Dieta suplementada com prebiótico, probiótico e simbiótico no cultivo de camarões marinhos

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de suplemento prebiótico, probiótico e simbiótico, na dieta de camarões marinhos (Litopenaeus vannamei) e seus efeitos sobre o crescimento, a microbiota intestinal, a resposta imune e a resistência ao desafio experimental com Vibrio alginolyticus. Foram utilizados quatro tratamentos: prebiótico inulina; probiótico Lactobacillus plantarum; simbiótico Lactobacillus plantarum + inulina; e controle. Os camarões foram distribuídos em 16 tanques de dez mil litros de água, povoados com 200 camarões cada, cultivados por seis semanas. Avaliaram-se a microbiologia do trato intestinal dos camarões e a reposta imune, antes e após o desafio com V. alginolyticus. A concentração de Vibrio spp. no trato digestório foi menor em camarões alimentados com dieta suplementada com prebiótico, probiótico e simbiótico, enquanto a concentração de bactérias acidoláticas foi superior somente nos camarões alimentados com probiótico e simbiótico. O título aglutinante do soro contra V. alginolyticus aumentou no grupo probiótico e simbiótico, antes da infecção, e foi maior em todos os tratamentos após infecção com V. alginolyticus, em comparação ao controle. Não foi observada diferença entre os tratamentos quanto aos demais parâmetros avaliados. As dietas probióticas, prebióticas e simbióticas alteram a microbiota intestinal e aumentam o título aglutinante do soro contra V. alginolyticus; contudo, não alteram a resistência ao desafio nem o crescimento dos camarões

Substituição da farinha de peixe em dietas para camarões marinhos cultivados em sistema bioflocos.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a substituição de dois níveis de inclusão de farinha de peixe por outros ingredientes, nas dietas de Litopenaeus vannamei cultivados em sistema bioflocos. Foram avaliadas dietas sem uso de farinha de peixe (dieta A, 100% de substituição), com inclusão de 12,5% de farinha de peixe (dieta B, 40% de substituição) e direta controle com inclusão de 21% (dieta C, 0% de substituição). Nas dietas A e B, o farelo de soja e as farinhas de carne e vísceras foram os principais substitutos proteicos. Foram analisados os índices de desempenho dos camarões e os parâmetros físicos e químicos da água de cultivo. Os camarões alimentados com a dieta B apresentaram maior peso final (11,63±1,38 g), em comparação aos camarões alimentados com a dieta A (peso final, 9,39±0,31 g) e com a dieta C (peso final, 10,20±1,10 g). Os demais parâmetros de desempenho como produtividade, conversão alimentar e sobrevivência não apresentaram diferenças entre os tratamentos. A redução de até 40,0% da farinha de peixe pode ser feita em cultivos superintensivos de L. vannamei com bioflocos, sem interferir em seu desempenho zootécnico e na qualidade de água do cultivo

Growth and survival of pink shrimp Farfantepenaeus paulensis postlarvae in cages and pen enclosures

Technology for the culture of the pink shrimp Farfantepenaeus paulensis in low-cost cages and pen enclosures was developed together with artisanal fishermen of the Patos Lagoon estuary, southern Brazil. Although the production of postlarvae (PL) under laboratory conditions is well documented, survival and growth during the nursery phase cages and pen enclosures in the nature has not yet been analyzed. Therefore, the present study compared survival and growth of F. paulensis postlarvae reared either in cages or pens. Six cages (2.0 2.0 1.4 m) of PVC-coated polyester with a mesh size of 1.5 mm were stocked with 800 PL26 each. To assess the effect of the substrate, a 10 cm layer of sand was added to three of these cages to simulate a pen enclosure. No difference in the mean survival rate between cages (92.2%) and pens (88.7%) was found (P > 0.05). However, final weight of shrimp reared in pens (1.05 ± 0.05 g) was higher than thosekept in cages (0.88 ± 0.12 g). The nursery phase of F. paulensis in cages and pens did not affect survival. Nevertheless, because of the higher growth rate of shrimp grown in pen enclosures, this kind of structure should be preferentially used in nursery rearing of this species.Um pacote tecnológico para o cultivo do camarão-rosa em estruturas alternativas de baixo custo, gaiolas e cercados, vem sendo aplicado em conjunto com pescadores artesanais do estuário da Lagoa dos Patos, no extremo sul do Brasil. Embora a tecnologia para o cultivo intensivo de pós-larvas (PL) em laboratório já esteja bem documentada, informações referentes à sobrevivência e crescimento desses organismos na fase de berçário ainda são escassas para cercados e gaiolas no ambiente natural. Em virtude destes fatos, o objetivo do trabalho foi comparar o crescimento e a sobrevivência de pós-larvas de F. paulensis durante a fase de berçário em gaiolas e cercados no ambiente. Para o desenvolvimento do trabalho, foram utilizadas seis gaiolas(2,0 2,0 1,4 m) com malha de poliéster revestida de PVC com abertura de malha de 1,5 mm. Em cada unidade foram estocadas 800 PL26. Para verificar a influência do substrato, foram espalhados uniformemente 10 cm de sedimentos da própria enseada dentro de três gaiolas, simulando um cercado. A taxa de sobrevivência dos camarões obtida nas gaiolas foi de 92,2% e nos cercados de 88,7%, não sendo detectadas diferenças (P > 0,05). Porém, o peso médio final dos camarões nos cercados (1,05 ± 0,05 g), foi superior (P < 0,05) ao peso dos camarões nas gaiolas (0,88 ± 0,12 g). A espécie pode ser cultivada na fase de berçário em gaiolas ou cercados sem prejuízo à sobrevivência final. Entretanto, recomenda-se que a fase de berçário seja realizada preferencialmente em cercados

Feed transition in larval rearing of bocudo, Steindachneridion scripta (Pisces, Pimelodidae), using Artemia spp. nauplii and artificial diet Transição alimentar na larvicultura do bocudo, Steindachneridion scripta (Pisces, Pimelodidae), com o uso de náuplios de Artemia spp. e dieta artificial

Feed transition of Steindachneridion scripta larvae was investigated using seven treatments in which the reference diet, Artemia spp. nauplii, was totally substituted for a 56% crude protein artificial diet in two-day intervals. Initially, all treatments were fed with Artemia spp. nauplii and, subsequently, during the transition period, feed was equally composed by Artemia sp. nauplii and artificial diet. Everyday, one of the treatments began the feed transition, which was implemented between the second and the eighth days of culturing. Two treatments were used as control: one exclusively fed Artemia spp. nauplii and another only with artificial diet. Total weight, total length, and survival rate were not influenced by the day in which feed transition was implemented (P>0.05), and their mean values (± SD) were 31.1&plusmn;25.0mg, 13.3&plusmn;1.5mm and 58.8&plusmn;12.0%, respectively. This suggests that Steindachneridion scripta larvae adapted well the transition to artificial diet.<br>A transição alimentar de larvas de Steindachneridion scripta foi investigada utilizando-se sete tratamentos, nos quais a dieta básica, composta por náuplios de Artemia spp., foi integralmente substituída, em intervalo de dois dias, por uma dieta artificial contendo 56% de proteína bruta. Inicialmente, todos os tratamentos receberam náuplios de Artemia spp. No período de transição alimentar, metade da alimentação foi formada por náuplios de Artemia spp. e metade por dieta artificial. A cada dia, um dos tratamentos entrou na fase de transição, que foi implementada entre o segundo e o oitavo dia de cultivo. Utilizaram-se dois tratamentos como controle; em um as larvas foram alimentadas, exclusivamente, com náuplios de Artemia spp. e em outro, somente, com dieta artificial. Peso total, comprimento total e sobrevivência não foram influenciados pelo dia de implantação da transição alimentar (P>0,05) e, apresentaram valores médios iguais a (&plusmn; desvio padrão) 31,1&plusmn;25,0mg, 13,3&plusmn;1,5mm e 58,8&plusmn;12,0%, respectivamente, sugerindo que as larvas Steindachneridion scripta aceitaram bem a transição alimentar para a dieta artificial