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O PROGRAMA SÃO PAULO FAZ ESCOLA E OS DESDOBRAMENTOS NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DO CAMPO
A Proposta Curricular do Estado de São Paulo, intitulada “São Paulo Faz Escola” ocorreu no contexto das reformas educacionais de caráter neoliberal implementadas a partir de meados dos anos de 1990. A pesquisa tem como objetivo analisar a implementação do programa São Paulo Faz Escola e os desdobramentos na organização do trabalho escolar na educação do campo. Para tanto, o estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e análise documental. Os resultados da pesquisa apontam que ao fragmentar os passos e as ações dos atores das escolas através de materiais padronizados e implantação de um currículo único para todas as escolas públicas e do campo, restringe a autonomia escolar e docente, sobretudo, desconsidera as especificidades dos sujeitos que vivem do/no campo. Concluímos que, o campo é um lugar de possibilidades e por uma educação do campo, pretende-se uma educação voltada para a vida real desses sujeitos
Formação continuada numa rede municipal de ensino fundamental apostilada: a percepção dos profissionais do magistério
O presente trabalho, vinculado a uma pesquisa de âmbito maior que teve por objetivo precípuo identificar e analisar a concepção de professores e equipe gestora de uma determinada unidade escolar acerca da adoção e implementação de sistema apostilado privado numa rede municipal de ensino do interior paulista, a fim de desvelar suas razões, características e seus desdobramentos, ocupa-se, especificamente, dos dados relativos à percepção dos profissionais do magistério sobre as ações de formação continuada realizadas no contexto de “apostilamento” do ensino fundamental municipal, tendo em vista sua análise e discussão. Realizado de 2012 a 2013, o estudo se valeu dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica sobre a temática e realização de entrevistas semiestruturadas com doze sujeitos. Inicialmente, os resultados da pesquisa realizada demonstraram que a adoção de sistema apostilado no município foi motivada pela precariedade/falta de experiência municipal para responder às novas e crescentes demandas educacionais assumidas e ocorreu à revelia da opinião/anuência dos profissionais do magistério. Na sequência, o estudo revela a forte insatisfação dos sujeitos da pesquisa com as ações de formação continuada empreendidas pela empresa privada contratada para fornecer produtos e serviços ao município-cliente. Por fim, conclui-se que a formação continuada dos profissionais do magistério no município pesquisado caminha na contramão do que há tempos vem sendo recomendado pela literatura especializada.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq
Currículo apostilado no ensino fundamental: a visão dos profissionais do magistério
A adoção de sistemas apostilados de ensino privados por municípios configura-se como uma recente e crescente tendência no Estado de São Paulo, fortemente impulsionada pelo contemporâneo processo de municipalização do ensino fundamental. O trabalho em tela tem como objetivo identificar e analisar a percepção de professores e equipe gestora de uma determinada unidade escolar acerca da adoção e implementação de sistema apostilado privado numa rede municipal de ensino do interior paulista, a fim de desvelar suas razões, características e seus desdobramentos. Para tanto, se valeu dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica sobre a temática e realização de entrevistas semiestruturadas com doze sujeitos. Os resultados da pesquisa realizada demonstram que a adoção de sistema apostilado no município foi motivada pela precariedade/falta de experiência municipal para responder às novas e crescentes demandas educacionais assumidas e ocorreu à revelia da opinião/anuência dos profissionais do magistério. Os resultados mostram, também, que da consolidação de tal parceria decorrem consequências indesejáveis para a educação/escola pública, como: aquisição e utilização de material didático com fragilidades conceituais e pedagógicas; ônus aos cofres públicos pela situação de duplo pagamento por materiais didáticos (apostilas e livros didáticos); e padronização/homogeneização de currículos/conteúdos escolares, com a correspondente restrição da autonomia escolar e docente. Por fim, revela a majoritária preferência dos sujeitos da pesquisa pelo uso do livro didático em detrimento do material apostilado de ensino, que “engessa” o trabalho pedagógico do professor.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq