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    Alterações endócrino-metabólicas no paciente criticamente doente : prevalência de alterações tireoidianas em neonatos submetidos à nutrição parenteral prolongada na unidade de terapia intensiva e balanço nitrogenado e suas implicações clínicas em pacientes adultos na primeira semana de internação na unidade de terapia intensiva

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    Introdução: O paciente criticamente doente pode apresentar disfunções endócrino-metabólicas que podem ser decorrentes da própria doença aguda, mas também de um suporte nutricional deficiente. Entre as deficiências de micronutrientes destaca-se a deficiência de iodo, especialmente em pacientes submetidos à nutrição parenteral (NP), visto que o iodo não é comumente adicionado às soluções de NP. Entre algumas das populações mais suscetíveis à ocorrência de deficiência desse micronutriente estão os neonatos submetidos à NP por período prolongado, visto que na maior parte dos casos, a NP é a primeira e única via de nutrição do paciente, e ainda que seja de forma suplementar, o aporte de iodo recebido por outras vias talvez não seja suficiente para manter os níveis séricos dos hormônios tireoidianos. Além disso, a suplementação de iodo, bem como a monitorização dos níveis séricos desses hormônios nem sempre fazem parte da rotina de cuidados clínicos desses pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatais. Em relação aos macronutrientes permanece o debate entre a oferta proteica mais adequada, visto que estudos sugerem que uma maior oferta possa contribuir para melhores desfechos em pacientes criticamente doentes. Contudo, a maior parte desses estudos avaliou a oferta proteica total e não a adequação proteica em relação às necessidades do paciente, como por meio do balanço nitrogenado (BN). Métodos: I) Estudo de coorte retrospectivo sobre prevalência de alterações tireoidianas em neonatos submetidos à nutrição parenteral prolongada na UTI; II) Estudo de coorte prospectivo sobre BN e parâmetros urinários e suas implicações clínicas na primeira semana de internação na UTI. Resultados: Foi observada uma alta prevalência de hipotireoidismo e alterações tireoidianas em neonatos submetidos à NP prolongada. Pacientes com hipotireoidismo apresentaram maior tempo de NP do que indivíduos sem alterações tireoidianas e os níveis séricos de TSH apresentaram correlação positiva fraca com o tempo de NP. Em relação à oferta proteica foi observada uma grande proporção de pacientes com BN negativo, não sendo observada associação do BN e parâmetros urinários em relação à mortalidade na UTI e hospitalar, embora pacientes que evoluíram para óbito durante a internação hospitalar tenham apresentado menor excreção de creatinina urinária na primeira semana de internação na UTI quando comparados aos sobreviventes. Quando comparada a primeira e segunda coleta de urina de 24 horas, foi observada uma redução significativa da concentração de creatinina e um aumento da concentração de ureia. Conclusão: Neonatos em uso de NP prolongada estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de deficiência de iodo e o BN e parâmetros urinários não apresentaram associação com mortalidade na UTI e hospitalar. Dessa forma, o presente trabalho contribui para aprimorar o conhecimento relacionado à oferta de macronutrientes e micronutrientes em UTI e reforça a importância da terapia nutricional, sua monitorização e adequação na UTI, com vistas à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento mais adequado para o paciente, abrindo espaço para novos estudos nessa área.Introduction: Critically ill patients may have endocrine-metabolic disorders that may be due to the acute illness itself, but also to poor nutritional support. Among micronutrient deficiencies, iodine deficiency stands out, especially in patients undergoing parenteral nutrition (PN), as iodine is not commonly added to PN solutions. Among some of the populations most susceptible to the occurrence of this micronutrient deficiency are neonates submitted to PN for a prolonged period, since in most cases, PN is the patient's first and only way of nutrition, even if it is supplementary, the iodine intake received by other routes may not be sufficient to maintain serum levels of thyroid hormones. Furthermore, iodine supplementation, as well as monitoring serum levels of these hormones, are not always part of the clinical care routine for these patients in neonatal intensive care units (ICU). Among macronutrients, the debate remains about the most adequate protein supply, as studies suggest that a greater protein supply may contribute to better outcomes in critically ill patients. However, most of these studies evaluated the total protein supply and not protein adequacy in relation to the patient's needs, such as through nitrogen balance (NB). Methods: I) Retrospective cohort study on the prevalence of thyroid disorders in neonates undergoing prolonged parenteral nutrition in the ICU; and II) Prospective cohort study on NB and urinary parameters and their clinical implications in the first week of ICU stay. Results: A high prevalence of hypothyroidism and thyroid disorders was observed in the neonates undergoing PN. Patients with hypothyroidism had a longer PN duration than individuals without thyroid disorders, and serum TSH levels showed a weak positive correlation with PN duration. Regarding protein supply, a large proportion of patients with negative NB were observed, with no association between NB and urinary parameters with regard to ICU and hospital mortality, although patients who died during hospitalization had lower creatinine excretion in the first week of ICU stay than survivors. Comparing the first and second 24-hour urine collections, a significant reduction in creatinine concentration and an increase in urea concentration were observed. Conclusion: Neonates using prolonged PN are more susceptible to the development of iodine deficiency and NB and urinary parameters were not associated with ICU and hospital mortality. Thus, these studies contribute to improving the knowledge related to the supply of macronutrients and micronutrients in the ICU and highlights the importance of nutritional therapy, and its monitoring and adequacy in the ICU, with a view to prevention, early diagnosis, and the most appropriate treatment for the patient, opening space for new studies in this area

    Análise da densidade mineral óssea em pacientes com fenilcetonúria e sua correlação com parâmetros nutricionais

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    Introdução: A Fenilcetonúria (PKU) é um erro inato do metabolismo no qual ocorre diminuição da atividade enzimática da fenilalanina hidroxilase, responsável pela conversão de fenilalanina (Phe) em tirosina (Tyr), levando ao aumento dos níveis plasmáticos de Phe. Alterações na densidade mineral óssea (DMO) têm sido observadas em indivíduos com PKU e podem ter como causa os elevados níveis de Phe sérica, ingestão inadequada de nutrientes ou distúrbios secundários a deficiências nutricionais. Objetivo: Avaliar a ingestão alimentar de nutrientes relacionados ao metabolismo ósseo (cálcio, fósforo, magnésio, potássio) e a ingestão calórica, e sua associação com a DMO em pacientes com PKU. Métodos: Estudo transversal, observacional, com amostragem por conveniência. Foram incluídos 15 pacientes com diagnóstico de PKU (Clássica= 8; Leve= 7), todos em tratamento com dieta restrita em fenilalanina (Phe) e 13 em uso de formula metabólica, com mediana de idade de 16 (IQ 25–75= 15–20) anos. A avaliação de peso, estatura e índice de massa corporal (IMC), e o inquérito alimentar de 24 horas, foram realizados no mesmo momento e de forma prospectiva. Dados relativos à DMO por absorciometria de raios-x de dupla energia (DEXA) foram obtidos por meio de revisão de prontuário. Níveis plasmáticos de Phe, Tyr e cálcio realizados no ano anterior ao da realização da DEXA foram analisados. Resultados: A mediana entre a realização da DEXA e do inquérito alimentar foi de 4 (IQ 25– 75= 2–9) meses. Nenhum dos pacientes apresentou histórico de fraturas e seis estavam com suplementação de cálcio, devido à alteração da DMO anterior (n=5) ou a baixa ingestão alimentar (n=1). A mediana dos níveis de Phe do ano anterior ao da realização da DEXA foi de 11,60 (IQ 25–75= 9,28–13,31) mg/dL. Em relação ao inquérito alimentar, 10 indivíduos apresentaram inadequação do consumo de carboidratos 14, de lipídeos; 9, de cálcio; 11, de magnésio; 13, de fósforo; e todos apresentaram consumo inadequado de potássio. As DEXAs apresentaram mediana da DMO de 0,989 g/cm2 , das quais duas foram classificadas como baixa DMO para idade, ambas de pacientes com PKU Leve (idade entre 14 e 15 anos, média de Phe de 8,10 mg/dL, ambos com suplementação de cálcio e consumo inadequado de lipídeos, fósforo, magnésio e potássio). Foi observada correlação entre a DMO e a ingestão de cálcio (r= -0,614; p= 0,015), não sendo observada correlação com a ingestão dos demais nutrientes. Os níveis de Phe, Tyr e cálcio séricos, peso, estatura, IMC e idade também não apresentaram correlação com a DMO. Conclusão: Redução da DMO, sem ocorrência de fraturas, parece ser comum entre indivíduos com PKU. A correlação negativa entre DMO e ingestão de cálcio é provavelmente explicada pela suplementação de cálcio em pacientes com DMO previamente alterada. Estudos adicionais são necessários para esclarecer o efeito da Phe e ingestão dietética sobre o metabolismo ósseo na PKU.Introduction: Phenylketonuria (PKU) is an inborn error of metabolism that results from decrease phenylalanine hydroxylase enzymatic activity, responsible for the conversion of phenylalanine (Phe) to tyrosine (Tyr), leading to an increase in serum Phe levels. Changes in bone mineral density (BMD) have been found in individuals with PKU and may be due to elevated serum Phe levels, inadequate nutrient intake or secondary disorders to nutritional deficiencies. Objective: To evaluate the dietary nutrients intake related to bone metabolism (calcium, phosphorus, magnesium, potassium) and caloric intake, and its association with BMD in patients with PKU. Methods: Cross–sectional observational study with convenience sampling. Fifteen patients with PKU diagnosis (Classical = 8, Mild = 7) were included, all on Phe restricted diet, 13 with a protein substitute and median age was 16 (IQ 25–75= 15–20 years). The weight, height and body mass index (BMI) measurements and the 24–hour food recall were performed at the same time and in a prospective form. Data about BMD were measured by dual energy x–ray absorptiometry (DEXA) and obtained by medical chart review. Plasma Phe, Tyr and calcium levels in the year prior to DEXA were analyzed. Results: The median time between DEXA and food recall was 4 (IQ 25–75= 2–9) months. None of the patients presented any fractures and six were with calcium supplementation due to previous BMD alteration (n = 5) or inadequate nutritional intake (n = 1). Median Phe levels in the year prior DEXA were 11,60 (IQ 25–75= 9,28–13,31) mg/dL. In relation to food recall, 10 individuals presented inadequate intake of carbohydrates 14, of lipids; 9, of calcium; 11, of magnesium; 13, of phosphorus; all had inadequate potassium intake. The DEXAs had a median BMD of 0,989 g/cm2 , of which two were classified as low BMD for age, both from patients with mild PKU (age between 14 and 15 years, mean Phe of 8,10 mg/dL, both with calcium supplementation and inadequate lipids, phosphorus, magnesium and potassium intake. A negative correlation was observed between BMD and calcium intake (r = –0,614; p = 0,015), and no correlation was observed with other nutrients intake. Serum Phe, Tyr and calcium levels, weight, height, BMI and age also showed no correlation with BMD. Conclusion: Reduction of BMD, without occurrence of fractures, seems to be common among individuals with PKU. The negative correlation between BMD and calcium intake is probably due to calcium supplementation in patients with previously altered BMD. Additional studies are needed to clarify the effect of Phe and dietary intake on bone metabolism in PKU

    Balanço nitrogenado em pacientes obesos em ventilação mecânica invasiva

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    Objective This study aimed to evaluate if the protein intake recommendations for obese critically ill requiring mechanical ventilation are sufficient to promote a positive or neutral nitrogen balance. Methods Cross-sectional study that included 25 obese, ≥18 years old, undergoing mechanical ventilation and who were target to receive high-protein enteral nutrition therapy (2.0-2.5g/kg ideal body weight). Clinical, nutritional and biochemical variables were analyzed. Nitrogen balance was performed when patient was receiving full enteral nutrition therapy and was classified: positive when intake was greater than excretion; negative when excretion was greater than intake; neutral when both were equal. Results The characteristics of patients evaluated were 64.1±9.4 years old, clinical treatment 88%, body mass index 36.5±5.1kg/m2, nitrogen balance 0.3g/day (-5.3 to 4.8g/day), protein intake 2.1g/day (2.0-2.3g/kg) ideal body weight. Of individuals analyzed, 52% showed positive or neutral nitrogen balance with median of 4.23g/day 2.41 to 6.40g/day) in comparison to negative group with median of -5.27g/day (-10.38 to -3.86g/day). Adults had higher ratio of negative nitrogen balance (57.1%) than elderly (44.4%), with protein intake of 2.0 versus 2.1g/day, respectively. No correlation was found between nitrogen balance and variables assessed. Conclusion High-protein enteral nutrition therapy contributed to positive or neutral nitrogen balance for approximately half of obese ventilated individuals. With similar protein intake, elderly showed a higher proportion of positive or neutral nitrogen balance. Nitrogen balance can be influenced by various factors, so further studies are required to identify different protein needs in obese critically.Objetivo Avaliar se as recomendações de ingestão proteica para obesos em ventilação mecânica invasiva são suficientes para promover balanço nitrogenado positivo ou em equilíbrio. Métodos Estudo transversal que analisou 25 obesos adultos, em ventilação mecânica invasiva e submetidos à terapia nutricional enteral hiperproteica (2,0-2,5g/kg de peso ideal). Variáveis clínicas, nutricionais e bioquímicas foram analisadas. O balanço nitrogenado foi realizado após a oferta plena da nutrição enteral e classificado como: positivo quando ingestão maior que excreção; negativo quando excreção maior que ingestão; neutro quando ambas foram iguais. Resultados As características dos pacientes avaliados foram idade 64,1±9,4 anos, índice de massa corporal 36,5±5,1kg/m2, tratamento clínico 88%, balanço nitrogenado 0,3g/dia (-5,3 a 4,8g/dia), ingestão proteica 2,1g/dia (2,0-2,3g/kg) de peso ideal. Dos indivíduos analisados, 52% apresentaram balanço nitrogenado positivo ou neutro com mediana de 4,23g/dia (2,41 a 6,40g/dia), comparado ao grupo com balanço negativo -5,27g/dia (-10,38 a -3,86g/dia). Adultos apresentaram maior proporção de balanço nitrogenado negativo (57,1%) do que idosos (44,4%), respectivamente, com ingestão proteica semelhante de 2,0 versus 2,1g/dia. Não foi observada correlação entre balanço nitrogenado e variáveis analisadas. Conclusão A terapia nutricional enteral hiperproteica promoveu um balanço nitrogenado positivo ou neutro em cerca de metade dos obesos em ventilação mecânica invasiva. Com ingestão proteica semelhante, idosos apresentaram maior proporção de balanço positivo ou neutro do que adultos. O balanço nitrogenado pode ser influenciado por diversos fatores e por esse motivo mais estudos são necessários para identificar diferentes necessidades proteicas em pacientes obesos críticos

    Análise da densidade mineral óssea em pacientes com fenilcetonúria e sua correlação com parâmetros nutricionais

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    Introdução: Redução da densidade mineral óssea (DMO) está associada à Fenilcetonúria (PKU), mas a causa desta associação não é completamente entendida.Objetivo: Avaliar a ingestão de nutrientes relacionados ao metabolismo ósseo (cálcio, fósforo, magnésio, potássio), e sua associação com a DMO em pacientes com PKU.Métodos: Estudo transversal, observacional. Foram incluídos 15 pacientes (PKU Clássica=8; Leve=7; mediana de idade=16 anos, IQ=15-20), todos em tratamento com dieta restrita em fenilalanina (Phe) e 13 em uso de fórmula metabólica. Foi realizado recordatório alimentar de 24 horas de um dia e demais dados (histórico de fraturas, parâmetros antropométricos, DMO e níveis plasmáticos de Phe, Tyr, cálcio) foram obtidos por revisão de prontuário.Resultados: Nenhum paciente apresentou histórico de fraturas e seis realizavam suplementação de cálcio (alteração prévia da DMO=5; baixa ingestão=1). A mediana dos níveis de Phe foi 11,6 mg/dL (IQ=9,3-13,3). Em relação ao recordatório alimentar, dez indivíduos apresentaram inadequado consumo de carboidratos; 14, de lipídeos; 9, de cálcio; 11, de magnésio; 13, de fósforo; e todos de potássio. A mediana da DMO foi de 0,989 g/cm2 (IQ=0,903-1,069), sendo duas classificadas como reduzidas para idade, ambas de pacientes com PKU Leve que recebiam suplementação de cálcio. Não foi observada correlação entre níveis de Phe, DMO e demais variáveis analisadas.Conclusão: Redução da DMO não foi frequente na amostra, embora ingestão inadequada de cálcio assim o seja. Estudos adicionais são necessários para esclarecer o efeito da Phe e da ingestão dietética sobre o metabolismo ósseo na PKU.                       Palavras-chave: Fenilcetonúria; fenilalanina; densitometria; densidade óssea; terapia nutriciona

    Balanço nitrogenado em indivíduos obesos em ventilação mecânica invasiva

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    Resumo não disponíve
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