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Uma oficina de novidades : a implantação de núcleos urbanos na capitania de São Paulo, 1765-1775
Este trabalho apresenta parte dos resultados da tese de doutorado Método e Arte: criação urbana e organização territorial na capitania de São Paulo, 1765-1811, desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com apoio de bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.Este artigo acompanha algumas dinâmicas de implantação de núcleos urbanos na capitania de São Paulo durante a administração do governador e capitão-general Morgado de Mateus (1765-1775). Destacam-se momentos significativos do processo de formação de paisagens urbanas, desde o recrutamento de povoadores e a busca de sítios até a definição dos traçados. A intenção é mostrar que a Coroa portuguesa foi tentando organizar determinados modos de conduzir a expansão urbana, ao passo que experiências e circunstâncias locais constantemente exigiram arranjos novos e específicos. A análise fundamenta-se numa seleção da documentação oficial já publicada e também em correspondência, em boa parte inédita, proveniente de agentes locais encarregados de tarefas ligadas ao povoamento. Procura-se tratar da política urbanizadora daquele período como um processo desenvolvido num contexto de conflitos mais do que como produto de um projeto pré-delineado por autoridades metropolitanas ou alheio a realidades do lugar. ______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThis article investigates some of the dynamics associated with the establishment of urban nuclei in the captaincy of São Paulo during the administration of the Morgado de Mateus, governor and captain-general of the captaincy from 1765 to 1775. Several significant aspects about the formation process of urban landscapes stand out, from the recruitment of settlers and the search for suitable sites to the definition of urban layouts. The intention of this study is to show that the Portuguese crown made efforts to organize certain processes for conducting urban expansion, whilst local experience and circumstances continually demanded new and specific arrangements. The analysis is based on a selection of previously-published official documents, as well as mostly unpublished correspondence from local agents in charge of settlement-related tasks. The urbanization policy of the period is dealt with as a process that was executed in the context of conflicts, rather than as the product of a project pre-planned by metropolitan authorities or detached from the realities of the place at that time
Professores discriminados: um estudo sobre os docentes do sexo masculino nas séries do ensino fundamental
Este artigo tem como objetivo analisar algumas representações de gênero que envolvem a docência nas séries iniciais do ensino fundamental no Rio de Janeiro (Brasil) e em Aveiro (Portugal), especialmente as representações geradoras de discriminações que afetam os homens atuantes na profissão. Socialmente definida como feminina, tal profissão carrega representações que podem diferenciar as práticas e as escolhas, sendo que muitas delas associam o magistério ao feminino e alegam que os professores homens estariam fora de lugar. A partir da análise qualitativa e quantitativa de questionários e entrevistas com professores desse segmento, examinamos, então, quais são as representações de gênero que circulam em relação à docência nas séries iniciais do ensino fundamental, se existe discriminação em relação a eles, bem como se os homens que entram na profissão são desprovidos de preconceitos e ajudariam a diminuir as discriminações de gênero. Concluímos que o simples fato de existir um professor do sexo masculino nas salas de aula pode provocar várias representações de gênero; nesse sentido, os professores podem ou não tentar quebrar tais representações, o que aconteceu com alguns dos participantes desta investigação. Mesmo sofrendo preconceitos, porém, muitos se aproveitam das vantagens da masculinidade na sociedade. Apesar disso, demarcamos que a presença de professores do sexo masculino nas séries iniciais é uma forma de inserir as questões de gênero na educação, demonstrar às crianças na escola que o homem também pode escolher essa atividade com sucesso e evidenciar que a aptidão para o magistério não depende do sexo
Leituras e leitores de Richard Morse: a trajetória de um livro sobre a formação da metrópole paulista
De comunidade à metrópole: a biografia de São Paulo, was first published in 1954 and then re published in 1970 as Formação histórica de São Paulo: de comunidade à metrópole. Written by a young US researcher fascinated by Latin America, this material was originally submitted as his PhD thesis at Columbia University in 1952. Since then, Richard Morse's (1922-2001) work has come a long way and is now considered a primary reference in the history of urban development of São Paulo. This article briefly recovers the reader's response when Morse's research was first published, and how it ensured the book's importance in the Brazilian historiography. The aim is to draw a parallel trajectory of the book and its author - the young researcher at Columbia who became a professor of Latin American History at Yale - and to discuss the meanings regarding its importance in São Paulo's historiography as well as its contribution to a better understanding of the city.O livro De comunidade à metrópole: a biografia de São Paulo, publicado em 1954 e reeditado em 1970 com um novo título, Formação histórica de São Paulo: de comunidade à metrópole, foi escrito por um jovem norte-americano encantado com a América Latina, tendo sido inicialmente apresentado como tese de doutorado na Universidade de Columbia, em 1952. Desde então, essa obra de Richard Morse (1922-2001) percorreu um longo caminho, sendo hoje considerada "um clássico" sobre a evolução urbana da capital paulista. Retoma-se sinteticamente aqui a recepção da publicação, recuperando leitores e leituras que acabaram por garantir ao livro de Morse esse lugar na historiografia paulistana e brasileira. Busca-se, desse modo, traçar um paralelo entra a trajetória do livro e a de seu autor - que de jovem investigador em Columbia torna-se professor de História da América Latina na Universidade de Yale - para discutir o sentido do livro na historiografia e na própria interpretação que o livro fundaria sobre a cidade de São Paulo
Un littoral déchu ou la grande São Vicente détrônée par la Rochelle pauliste (1681-1766)
La construction de l’objet Si la ville a été prise en compte au xixe siècle en tant qu’objet d’une nouvelle science théorique et technique – l’urbanisme – cette notion a toutefois été relativement délaissée par l’historiographie, étant considérée seulement comme la simple scène où se jouaient les « faits » historiques. La ville coloniale a été l’objet d’une série de travaux – depuis la publication du célèbre ouvrage de Sérgio Bua..
Uma questão de gênero: onde o masculino e o feminino se cruzam Gender issue: where masculine and feminine meet
Este artigo discute a importância dos estudos de gênero para a história, recuperando algumas de suas principais discussões e revendo o seu aparecimento na historiografia da segunda metade do século XX. Procura, ainda, inserir a construção da masculinidade como processo correlato da determinação da identidade feminina, e discute a questão da homossexualidade como parte integrante da construção da misoginia.<br>This paper discusses the importance of gender studies for history, recovering some of its most important discussions and reviewing their appearance on the historiography in the second half of the twentieth century. It searches to include the construction of masculinity as a correlate process of the determination of feminine identity, and it discusses the issue of homosexuality as an integrant part of the construction of misogyny
Capitales rêvées, capitales abandonnées
Si le statut de capitale est parfaitement révocable, chaque transfert est pourtant vécu par les habitants de la ville qui perd le titre, comme par ceux qui vont le conquérir, comme un évènement majeur, suscitant rêves et sentiments d’abandon. Si la ville est l’espace de prédilection du politique qui peut s’y déployer mieux qu’en aucun autre lieu et s’y mettre en scène, que dire de ces rapports lorsque le pouvoir se projette dans une ville qui n’existe pas (dont on ne sait même pas si elle est à venir) ? Et que dire encore de ces rapports lorsque, cette fois, le pouvoir quitte la ville