29 research outputs found

    Alterações eletrocardiográficas que identificam pacientes com risco para fibrilação atrial

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    O eletrocardiograma corresponde ao registro gráfico da atividade elétrica cardíaca. As ondas que o compõem são obtidas por meio de cabos-eletrodos posicionados de maneira convencional na superfície corpórea, e, por essa razão, apresentam características tanto de duração como de morfologia bem estabelecidas. Quaisquer modificações dessas ondas podem indicar alterações da atividade elétrica, de átrios e/ou de ventrículos. Esse conceito é importante não somente para se diagnosticar um desarranjo muscular, mas também para se estadiar uma doença e estabelecer o prognóstico. A fibrilação atrial é uma arritmia frequente, cuja incidência aumenta com a idade e com o acúmulo de fatores de risco relacionados a sua origem. Várias doenças que surgem ao longo da vida agridem o tecido atrial, causando desarranjos elétrico e estrutural atriais, que podem se manifestar como modificações das características das ondas p, tais como morfologia e duração, bem como de sua relação com o intervalo PR. Essas alterações, quando detectadas, podem ser úteis na identificação precoce dos pacientes mais propensos a terem fibrilação atrial, e sua presença, associada a escores clínicos que definem indivíduos mais “doentes”, tem se mostrado um aliado útil no manuseio clínico dessa população. Este trabalho tem como objetivo atualizar esses conceitos para a prática clínica

    Fulguraçao endocavitária com choques elétricos de alta energia na taquicardia ventricular incessante

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    A taquicardia ventricular incessante, definida como aquela com duraçao superior a 24 horas, freqüência acima de 120 sístoles por minuto, refratária à cardioversao elétrica e aos antiarrítmicos disponíveis, é uma arritmia rara e grave, que pode culminar com a morte, se nao for tratada agressivamente. Sao mostrados os resultados imediatos e evoluçao clínica de 6 pacientes portadores deste distúrbio, com idade média de 57 anos, sendo 5 do sexo masculino, tratados por fulguraçao endocavitária com choques elétricos de alta energia. Em 3, havia miocardiopatia chagásica crônica; os demais apresentavam infarto do miocárdio cicatrizado, sendo um deles com artérias coronárias normais. A taquicardia ventricular teve duraçao média de 9,8 dias, refratária à lidocaína, procainamida, propafenona, amiodarona, difenil-hidantoína, potássio e magnésio, administrados por via venosa e a cardioversoes elétricas (92 tentativas) ou estimulaçao artificial endocavitária. O mapeamento eletrofisiológico localizou a origem da taquicardia, nas seguintes regioes: inferior do ventrículo esquerdo, em 3; ínfero-apical do ventrículo esquerdo, em 2; ínfero-lateral do ventrículo esquerdo, em 1. Foram aplicados 2 choques em cada paciente, com intensidade que variou entre 100 e 300J (média de 195,8J). Em 2 casos, foi necessária uma nova sessao de ablaçao, sendo aplicados 4 choques (entre 200 e 300J). Houve reversao da arritmia em todos, sem complicaçoes. Um dos pacientes faleceu 6 meses após o procedimento, por complicaçoes d

    Assistolia pós-cardioversao elétrica: efeito do soco precordial

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    O soco precordial, descrito na década de 1960, tem sua utilidade questionada nas bradiarritmias e pode gerar taquiarritmias. Apresentamos o caso de paciente do sexo masculino, com 24 anos de idade, sem antecedentes cardiovasculares relevantes e com história de palpitaçoes recorrentes desde os 17 anos, que, após cardioversao elétrica durante monitorizaçao para realizaçao de ablaçao por cateter, apresentou assistolia por mais de 30 segundos, mantido com punho percussao, cujo registro pode demonstrar a eficácia em induzir a despolarizaçao ventricular. Duas consideraçoes sao relevantes nesse contexto: 1) presença de assistolia pós-cardioversao, com poucos relatos na literatura, relacionada a disfunçao sinusal ou a uso de fármacos (que nao é o caso de nosso relato, que pode ter sido induzida pelo reflexo vagal produzido pela cardioversao elétrica); e 2) impacto precordial, que produz aumento da pressao ventricular, distensao miocárdica, ativaçao dos canais iônicos e consequente despolarizaçao, gerando batimentos eficazes, capazes de manter a estabilidade hemodinâmica. A cardioversao elétrica pode induzir a assistolia e o soco precordial pode ser útil na assistolia

    Assistolia pós-cardioversao elétrica: efeito do soco precordial

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    O soco precordial, descrito na década de 1960, tem sua utilidade questionada nas bradiarritmias e pode gerar taquiarritmias. Apresentamos o caso de paciente do sexo masculino, com 24 anos de idade, sem antecedentes cardiovasculares relevantes e com história de palpitaçoes recorrentes desde os 17 anos, que, após cardioversao elétrica durante monitorizaçao para realizaçao de ablaçao por cateter, apresentou assistolia por mais de 30 segundos, mantido com punho percussao, cujo registro pode demonstrar a eficácia em induzir a despolarizaçao ventricular. Duas consideraçoes sao relevantes nesse contexto: 1) presença de assistolia pós-cardioversao, com poucos relatos na literatura, relacionada a disfunçao sinusal ou a uso de fármacos (que nao é o caso de nosso relato, que pode ter sido induzida pelo reflexo vagal produzido pela cardioversao elétrica); e 2) impacto precordial, que produz aumento da pressao ventricular, distensao miocárdica, ativaçao dos canais iônicos e consequente despolarizaçao, gerando batimentos eficazes, capazes de manter a estabilidade hemodinâmica. A cardioversao elétrica pode induzir a assistolia e o soco precordial pode ser útil na assistolia

    Tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores automáticos implantáveis

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    A tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores implantáveis é a ocorrência de pelo menos três intervençoes apropriadas, resultante de taquicardia ventricular ou fibrilaçao ventricular, em 24 horas. É preditor de mau prognóstico e a terapia varia de medicamentos até transplante cardíaco. Este estudo teve por objetivo revisar orientaçoes de diagnóstico e prevençao, visando ao tratamento (farmacológico, intervencionista e cirúrgico) da tempestade elétrica em portadores desses dispositivos. Compilamos publicaçoes no Medline/PubMed e em revistas nacionais. O tratamento das condiçoes basais e desencadeantes, como insuficiência cardíaca e insuficiência coronária, reduziu a morte súbita. Amiodarona, betabloqueadores, lidocaína e magnésio sao a base terapêutica. A ablaçao por cateter reduz arritmias e choques, estabiliza o ritmo e melhora o prognóstico. A taquicardia ventricular com substrato permite a abordagem de um circuito estável. A compreensao dos mecanismos e as melhorias no mapeamento eletrofisiológico possibilitam seu uso na fibrilaçao ventricular. Diferentes condiçoes necessitam de abordagem cirúrgica, eliminando focos arritmogênicos e/ou permitindo o remodelamento, utilizando ressincronizaçao, tratamentos para coronariopatia, valvopatias e cardiopatias congênitas, ressecçao endocárdica guiada por eletrofisiologia e transplante em pacientes refratários. Atuando no sistema nervoso, a neuromodulaçao é alternativa. Durante anestesia peridural torácica, a denervaçao simpática cardíaca tem efeitos consistentes e persistentes. De modo semelhante à denervaçao simpática renal, pode ser um novo horizonte. Concluímos que identificar a causa é fundamental. O tratamento dos fatores causais melhora o controle e o prognóstico. Amiodarona, bloqueadores beta-adrenérgicos, lidocaína e magnésio sao opçoes. Procedimento ablativo deve ser ponderado para taquicardia e fibrilaçao ventricular. Abordagem cirúrgica e neuromodulaçao podem ser consideradas

    Tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores automáticos implantáveis

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    A tempestade elétrica em portadores de cardiodesfibriladores implantáveis é a ocorrência de pelo menos três intervençoes apropriadas, resultante de taquicardia ventricular ou fibrilaçao ventricular, em 24 horas. É preditor de mau prognóstico e a terapia varia de medicamentos até transplante cardíaco. Este estudo teve por objetivo revisar orientaçoes de diagnóstico e prevençao, visando ao tratamento (farmacológico, intervencionista e cirúrgico) da tempestade elétrica em portadores desses dispositivos. Compilamos publicaçoes no Medline/PubMed e em revistas nacionais. O tratamento das condiçoes basais e desencadeantes, como insuficiência cardíaca e insuficiência coronária, reduziu a morte súbita. Amiodarona, betabloqueadores, lidocaína e magnésio sao a base terapêutica. A ablaçao por cateter reduz arritmias e choques, estabiliza o ritmo e melhora o prognóstico. A taquicardia ventricular com substrato permite a abordagem de um circuito estável. A compreensao dos mecanismos e as melhorias no mapeamento eletrofisiológico possibilitam seu uso na fibrilaçao ventricular. Diferentes condiçoes necessitam de abordagem cirúrgica, eliminando focos arritmogênicos e/ou permitindo o remodelamento, utilizando ressincronizaçao, tratamentos para coronariopatia, valvopatias e cardiopatias congênitas, ressecçao endocárdica guiada por eletrofisiologia e transplante em pacientes refratários. Atuando no sistema nervoso, a neuromodulaçao é alternativa. Durante anestesia peridural torácica, a denervaçao simpática cardíaca tem efeitos consistentes e persistentes. De modo semelhante à denervaçao simpática renal, pode ser um novo horizonte. Concluímos que identificar a causa é fundamental. O tratamento dos fatores causais melhora o controle e o prognóstico. Amiodarona, bloqueadores beta-adrenérgicos, lidocaína e magnésio sao opçoes. Procedimento ablativo deve ser ponderado para taquicardia e fibrilaçao ventricular. Abordagem cirúrgica e neuromodulaçao podem ser consideradas

    Home-based training program in patients with chronic heart failure and reduced ejection fraction: a randomized pilot study

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    OBJECTIVES: We aimed to compare the effects of home-and center-based exercise training programs on functional capacity, inspiratory muscle strength, daily physical activity level, and quality of life (QoL) in patients with chronic heart failure (CHF) over a 12-week period. METHODS: This study included 23 patients with CHF (left ventricular ejection fraction 31±6%) randomized to a home-based (n=11) or center-based (n=12) program. Patients underwent 12 weeks of aerobic training (60%-70% heart rate reserve): walking for the home-based and supervised cycling for the center-based group, both combined with resistance training (50% of 1 maximum repetition). At baseline and after 12 weeks of training, we assessed cardiopulmonary test variables, 6-min walk test distance (6 MWD), steps/day with accelerometry, and QoL (Minnesota Living with Heart Failure questionnaire). Maximal inspiratory pressure and handgrip strength were measured at baseline and after 4, 8, and 12 weeks of training. ClinicalTrials.gov: NCT03615157. RESULTS: There were no adverse events during training in either group. The home- and center-based training groups obtained similar improvements in peak oxygen uptake, maximal ventilation, and 6 MWD. However, there were significant between-group differences: center-based training was more effective in improving maximal inspiratory pressure (p=0.042), number of steps/day (p=0.001), and QoL (p=0.039). CONCLUSIONS: Home-based training is safe and can be an alternative to improve the exercise capacity of patients with stable CHF. However, center-based training was superior in improving inspiratory muscle strength, QoL, and daily physical activity

    Via acessória médio-septal: papel do eletrocardiograma como preditor da localizaçao no estudo eletrofisiológico

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    INTRODUÇAO: A aplicaçao do eletrocardiograma de 12 derivaçoes para localizar a via acessória na síndrome de Wolff-Parkinson-White é útil para o planejamento terapêutico invasivo. Este estudo teve como objetivo definir as características eletrocardiográficas preditoras da localizaçao médio-septal e relatar os resultados obtidos em pacientes submetidos a ablaçao por radiofrequência. MÉTODO: Estudo retrospectivo e longitudinal, analisando características eletrocardiográficas pré e pós-ablaçao e informaçoes referentes aos resultados após o procedimento. RESULTADOS: Integraram o estudo 91 pacientes, 11 dos quais apresentaram via acessória com localizaçao médio-septal. As características eletrocardiográficas preditoras da via médio-septal foram: padrao de bloqueio de ramo esquerdo em V1 (odds ratio = 50; P = 0,008), onda delta positiva em D3 (odds ratio = 20,8; P = 0,04) e complexo QRS nao positivo em V2 (odds ratio = 15,2; P = 0,003). Nessa sequência, os achados foram combinados na forma de algoritmo para predizer a localizaçao da via médio-septal, com acurácia de 92,3%, sensibilidade de 90,4%, especificidade de 92,5% e valor preditivo negativo de 87,9%. O sucesso foi menor na via médio-septal que nas demais vias (45,5% e 87,5%, respectivamente; P = 0,001). Com relaçao às complicaçoes, nao houve diferença estatística de induçao de bloqueio atrioventricular entre a via médio-septal e as demais vias. CONCLUSAO: Os achados eletrocardiográficos foram capazes de predizer a via médio-septal com boa acurácia. Houve mais insucesso na via médio-septal e taxas similares de complicaçoes nas outras vias

    Via acessória médio-septal: papel do eletrocardiograma como preditor da localizaçao no estudo eletrofisiológico

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    INTRODUÇAO: A aplicaçao do eletrocardiograma de 12 derivaçoes para localizar a via acessória na síndrome de Wolff-Parkinson-White é útil para o planejamento terapêutico invasivo. Este estudo teve como objetivo definir as características eletrocardiográficas preditoras da localizaçao médio-septal e relatar os resultados obtidos em pacientes submetidos a ablaçao por radiofrequência. MÉTODO: Estudo retrospectivo e longitudinal, analisando características eletrocardiográficas pré e pós-ablaçao e informaçoes referentes aos resultados após o procedimento. RESULTADOS: Integraram o estudo 91 pacientes, 11 dos quais apresentaram via acessória com localizaçao médio-septal. As características eletrocardiográficas preditoras da via médio-septal foram: padrao de bloqueio de ramo esquerdo em V1 (odds ratio = 50; P = 0,008), onda delta positiva em D3 (odds ratio = 20,8; P = 0,04) e complexo QRS nao positivo em V2 (odds ratio = 15,2; P = 0,003). Nessa sequência, os achados foram combinados na forma de algoritmo para predizer a localizaçao da via médio-septal, com acurácia de 92,3%, sensibilidade de 90,4%, especificidade de 92,5% e valor preditivo negativo de 87,9%. O sucesso foi menor na via médio-septal que nas demais vias (45,5% e 87,5%, respectivamente; P = 0,001). Com relaçao às complicaçoes, nao houve diferença estatística de induçao de bloqueio atrioventricular entre a via médio-septal e as demais vias. CONCLUSAO: Os achados eletrocardiográficos foram capazes de predizer a via médio-septal com boa acurácia. Houve mais insucesso na via médio-septal e taxas similares de complicaçoes nas outras vias

    Síndrome do QT longo congênito: o que sabemos até o momento?

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    Síndrome do QT longo congênito é uma síndrome arrítmica hereditária caracterizada por prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma de 12 derivaçoes, torsades de pointes e maior chance de morte súbita cardíaca. A síndrome do QT longo congênito possui padrao autossômico dominante (síndrome de Romano-Ward), bem como padrao autossômico recessivo raro (síndrome de Jervell e Lange-Nielsen). Desde 1957, quando Jervell e Lange-Nielsen relataram os primeiros casos de síndrome do QT longo congênito familiar com surdez congênita, a compreensao dos mecanismos genéticos e eletrofisiológicos dessa afecçao melhorou significativamente os métodos diagnósticos e os tratamentos. No entanto, tornou-se evidente que a síndrome do QT longo congênito nem sempre pode ser explicada pela mutaçao de um único gene. Esta revisao teve por objetivo resumir as características da síndrome do QT longo congênito (principalmente LQT1, LQT2 e LQT3) e descrever brevemente os mais recentes avanços no diagnóstico clínico e no tratamento da afecçao
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