49 research outputs found

    Doenças inflamatórias intestinais: princípios da terapia nutricional

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    Inflammatory Bowel Diseases - ulcerative colitis and Crohn's disease- are chronic gastrointestinal inflammatory diseases of unknown etiology. Decreased oral intake, malabsorption, accelerated nutrient losses, increased requirements, and drug-nutrient interactions cause nutritional and functional deficiencies that require proper correction by nutritional therapy. The goals of the different forms of nutritional therapy are to correct nutritional disturbances and to modulate inflammatory response, thus influencing disease activity. Total parenteral nutrition has been used to correct and to prevent nutritional disturbances and to promote bowel rest during active disease, mainly in cases of digestive fistulae with high output. Its use should be reserved for patients who cannot tolerate enteral nutrition. Enteral nutrition is effective in inducing clinical remission in adults and promoting growth in children. Due to its low complication rate and lower costs, enteral nutrition should be preferred over total parenteral nutrition whenever possible. Both present equal effectiveness in primary therapy for remission of active Crohn's disease. Nutritional intervention may improve outcome in certain individuals; however, because of the costs and complications of such therapy, careful selection is warranted, especially in patients presumed to need total parenteral nutrition. Recent research has focused on the use of nutrients as primary treatment agents. Immunonutrition is an important therapeutic alternative in the management of inflammatory bowel diseases, modulating the inflammation and changing the eicosanoid synthesis profile. However, beneficial reported effects have yet to be translated into the clinical practice. The real efficacy of these and other nutrients (glutamine, short-chain fatty acids, antioxidants) still need further evaluation through prospective and randomized trials.As doenças inflamatórias intestinais - retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn - são afecções inflamatórias gastrointestinais crônicas de causa ainda desconhecida. Caracterizam-se por diarréia crônica, malabsorção, síndrome do intestino curto, disfunção da barreira mucosa e processo inflamatório intestinal, fatores que determinam deficiências nutricionais e funcionais que ressaltam a importância da terapia nutricional em seu tratamento. As diversas formas de terapia nutricional visam corrigir os distúrbios nutricionais e modular à resposta inflamatória, podendo, desta forma, influir na atividade da doença. A nutrição parenteral total tem sido usada para corrigir os distúrbios nutricionais e proporcionar repouso intestinal na doença ativa. Seu uso deve ser reservado a pacientes que não podem tolerar a nutrição enteral. A nutrição enteral é efetiva em induzir remissão clínica da doença em adultos e promover crescimento em crianças. Devido à baixa incidência de complicações e menor custo, a nutrição enteral deve ser opção preferencial à nutrição parenteral total quando possível. Ambas apresentam igual efetividade na terapia primária na remissão da Doença de Crohn ativa. Embora a terapia nutricional possa melhorar a evolução de muitos pacientes, é necessária uma seleção criteriosa devido a seus custos e complicações, especialmente naqueles que requerem nutrição parenteral total. Recentes pesquisas têm se dedicado ao uso de nutrientes como agentes terapêuticos primários. A imunonutrição com ácidos graxos ômega-3 se constitui numa importante alternativa terapêutica no manuseio das doenças inflamatórias intestinais, modulando o processo inflamatório e modificando o perfil de produção de eicosanóides. Entretanto, a real eficácia deste e outros nutrientes (glutamina, ácidos graxos de cadeia curta) ainda necessitam de novas avaliações por estudos prospectivos, controlados e randomizados

    Tratamento conservador da retite actínica hemorrágica: uma revisão

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    Chronic radiation proctitis represents a challenging condition seen with increased frequency due to the common use of radiation for treatment of pelvic cancer. Hemorrhagic radiation proctitis represents the most feared complication of chronic radiation proctitis. There is no consensus for the management of this condition despite the great number of clinical approaches and techniques that have been employed. Rectal resection represents an available option although associated with high morbidity and risk of permanent colostomy. The effectiveness of nonoperative approaches remains far from desirable, and hemorrhagic recurrence represents a major drawback that leads to a need for consecutive therapeutic sessions and combination of techniques. We conducted a critical review of published reports regarding conservative management of hemorrhagic chronic radiation proctitis. Although prospective randomized trials about hemorrhagic radiation proctitis are still lacking, there is enough evidence to conclude that topical formalin therapy and an endoscopic approach delivering an argon plasma coagulation represent available options associated with elevated effectiveness for interruption of rectal bleeding in patients with chronic radiation proctitis.A retite actínica crônica é uma condição cada vez mais freqüentemente observada como resultado do crescente emprego da radioterapia no tratamento do câncer de órgãos pélvicos. A manifestação hemorrágica da retite actínica é a complicação mais comum dessa doença e seu tratamento é desafiador. Diversas técnicas foram empregadas para o tratamento dessa condição e não há evidência satisfatória acerca da melhor forma de controlar os episódios de sangramento de forma eficaz e duradoura. A necessidade de se realizar múltiplas sessões de tratamento conservador bem como a associação de técnicas freqüentemente observada no manejo desses pacientes dificulta a interpretação dos resultados. O objetivo dessa revisão foi avaliar a segurança e a eficácia das alternativas clínicas mais freqüentemente empregadas no controle da retite actínica hemorrágica. Ainda que a falta de estudos prospectivos e randomizados comparando duas ou mais alternativas terapêuticas impeça uma conclusão mais definitiva, concluímos que existe suficiente evidência acerca de elevada eficácia e segurança associadas ao emprego da formalina tópica e da coagulação por plasma de argônio no controle do sangramento em pacientes com retite actínica crônica

    Síndrome do blue rubber bleb nevus: relato de caso

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    The case of a patient with blue rubber bleb nevus syndrome who is infected by acquired immunodeficiency syndrome virus due to multiple blood transfusions is presented. This case shows that although it is a rare systemic disorder, blue rubber bleb nevus syndrome has to be considered in the differential diagnosis of chronic anemia or gastrointestinal bleeding. Patients should be investigated by endoscopy, which is the most reliable method for detecting these lesions. The patient underwent gastroscopy and enteroscopy via enterotomy with identification of all lesions. Minimal resection of the larger lesions and string-purse suture of the smaller ones involving all the layers of the intestine were performed. The string-purse suture of the lesions detected by enteroscopy proved to be an effective technique for handling these lesions, avoiding extensive intestinal resection and stopping the bleeding. Effective management of these patients demands aggressive treatment and should be initiated as soon as possible to avoid risks involved in blood transfusions, as occurred in this case.É descrito um caso da síndrome do blue rubber bleb nevus associada a infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida em conseqüência de múltiplas transfusões de sangue. Este caso demonstra que, embora rara, esta síndrome deva ser considerada no diagnóstico diferencial da anemia crônica ou sangramento gastrointestinal. O melhor método diagnóstico é a endoscopia. A doente foi operada e submetida a esofagogastroduodenoscopia e endoscopia através de enterotomia com identificação de todas as lesões que foram tratadas, as maiores, por ressecção mínima e as demais por sutura em bolsa ao redor do nevo interessando toda a parede intestinal. A sutura em bolsa das lesões detectadas por enteroscopia demonstrou ser uma técnica efetiva no tratamento destas lesões, evitando assim ressecções intestinais extensas e parando o sangramento. O manuseio destes doentes demanda tratamento agressivo e deve ser iniciado precocemente para evitar riscos associados a transfusões sangüíneas como ocorreu neste caso

    Uso de prótese biológica no tratamento cirúrgico de hérnias paracolostômicas

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    BACKGROUND: Paracolostomy hernia is a frequent complication of intestinal stoma. Its correction can be made through relocation of the colostomy or by keeping it in place and performing abdominal wall reinforcement through direct suturing with or without a prosthesis. METHOD: Results of surgical treatment of paracolostomy hernias were analyzed in 22 patients who underwent surgery in our hospital during the past 15 years, with or without biological mesh (bovine pericardium). All patients had terminal colostomies after abdominoperineal excision of the rectum. RESULTS: In 15 (68.2%) patients, hernia correction was made by maintaining the colostomy in place, in 2 of them (9.1%) without reinforcement, and in the other 13 (59.1%) through reinforcement of the aponeurosis with biological mesh. In the 7 (31.8%) other patients, hernia correction was accomplished by relocation of the colostomy. The mean follow-up period was 50.2 months. Recurrence was observed in 3 (13.6%) patients after a median of 16 months post-correction. CONCLUSION: Paracolostomy hernia remains a surgical challenge due to its high recurrence rate. Primary repair using a prosthesis of biological material may be preferable since muscle-aponeurotic weakness is frequently observed.Hérnias paracolostômicas são complicações freqüentes de estomas intestinais. A correção pode ser realizada através do seu reposicionamento ou mantendo a mesma localização, associada ao reforço da parede abdominal com ou sem o emprego de prótese. MÉTODOS: Os resultados do tratamento cirúrgico de hérnias paracolostômicas são analisados em 22 pacientes em nosso serviço nos últimos 15 anos. Todos os pacientes eram portadores de colostomias terminais após ressecção abdominoperineal do reto. RESULTADOS: Em 15 (68,2%) pacientes, a correção da hérnia foi realizada mantendo-se a colostomia no local original, em 2 (9,1%) deles através de herniorrafia simples e em 13 (59,1%) com reforço da aponeurose com prótese biológica. Nos outros 7 (31,8%) pacientes, a correção foi realizada por reposicionamento da colostomia. O seguimento médio pós-operatório foi de 50,2 meses. Recidiva foi observada em 3 (13,6%) casos (em média 16 meses após correção). CONCLUSÃO: A hérnia paracolostômica continua a ser um desafio cirúrgico devido a sua elevada recidiva. Correção primária com prótese pode ser favorecida, uma vez que freqüentemente se observa fraqueza da aponeurose

    Surgical treatment of rectal prolapse: experience and late results with 51 patients

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    The "best" surgical technique for the management of complete rectal prolapse remains unknown. Due to its low incidence, it is very difficult to achieve a representative number of cases, and there are no large prospective randomized trials to attest to the superiority of one operation over another. PURPOSE: Analyze the results of surgical treatment of complete rectal prolapse during 1980 and 2002. METHOD: Retrospective study. RESULTS: Fifty-one patients underwent surgical treatment during this period. The mean age was 56.7 years, with 39 females. Besides the prolapse itself, 33 patients complained of mucous discharge, 31 of fecal incontinence, 14 of constipation, 17 of rectal bleeding, and 3 of urinary incontinence. Abdominal operations were performed in 36 (71%) cases. Presacral rectopexy was the most common abdominal procedure (29 cases) followed by presacral rectopexy associated with sigmoidectomy (5 cases). The most common perineal procedure was perineal rectosigmoidectomy associated with levatorplasty (12 cases). Intraoperative bleeding from the presacral space developed in 2 cases, and a rectovaginal fistula occurred in another patient after a perineal rectosigmoidectomy. There were 2 recurrences after a mean follow-up of 49 months, which were treated by reoperation. CONCLUSION: Abdominal and perineal procedures can be used to manage complete rectal prolapse with safety and good long-term results. Age, associated medical conditions, and symptoms of fecal incontinence or constipation are the main features that one should bear in mind in order to choose the best surgical approach.A técnica cirúrgica mais apropriada para a correção da procidência retal permanece motivo de controvérsia. Por se tratar de afecção pouco freqüente, há dificuldade de avaliação de número adequado de pacientes em estudos randomizados e existe pouca evidência para comprovar a superioridade de alguma das técnicas. OBJETIVO: Analisar os resultados de eficácia e segurança do tratamento cirúrgico da procidência retal em pacientes operados entre 1980 e 2002. MÉTODO: Estudo retrospectivo. RESULTADOS: Cinqüenta e um pacientes foram operados. A idade média foi de 56,7 anos e 39 eram mulheres. Além do prolapso, 33 pacientes queixavam-se de eliminação de muco, 31 tinham incontinência anal, 14 apresentavam constipação, 17 com sangramento retal e 3 incontinência urinária. Operações abdominais foram realizadas em 36 (71%) casos, sendo a retopexia sem prótese a operação mais realizada (29 casos) seguida pela retossigmoidectomia com retopexia (5 casos). A operação perineal mais realizada foi a retossigmoidectomia com plastia dos elevadores (12 casos). O sangramento sacral foi a única complicação intra-operatória e ocorreu em dois casos. Como complicação pós-operatória, houve um caso de fístula retovaginal após operação de retossigmoidectomia perineal. Após seguimento médio de 49 meses, observamos recidiva da procidência em 2 casos. CONCLUSÕES: Operações abdominais e perineais podem ser utilizadas com segurança e eficácia no tratamento cirúrgico da procidência do reto. A idade, a presença de afecções associadas, comorbidades e os sintomas de constipação e incontinência são as principais variáveis envolvidas na escolha da operação. As operações de retopexia abdominal e retossigmoidectomia perineal estão associadas a bons resultados

    Tratamento cirúrgico da estenose anal: resultados de 77 anoplastias

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    PURPOSE: Anal stenosis is a rare, incapacitating, and challenging condition, occurring mainly after hemorrhoidectomy, for which several surgical techniques have been devised. The purpose of this study was to describe early and late (1 year) results of 77 anoplasty operations performed in the Colorectal Unit of our institution. METHODS: From 1977 to 2002, 77 patients with moderate to severe anal stenosis underwent surgery using two sliding graft techniques: 58 underwent Sarner's operation and 19 underwent Musiari's technique. Bilateral flaps were used in 7 patients. RESULTS: Early morbidity was due to pruritus occurring in 2 patients, urinary infection in 1, and temporary incontinence in 1 patient. One patient needed early reoperation following suture line dehiscence. Late results (1 year) were classified as good in 67 cases (87%). There was no reoperation due to recurrence of stenosis. CONCLUSION: The ease of performance, good functional results, and lack of severe complications show that Sarner's and Musiari's flap advancement techniques are effective and safe methods for surgical correction of anal stenosis, particularly when cutaneous fibrosis plays a major role in its etiology.OBJETIVO: A estenose anal é uma condição rara, incapacitante e desafiadora que ocorre principalmente após hemorroidectomia, para a qual diversas técnicas cirúrgicas reparadoras foram desenvolvidas. O objetivo deste estudo é descrever os resultados precoces e tardios (um ano) de 77 anoplastias realizadas no Serviço de Cirurgia Colorretal. MÉTODOS: No período de 1977 a 2002, 77 pacientes com estenose anal moderada ou grave foram operados, utilizando-se duas técnicas diferentes de avanço de retalho: 58 foram submetidos à técnica de Sarner e 18 submetidos à Técnica de Musiari. Avanços bilaterais foram utilizados em sete pacientes. RESULTADOS: As complicações precoces foram: prurido em dois pacientes, infecção urinária em um paciente e incontinência fecal temporária em outro. Um paciente necessitou reoperação precoce por deiscência de linha de sutura. Os resultados tardios foram classificados como bons em 67 (87%). Não houve reoperação por recorrência de estenose. CONCLUSÃO: A facilidade técnica, os bons resultados funcionais e a ausência de complicações graves demonstraram que as técnicas de avanço de retalho de Sarner e Musiari são efetivas e seguras para correção de estenose anal, particularmente nos casos em que a fibrose cutânea é o principal fator etiológico

    Fístula vésico-apendicular em adenocarcinoma mucinoso do apêndice

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    BACKGOUND: A rare case of vesicoappendiceal fistula secondary to mucinous adenocarcinoma of the appendix is presented. CASE REPORT: A 62-year-old man with a one year history of recurrent urinary tract infections. After two months he developed pneumaturia and fecaluria. An abdominal and pelvic computed tomography demonstrated a trans-mural mass in the posterior wall of the bladder with a vesicoenteric fistula leading to the terminal ileum. Laparotomy revealed a tumor arising from the appendix contiguous with the bladder posterior wall. The bladder was opened and a large fistula and tumor on the posterior bladder wall near the trigone was identified. Frozen pathological analysis showed a mucinous adenocarcinoma. En-bloc right hemicolectomy and partial cystectomy, preserving bladder trigone was performed. After manipulating the tumor, grossly leakage of mucinous materials occurred into the pelvic cavity. A peritoneal washing with a mytomicin solution at 42º C was then performed, to prevent peritoneal seeding. The patient had a prolonged postoperative ileus and was discharged at the 15th day. Five months after the procedure the patient was recieving chemotherapy with 5-fluoracil and leucovorin and there was no signs of recurrent disease. CONCLUSION: The presentation with vesico-appendiceal fistula is extremely rare with only a few cases reported in the literature. Knowledge of different types of neoplasm and appropriate treatment allows the surgeon to provide patients optimal care referring to specialized centers whenever appropriate.INTRODUÇÃO: Apresenta-se raro caso de fístula vésico-apendicular secundária a adenocarcinoma mucinoso do apêndice. RELATO DE CASO: Paciente masculino de 62 anos com história de um ano de infecções urinárias de repetição. Após dois meses desenvolveu pneumatúria e fecalúria, sendo indicada tomografia computadorizada de abdômen que mostrou massa trans-mural na parede da bexiga, com fistula vésico-entérica para região do íleo terminal. A laparotomia revelou tumoração surgindo do apêndice cecal, em continuidade com a parede posterior da bexiga. A mesma foi aberta, sendo identificada grande fistula e material tumoral até próximo ao trígono vesical. A biópsia de congelação identificou adenocarcinoma mucinoso. Realizada hemicolectomia associada à cistectomia parcial em bloco, com preservação do trígono vesical. Houve extravasamento de mucina para a cavidade pélvica pela manipulação. Optado por lavagem peritoneal com solução de mitomicina a 42º C para prevenir disseminação peritoneal. O paciente evoluiu com íleo prolongado pós-operatório, tendo alta hospitalar no15º dia. Cinco meses após o procedimento encontrava-se em quimioterapia com 5-fluouracil e leucovorin, sem sinais de doença recidivante. CONCLUSÃO: A presença de fístula vésico-apendicecal é extremamente rara, tendo poucos casos relatados na literatura. O conhecimento dos diferentes tipos de neoplasias e seus tratamentos adequados permite ao cirurgião oferecer melhor cuidado ao paciente

    Leiomiomas ano-retais: descrição de dois casos com características anatômicas diferentes e revisão da literatura

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    Gastrointestinal mesenchymal tumors comprise a rare group of gastrointestinal tract wall tumors that have long been a source of confusion and controversy, especially in terms of pathological classification, preoperative diagnosis, management strategies, and prognosis. This report describes the clinical manifestations and management of 2 rectal leiomyomas and reviews the pertinent literature. Case 1: A 44-year-old woman was admitted reporting a nodule in the right para-anal region for the previous 2 years. At proctological examination, a 4-cm diameter fibrous mass situated in the para-anal region that produced an arch under the smooth muscle on the right rectal wall just above the anorectal ring was noted. Computed tomography and magnetic resonance imaging of the abdomen and pelvis showed the lesion and detected no other abnormalities. Surgical treatment consisted of wide local resection of the tumor through a para-anal incision, with no attempts to perform lymphadenectomy. Case 2: A 40-year-old male patient was admitted reporting constant anal pain for 4 months. He presented a 3-cm submucosal nodule at the anterior rectal wall just above the dentate line. After 2 inconclusive preoperative biopsies, transanal resection of the tumor was performed. Histological analysis of the specimen showed a benign leiomyoma. A review of the literature is presented, emphasizing some clinical and therapeutic aspects of this unusual rectal tumor.Os tumores mesenquimais gastrointestinais constituem um grupo raro de neoplasias que têm sido fonte de confusão e controvérsia, especialmente quanto à classificação patológica, diagnóstico pré-operatório, manuseio e prognóstico. O presente artigo descreve as manifestações clínicas e o tratamento de dois pacientes com leiomioma retal e revê a literatura pertinente. Caso 1: Uma mulher de 44 anos foi admitida referindo um nódulo na região paranal direita nos últimos 2 anos. Ao exame físico notou-se uma massa fibrosa de 4 centímetros de diâmetro situada na região paranal que produzia um discreto abaulamento na musculatura lisa da parede retal, logo acima do anel ano-retal. As imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética do abdômen e pelve confirmaram a lesão e não detectaram outras anormalidades. O tratamento cirúrgico consistiu de ressecção alargada do tumor através de uma incisão paranal, sem se realizar linfadenectomia. Caso 2: Outro paciente com 40 anos foi admitido com história de dor anal constante há 4 meses. Este homem apresentava nódulo submucoso de 3 cm na parede retal anterior, logo acima da linha pectínea. Após duas biópsias inconclusivas, realizou-se a ressecção transanal do tumor. A análise histológica do espécime demonstrou tratar-se de um leiomioma benigno. Uma breve revisão da literatura é apresentada, enfatizando alguns aspectos clínicos e terapêuticos deste tumor retal pouco comum

    Resultado precoce e tardio da anastomose íleoanal com reservatório ileal na retocolite ulcerativa

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    Ileal pouch-anal anastomosis was an important advancement in the treatment of ulcerative colitis. The aim of this study was to determine whether early complications of ileal pouch-anal anastomosis in patients with ulcerative colitis are associated with poor late functional results. PATIENTS AND METHODS: Eighty patients were operated on from 1986 to 2000, 62 patients with ileostomy and 18 without. The early and late complications were recorded. Specific emphasis has been placed on the incidence of pouchitis with prolonged follow-up. RESULTS: The ileostomy was closed an average of 9.2 months after the first operation. Fourteen patients were excluded from the long-term evaluation; 6 patients were lost to regular follow-up, 4 died, and 4 patients still have the ileostomy. Of the 4 patients that died, 1 died from surgical complications. Early complications after operation (41) occurred in 34 patients (42.5%). Late complications (29) occurred in 25 patients as follows: 16 had pouchitis, 3 associated with stenosis and 1 with sexual dysfunction; 5 had stenosis; and there was 1 case each of incisional hernia, ileoanal fistula, hepatic cancer, and endometriosis. Pouchitis occurred in 6 patients (9.8%) 1 year after ileal pouch-anal anastomosis, 9 (14.8%) after 3 years, 13 (21.3%) after 5 years, and 16 (26.2%) after more than 6 years. The mean daily stool frequency was 12 before and 5.8 after operation. One pouch was removed because of fistulas that appeared 2 years later. CONCLUSIONS: Ileal pouch-anal anastomosis is associated with a considerable number of early complications. There was no correlation between pouchitis and severe disease, operation with or without ileostomy, or early postoperative complications. The incidence of pouchitis was directly proportional to duration of time of follow-up.A anastomose íleo-anal com reservatório ileal foi um importante avanço no tratamento da retocolite ulcerativa. O objetivo deste trabalho foi determinar se os maus resultados funcionais tardios estariam relacionados às complicações precoces da anastomose íleo-anal com reservatório ileal em doentes com retocolite ulcerativa. MATERIAL E MÉTODO: Oitenta doentes foram operados entre 1986 e 2000, 60 com ileostomia de proteção e 18 sem. Os doentes foram avaliados quanto a incidência de complicações pós-operatórias precoces e tardias. Enfatizou-se a incidência de bolsite no pós-operatório prolongado. RESULTADO: A ileostomia foi fechada em média 9,2 meses após a primeira operação. Quatorze doentes foram excluídos da avaliação tardia: seis perderam o seguimento e quatro faleceram. Quatro doentes permanecem com a ileostomia. Trinta e quatro doentes (42,5%) apresentaram 41 complicações precoces. Vinte e cinco apresentaram 29 complicações tardias: 16 bolsites, três associadas a estenose e uma a disfunção erétil; cinco estenoses e uma de cada das seguintes: hérnia incisional, fístula íleoanal, câncer hepático e endometriose. Seis doentes apresentaram bolsite um ano após a anastomose íleoanal com reservatório ileal (9,8%), nove (14,8%) após três anos, 13 (21,3%), após cinco anos e 16 (26,2%) após seis anos.A freqüência diária média de evacuação era de 12 antes e de 5,8 após a operação.Um reservatório foi removido devido ao aparecimento de fístulas dois anos depois. CONCLUSÃO: A anastomose íleoanal com reservatório ileal está associada com número considerável de complicações. Não há correlação entre bolsite e doença grave, operação com ou sem ileostomia ou complicações pós-operatórias imediatas. A incidência de bolsite foi diretamente proporcional ao tempo de seguimento
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