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Os efeitos da atividade física na endometriose: uma revisão bibliográfica
Introdução: A endometriose é uma condição ginecológica crônica, com prevalência elevada, que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres. A comunidade científica, há muito tempo, tem reconhecido os benefícios dos exercícios físicos como medida preventiva e complementar no tratamento de várias enfermidades e nesse contexto, a prática de atividade física tem sido proposta como uma estratégia não farmacológica para o manejo dos sintomas relacionados à endometriose. Objetivo: Este artigo tem como objetivo examinar criticamente a literatura existente sobre a relação entre endometriose e atividade física, explorando os efeitos nos sintomas e desfechos relacionados. Métodos: Foi realizada uma pesquisa sistemática em bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed, Scielo e Lilacs, utilizando termos de busca relevantes relacionados à endometriose e atividade física. Resultados: A revisão da literatura sugere que a atividade física pode ter efeitos benéficos na redução da dor pélvica, melhoria da qualidade de vida e função física em mulheres com endometriose. No entanto, a heterogeneidade dos estudos e a falta de padronização nos métodos de avaliação dificultam a obtenção de conclusões definitivas. Conclusão: Embora haja evidências promissoras sobre os benefícios da atividade física para mulheres com endometriose, são necessárias mais pesquisas para elucidar completamente essa relação e estabelecer recomendações específicas sobre o tipo, intensidade e duração ideais da atividade física para o manejo desta condição. Uma abordagem multidisciplinar, integrando atividade física como parte do plano de cuidados para mulheres com endometriose, pode ser crucial para otimizar os resultados clínicos e melhorar a qualidade de vida dessas pacientes
Experiências Teórico-Didáticas na (trans)Formação Inicial de Professores de Língua no Contexto de COVID-19
A disciplina EM 118 - Metodologia do Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas Neolatinas: Espanhol, Francês e Italiano (1o. semestre de 2020, ofertada pelo Departamento de Teoria e Prática da Educação do Setor de Educação, em sua nova configuração, proporcionou muitas discussões entre os inscritos e deu origem a esta produção.
A partir do posicionamento epistemológico apresentado, objetivamos discutir aqui algumas das metodologias de ensino-aprendizagem de línguas por meio de experiências reais dos alunos do curso de Licenciatura em Letras da UFPR, em um contexto de sala de aula virtual.
Falamos e pensamos numa relação dialógica dentro do escopo dessa tentativa de fazer circular os conhecimentos compartilhados dentro de uma sala de aula (via Teams, via WhatsApp, Via UFPR Virtual), que está presente em grande parte dos documentos de ensino brasileiro – como a portaria n°. 4059, de 10 de dezembro de 2004, que autoriza as instituições de ensino superior a “introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de disciplinas integrantes do currículo que utilizem modalidade semipresencial” e o Decreto n°. 9057/17, que substituiu o Decreto n°. 5.622, de 19 de dezembro 2005, regulamentando a Educação a Distância (EaD).
Após a publicação da portaria MEC n°. 343, de 17 de março de 2020, a qual dispunha sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durasse a situação da pandemia, muitas discussões sobre a possibilidade da oferta de atividades remotas foram realizadas em plenárias departamentais, colegiados de curso e reuniões de conselhos setoriais. Tais debates culminaram na elaboração de uma minuta de resolução (n°. 44/2020), votada e aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CEPE, que regulamenta, em caráter excepcional, as atividades didáticas das disciplinas que são ofertadas nas modalidades EaD ou parcialmente EaD, de estágio obrigatório, estágio não obrigatório e estágio de formação pedagógica, (...) dos cursos de educação superior, profissional e tecnológica da UFPR durante a suspensão do calendário acadêmico do primeiro semestre letivo de 2020.
Amparada pela Resolução CEPE n° 44/20, a já citada disciplina pôde ser ministrada. Em nosso caso, de ensino remoto emergencial, as aulas foram mediadas, de forma síncrona, em tempo real, por meio da plataforma Microsoft Teams – que atendeu bem à demanda –, e de recursos como a UFPR Virtual. As aulas ocorreram uma vez por semana, com encontros de três horas-relógio de duração, destinadas aos debates e ao conteúdo, complementadas com outras três horas-relógio para a realização de atividades e leitura pela UFPR virtual.
As metodologias de ensino, em tese, determinam que um método de ensino compreende os princípios usados pelos professores para permitir o aprendizado dos alunos. Para que um método de ensino específico seja apropriado e eficiente, ele deve estar relacionado à característica do aluno e ao tipo de aprendizado que ele deve proporcionar (BOHN, 2009). Esses métodos, essas práticas e essas técnicas de ensino devem levar em conta não apenas a natureza do assunto – no nosso caso, a língua –, mas também a forma como os alunos aprendem, interagem, significam, etc.
Na escola de hoje, no entanto, a tendência é incentivar a criatividade, a tarefa, o saber fazer – como ensinar alunos se nós, professores, não formos, até certo ponto, criativos?
O processo colaborativo, estabelecido entre professores, regente e auxiliar, e discentes regularmente matriculados, pôde permitir que o aluno participasse ativamente do seu próprio processo de aprendizagem, bem como do seu processo de formação enquanto futuro professor, conversando, opinando, dialogando entre si e ouvindo as opiniões dos demais.
A colaboração estabelece uma conexão pessoal e profissional entre os alunos e o tópico de estudo e os ajuda a pensar de maneira menos tendenciosa, seja na relação com o professor, seja na relação com os colegas. E como lidar com tudo isso no atual contexto? As abordagens para o ensino podem ser amplamente classificadas e centradas no professor e no aluno. Podem ser centradas apenas no aluno. Podem ser centradas apenas no professor... Mas, afinal, qual metodologia? Centrar-se no professor? Centrar-se no aluno?
A questão aqui é metodológica, para escapar do centrismo. Devemos, então, esquecer a centralidade tanto no sujeito que, em tese, "transmite o conhecimento", no caso do professor, quanto nos alunos vistos como "recipientes vazios", cuja função principal seria receber passivamente informações com o objetivo final de serem testados e avaliados... Afinal, eles não serão nossos colegas de profissão? Como recentemente abordou Lynn Mario (2020) – e que bem cabe neste espaço-tempo –, devemos pensar sobre o “ser”. Esse verbo nos “leva a pensar sem pensar”, pois normalmente pensamos de forma automatizada e temos uma tendência a achar que aquilo que fomos, somos e podemos ser é sempre igual.
Nesse caso, acabamos nos esquecendo que o “ser” é algo contínuo, regado por mudanças. Não somos permanentes e necessitamos pensar o que é esse “ser”. Quando existem mudanças de paradigma, como a que vivenciamos e relatamos aqui, a tendência é se desesperar e esquecer o que se pode tirar de bom dessas mudanças, que muitas vezes são “impostas” e não premeditadas, como é o caso do cenário atual.
Ainda sobre o discurso de Lynn Mário: “Não lamentar o que estamos perdendo e ver o que estamos ganhando, realmente, é uma grande oportunidade de ser diferente e de pensar diferente sobre diversos aspectos da vida” (2020, n.p.). Ao mesmo tempo que precisamos aprender ou retomar o que é “ser”, é necessário compreender e visualizar que estamos sempre em constante mudança e que essas mudanças “movem o mundo”, seja o mundo que está à nossa própria volta, seja o mundo de maneira geral.
A oferta de uma disciplina, inicialmente híbrida, na modalidade remota, possibilitou, a todos os atores sociais envolvidos, transformar a própria identidade profissional.
Nesse sentido, nos inserimos neste livro enquanto (trans)formadores de futuros (trans)formadores e, sobretudo, em processo de transformação recorrente – o professor tem de estar sempre em movimento. O desafio que será exposto é de um cenário atípico, em que nós todos – nós todos mesmo! – estamos inseridos e (re)pensando como viver, como fazer, como agir, como lidar, como ensinar etc. Todos nós estamos, de alguma forma e em algum nível, (re)pensando formas de fazer as coisas que fazíamos até então.
E é nesse contexto, sobretudo nesse contexto de ensino e aprendizagem dentro de um curso de (trans)formação de professores, que estamos tentando (re)significar nossas práticas – tanto as nossas, professores, quanto a de vocês, alunos. O fato é que todos estão se (re)significando. E como parte de uma exposição do que acontece no tempo-espaço atual, é que queremos expor a experiência dos alunos em (trans)formação.
Queremos expor a produção e o engajamento dos alunos que participaram desse processo colaborativo, de certa forma experimental, pois no nosso contexto de UFPR esse processo foi acelerado. Mas os alunos o receberam muito bem, com seus progressos, com suas demandas, com suas particularidades, em seus tempos etc., e foram justamente esses fatores que nos motivaram a pensar esta produção
Previous BCG vaccination is associated with less severe clinical progression of COVID-19
Background:
BCG vaccination, originally used to prevent tuberculosis, is known to “train” the immune system to improve defence against viral respiratory infections. We investigated whether a previous BCG vaccination is associated with less severe clinical progression of COVID-19./
Methods:
A case-control study comparing the proportion with a BCG vaccine scar (indicating previous vaccination) in cases and controls presenting with COVID-19 to health units in Brazil. Cases were subjects with severe COVID-19 (O2 saturation < 90%, severe respiratory effort, severe pneumonia, severe acute respiratory syndrome, sepsis, and septic shock). Controls had COVID-19 not meeting the definition of “severe” above. Unconditional regression was used to estimate vaccine protection against clinical progression to severe disease, with strict control for age, comorbidity, sex, educational level, race/colour, and municipality. Internal matching and conditional regression were used for sensitivity analysis./
Results:
BCG was associated with high protection against COVID-19 clinical progression, over 87% (95% CI 74–93%) in subjects aged 60 or less and 35% (95% CI − 44–71%) in older subjects./
Conclusions:
This protection may be relevant for public health in settings where COVID-19 vaccine coverage is still low and may have implications for research to identify vaccine candidates for COVID-19 that are broadly protective against mortality from future variants. Further research into the immunomodulatory effects of BCG may inform COVID-19 therapeutic research.
Previous BCG vaccination is associated with less severe clinical progression of COVID-19
BACKGROUND: BCG vaccination, originally used to prevent tuberculosis, is known to "train" the immune system to improve defence against viral respiratory infections. We investigated whether a previous BCG vaccination is associated with less severe clinical progression of COVID-19 METHODS: A case-control study comparing the proportion with a BCG vaccine scar (indicating previous vaccination) in cases and controls presenting with COVID-19 to health units in Brazil. Cases were subjects with severe COVID-19 (O2 saturation < 90%, severe respiratory effort, severe pneumonia, severe acute respiratory syndrome, sepsis, and septic shock). Controls had COVID-19 not meeting the definition of "severe" above. Unconditional regression was used to estimate vaccine protection against clinical progression to severe disease, with strict control for age, comorbidity, sex, educational level, race/colour, and municipality. Internal matching and conditional regression were used for sensitivity analysis. RESULTS: BCG was associated with high protection against COVID-19 clinical progression, over 87% (95% CI 74-93%) in subjects aged 60 or less and 35% (95% CI - 44-71%) in older subjects. CONCLUSIONS: This protection may be relevant for public health in settings where COVID-19 vaccine coverage is still low and may have implications for research to identify vaccine candidates for COVID-19 that are broadly protective against mortality from future variants. Further research into the immunomodulatory effects of BCG may inform COVID-19 therapeutic research
<i>In vitro</i> antiviral activity of the anti-HCV drugs daclatasvir and sofosbuvir against SARS-CoV-2, the aetiological agent of COVID-19
BackgroundCurrent approaches of drug repurposing against COVID-19 have not proven overwhelmingly successful and the SARS-CoV-2 pandemic continues to cause major global mortality. SARS-CoV-2 nsp12, its RNA polymerase, shares homology in the nucleotide uptake channel with the HCV orthologue enzyme NS5B. Besides, HCV enzyme NS5A has pleiotropic activities, such as RNA binding, that are shared with various SARS-CoV-2 proteins. Thus, anti-HCV NS5B and NS5A inhibitors, like sofosbuvir and daclatasvir, respectively, could be endowed with anti-SARS-CoV-2 activity.MethodsSARS-CoV-2-infected Vero cells, HuH-7 cells, Calu-3 cells, neural stem cells and monocytes were used to investigate the effects of daclatasvir and sofosbuvir. In silico and cell-free based assays were performed with SARS-CoV-2 RNA and nsp12 to better comprehend the mechanism of inhibition of the investigated compounds. A physiologically based pharmacokinetic model was generated to estimate daclatasvir's dose and schedule to maximize the probability of success for COVID-19.ResultsDaclatasvir inhibited SARS-CoV-2 replication in Vero, HuH-7 and Calu-3 cells, with potencies of 0.8, 0.6 and 1.1 μM, respectively. Although less potent than daclatasvir, sofosbuvir alone and combined with daclatasvir inhibited replication in Calu-3 cells. Sofosbuvir and daclatasvir prevented virus-induced neuronal apoptosis and release of cytokine storm-related inflammatory mediators, respectively. Sofosbuvir inhibited RNA synthesis by chain termination and daclatasvir targeted the folding of secondary RNA structures in the SARS-CoV-2 genome. Concentrations required for partial daclatasvir in vitro activity are achieved in plasma at Cmax after administration of the approved dose to humans.ConclusionsDaclatasvir, alone or in combination with sofosbuvir, at higher doses than used against HCV, may be further fostered as an anti-COVID-19 therapy