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Relação entre as variáveis morfométricas extraídas de dados SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) e a vegetação do Parque Nacional de Brasília
Este trabalho visa ao estudo da relação entre a distribuição de fitofisionomias do Parque Nacional de Brasília (PNB) e variáveis topográficas, para avaliar o potencial de dados SRTM isoladamente, como complemento aos dados tradicionalmente aplicados no sensoriamento remoto da vegetação. Esta relação foi verificada através de análises discriminantes entre o mapa de vegetação referência do PNB e as seguintes variáveis morfométricas: elevação, declividade, orientação de vertente, curvatura vertical e curvatura horizontal. Tais análises indicaram as classes de vegetação que podem ser separadas com base nas condições topográficas do terreno. As variáveis morfométricas mais importantes na distinção entre os tipos vegetacionais foram a elevação, a declividade e a orientação de vertente. Apesar de os dados morfométricos mostrarem potencial indicativo das classes de vegetação, as análises resultaram em discriminação em um nível aquém do detalhamento temático do mapa referência. Tal desempenho pode ser explicado pela incompatibilidade das escalas de variação exibidas entre os dados morfométricos em relação ao tamanho das unidades de mapeamento da vegetação. Além disso, a variação de tipos de vegetação do cerrado pode ser explicada por uma série de outros fatores além da topografia. Com base nas análises discriminantes das variáveis morfométricas, foi possível o mapeamento experimental da vegetação ao nível de subfisionomias.This paper aims to study the relationship between the distribution of vegetation in Brasilia National Park and topographic variables, to evaluate the potential of SRTM data alone, in addition to data traditionally used in remote sensing of vegetation. A map of vegetation of the area was used as a reference and the morphometric variables (elevation, slope, aspect and profile and plane curvatures) were compared to the mapped units. Analyses indicated vegetation types easily discriminated depending on topographic position. The variables elevation, slope and aspect were shown to be the most important for their high discrimination power of the vegetation types. Although morphometric data are recognized as having strong potential for characterizing vegetation, this was not shown in the results, due to the mismatching of variability scales between the two sources of data, where large units tend to exhibit similar distribution patterns of morphometry, and comprise classes with different responses for morphometric constraints. Discriminant analyses of morphometric variables allowed vegetation mapping up to sub-physiognomy levels
Dinâmica físico-hídrica de uma toposseqüência de solos sob Savana Florestada (Cerradão) em Assis, SP
Germinação de aquênios de Baccharis dracunculifolia D.C.(Asteraceae) Germination of Baccharis dracunculifolia D.C. (Asteraceae) achene
Baccharis dracunculifolia D. C. (Asteraceae) é uma espécie arbustiva dióica que apresenta características invasoras e colonizadoras e potencial para recuperação de áreas degradadas. Estudou-se o comportamento germinativo de aquênios de Baccharis dracunculifolia recém coletados e estocados por um ano. Aquênios coletados em 1998 foram postos para germinar em quatro repetições de 25 aquênios nas temperaturas de 15º, 20º, 25º e 30ºC sob luz ou escuro contínuo, enquanto que os coletados em 1997 germinaram a 20º e a 25ºC. As médias de germinação e o índice de velocidade de emergência (IVE) foram calculados para responder às seguintes perguntas: (a) Como varia o comportamento germinativo dos aquênios de B. dracunculifolia sob diferentes condições de luz e temperatura? (b) Existe relação entre o número total de aquênios germinados e o IVE? (c) O armazenamento afeta as porcentagens de germinação? Os aquênios que germinaram a 15ºC na presença e na ausência de luz e a 20ºC na luz obtiveram porcentagens de germinação significativamente maiores que os aquênios que germinaram sob os demais tratamentos (p < 0,05). Também foi verificada a relação positiva entre o IVE e as porcentagens de germinação dos aquênios de B. dracunculifolia (y = 0,0802x - 0,0386; r² = 0,91; p < 0,05), sendo os maiores IVE's encontrados para os aquênios que germinaram a 15º e a 20ºC sob luz e a 15ºC no escuro. O armazenamento dos aquênios afetou significativamente apenas as porcentagens de germinação à temperatura de 20ºC na luz (p < 0,05).<br>We studied the germination of Baccharis dracunculifolia (Asteraceae), achene, a species that has colonizing traits, which makes it a potential candidate for forest rehabilitation. Achenes were collected in 1998 and were germinated at 15º, 20º, 25º and 30ºC under continuous light, and darkness conditions with four replicates with 25 achenes in each. We had also collected achenes in 1997, ând they were germinated at 20º and 25ºC, under the same conditions. The mean germination rate and emergency velocity index (EVI) were calculated to answer the following questions: (a) How does the germination behavior of B. dracunculifolia's achenes vary under different temperature and light conditions? (b) Is there any relationship between the total number of germinated achenes and the EVI? (c) How does achene storage affect the germination rate? Achenes that germinated at 15ºC both under light and dark conditions and at 20ºC under light achieved significantly higher germination rates than achenes that germinated in the other treatments (p < 0.05). Achenes of B. dracunculifolia showed a positive relationship between EVI and germination rates (y = 0.0802x - 0.0386, r² = 0.91, p < 0.05). Higher EVI's were found among achenes that germinated at 15º and 20ºC under light and 15ºC under dark treatments. Storage only affected the germination rates at 20ºC under light condition (p < 0.05)
Geoecological drivers of cerrado heterogeneity and 13C natural abundance in oxisols after land-use change Fatores geoecológicos das diferentes formações de cerrados - uma hipótese baseada em abundância natural de 13C e fotografia aérea
The 13C natural abundance technique was applied to study C dynamics after land-use change from native savanna to Brachiaria, Pinus, and Eucalyptus in differently textured Cerrado Oxisols. But due to differences in the d13C signatures of subsoils under native savanna and under introduced species, C substitution could only be calculated based on results of cultivated soils nearby. It was estimated that after 20 years, Pinus C had replaced only 5 % of the native C in the 0-1.2 m layer, in which substitution was restricted to the top 0.4 m. Conversely, after 12 years, Brachiaria had replaced 21 % of Cerrado C to a depth of 1.2 m, where substitution decreased only slightly throughout the entire profile. The high d13C values in the subsoils of the cultivated sites led to the hypothesis that the natural vegetation there had been grassland rather than Cerrado sensu stricto, in spite of the comparable soil and site characteristics and the proximity of the studied sites. The hypothesis was tested using aerial photographs of 1964, which showed that the cultivated sites were located on a desiccated runoff head. The vegetation shift to a grass-dominated savanna formation might therefore have occurred in response to waterlogging and reduced soil aeration. A simple model was developed thereof, which ascribes the different Cerrado formations mainly to the plant-available water content and soil aeration. Soil fertility is considered of minor significance only, since at the studied native savanna sites tree density was independent of soil texture or nutrient status.<br>A abundância natural de 13C foi utilizada para estudar a dinâmica de carbono em latossolos de textura média e argilosa após plantação de pastagens (Brachiaria decumbens) e reflorestamentos (Pinus caribaea e Eucalyptus citriodora). Considerando as diferenças de d13C nos subsolos das savanas nativas e das espécies introduzidas, pôde-se calcular a substituição de carbono somente para os solos argilosos, baseando-se em resultados publicados de d13C em solos adjacentes. Estimou-se que somente 5 % do carbono nativo foram substituidos após 20 anos de plantação com pinus na camada de 0-1,2 m, ficando a substituição restrita aos primeiros 0,4 m do solo. Na pastagem de 12 anos, 21 % do carbono novo foram introduzidos na camada de de 0-1,2 m, sendo a substituição diminuída gradativamente pelo perfil inteiro. De acordo com os altos valores de d13C nos subsolos das áreas cultivadas, levantou-se a hipótese de que a vegetação natural teria sido de campo limpo em vez de cerrado stricto sensu apesar da semelhança dos solos e da proximidade dos sítios estudados. A hipótese foi testada com fotos aéreas de 1964, mostrando que as áreas cultivadas encontravam-se numa cabeceira de escoamento ressecada. Portanto, a vegetação dominada por gramíneas pode ter sido induzida pela hidromorfia e pela baixa aeração do solo. Com base nessas observações, desenvolveu-se um modelo simplificado, atribuindo às diferentes formações de cerrados o acesso de água para as plantas e a aeração do solo. A fertilidade do solo foi considerada de menor importância porque a densidade arbórea das áreas de cerrados encontrava-se independente da textura ou do nível de nutrientes dos solos
Relação entre solo, vegetação e topografia em área de cerrado (Parque Estadual de Vassununga, SP): como se expressa em mapeamentos? The relationship among soil, vegetation and topography in a cerrado area (Vassununga State Park, SP): how well is it expressed in maps ?
Foram investigadas as relações entre mapas de fitofisionomias, solos e topografia, na Gleba Pé-de-Gigante (21º37'30''S; 47º37'30''W, SP). A área estudada constitui a planície de inundação do córrego Paulicéia e colinas no entorno, onde predominam fisionomias de cerrado, havendo também manchas de floresta estacional, floresta ripária e campo úmido, sobre solos predominantemente arenosos. As cartas temáticas analisadas compreenderam: a) mapa pré-existente de fisionomias de vegetação, b) mapa hipsométrico, baseado em curvas de nível de 5 em 5 m e c) mapa de solos, feito a partir de dados químicos e físicos do solo (amostras coletadas em 54 pontos, nas profundidades: 0-5, 5-25, 40-60 e 80-100 cm) e fotografias aéreas (1988, 1:40.000). Os mapas foram re-classificados, para se obter diferentes níveis de detalhamento, e cruzados, em sistema de informação geográfica. Nas tabelas de contingência, geradas a partir dos cruzamentos, foi aplicado o teste de Qui-quadrado e obtido o valor de correlação de Cramér, para investigar a relação entre os mapeamentos. A floresta estacional semidecídua se mostrou fortemente associada à classe geral de Latossolos, e o campo cerrado às altitudes de 620-650 m, provavelmente associado à dinâmica sub-superficial da água. O detalhamento da informação mapeada nos temas analisados não garantiu melhores resultados à interpretação de suas relações, pois as classes fitofisionômicas não respondem diretamente, nem isoladamente, à topografia ou à classificação usual dos solos.<br>Relationships among vegetation, soil and topography maps were investigated in the Pé-de-Gigante Reserve (21º37'30''S; 47º37'30''W, SP). The studied area is the Paulicéia river basin, where soils are predominantly sandy and the vegetation includes a gradient of savanna physiognomies and patches of semideciduous forest, wet fields, and riparian forest. The cartographic material included: a) pre-existent vegetation map, b) topographic map based on 5 m contour curves, and c) a soil map based on chemical and physical soil features (soil samples collected at 54 sites at 0-5, 5-25, 40-60 e 80-100 cm depths) and aerial photographs (1988, 1:40.000). These maps were reclassified to generate secondary maps at different levels of detail, and overlayed through a geographic information system. Contingency tables were generated, and chi-squared values and Cramér correlation coefficients were obtained to investigate the relationships between the maps. The semideciduous forest showed a strong correlation with the Oxissols; "campo cerrado" was associated to 620-650 m altitudes, probably due to sub-surface water dynamics. The refinement of the mapped information did not add to the interpretation of the relationships among soil, vegetation and topography, as the vegetation physiognomy does not respond directly nor independently to topography or to the usual soil classification