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    Com o diabo no corpo: os terríveis papagaios do Brasil colônia

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    Desde a Antiguidade, papagaios, periquitos e afins (Psittacidae) fascinaram os europeus por seu vivo colorido e uma notável capacidade de interação com seres humanos. A descoberta do Novo Mundo nada faria além de acrescentar novos elementos ao tráfico de animais exóticos há muito estabelecido pelos europeus com a África e o Oriente. Sem possuir grandes mamíferos, a América tropical participaria desse comércio com o que tinha de mais atrativo, essencialmente felinos, primatas e aves - em particular os papagaios, os quais eram embarcados em bom número. Contudo, a julgar pelos documentos do Brasil colônia, esses voláteis podiam inspirar muito pouca simpatia, pois nenhum outro animal - exceto as formigas - foi tantas vezes mencionado como praga para a agricultura. Além disso, alguns psitácidas mostravam-se tão loquazes que inspiravam a séria desconfiança de serem animais demoníacos ou possessos, pois só três classes de entidades - anjos, homens e demônios - possuíam o dom da palavra. Nos dias de hoje, vários representantes dos Psittacidae ainda constituem uma ameaça para a agricultura, enquanto os indivíduos muito faladores continuam despertando a suspeita de estarem possuídos pelo demônio. Transcendendo a mera curiosidade, essa crença exemplifica o quão intrincadas podem ser as relações do homem com o chamado “mundo natural”, revelando um universo mais amplo e multifacetado do que se poderia supor a princípio. Nesse sentido, a existência de aves capazes de falar torna essa relação ainda mais complexa e evidencia que as dificuldades de estabelecer o limite entre o animal e o humano se estendem além dos primatas e envolvem as mais inusitadas espécies zoológicas.Since ancient times, parrots and their allies (Psittacidae) have fascinated Europeans by their striking colors and notable ability to interact with human beings. The discovery of the New World added new species to the international exotic animal trade, which for many centuries had brought beasts to Europe from Africa and the Orient. Lacking large mammals, tropical America participated in this trade with its most appealing species, essentially felines, primates and birds - especially parrots - which were shipped in large numbers. It should be noted, however, that at times these birds were not well liked. In fact, according to documents from colonial Brazil, only the ants rank higher than parrots as the animals most often mentioned as agricultural pests. On the other hand, some of these birds were so chatty that people suspected them to be demonic or possessed animals, since only three classes of beings - angels, men and demons - have the ability to speak. Nowadays, several Psittacidae still constitute a threat to agriculture, and the suspicion that extremely talkative birds were demon possessed has also survived. More than a joke or a mere curiosity, this belief exemplifies how intricate man’s relationships with the “natural world” may be. In this sense, the existence of birds that are able to speak adds a further twist to these relationships, demonstrating that the problem of establishing a boundary between the animal and the human does not only involve primates, but also includes some unusual zoological species

    Historia general y natural de las Indias, islas y tierra-firme del mar océano : primera parte

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    Historia general y natural de las Indias, islas y tierra firme del mar océano es un libro escrito por Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés en el siglo XVI, aunque fue publicado íntegramente mucho tiempo después de su muerte, entre 1851 y 1855, en cuatro volúmenes que estuvieron bajo el cuidado de José Amador de los Ríos por encargo de la Real Academia de la Historia de Madrid, España. Tras dos estancias en América, Fernández de Oviedo publicó un Sumario de la Natural Historia de las Indias (1526), dedicado a Carlos I de España, como un adelanto del "tratado que tengo copioso de todo ello", pues ya había empezado a redactar su obra más famosa e importante, La historia general y natural de las Indias en la que relata acontecimientos que van de 1492 a 1549. La primera parte de esta obra, a manera de sumario, se imprimió en 1535; la impresión de la segunda parte en Valladolid quedó interrumpida por la muerte del autor en 1557 y sólo se editó completa mucho más tarde, ya en el siglo XIV, por interés e iniciativa de la Real Academia de la Historia. El texto inicial fue traducido al inglés, italiano (Venecia, 1532) y latín, alcanzando en un siglo quince ediciones, transformándose en un clásico de la etnografía y la antropología del mundo renacentista

    Historia general y natural de las Indias.

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    Historia general y natural de las Indias, islas y tierra firme del mar océano

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    Antep.Port. con esc. xil.Pag.: CXII, 632 p., 5 h. de lám.; VII, 511 p., 3 h. de lám.; VIII, 651; XIII, 619 p., 5 h. de lámLas il. lit.: "F. Craus
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