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    Distribuição de guildas de herbívoros em florestas montanas da Mata Atlântica, em resposta a perturbação e ao mosaico de formigas.

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    Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.O dossel da floresta tropical é um dos habitats terrestres mais diversos da Terra e está entre os menos estudados. Os efeitos da perturbação antrópica e da interação entre espécies na distribuição das guildas de herbívoros no dossel são ainda menos conhecidos. O objetivo do estudo foi investigar os padrões de distribuição de riqueza e abundância das guildas de herbívoros (e a soma de todas potenciais presas) e suas respostas à perturbação passada, sazonalidade e ao efeito dos mosaicos de formigas, em duas escalas de análise (dossel e copa da árvore). As coletas foram realizadas no Parque Estadual do Itacolomi, Ouro Preto e Mariana, MG, durante duas estações chuvosas (2007 e 2011) e duas estações secas (2011 e 2012), em três áreas com diferentes níveis de impacto (intenso, intermediário e leve). Em cada área foram amostrados oito segmentos de dossel (= 4 a 7 árvores contínuas), utilizando o método de batimento com o guarda chuva entomológico. Na escala do dossel, a área menos perturbada apresentou maior riqueza e abundância de sugadores e presas, já os herbívoros mastigadores não responderam à diferença de perturbação entre as áreas. A presença do mosaico teve efeito apenas sobre a abundância dos sugadores, de forma que a mesma é maior nos locais com mosaico simples, reforçando a ideia de que formigas dominantes monopolizam o recurso decorrente de exsudatos açucarados derivados de insetos (honeydew). Na escala da copa das árvores, a abundância de insetos, independente da guilda, e a riqueza de sugadores e o total de presas foram maiores na área menos perturbada. Porém, a riqueza e a abundância do inseto em árvores específicas dependem da abundância das formigas dominantes e da guilda em questão, sendo apenas a abundância dos sugadores favorecida, principalmente aqueles trofobiontes. Os resultados enfatizam a importância de analisar concomitantemente o maior número possível de variáveis que afetam a distribuição de insetos em dosséis florestais tropicais e, além disso, pela primeira vez a baixa diversidade/densidade de herbívoros/invertebrados no dossel foi adequadamente investigada e mostrou-se que estes locais são, pelo menos parcialmente, relacionada com a presença de mosaicos de formigas.Tropical forest canopies comprise some of the most diverse terrestrial habitats on earth and among the lesser studied. The effects of forest disturbance on antagonic interactions, and subsequent consequences on the distribution of insect herbivores guilds in the canopy is even less understood. The aim of this study was to investigate the distribution patterns of species richness, abundance and composition of herbivore guilds and their responses to disturbance, seasonality and the effect of ant species mosaics in two scales of analysis (canopy and tree crowns). The samples were taken in the Parque Estadual do Itacolomi, during two rainy seasons (of 2007 and 2011) and two dry seasons (of 2011 and 2012), in three areas with different levels of impact (intense, intermediate and moderate). In each area were sampled eight canopy segments (= 4 to 7 continuous trees), using a beating sampling device. At the scale of the canopy, the moderately disturbed area showed higher species richness and abundance of sap-sucking and preys, while chewing herbivores did not respond to the effect disturbance. Finally, the presence of the mosaic only had an effect on the abundance of the sap-sucking species, so that it is greater in locations with simple mosaic, reinforcing the idea that the dominant ant monopolize the canopy honeydew. On the scale of the tree crown, insect abundance, independent of the guild, and species richness of sap-sucking and “likely ant preys” (hereafter, only preys) were greater in the moderately disturbed areas, but sap-sucking were also favoured by the dominant ants territories, especially those involved in trophobiont. The present study emphasizes the importance of analyzing concomitantly the most possible number of variables affecting the distribution of insects on tropical forest canopies. In addition, for the first time the existence of low herbivore/invertebrate diversity/density spots in the canopy was properly investigated, and shown to be, at least partially, related to the presence of ant mosaics

    Padrões espaço-temporais de distribuição e diversidade de borboletas frugívoras em habitats transicionais

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    Orientadores: Sérvio Pontes Ribeiro; André Victor Lucci FreitasTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de BiologiaResumo: Em florestas tropicais, a distribuição dos insetos no espaço e no tempo é determinada por fatores que variam ao longo das dimensões horizontal (habitats), vertical (estratos) e temporal (tempo), sendo influenciada pela fragmentação dessas florestas. A expansão de interfaces entre florestas fragmentadas e habitats não-florestais (plantações, pastagens, estradas e áreas urbanas) cria transições antrópicas (bordas) que diferem drasticamente da cobertura original da floresta e em condições microclimáticas, podendo comprometer a sincronia conhecida entre a emergência de insetos e as condições favoráveis para sua emergência. Por outro lado, as transições naturais (ecótonos) são distintas das bordas antrópicas. Enquanto as bordas antrópicas usualmente têm um contorno bem definido associado a perturbações, com mudanças abruptas nas condições microclimáticas, os ecótonos naturais mesmo quando abruptos são compostos por uma fisionomia vegetal complexa, onde as árvores crescem inclinadas para o habitat aberto, tornando o habitat mais sombreado e úmido. Assim, a tese integra as ideias expostas acima em três capítulos: 1) o primeiro capítulo investiga se as assembleias de borboletas frugívoras em ecótonos naturais se assemelham mais ao interior da floresta do que às bordas antrópicas, demonstrando as diferenças e similaridades na abundância, riqueza, diversidade e composição de borboletas frugívoras observadas entre os habitats e estratos; 2) o segundo capítulo investiga a distribuição temporal de borboletas frugívoras entre os meses durante um ano, verificando como as diferenças e similaridades observadas em cada habitat no capítulo 1 variam ao longo dos meses; e 3) o terceiro capítulo descreve a movimentação e algumas características populacionais de seis espécies de borboletas frugívoras que apresentaram mais de 3% sucesso de recaptura. Amostramos as borboletas mensalmente durante um ano no Parque Estadual do Rio Doce, Sudeste do Brasil, seguindo um desenho padronizado utilizando armadilhas atrativas, instaladas no sub-bosque e dossel de três habitats distintos (interior da floresta, ecótono e borda). Capturamos 11.594 indivíduos de 98 espécies de borboletas frugívoras, sendo 411 indivíduos (3,5%) recapturados ao menos uma vez. Os resultados mostram que a riqueza e diversidade de espécies de borboletas foram maiores nas áreas de transição. Porém, o ecótono reúne uma combinação de borboletas do interior da floresta e da borda antrópica, ainda que no ecótono, a composição e dominância de espécies sejam similares ao observado no interior da floresta nos dois estratos. Desse modo, os resultados demonstram que o ecótono apresenta condições únicas e distintas de bordas antrópicas. Ao analisarmos as variações mensais das comunidades de borboletas frugívoras notamos uma distribuição não uniforme em todos os habitats estudados com maior abundância, riqueza e beta diversidade na estação quente. A abundância de borboletas frugívoras aumenta com elevação da temperatura em todos os habitats. Para riqueza de borboletas, no entanto, esse efeito da temperatura só pode ser observado no interior da floresta. Embora a beta diversidade de borboletas frugívoras varie ao longo do ano, sobrepondo-se com as mudanças sazonais em todos os habitats, em geral as transições (ecótono e borda) foram mais ricas e abundantes do que o interior da floresta durante todo o ano. Entretanto, os resultados mostram que as transições são mais variáveis do que o interior da floresta ao longo do ano. Logo, a manutenção das populações nos habitats de transição tende a ser mais difícil. Portanto, conhecer como as taxas de turnover variam ao longo do tempo em diferentes habitats pode nos ajudar a entender a sensibilidade dos sistemas ecológicos as mudanças ambientais. Ao analisar os dados de recaptura encontramos razão sexual desviada para machos em todos os meses e estrutura etária com sutil aumento no recrutamento no final da estação seca. Durante a estação chuvosa notamos o gradual envelhecimento das populações, porém a estrutura etária foi relativamente constante durante todo o ano. A movimentação das espécies na paisagem mostra que poucos indivíduos percorreram longas distâncias, a maioria foi recapturado no mesmo local ou a poucos metros de onde foi capturado pela primeira vez. As recapturas foram mais frequentes no ecótono, o que demonstra que possivelmente as condições ecofisiológicas do ecótono favorecem a permanência dos indivíduos. Todos os resultados obtidos nos três capítulos demonstram que os ecótonos são habitats únicos capazes de acomodar espécies adaptadas a condições ecológicas distintas, apresentando características ecofisiológicas que o fazem um habitat chave em termos de diversidade e estrutura da comunidadeAbstract: In tropical forests, insect distribution in space and time are determined by factors that vary along the horizontal (habitats), vertical (strata) and temporal (time) dimensions, being influenced by the fragmentation of those forests. The expansion of interfaces between fragmented forests and non-forest habitats (e.g., croplands, pasture, roads and urban areas) creates human-made edges that are dramatically different from the original forest cover and microclimatic conditions, which may jeopardize the known synchrony between insect emergence and favorable conditions for their development. In the other hand, natural transition habitats (ecotones) are distinct from human-made forest edges, while the human made are usually sharp associated with disturbances, with abrupt changes in microclimatic conditions, the ecotones, even when abrupt, are composed of a complex vegetation physiognomy, where the trees grow leaning toward the open habitat, creating the habitat more shaded and humid. Thus, the thesis integrates the ideas presented above into three chapters: 1) the first chapter investigates whether the fruit-feeding butterfly assemblages are more similar between ecotone and forest interior than to anthropogenic edges, showing the differences and similarities in abundance, species richness, diversity and composition of fruit-feeding butterflies observed among habitats; 2) the second chapter investigates the fruit-feeding butterfly distribution among months during a year in each habitat, verifying how the differences and similarities observed in chapter 1 vary over the months; and 3) the third chapter describes the movement and some population characteristics of six fruit-feeding butterfly species that presented more than 3% recapture success. We sampled butterflies monthly over one year in the Rio Doce State Park, Southeastern Brazil, following a standardized design using bait traps, settled up in the canopy and understory of three distinct habitats (forest interior, ecotone and edge). We captured 11,594 individuals from 98 fruit-feeding butterfly species, 411 individuals (3.5%) of which recaptured at least once. The results showed that the butterfly richness and species diversity were higher in transition areas. However, the ecotone showed a combination of butterflies from the forest interior and from anthropogenic edges, although in the ecotone, species composition and dominance were similar to the forest interior in both vertical strata. Therefore, the results demonstrate that the ecotone presents unique and distinct conditions of anthropogenic edges. When analyzing the monthly variations of the fruit-feeding butterfly communities we noticed a nonuniform distribution in all studied habitats, with greater abundance, richness and beta diversity in the wet season. Butterfly abundance increased with high temperatures in all habitats. For species richness, however, this effect was only detected in the forest interior. Although the beta diversity varies through the year, overlapping in all habitats with the seasonal changes, the transition habitats (ecotone and edge) were generally richer and with a greater abundance compared with the forest interior all year round. However, the results also show that the transition habitats were more variable than the forest interior throughout the year. Hence, maintaining populations in transitional habitats tends to be more difficult. Therefore, knowing how rates of species turnover vary over time in different habitats can help in understanding the sensitivity of ecological systems to environmental changes. When analyzing the recapture data, we found the sex ratio male biased in all months and the age structure with subtle increase in recruitment at the end of the dry season. During the wet season we noticed the gradual aging of the population, but the age structure was relatively constant during the year. The species movement in the landscape shows that few individuals travel long distances, most were recaptured in the same site or a few meters away from where it was first captured. Recaptures were more frequent in the ecotone, possibly the eco-physiological conditions favor the individual permanence. All the results obtained in the three chapters demonstrate that ecotones are unique habitats capable of accommodating species adapted to distinct ecological conditions, presenting eco-physiological characteristics that make it a key habitat in terms of diversity and community structureDoutoradoEcologiaDoutora em Ecologia155895/1-201488881.133074/2016-01CNPQCAPE

    ATLANTIC ANTS: a data set of ants in Atlantic Forests of South America

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    Brazilian Flora 2020: Leveraging the power of a collaborative scientific network

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    International audienceThe shortage of reliable primary taxonomic data limits the description of biological taxa and the understanding of biodiversity patterns and processes, complicating biogeographical, ecological, and evolutionary studies. This deficit creates a significant taxonomic impediment to biodiversity research and conservation planning. The taxonomic impediment and the biodiversity crisis are widely recognized, highlighting the urgent need for reliable taxonomic data. Over the past decade, numerous countries worldwide have devoted considerable effort to Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC), which called for the preparation of a working list of all known plant species by 2010 and an online world Flora by 2020. Brazil is a megadiverse country, home to more of the world's known plant species than any other country. Despite that, Flora Brasiliensis, concluded in 1906, was the last comprehensive treatment of the Brazilian flora. The lack of accurate estimates of the number of species of algae, fungi, and plants occurring in Brazil contributes to the prevailing taxonomic impediment and delays progress towards the GSPC targets. Over the past 12 years, a legion of taxonomists motivated to meet Target 1 of the GSPC, worked together to gather and integrate knowledge on the algal, plant, and fungal diversity of Brazil. Overall, a team of about 980 taxonomists joined efforts in a highly collaborative project that used cybertaxonomy to prepare an updated Flora of Brazil, showing the power of scientific collaboration to reach ambitious goals. This paper presents an overview of the Brazilian Flora 2020 and provides taxonomic and spatial updates on the algae, fungi, and plants found in one of the world's most biodiverse countries. We further identify collection gaps and summarize future goals that extend beyond 2020. Our results show that Brazil is home to 46,975 native species of algae, fungi, and plants, of which 19,669 are endemic to the country. The data compiled to date suggests that the Atlantic Rainforest might be the most diverse Brazilian domain for all plant groups except gymnosperms, which are most diverse in the Amazon. However, scientific knowledge of Brazilian diversity is still unequally distributed, with the Atlantic Rainforest and the Cerrado being the most intensively sampled and studied biomes in the country. In times of “scientific reductionism”, with botanical and mycological sciences suffering pervasive depreciation in recent decades, the first online Flora of Brazil 2020 significantly enhanced the quality and quantity of taxonomic data available for algae, fungi, and plants from Brazil. This project also made all the information freely available online, providing a firm foundation for future research and for the management, conservation, and sustainable use of the Brazilian funga and flora
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