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Manifestações racistas no contexto escolar / Racist manifestations in the school context
Este artigo abordou as manifestações racistas no contexto escolar em uma Escola Municipal de Porto Alegre-RS. A relevância desse estudo surgiu a partir da atuação do autor como Diretor desta escola. Durante este mandato, muitas situações foram causando inquietações. A principal delas dizia respeito a queixas de alunos negros, que se sentiam desconfortáveis, incomodados e agredidos, quando colegas se referiam a eles por apelidos étnico-raciais que faziam alusão a cor de sua pele, aos seus traços físicos e até mesmo a sua religiosidade e sexualidade. Através de uma pesquisa qualitativa, esse estudo analisou criticamente essas manifestações, não enquadrando-as como simples brincadeiras entre colegas, mas formas de mecanismos de atuação do racismo e do preconceito se capilarizando no âmbito escolar, com a intenção de macular a imagem dos alunos negros. Também utilizamos uma retrospectiva histórica sobre a história do racismo no Brasil e as várias maneiras de negação do direito negro a educação, ao longo da história do país. A metodologia utilizada foi a entrevista semiestruturada com os alunos ofendidos e, também, com seus agressores, além de acompanhar esses alunos nos espaços físicos da escola, mapeando suas movimentações e diálogos. A partir da constatação dessas manifestações racistas e, após amplos debates com toda a comunidade escolar, a instituição tomou providências pedagógicas de combate a essas práticas discriminatórias. O diálogo, a conscientização de alunos vítimas e alunos agressores, além da valorização da estética negra, foram os pilares metodológicos utilizados para o enfrentamento dessas manifestações preconceituosas, narradas pelos alunos afrodescendentes
Discriminação racial no âmbito escolar / Racial discrimination at school
Este artigo abordou a discriminação racial no âmbito escolar, desenvolvido em uma Escola Municipal de Porto Alegre-RS. A relevância desse estudo surgiu a partir da atuação do autor como Diretor dessa escola. Durante esse mandato, muitas situações foram causando inquietações. A principal delas dizia respeito a queixas de alunos negros, que se sentiam desconfortáveis, incomodados e agredidos, quando colegas se referiam a eles por apelidos étnico-raciais, em alusão a cor de sua pele, a seus traços físicos e até mesmo a sua religiosidade e sexualidade. Utilizando uma pesquisa qualitativa, esse estudo analisou criticamente essas discriminações, não enquadrando-as como simples brincadeiras entre colegas, mas como mecanismos de atuação do racismo e do preconceito racial se capilarizando para dentro da escola, com a intenção de denegrir a imagem dos alunos negros. Também foi realizada uma retrospectiva da história do racismo no Brasil e as várias maneiras de negação do direito negro a educação. A metodologia utilizada foi a entrevista semiestruturada com os alunos ofendidos e com seus agressores, além do acompanhamento desses alunos nos espaços escolares, mapeando suas movimentações e diálogos. Os resultados constataram que essas discriminações racistas tinham fundamento, e após amplo debate com toda a comunidade escolar, a instituição tomou providências pedagógicas de combate a essas práticas discriminatórias. A conclusão do estudo apontou que o diálogo e a conscientização de alunos vítimas e alunos agressores, além da valorização da estética negra, foram os pilares metodológicos utilizados para o enfrentamento dessas discriminações racistas, narradas pelos alunos afrodescendentes.