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    O impacto da pandemia de COVID-19 nos casos de Transtorno Bipolar: uma revisão integrativa

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    Introdução: A pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19) impactou de maneira nociva o cotidiano da sociedade, contribuindo para a exacerbação dos fatores de risco para a deterioração biopsicossocial de parcela significativa da população mundial, sobretudo em indivíduos vulneráveis, como os pacientes diagnosticados com Transtorno Bipolar (TB). Este estudo tem como objetivo compreender a influência da pandemia de COVID-19 nos pacientes com TB, analisando os fatores de risco envolvidos na piora do quadro clínico desta população. Metodologia: Revisão integrativa, que foi elaborada através da busca de artigos indexados na base de dados PubMed, utilizando os descritores “bipolar disorder” e “COVID-19”, intercalados pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos artigos publicados entre o período de 2020 e 2022 com textos completos de acesso gratuito em língua inglesa e portuguesa, respeitando os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 9 estudos para compor esta revisão. Resultados e Discussão: Durante a pandemia, com o isolamento social e incertezas do cenário mundial, houve o impacto negativo sobre a saúde mental da população de uma forma geral, tendo as pessoas diagnosticadas com TB uma vulnerabilidade maior, com agravamento de episódios de mania e depressão, podendo aumentar as tendências suicidas. A pandemia trouxe impactos socioeconômicos significativos, as medidas de lockdown associada a uma crise financeira, medo do contágio viral, desemprego e preocupações familiares, resultaram no aumento de estresse e angústia nos pacientes com TB. Além disso, tais indivíduos tiveram dificuldades de acesso aos ambientes de saúde devido à crise pandêmica, resultando em uma instabilidade no tratamento psicofarmacológico comprometendo o quadro clínico destes pacientes, o que levou a uma piora dos sintomas psíquicos diminuindo a qualidade de vida. Outrossim, foi encontrado que os pacientes com TB, durante a pandemia, apresentaram piora na qualidade do sono, aumento do uso de substâncias, como o álcool, excesso na ingestão de alimentos não saudáveis e sedentarismo. Todos esses fatores apresentados provocam mais facilmente episódios maníacos, o que resultou no aumento significativo não só da idealização, mas também na tentativa de suicídio. Ademais, observou-se que indivíduos com TB internados em consequência da infecção pelo vírus SARS-CoV-2 apresentaram uma piora do quadro clínico psíquico, com recaídas em sintomas de depressão e mania/hipomania, principalmente devido a iatrogenias medicamentosas e até mesmo pelo estresse bioquímico causado pela doença viral. Conclusão: Diante do exposto, é possível constatar que a pandemia de COVID-19 causou uma piora no quadro clínico de pacientes diagnosticados com TB, principalmente pelo aumento dos fatores de risco, o que levou à intensas recaídas em sintomas maníacos/hipomaníacos e depressivos, prejudicando os aspectos biopsicossociais dos pacientes bipolares. Esta situação foi mais significativa nos pacientes que se encontravam em vulnerabilidades socioeconômicas, tratamento psicofarmacológico instável e até mesmo naqueles que eram infectados pelo vírus SARS-CoV-2. Dessa maneira, cabe aos profissionais da saúde uma maior atenção voltada para os pacientes com TB, sobretudo em tempos de crise sanitária como a pandemia, oferecendo um maior suporte social e de saúde para esta população, garantindo melhores prognósticos em termos de qualidade de vida para estes pacientes

    O Transtorno Obsessivo Compulsivo sob a influência da pandemia do COVID-19: uma revisão de literatura: Obsessive Compulsive Disorder under the influence of the COVID-19 pandemic: a literature review

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    A pandemia do coronavírus (COVID-19) causou uma mudança brusca na vida da população, sobretudo pelo medo da contaminação pelo vírus SARS-CoV-2, desse modo, o isolamento social foi adotado como medida de controle para atenuar a transmissão viral. Este contexto gerou um ambiente desfavorável, que culminou com o desenvolvimento ou piora do quadro clínico dos pacientes com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Este estudo tem como objetivo analisar a influência da pandemia do COVID-19 nos casos de TOC. Para elaborar esta revisão de literatura, buscou-se artigos indexados nas plataformas Scielo e Pubmed, usando os descritores “Obsessive-Compulsive Disorder” e “Covid-19” e sendo usado o operador booleano “AND”. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2022, em inglês e português e de acesso livre, excluiu-se aqueles que não se enquadravam em tais critérios e à temática, dessa maneira obtendo-se 113 artigos. Na seleção dos artigos a serem analisados, 32 se enquadraram na primeira etapa e, por fim, seguindo os critérios de inclusão e exclusão após leitura minunciosa, a etapa final contou com 18 artigos para análise. Assim, foi inferido que pandemias globais como a COVID-19 podem representar um fardo substancial para pacientes com TOC relacionado à contaminação. Embora, o impacto da atual pandemia no TOC não seja totalmente conhecido, é possível que o transtorno possa levar de semanas a meses para se tornar aparente, e nota-se um grande risco de recorrência ou exacerbação dos sintomas em alguns pacientes. Entretanto, deve-se considerar que a análise do quadro clínico sofreu influência do período da pandemia que o estudo foi realizado e em que país ocorreu, observando-se manifestações tanto de piora quanto de melhora, a depender dessas variáveis. Contudo, notou-se que, de maneira geral, o foco excessivo da mídia e sociedade na prevenção da contaminação e a normalização dos rituais de descontaminação reforçaram os comportamentos disfuncionais compulsivos. Ademais, no contexto pandêmico existem vários mecanismos pelos quais o TOC pode se agravar, como a dinâmica familiar alterada, que de maneira implícita pode incentivar rituais extremos de descontaminação, proporcionar um ambiente mais estressante e ansiogênico para lidar com os medos relacionados ao vírus. Além disso, estressores financeiros gerados pela insegurança da economia mundial e o isolamento social, podem contribuir para a ansiedade patológica, associado ao estresse, e gerar sintomas depressivos, propiciando hábitos cada vez mais inflexíveis de limpeza e efetivamente obsessivos. Alguns estudos procuraram relacionar o medo e a instabilidade pandêmica de acordo com a faixa etária, sobretudo em estudantes, atribuindo novos diagnósticos de TOC e a sua exacerbação, decorrentes do objetivo de conter a contaminação. Além do mais, a respeito do tratamento foram identificadas certas medidas para enfrentamento do TOC, como por exemplo, mudanças de estilo de vida, aderência a terapia farmacológica de primeira linha, a qual são os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), e da psicoterapia, especialmente a modalidade cognitivo comportamental (TCC). Portanto, a exacerbação do TOC diante da pandemia da COVID-19 apresenta-se presente, embora a extensão dos diferentes sintomas varie, é de total importância que os profissionais da saúde reconheçam este cenário para promover a aderência ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso, melhorando a qualidade de vida dessa população.&nbsp
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