39 research outputs found
Estudos em Bauman: interlocuções com o cinema
Este artigo apresenta uma análise do filme Amor.com, tomado como representativo do capítulo Individualidade, da obra Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman. A análise foi desenvolvida como um estudo teórico, visando ser apresentada em uma disciplina ministrada no Programa de Pós-graduação em Educação (IFSul), a qual considerou alguns filmes como um recurso potencial para o ensino de tópicos atinentes à modernidade líquida, sobretudo em tempos de distanciamento social. Amor.com foi escolhido por satisfazer três importantes perspectivas teóricas, as quais são apresentadas neste artigo: poder ser considerado uma escola de vida (MORIN, 2004); favorecer uma experiência estética (NOGUEIRA, 2002) e fomentar a insurreição à cafetinagem dos tempos atuais (ROLINK, 2019). Foram utilizadas, como metodologia de análise, as análises de conteúdo e textual (PENAFRIA, 2009), por meio de fotogramas escolhidos. Como resultado da análise, percebe-se que o filme pode ser tomado como uma metáfora do capítulo de Bauman à medida que discute questões como a sociedade hiperconectada, a busca por conselheiros da vida privada, a metamorfoseação de si em produto e a necessidade de se estar sempre em movimento numa sociedade pautada pelo consumo
CITAR OU NÃO CITAR, EIS A QUESTÃO (OU A INUSITADA UNIÃO LITERÁRIA DE SHAKESPEARE E LEWIS CARROLL PARA DEFENDER EUCLIDES)
Este artigo integra a série de estudos que temos feito, nos últimos anos, sobre as inter-relações entre Matemática e Literatura, com especial ênfase nas obras de Lewis Carroll. Ao traduzir seu livro Euclid and his Modern Rivals para a língua portuguesa, chamou-nos a atenção a quantidade de citações feitas a partir das peças de Shakespeare. A partir daí, pesquisamos a estreita relação entre Carroll e o teatro para compreender como esta arte influenciou alguns de seus escritos e como ele se apropriou das falas escritas pelo dramaturgo inglês para construir uma obra matemática cujo objetivo principal era defender a permanência d’Os Elementos de Euclides como o único livro-texto para o ensino de Geometria na Inglaterra Vitoriana. Nossa pesquisa sobre as obras de Carroll ganhou fôlego novo pelo acesso aos diários e cartas de Carroll, possibilitado pela nossa participação no Brazil Visiting Fellowship Scheme, da University of Birmingham[1], em 2016. Com a concepção de que qualquer disciplina deveria investir também no processo de aprendizagem de leitura e de escrita, este artigo se propõe a apontar um exemplo de como textos literários podem ser aproximados das aulas de Matemática, no curso de formação de professores; a discussão de temáticas implícitas nos textos têm o objetivo de estimular no aluno uma visão ainda mais ampla sobre os modos como a Matemática se relaciona com outras formas do conhecimento e com outras artes.
[1] Gostaríamos de agradecer profundamente ao professor John Holmes (Department of English Literature, University of Birmingham, Inglaterra) que, nos acolhendo como fellow, dividiu seus conhecimentos conosco e nos introduziu na Bodleian Library, em Oxford, onde tivemos acesso às cartas e aos diários de Carroll
Literatura e geometria: o encontro de lewis Carroll e Euclides
Em 1879 a Inglaterra passava por diversas mudanças culturais que acabaram influenciando em mudanças educacionais. Nesse cenário, o ensino de geometria começou a ser reestruturado pelos membros da Associação para a Melhoria do Ensino de Geometria, cujo objetivo principal era abandonar “Os Elementos” e adotar algum outro livro como manual didático. Lewis Carroll, que lecionava geometria em Oxford e era um euclidiano convicto, escreveu e publicou “Euclid and his modern rivals”, um livro em forma de peça de teatro, no qual analisou diversos autores de novos livros de geometria e mostrou que todos eles apresentavam erros ora conceituais, ora no encadeamento dos conteúdos. Carroll dedicou-se por vários anos a esta sua “cruzada literária”, cujo objetivo primeiro era manter o livro de Euclides nas escolas inglesas. Como argumentos que o apoiaram na defesa de Euclides, Carroll, na fala das personagens, tomou argumentos de vários filósofos (desde os gregos até Kant) e compôs uma narrativa intermediada por trechos de Dickens, Shakespeare, Homero etc. Esse trabalho tem por objetivo relatar esse interessante embate literário e trazer à discussão esse livro de Carroll que, assim como outros interessantes livros e artigos que escreveu sobre conteúdos matemáticos, não alcançaram a notoriedade dos seus livros infantis
O elogio da literatura
Resenha sobre o livro do Bauma
MAT(H)IFEM: DIÁLOGOS ENTRE MATEMÁTICA, ARTE, TECNOLOGIAS E HISTÓRIA
Este texto de apresentação foi elaborado a partir do acrônimo MAT(H)IFEM ou, mais especificamente, MATH e HIFEM – nove letras que se unem. A primeira parte, MATH, coloca em diálogo a Matemática com a Arte, as Tecnologias e a História (tanto no ensino quanto na formação de professores) – é sobre estes diálogos cada um dos artigos reunidos nesta sessão temática. A segunda parte do acrônimo, HIFEM, forma o nome do Grupo de Pesquisa em História, Filosofia e Educação Matemática que organizou essa coletânea de textos produzidos pelo grupo e alguns convidados. MAT(H)IFEM é inspirado pelo poema A Divina Comédia, de Dante Alighieri, e pela pluralidade de diálogos possíveis com a matemática. Esta edição convida os leitores a pensarem e repensarem suas leituras, suas práticas pedagógicas e suas pesquisas, no campo da Educação Matemática
MAT(H)IFEM: DIÁLOGOS ENTRE MATEMÁTICA, ARTE, TECNOLOGIAS E HISTÓRIA
This introductory text is based on the acronym MAT(H)IFEM or, more specifically, MATH and HIFEM - nine letters that come together. The first part, MATH, brings Mathematics into dialogue with Art, Technologies and History (both in teaching and in teacher formation) - each of the articles in this thematic session is about these dialogues. The second part of the acronym, HIFEM, is the name of the History, Philosophy and Mathematics Education Research Group that organized this collection of texts produced by the group and some invited guests. MAT(H)IFEM is inspired by Dante Alighieri's poem The Divine Comedy and the plurality of possible dialogues with mathematics. This edition invites readers to think and rethink their readings, their teaching practices and their researches in the field of Mathematics Education.Este texto introductorio se basa en el acrónimo MAT(H)IFEM o, más concretamente, MATH e HIFEM - nueve letras que se juntan. La primera parte, MATH, pone en diálogo las matemáticas con el arte, la tecnología y la historia (tanto en la enseñanza como en la formación del profesorado) - cada uno de los artículos de esta sección temática trata de estos diálogos. La segunda parte del acrónimo, HIFEM, es el nombre del Grupo de Investigación en Historia, Filosofía y Educación Matemática que ha organizado esta colección de textos producidos por el grupo y algunos invitados. MAT(H)IFEM se inspira en el poema de Dante Alighieri La Divina Comedia y en la pluralidad de diálogos posibles con las matemáticas. Este número invita a los lectores a pensar y repensar sus lecturas, sus prácticas docentes y sus investigaciones en el ámbito de la Educación Matemática.Este texto de apresentação foi elaborado a partir do acrônimo MAT(H)IFEM ou, mais especificamente, MATH e HIFEM – nove letras que se unem. A primeira parte, MATH, coloca em diálogo a Matemática com a Arte, as Tecnologias e a História (tanto no ensino quanto na formação de professores) – é sobre estes diálogos cada um dos artigos reunidos nesta sessão temática. A segunda parte do acrônimo, HIFEM, forma o nome do Grupo de Pesquisa em História, Filosofia e Educação Matemática que organizou essa coletânea de textos produzidos pelo grupo e alguns convidados. MAT(H)IFEM é inspirado pelo poema A Divina Comédia, de Dante Alighieri, e pela pluralidade de diálogos possíveis com a matemática. Esta edição convida os leitores a pensarem e repensarem suas leituras, suas práticas pedagógicas e suas pesquisas, no campo da Educação Matemática
REPENSANDO O MUNDO PARA TEMPOS PÓS-CORONAVÍRUS: as lições esperançosas de Edgar Morin
A obra de Edgar Morin tem como contexto a pandemia causada pelo novo coronavírus, trazendo reflexões a respeito das consequências já observadas, e ainda vivenciadas, em nível mundial. O autor é referência em diversas pesquisas atuais do campo da Educação e sua obra tem contribuído e potencializado discussões sobre diversos assuntos – em destaque, a Teoria da Complexidade, da qual é o maior representante. Como obra literária, o livro é dividido em preâmbulo, introdução, capítulo 1 (As 15 lições do coronavírus), capítulo 2 (Os desafios pós-corona), capítulo 3 (A mudança de via) e conclusão. Embora trate de um assunto atual e bastante delicado, a escrita de Morin clama à esperança que cada leitor pode ter, em si, deixado adormecer
LÓGICA SIMBÓLICA NO SMARTPHONE: PROCRIATIVANDO UM LIVRO DE LEWIS CARROLL NUM APLICATIVO
This article presents research in development, which has, as its main objective, the creation of an app based on “The Game of Logic”, a book published by Lewis Carroll in 1886. Lewis Carroll, better known as the author of “Alice in the country of wonders”, was an enthusiast and scholar of symbolic logic and this book of his is a pedagogical method for teaching it, designed for children. The research under development aims to transform the created game, which originally consists of a board and colored chips, into a mobile application, so that it seems attractive to the current generation of students who live with their cell phones in hand and is available for free. for any teacher who wants to use it in class. The idea of rescuing this methodology created by Carroll is based on discussions of the recognition of the pedagogical potential of this Carrollian work for teaching syllogisms. Thus, the article addresses theoretical conceptions about computational thinking and Carroll's pedagogical relationship with symbolic logic; finally, it presents parts of the game that have already been developed and comments on how it works, in a close relationship between mathematics and digital technologies.Este artículo presenta una investigación en desarrollo, que tiene como objetivo principal la creación de una aplicación basada en “El juego de la lógica”, libro publicado por Lewis Carroll en 1886. Lewis Carroll, más conocido como el autor de “Alicia en el país de las maravillas”, fue un entusiasta y estudioso de la lógica simbólica y este libro suyo es un método pedagógico para enseñarla, pensado para niños. La investigación en desarrollo pretende transformar el juego creado, que originalmente consta de un tablero y fichas de colores, en una aplicación móvil, de manera que resulte atractivo para la actual generación de estudiantes que viven con el celular en la mano y esté disponible de forma gratuita. para cualquier profesor que quiera usarlo en clase. La idea de rescatar esta metodología creada por Carroll se basa en discusiones sobre el reconocimiento del potencial pedagógico de esta obra carrolliana para la enseñanza de los silogismos. Así, el artículo aborda concepciones teóricas sobre la relación pedagógica de Carroll con la lógica simbólica; finalmente, presenta partes del juego que ya han sido desarrolladas y comenta su funcionamiento, en una estrecha relación entre las matemáticas y las tecnologías digitales.Este artigo apresenta uma pesquisa em desenvolvimento, a qual tem, como objetivo principal, a criação de um app a partir de O Jogo da Lógica, livro publicado por Lewis Carroll em 1886. Lewis Carroll, mais conhecido como o autor de Alice no País das Maravilhas, foi um entusiasta e estudioso da lógica simbólica e este seu livro é um método pedagógico para seu ensino, elaborado para crianças. A pesquisa em desenvolvimento visa transformar o jogo criado, que originalmente é composto de um tabuleiro e fichas coloridas, em um aplicativo para celular, de modo que ele pareça atraente para a atual geração de alunos que vive com o celular em mãos e esteja disponível gratuitamente para qualquer professor que o deseje utilizar em aula. A ideia de resgatar esta metodologia criada por Carroll se alicerça nas discussões do reconhecimento da potencialidade pedagógica dessa obra carrolliana para o ensino de silogismos e em algumas discussões atuais sobre gamificação. Deste modo, o artigo expõe alguns conceitos sobre gamificação e contextualiza a relação pedagógica de Carroll com a lógica simbólica; por fim, apresenta partes do jogo que já foram desenvolvidas e comenta seu funcionamento, numa estreita relação entre matemática e tecnologias digitais
Do traçado de cidades imaginárias ao estudo da geometria analítica: o êxito de uma aventura no desconhecido
Utilizando a teoria da linguagem de Wittgenstein, para quem o uso da linguagem emerge da cultura e, por isso, seu significado só pode ser entendido pelo uso no interior de algum contexto cultural, propusemos para uma turma do curso de edificações (construciones) que construíssem cidades imaginárias utilizando jogos de computador ou programas gráficos. Divididos em sete grupos, os alunos pesquisaram a existência de tipos diferentes de cidades reais (Cidade Medieval, Cidade Balneário, Capital Administrativa, Centro Cultural, Cidade Universitária, Vila Esportiva e Cidade Futurista) e cada grupo criou sua cidade, apresentando e preservando as principais características daquela pesquisada; posteriormente, na apresentação para a turma, o grupo deveria mostrar qual ponto haviam escolhido para ser o marco zero da cidade e destacar três prédios (ou praças, monumentos etc) principais. Na fase seguinte, pediuse que cada grupo tomasse uma vista aérea da sua cidade, sobre a qual seria posto um plano cartesiano com a origem no marco zero antes escolhido. A partir daí, trabalhouse conteúdos de geometria analítica, como o menor traçado entre dois prédios, a posição relativa entre duas ruas, a área dos terrenos etc. Percebeu-se que, como os alunos estavam trabalhando com objetos relativos ao seu curso, o interesse aumentou consideravelmente