodología de análisis es la teoría interpretativa, en la cual el sujeto de investigación y el contexto en el que viven están en el centro de la comprensión sobre identidad, religiosidad y género en las comunidades de quilombolas. Palabras clave: mujeres quilombolas, medicina popular, etnia, racismoWomen from the quilombos suffer prejudice for their gender, their color and their origins. They fight every day to break the stereotypes set upon them since the times of slavery. The gender issue is a complex phenomenon, and whenever it is linked to the history of the black-African enslavement, the idea of submission and oblivion emerges. The interconnection of knowledge built from the narrative of black women form quilombos is this article’s central axis. The intersectional approach is a relevant theoretical resource to understand interconnections between racism, gender and class in the social structure. This study used ethnography as research strategy, and interviews to collect data. The analysis methodology is interpretive theory, in which the subject of the research and the context they live in are in the center of the assessment. Keywords: quilombola women, popular medicine, ethnicity, racismAs mulheres dos quilombos sofrem preconceitos por seu gênero, sua cor e suas origens. Eles lutam todos os dias para quebrar os estereótipos que lhes são impostos desde os tempos da escravidão. A questão de gênero é um fenômeno complexo, e sempre que está ligada à história da escravidão negro-africana, a ideia de submissão e esquecimento emerge. A narrativa das mulheres negras dos quilombos compoem o conjunto de dados  para esse artigo. A abordagem interseccional é um recurso teórico relevante para entender as interconexões entre racismo, gênero e classe na estrutura social. Este estudo utilizou a etnografia como estratégia de pesquisa e entrevistas para coletar dados. A metodologia de análise é a teoria interpretativa, em que o sujeito da pesquisa e o contexto em que vivem estão no centro do entendimento acerca da identidade, religiosidade e genero nas comunidades quilombolas. Palavras-chave: mulheres quilombolas, medicina popular, etnia, racism

    Sexual and reproductive rights: the conceptions of black and white women regarding freedom

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    Reproductive health is related to the enjoyment of freedom that is intrinsic to sexual and reproductive rights. The core issue, in this article, is how the notion of freedom articulates itself to the social condition of gender, race and ethnicity. To investigate gender and race differences in reproductive issues of black and white women regarding the conception of freedom. The research is of a qualitative nature and approaches reproductive issues of women based on an outline of gender and race. Thirty-six women were interviewed, self-classified as white and black (black and mulatto), in conjugal union for, at least, one year. The discourses were analyzed articulating race/ethnicity and different levels of schooling. Overall, one can observe that the life conditions and reproductive health of black and white women differ due to socio-economic and cultural conditions. Comparatively, the discourses of the two groups can be interpreted in two characteristic levels, those of private life and public space: while white women focus on the delay of women in the equitable exercise of freedom compared to men, but highlight achievements in the world of labor, black women view freedom as concerning the possibility of a democratic experience of conjugality. The differences in discourses as to freedom can be related as much to the issue of racism in Brazil suffered daily by black women throughout history, as to the specifically cultural issues of the two groups that were studied.A saúde reprodutiva relaciona-se ao usufruto da liberdade intrínseca aos direitos sexuais e reprodutivos. A questão central, neste artigo, é como a noção de liberdade se articula à condição social, de gênero, raça/etnia, com o intuito de investigar diferenças de gênero e de raça nas questões reprodutivas de mulheres negras e brancas, em relação à concepção de liberdade. A pesquisa é de natureza qualitativa e aborda questões reprodutivas de mulheres, a partir de um recorte de gênero e raça. Foram entrevistadas 36 mulheres, autoclassificadas brancas e negras (pretas e pardas), em união conjugal há, pelo menos, um ano. Os discursos foram analisados articulando-se raça/etnia e diferentes níveis de escolaridade. No conjunto, observa-se que as condições de vida e saúde reprodutiva de mulheres negras e brancas diferenciam-se em razão das condições socioeconômicas e culturais. Comparativamente, os discursos dos dois grupos podem ser interpretados em dois níveis característicos, da vida privada e do espaço público: enquanto mulheres brancas focam a defasagem das mulheres, no exercício eqüitativo da liberdade em relação aos homens, mas destacam conquistas no mundo do trabalho, mulheres negras pensam a liberdade mais circunscrita à possibilidade de vivência democrática da conjugalidade. As diferenças de discurso em relação à liberdade podem estar relacionadas tanto à questão do racismo no Brasil, historicamente vivenciado por mulheres negras no cotidiano, como às questões especificamente culturais dos dois grupos estudados

    Mujeres y maternidad en blanco y negro: cuestiones de género y raza en el campo de la salud

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    In the discourses of women on maternity, second schooling and race / ethnicity, it is observed that different discursive positions are articulated. As a general trend there is an approximation of discourses related to "modern social constructs" on maternity, characteristic of modernity. We found differences in the discourses that highlight the group of black women of high school of the other groups of schooling. It is in this group of women that discursive aspects related to the "essentialist" conceptions of motherhood, that is, naturalized, breaking the tendency of progressive "desensitization" are emphasized, with greater recurrence, as the education of the same ones rises. Conceptions of motherhood presented by black and white women allow us to reflect on the weight and historical construction of the place occupied in society by black and white women and on the transversality of gender race / ethnicity in the field of reproductive health. Keywords: Maternity, Race/Color, Gender.Nos discursos das mulheres sobre maternidade, segundo escolaridade e raça/etnia, observa-se que se articulam posicionamentos discursivos diferenciados. Como tendência geral há uma aproximação de discursos relacionados a “constructos sociais modernos” sobre maternidade, característicos da modernidade. Constatamos diferenças nos discursos que destacam o grupo de mulheres negras de ensino médio dos demais grupos de escolaridade. É neste grupo de mulheres que são enfatizados, com maior recorrência,  aspectos discursivos relativos às concepções “essencialistas” da maternidade,  ou seja,  naturalizados, rompendo a  tendência de progressiva “dessencialização”, à medida que se eleva a escolaridade das mesmas. As diferentes concepções de maternidade apresentadas, por mulheres negras e brancas, permitem-nos refletir acerca do peso e construção histórica do lugar ocupado na sociedade pelas mulheres negras e brancas e na transversalidade de gênero raça/etnia no campo da saúde reprodutiva. Palavras-Chave: Maternidade, Raça/Cor, Gênero.En los discursos de las mujeres sobre la maternidad, según la escolaridad y la raza / etnia, se observa que se articulan diferentes posiciones discursivas. Como tendencia general, hay una aproximación de los discursos relacionados con las "construcciones sociales modernas" sobre la maternidad, características de la modernidad. Encontramos diferencias en los discursos que destacan al grupo de mujeres negras de secundaria de los otros grupos escolares. Es en este grupo de mujeres donde se enfatizan los aspectos discursivos relacionados con las concepciones "esencialistas" de la maternidad, es decir, naturalizadas, rompiendo la tendencia de la "desencialización" progresiva, a medida que aumenta su escolaridad. Las diferentes concepciones de la maternidad presentadas por las mujeres blancas y negras nos permiten reflexionar sobre el peso y la construcción histórica del lugar ocupado por las mujeres blancas y negras en la sociedad y sobre la transversalidad de la raza / etnia de género en el campo de la salud reproductiva. Palabras clave: maternidad, raza/color, género

    “Afectados por el tacto”: sentidos atribuidos por hombres a las prácticas de prevención del cáncer de próstata

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    The aim of this study was to identify and analyze meanings attributed to practices related to prostate cancer prevention among men. A qualitative methodology was employed, with semi-structured interviews being conducted with 21 men in the city of Vitoria da Conquista, Bahia, between July and August of 2017. Data analysis was based on a dialectical hermeneutic approach. We found that practices related to prostate cancer prevention were based on scarce information and permeated by a sense of fear of the disease, which was thought of as a death sentence. Additionally, these feelings were compounded by the repercussions of rectal examination, perceived as a violation of one’s masculinity. We were able to observe that practices devised to prevent prostate cancer reflect the repercussions of conceptions of masculinity regarding men’s health care, where manliness and toughness can be susceptible by the touch.El objetivo del estudio fue identificar y analizar los sentidos atribuidos por hombres a las prácticas relacionadas con la prevención del cáncer de próstata. Se realizó un estudio cualitativo, con entrevistas semiestructuradas, en el que participaron 21 hombres del municipio de Vitória da Conquista, Bahía. El período de recopilación de información fue entre julio y agosto de 2017. El análisis de los datos se basó en los principios de la hermenéutica-dialéctica. Se percibió que las prácticas relacionadas con la prevención del cáncer de próstata se elaboran con escasa información y permeadas por sentidos que remiten al miedo a la enfermedad, asumida como una sentencia a la vida, y a las repercusiones del tacto rectal, asimilado como una violación de la condición masculina. Se constató que las prácticas elaboradas para prevenir el cáncer de próstata reflejan las implicancias de la masculinidad en el cuidado de la salud de los hombres y, sobre todo, que la dureza masculina puede sentirse interpelada a partir de un tacto

    Aborto no Brasil:: impactos da ilegalidade na saúde pública

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    O aborto no Brasil proporciona impactos à saúde pública, devido, principalmente, ao elevado índice de morbimortalidade materna, isto porque, na maioria das vezes, sua prática ocorre de maneira clandestina e/ou insegura, por conta da ilegalidade do aborto para determinadas situações no país. Logo, é uma temática que remete várias reflexões como as de aspectos legais, morais, culturais, sócio-econômicos e bioéticos. Diante o exposto, o estudo tem como objetivo abordar acerca do aborto no Brasil e os impactos da ilegalidade na saúde pública. Estudo de revisão de literatura, descritivo e discursivo, realizado na base de dados Scielo e sites de órgãos e organizações governamentais e não governamentais. Evidenciou-se que a ilegalidade do aborto no Brasil é maléfica á saúde de mulheres que recorrem à práticas inseguras e/ou clandestinas, uma violação dos direitos humanos, da autonomia da mulher, além de propiciar impactos na saúde pública e, por vezes, este fato acontece devido ao déficit na qualidade da assistência prestada, especificamente à saúde sexual e reprodutiva, como as ações do Planejamento Familiar. Considera-se que a forma como o aborto tem sido tratado no país necessita de modificações, especialmente, no que diz respeito aos conflitos legislativos e bioéticos. Descritores: Planejamento Familiar; Saúde da Mulher; Aborto Induzido; Saúde Pública

    A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE TECNOLOGIAS DE GÊNERO E RACISMO/ANTIRRACISMO

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    Las discusiones en torno a los temas de género, racismo/antirracismo y salud han alcanzado grandes proporciones en el siglo XXI, ya que el intenso crecimiento de los prejuicios, los discursos de odio y la difusión de noticias falsas han intensificado la desigualdad, el racismo y la misoginia. Los debates son cada vez más necesarios y la divulgación científica ha sido fundamental, divulgando el conocimiento científico y favoreciendo el bienestar de la sociedad y la lucha contra la violencia. Esta investigación-acción evalúa el potencial de la mesa redonda: “Entre lo biológico y lo social: tecnologías de género, racismo/antirracismo y salud” en la desmitificación de conceptos basados en el determinismo biológico, favoreciendo una enseñanza más plural y humana. Realizado el 17 de junio de 2021 por el proyecto de extensión “Evolução Para Todos” en modalidad online, el evento contó com dos invitadas que expusieron la relevancia de estos temas a partir de sus experiencias e investigaciones, ante una audiencia de diferentes procedencias y localidades. El evento proporcionó mayor conocimiento y reflexión sobre los temas, y destacó cómo la divulgación científica es un aliado fundamental en la construcción de una sociedad más consciente y humanizada.As discussões que circundam as temáticas de gênero, racismo/antirracismo e saúde têm alcançado grandes proporções no século XXI, uma vez que o intenso crescimento do preconceito, dos discursos de ódio e da disseminação de notícias falsas têm intensificado a desigualdade, racismo e misoginia. Debates se fazem cada vez mais necessários e a divulgação científica tem sido essencial, popularizando o conhecimento científico e favorecendo o bem-estar da sociedade e o combate à violência. Esta pesquisa-ação avalia o potencial da mesa-redonda: “Entre o Biológico e o Social: tecnologias de gênero, racismo/antirracismo e saúde” na desmistificação de conceitos embasados no determinismo biológico, favorecendo um ensino mais plural e humano. Realizado em 17 de junho de 2021 pelo projeto de extensão “Evolução Para Todos” em modalidade online, o evento contou com duas convidadas que apresentaram a relevância destas temáticas com base nas vivências e pesquisas realizadas por elas, para um público de diferentes formações e localidades. O evento proporcionou conhecimento e reflexão mais aprofundada das temáticas, e evidenciou como a divulgação científica é uma aliada essencial na construção de uma sociedade mais consciente e humanizada.The discussions surrounding the themes of gender, racism/anti-racism and health have reached major proportions in the 21st century, since the intense growth of prejudice, hate speech and the dissemination of fake news have intensified inequality, racism and misogyny. Debates are increasingly necessary and scientific dissemination has been essential, popularizing scientific knowledge and favoring the well-being of society and the fight against violence. This action research evaluates the potential of the round table: "Between the Biological and the Social: technologies of gender, racism/anti-racism and health" in demystifying concepts based on biological determinism, favoring a more plural and human education. Held on June 17, 2021, by the extension project “Evolução Para Todos” (Evolution For Everyone) in online modality, the event had two guests who presented the relevance of these themes based on their experiences and researches, for an audience of different educational backgrounds and locations. The event provided further knowledge and reflection on the themes, and highlighted how scientific dissemination is an essential ally in building a more conscious and humanized society

    Freedom is Work and Weariness: contributions to the debate from the theory of intersectionality

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    This article seeks to articulate reflections from the theory of intersectionality. In this field, the issue of freedom is an important point and is antipode of racism. The way in which black women assert freedom, individually or collectively, produces political and social results. In this article we seek to analyze the perception of freedom in everyday life. Black women of different levels of schooling, of reproductive age, living in Southwestern Bahia, were interviewed. Freedom presents itself as a possibility that comes from economic and social achievements. It is, in this sense, the result of collective and social struggles. Racism is then an important barrier to be considered from the theory of intersectionality. The structuring of senses and meanings constructed in everyday narratives can help in understanding the social and life conditions of black women and guide hypotheses of research and political action.O presente artigo busca articular reflexões a partir da teoria da interseccionalidade. Nesse campo, a questão da liberdade é um ponto importante e é antípoda do racismo. A forma pela qual as mulheres negras afirmam a liberdade, individual ou coletivamente, produz resultados políticos e sociais. Neste artigo buscamos analisar a percepção da liberdade no cotidiano. Foram entrevistadas mulheres negras de diferentes níveis de escolaridade, em idade reprodutiva, residentes do sudoeste baiano. A liberdade se apresenta como uma possibilidade que advém de conquistas econômicas e sociais. É, nesse sentido, resultante de lutas coletivas e sociais. O racismo é, então, uma barreira importante a ser considerada a partir da teoria da interseccionalidade. A estruturação de sentidos e significados construídos nas narrativas do cotidiano pode auxiliar na compreensão das condições sociais e de vida das mulheres negras e orientar hipóteses de pesquisa e de ação política.El presente artículo busca establecer reflexiones a partir de la teoría de la interseccionalidad. En este campo la cuestión de la libertad es un punto importante y antípoda del racismo. La forma por la cual las mujeres negras afirman su libertad, individual o colectivamente, produce resultados políticos y sociales. En este documento hemos buscado analizar la percepción de libertad en el cotidiano. Fueron entrevistadas mujeres negras con diferentes niveles educativos, en edad fértil, y que son residentes del sudoeste del estado de Bahía. La libertad se presenta como una posibilidad que adviene de conquistas económicas y sociales. En este sentido, por lo tanto, es resultante de luchas colectivas y sociales. Entonces, a partir de la teoría de la interseccionalidad, se debe tener en cuenta que el racismo es un obstáculo importante. La estructuración de sentidos construidos en las narrativas del cotidiano puede ayudar en la comprensión de las condiciones sociales y de vida de las mujeres negras, sino también orientarles hipótesis de investigación y acción política. &nbsp

    Relations of race and gender in the game: the reproductive issue of the black and white women.

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    Introdução: No âmbito das discussões de gênero e raça, as desigualdades que marcam a condição da mulher, nem sempre, são contempladas, ao contrário, há uma série de discursos que visam a naturalizar diferenças, forjadas historicamente. Nesse sentido, indagar sobre o significado dessas diferenças, no âmbito da saúde reprodutiva, apresenta-se como problema de investigação. Nesse campo, decisões e arranjos reprodutivos dos indivíduos partem ou resultam em processos de negociação, não só condicionados pela realidade partilhada entre os mesmos, como pelas ações que são modeladas, segundo valores e normas sociais. Estes se caracterizam por um certo dinamismo e possibilidade de transformação e resignificação. Hipótese e objetivo: Partindo da hipótese básica de que, ao lado da reconhecida transversalidade de gênero, amplamente divulgada na literatura especializada, raça/etnia apresenta-se, igualmente, como tal, nas questões reprodutivas, no presente trabalho propõe-se, como objetivo central, analisar a questão da transversalidade de gênero e de raça, buscando reter de que forma tais transversalidades se apresentam no tratamento de problemas inerentes à área da Saúde Reprodutiva como, por exemplo, da prevenção da gravidez e das DSTs/Aids e como as condições de vida a elas se relacionam. Procedimento Metodológico Pesquisa qualitativa, que utilizou a técnica de história oral- temática. Foram entrevistadas 36 mulheres, 18 negras e 18 brancas, em três segmentos de escolaridade. Foram utilizados um roteiro temático, com questões abertas sobre saúde reprodutiva, gênero, raça, sexualidade e um formulário semi-estruturado, com questões sócio-demográficas e história reprodutiva. Complementarmente, foi realizada uma pesquisa documental, de estudos e documentos significativos para o movimento de mulheres negras, do ponto de vista político, assim como sobre a problemáticada relação racial e saúde, em uma perspectiva sócio-política. Discussão dos resultados: A concepção de liberdade das mulheres negras, de escolaridade superior, grau em que se pressupõe maior autonomia, é mais restrita à vida privada, em razão do racismo que enfrentam na vida pública. Já as mulheres brancas apresentam uma concepção mais ampliada, que inclui a conquista de novos espaços, no âmbito da vida pública. A concepção de casamento para mulheres negras e brancas funda-se em uma concepção de monogamia absoluta, razão pela qual excluem o uso da camisinha. Neste caso, a questão de gênero predomina em relação à raça. Entretanto, a conjugalidade, no sentido moderno do termo, no qual a igualdade de gênero e as negociações são características, apresenta-se como uma construção recente na história de vida de mulheres negras, revelando-se como um campo onde, só recentemente, estas conquistaram espaço. Com relação aos métodos contraceptivos, é possível apontar, a partir de uma caracterização dos sujeitos da pesquisa, que as mulheres negras entrevistadas, nas escolaridades média e fundamental, seguem, quando cotejadas com a literatura especializada, um padrão de uso massificado de métodos contraceptivos, ou seja, referem mais o uso da laqueadura e da pilula, e, no nível superior, referem mais o uso da camisinha. Por outro lado, as mulheres brancas entrevistadas fazem uso diversificado de métodos em todas as escolaridades, destacando-se o que se caracteriza, na maioria dos casos, uma opção por método de controle masculino, como vasectomia e camisinha. Quando abordada a questão da negociação para a prevenção da gravidez e das DST/Aids, observa-se menor autonomia de mulheres negras, de escolaridade média e fundamental, em relação às mulheres brancas e negras, de escolaridade superior. Na medida em que não se observa diferença, nesse processo de negociação, entre mulheres negras e brancas, com escolaridade universitária, a investigação aponta, igualmente, para a questão da diferenciação social. Conclusão Diante dos resultados obtidos, a presente investigação aponta para a riqueza de pesquisas que contemplem as intersecções existentes entre gênero, raça e desigualdade social no contexto da saúde reprodutiva.Introduction: Within discussions of gender and race, the inequalities that characterize the condition of black women are not always discussed. On the contrary, there are several speeches that seek to make differences that have been historically forged look natural. To that respect, to question the meaning that such differences acquire in the domain of reproductive health becomes a relevant matter of investigation. Within this field, the decisions and reproductive arrangements made by individuals come or result from the negotiation processes not only conditioned by the reality they share, but by actions that are shaped according to a set of values and social norms. This set is characterized by a certain dynamism and the possibility of transformation and resignification. Hypothesis and objective: coming from the basic hypothesis that, besides the recognized gender bias widely disseminated by the specialized literature, race/ethnicity is also likewise presented on reproductive issues, the main goal of this work is to analyze the issue of gender and race bias, seeking to keep in mind how such biases are presented on the handling of problems inherent to the area of Reproductive Health like for instance, HIV/STD and pregnancy prevention, and how life conditions are related to them. Methodological procedure: qualitative research using the oral, thematic history technique. The subjects interviewed were 36 women, 18 black and 18 white, from three different educational backgrounds. During the interview process, a thematic list of topics for discussion with open questions about reproductive health, gender, race, sexuality, and a semi-structured form with socio-demographic questions and reproductive history were used. Complementarily, we researched some documents that we consider meaningful from the political point of view for the black womens movement. Discussion of Outcomes: black womens conception of freedom, of those with higher education, when one has supposedly greater autonomy, is more restricted to the private life due to the racism they face in public life. White women, on the other hand, show a broader conception, which includes the conquest of new spaces within public lifes realm. Marriages conception, both for black and white women, is based on a conception of total monogamy, hence their exclusion of using preservatives. In this case, the issue of gender prevails over race. Nonetheless, the connubiality, at the modern meaning of the term, which is characterized by equality of gender and negotiations, indicating to be a recent construction in the history of black women lives, field in which only recently they conquered space. Regarding the birth control methods, it is possible to point out from the characterization of the researchs subjects, that the black women interviewed, from elementary and middle school education background, follow, when compared to the specialized literature, a pattern of massive use of birth control methods, that is, they refer more to the use of tubal ligation and birth control pill, and at the higher education level, refer more to the use of preservatives. On the other hand, the white women interviewed use more diversified birth control methods in all education levels, standing out what is characterized in most cases a choice for a male controlled method such as vasectomy and preservatives. When the issue of the negotiation of HIV/STD and pregnancy prevention is surveyed, one can notice a lower autonomy of black women, with elementary and middle school education background, in comparison to white and black women with higher education background. As this difference is not observed during this process of negotiation among black and white women with higher education background, the investigation points towards the same direction to the issue of social differentiation. Conclusion: from the outcomes obtained, the current investigation indicates the richness of researches that contemplate the existing intersections between gender, race, and social inequalities in the context of reproductive health
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