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    Imigração e epidemias no estado de São Paulo Immigration and epidemics in the state of São Paulo

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    Esse artigo tem por objetivo apresentar e discutir aspectos de interesse sanitário no processo de imigração estrangeira para o estado de São Paulo, na primeira década após a proclamação da República. Objetiva também apresentar as relações da imigração com a formação dos serviços sanitários estaduais e com a elaboração do modelo tecno-assistencial por eles adotado a partir da década de 1890. Num momento em que a febre amarela era a mais freqüente e letal das epidemias que afetavam o estado, matando principalmente os estrangeiros, a defesa do fluxo migratório foi um dos fios condutores das ações em saúde pública. A combinação entre os interesses da cafeicultura, a expansão ferroviária, imigração e febre amarela definiu os rumos da ação sanitária promovida pelas oligarquias no poder nesse período em São Paulo. A organização autoritária do Estado brasileiro não dava espaço à implantação de ações individuais de assistência à saúde. Sempre reivindicada pela população urbana e rural, somente com o desenvolvimento da medicina previdenciária no país, na década de 1930, difundiram-se as ações de assistência individual à saúde.<br>The article discusses sanitation issues as aspects of the process of foreign immigration into São Paulo state during the first decade after the Proclamation of the Republic. The text also shows the relationships between this wave of immigration and the structuring of state sanitation services and the devising of the techno assistance model adopted by these services as of the 1890' s. At a time when yellow fever was the most common and lethal of the epidemics plaguing that state killing mainly foreigners one of the lodestars of public health actions was the defense of this inflow of immigrants. The interests of coffee growers, expansion of the railroads, immigration, and yellow fever all came into play when the oligarchies then in power in São Paulo defined what direction sanitation measures would take. The Brazilian government's authoritarian organization left no room for individual health assistance initiatives. Long a demand of both urban and rural populations, forms of individual health assistance became widespread only in the 1930' s, when Brazil developed its social health-care system

    Tendência da mortalidade por doenças neoplásicas em 10 capitais brasileiras, de 1980 a 2000 Cancer mortality trends in 10 Brazilian capitals, 1980 - 2000

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    O objetivo deste estudo foi analisar a tendência da mortalidade por doenças neoplásicas, segundo sexo e faixa etária, no período de 1980 a 2000, em 10 capitais brasileiras. Para tanto, realizou-se um estudo ecológico de série temporal, utilizando dados de óbitos de indivíduos acima de 30 anos de ambos os sexos. Os dados de mortalidade foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS/DATASUS). Utilizou-se a padronização dos coeficientes de mortalidade pelo método direto e o método de regressão linear simples. O coeficiente médio padronizado de mortalidade por neoplasia, estimado entre 1980 e 2000, foi de 10.239 mortes, com aumento de 5.220 mortes por 100 mil habitantes ao ano. Os coeficientes de mortalidade foram maiores no sexo masculino e indivíduos acima de 60 anos. Observou-se tendência crescente da mortalidade nas capitais analisadas, em ambos os grupos etários, sendo maior nas capitais das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste e na população acima de 60 anos. A elevada mortalidade para o sexo masculino e a população idosa deve-se, provavelmente, à maior exposição aos fatores de risco ambientais e à maior prevalência de cânceres letais entre os homens. As capitais das regiões Sul e Sudeste seguem tendência crescente, porém com incremento menor comparado às demais, provavelmente devido aos maiores avanços no processo de transição demográfica e epidemiológica, e melhores serviços de assistência médica. Este estudo mostrou que a mortalidade por neoplasia aumentou ao longo da série temporal, podendo se tornar a principal causa de morte no Brasil.<br>The objective of this study was to analyze the cancer mortality trends, according to gender and age, in the period from 1980 to 2000, in ten Brazilian capitals. To that end, an ecological time series study was carried out, using mortality data of subjects above 30 years of age and of both genders. Mortality data were obtained from the Mortality Information System of the Ministry of Health (SIM/MS/DATASUS). Mortality rates were standardized by the direct method and the simple linear regression method. The average standardized mortality rate for cancer, estimated between 1980 and 2000, was 10,239 deaths, with an increase of 5,220 deaths per 100,000 inhabitants for each year. Mortality rates were higher in men and individuals above 60 years of age. A growing trend in mortality was observed in the capitals analyzed, in both age groups, and was higher in the capitals of the North, Northwest and Center-West regions and in the population above 60 years of age. The high mortality for men and the elderly population was probably due to the higher exposure to environmental risk factors and greater prevalence of lethal cancers among men. The capitals of the South and Southeast regions followed the growing trend, with a smaller increase in comparison to the others, due to the largest advances in the demographic and epidemiologic transition process and better health care. This study showed that the mortality due to cancer has increased in the time series, and may possibly become the major cause of death in Brazil
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