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Treinamento intervalado de alta intensidade é eficaz e superior ao treinamento contínuo moderado em pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção preservada : um ensaio clínico randomizado
Introdução: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) é uma síndrome cada vez mais prevalente. A intolerância ao exercício é uma das suas características e contribui para piora da qualidade de vida (QV) e morbimortalidade. O treinamento de intervalo de alta intensidade (TIAI) é uma opção de treinamento emergente, mas sua eficácia na ICFEP e comparação com treinamento contínuo moderado (TCM) ainda é desconhecida. Objetivos e Métodos: Realizamos um ensaio clínico randomizado (ECR) com o objetivo de comparar estas diferentes modalidades de treinamento, durante três meses com três sessões semanais. Dezenove pacientes foram randomizados para TIAI (n = 10) ou TCM (n = 9). Resultados: A média de idade foi de 60 ± 9 anos (63% mulheres). Ambos os grupos melhoraram o consumo de oxigênio (VO2pico), mas os indivíduos submetidos ao TIAI evidenciaram um aumento de 22% em comparação aos 11% do grupo TCM (3,5 [3,1 - 4,0] vs 1,9 [1,2 - 2,5] mL.kg-1. min-1, P<0,001). A eficiência ventilatória e outras medidas do teste cardiopulmonar de exercício (TCPE), bem como os escores de QV, melhoraram em ambos os grupos de forma igual. A função diastólica também melhorou com o treinamento, refletida por uma redução significativa na relação E/e' (-2,6 [-4,3 a -1,0] vs -2,2 [-3,6 a -0,9], para HIIT e MCT, P <0,01). Não houve eventos adversos relacionados ao exercício. Conclusões: O TIAI é seguro e uma modalidade de exercício atraente para os pacientes com ICFEP. Após três meses, o VO2pico aumentou significativamente mais com TIAI quando comparado ao TCM, demonstrando que esta estratégia de treinamento é mais efetiva no aumento da capacidade funcional dos pacientes com ICFEP. No entanto, ambas as opções foram igualmente eficazes na melhoria de outras medidas do TCPE, QV e função diastólica
MANEJO CONTEMPORÂNEO DA CARDIOPATIA ISQUÊMICA: NOVOS MARCADORES DE RISCO, ADESÃO ÀS MEDIDAS TERAPÊUTICAS E CUSTOS DO TRATAMENTO
RESUMOO Ambulatório de Cardiopatia Isquêmica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre está em atividade há cerca de 7 anos, consistindo de equipe de médicos, estudantes de graduação e pós-graduação e nutricionistas. Além de prestar assistência ao paciente institucional do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e desenvolver o ensino em diferentes cenários, o ambulatório é dirigido à investigação clínica, cujos principais resultados são apresentados nesta revisão.Observamos aumento significativo na prescrição de fármacos orientada pela melhor evidência e a conseqüente melhora no controle de fatores de risco para doença arterial coronariana. Na avaliação dos custos do tratamento identificou-se elevado gasto com o tratamento farmacológico, o qual respondeu por 45% do custo anual total. Estudos recentes têm mostrado associação entre os níveis de proteína C reativa, obtidos em uma aferição isolada, com entos cardiovasculares. Estamos investigando a associação entre medidas seriadas de proteína C reativa e eventos, demonstrando haver correlação entre níveis aumentados desta e desfechos. Estudos provenientes da literatura internacional têm mostrado associação entre anemia e desfechos em síndrome coronariana aguda; porém, nenhum trabalho avaliou incidência de desfechos em pacientes com doença arterial coronariana crônica e anemia. Em nossa coorte,encontramos uma razão de risco de 4,6 para eventos em pacientes anêmicos, mesmo após ajuste para outros fatores de risco. Os resultados descritos demonstram ser factível e desejável que, no contexto da assistência e ensino, desenvolva-se pesquisa, objetivo de atuação de serviços universitários.Unitermos: Cardiopatia isquêmica, custos de tratamento, marcadores inflamatórios, anemia
Genetic evaluation, familial screening and exercise
A prática de atividade física regular é benéfica para pessoas de todas as idades, gêneros e etnias.1 Se, por um lado, a prática do exercício moderado é considerada uma atividade saudável e favorável ao sistema cardiovascular, por outro, o exercício de alta intensidade por longo período de tempo pode aumentar o risco de morte súbita (MS).2 Mesmo considerando que um número imenso de pessoas faça exercício diariamente, a MS nesse cenário é considerada uma entidade rara. No entanto, a sua prevenção pode ser difícil e a mesma é de grande repercussão, principalmente quando incide em jovens praticantes de exercício recreativo ou em atletas. Do ponto de vista epidemiológico, a MS de origem cardíaca afeta entre 200 e 400 mil indivíduos nos Estados Unidos (EUA) anualmente.3 No âmbito dos esportes, estima-se que em torno de 200 atletas ao ano apresentem um evento fatal.4 Na Espanha, o registro nacional de MS em atletas descreveu 180 casos de 1995 até 2007, sugerindo uma incidência de 15 a 20 casos por ano.5 Em atletas, a avaliação pré-participação (APP) está indicada, podendo ser eficaz para a prevenção de MS cardíaca nesse contexto.6 Contudo, esse tipo de rastreamento apresenta grande variabilidade entre diferentes países e entidades que o realizam. No tocante à avaliação genética, essa se encontra relegada somente a casos específicos no contexto dos esportes. Nessa revisão descreveremos aspectos básicos da avaliação genética, assim como as indicações da análise molecular e sua correta interpretação clínica, tanto para esportistas recreativos ou amadores, quanto para os atletas de alto rendimento.Regular physical activity practice benefits individuals of all ages, sexes and ethnicities.1 If on one hand the practice of moderate exercise is considered a healthy activity that favors the cardiovascular system, on the other, high-intensity exercise for a long period can increase the risk for sudden death (SD).2 Even considering the huge number of individuals exercising daily, SD in that context is rare. However, the prevention of SD can be difficult and it has significant repercussion, mainly among young practitioners of leisure exercise or athletes. From the epidemiological viewpoint, cardiac SD affects 200,000 to 400,000 individuals in the United States of America (USA) annually.3 In the sports scenario, around 200 athletes per year are estimated to have a fatal event.4 In Spain, the national registry of SD in athletes reported 180 cases from 1995 to 2007, suggesting an incidence of 15 to 20 cases per year.5 For athletes, preparticipation evaluation (PPE) is indicated, and can be effective in preventing cardiac SD in that context.6 However, that type of screening has great variability between different countries and entities that perform it. In the sports context, genetic evaluation is performed only in specific cases. This review describes basic aspects of genetic evaluation, as well as the indications for molecular analysis and their correct clinical interpretation, for practitioners of recreational exercise, amateur sportsmen and high-performance athletes
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