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A FORMAÇÃO MÉDICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: O OLHAR SINGULAR DE UM ACADÊMICO
Visando contemplar as demandas atuais no contexto do trabalho em saúde, dentre outras mudanças, foram elaboradas novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para nortear os cursos de graduação em Medicina no Brasil, tendo como uma das orientações a necessidade de inserir o futuro médico no contexto da Atenção Primária em Saúde (APS), no sentido de alcançar uma formação integral e coerente com os anseios e necessidades da sociedade. O objetivo desse trabalho é apresentar a experiência de um graduando em Medicina na sua primeira semana de inserção na APS. Por meio dos Componentes Curriculares Regulares (CCR) de Saúde Coletiva, os estudantes são inseridos na APS e registram esse processo de inserção em portfólios teórico-reflexivos. Assim, ao longo da discussão, é apresentada a vivência do aluno em um período de cinco dias no âmbito da APS, bem como a relação que o estudante conseguiu estabelecer com os temas trabalhados no CCR de Saúde Coletiva I. Baseado no tripé ‘descrição, reflexão e teorização’, o estudante ressignificou, ao longo da redação do portfólio, os conhecimentos construídos, caminhando na direção da aprendizagem significativa. Conclui-se que a experiência foi positiva uma vez que foi possível a integração entre o conhecimento teórico e a experiência vivenciada, além do processo de reflexão dos saberes em contato com a realidade da APS. Mais do que isso, a inserção na APS desperta os futuros médicos para a importância da determinação social do processo saúde-doença e da sua futura responsabilidade como profissional de saúde cidadão
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE NO CURSO DE MEDICINA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
O trabalho objetiva relatar a experiência de integração ensino-serviço-comunidade, a partir do olhar de uma estudante, durante os três primeiros semestres de um curso de Medicina. Inicialmente, no primeiro semestre, foram trabalhados conceitos fundamentais relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à Atenção Primária à Saúde (APS). No segundo semestre, o enfoque foi a Vigilância em Saúde, tratando das Vigilâncias em Saúde do Trabalhador, Ambiental, Epidemiológica e Sanitária e, do diagnóstico comunitário, que foi objeto de prática no Centro de Saúde da Família (CSF). Durante as aulas teóricas do terceiro semestre, o campo da Saúde do Trabalhador e da Saúde Ambiental foi estudado e seus conhecimentos aplicados nas vivências, por meio de um momento de Educação Permanente e visitas domiciliares. Diante disso, infere-se que, com a integração ensino-serviço-comunidade, o estudante consegue relacionar de forma efetiva aspectos teóricos e práticos do trabalho em saúde, desenvolve um olhar crítico para saúde e contribui para o fortalecimento das políticas públicas, qualificando, assim, sua formação acadêmica
SEMINÁRIOS AUTOPOIÉTICOS: DIÁLOGOS E PERCURSOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Este artigo destaca o processo de construção de uma rede colaborativa entre trabalhadores, gestão e pesquisadores a partir de ações de Educação Permanente em Saúde (EPS). Tem o objetivo de relatar o desenvolvimento dos Seminários Autopoiéticos e tecer reflexões sobre seu potencial disparador de novas metodologias para o trabalho em saúde. Esta ação propôs rodas de conversas a partir da metodologia da problematização, trabalhando a construção de conhecimentos pela vivência de experiências significativas do cotidiano de trabalho dos participantes. Os participantes puderam repensar e rever o seu processo de trabalho, vislumbrado outras possibilidades para promover cuidado em saúde que emergiam de suas próprias críticas e reflexões, pelos exercícios da problematização, do diálogo e, consequentemente, da transformação do trabalho, preceitos básicos do movimento EPS. Os Seminários apontaram para uma autopoiese construída no e para o trabalho e estimularam novas configurações do ser e do fazer em saúde por um investimento do trabalhador em si e sobre seu processo de trabalho. Esta ação de EPS resultou em reconhecimento de si no trabalho, pois formalizou um espaço-tempo para o debate, reconhecendo fragilidades e forças e reconfigurando percursos na micropolítica cotidiano do trabalho em saúde
PRÁTICAS DE SAÚDE BUCAL E O SISTEMA DE ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS: NEXOS E DESCONEXÕES
Existe, dentro do Sistema Nacional de Saúde (SNS) português, um programa direcionado à promoção, prevenção e controle das doenças bucais operacionalizado por Higienistas Orais e Médicos Dentistas. O objetivo do trabalho é refletir sobre a organização das práticas em saúde bucal, inseridas no SNS, estabelecendo conexões com o sistema de ensino superior de Portugal. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, cuja busca foi norteada pela combinação de diferentes descritores, principalmente, nas bases de dados MEDLINE e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), realizada no segundo semestre de 2015, incluídos no estudo quando traziam algum elemento que pudesse contribuir na reflexão da relação investigada. Para maior compreensão do objeto de estudo, a análise foi complementada por documentos do SNS, disponíveis nos sites dos Ministérios da Saúde e da Educação de Portugal. Os resultados revelaram que as necessidades de saúde bucal da população convivem com estratégias que, além de não conseguirem responder ao conjunto das demandas, reforçam a mercantilização da saúde bucal. Ao compreender o modelo formador de profissionais que atuam no âmbito da saúde bucal e perceber que o contato com a comunidade é fortemente concretizado por meio dos Higienistas Orais, justifica-se a grande quantidade de práticas preventivistas desenvolvidas no país. Mesmo com a participação dos médicos dentistas no Programa de Saúde Oral, identificam-se lacunas que dificultam o estabelecimento de ações efetivas para gerar melhorias nos níveis de saúde bucal. É necessário aprofundar o debate sobre as questões aqui apresentadas, integrando as ações do sistema de ensino superior às práticas de saúde bucal, de modo a revelar elementos propulsores de mudança e melhoria na saúde bucal dos portugueses.Palavras-chave: Saúde Bucal. Portugal. Sistemas de Saúde. Ensino Superior
Clinic and oral health at SUS : innovating and (re)constructing care pathways
O artigo traz análises dos processos de trabalho e uso de tecnologias de cuidado e competências nas relações interpessoais e de vínculo. Em pesquisa multicêntrica sobre clínica ampliada e saúde bucal no Sistema Único de Saúde (SUS), utilizou-se o método clínico da clínica ampliada envolvendo pacientes e equipe de saúde. Este texto tem o objetivo de discutir a prática clínica em saúde bucal e o cuidado em saúde centrado no paciente, tendo por base os referenciais teóricos da bucalidade, do acolhimento e das tecnologias de cuidado em saúde. Traz reflexões sobre um dos cenários do estudo com a participação de quatropesquisadores e oitoestagiários (alunos de Odontologia), tendo como lócusa clínica de saúde bucal de uma UBS de São Paulo/SPAs atividades ocorreram por 13 meses (2014 e 2015), atendendo 135 pessoas. Foram realizados 375 procedimentos odontológicos no escopo da APS, com média de 1,54 retornos e de 6,38 intervenções por paciente, em 2014, e 7,25 em 2015. A maior parte das pessoas teve suas necessidades de saúde bucal atendidas em único retorno. Os pesquisadores e estagiários produziram diários de campo com impressões e percepções sobre atendimentos e este artigo traz análises a partir de uma narrativa à luz da Análise do Discurso. Ao ressignificar aspráticas, assume-senovas possibilidades para o cuidar, dentro da singularidade de cada caso e com tecnologias leves, de comunicação e acolhimento/vínculo e de processos que integrem o ser, o pensar, o fazer e o estar. Destaca-sea potencialidade de práticas de saúde que se constituem no devir, na retomada da clínica como espaço de produção da subjetividades, da produção de si, apontando para a (re)construção do campo de sinais e sintomas, valorizando diferenças e descontinuidades, convidando a todos para pensar e discutir as práticas clínicas hegemônicas da Odontologia, desde a formação até os serviços de saúde.The article provides analyses of work processes and the use of care technologies and competencies in interpersonal and bonding relationships. In a multicentric research on expanded clinic and oral health at SUS, we used the clinical method of the expanded clinic comprising users and the health team. This text aims to discuss the clinical practice in oral health and patient-centered health care, based on the theoretical frameworks of buccality, welcoming, and health care technologies. It brings reflections on one of the study settings, with the participation of four researchers and eight trainees (dentistry students), having as a locus the oral health clinic of a primary care service of São Paulo/SP. The activities took place along 13 months (2014 and 2015), serving 135 users. A total of 375 dental procedures were performed, with an average of 1.54 returns per patient and 6.38 interventions per user in 2014, and 7.25 in 2015. Most users had their oral health needs met in one single return. Researchers and trainees produced field diaries with impressions and perceptions about care, and this article brings analyses from a narrative within the scope of Discourse Analysis. By resignifying the practices, we assume new possibilities for care, within the singularity of each case and with light, communication and welcoming/bonding technologies, as well as processes that integrate the being, the thinking, the doing and the being. It is emphasized the potential of health practices constituted in the becoming, in the resumption of the clinic as a space for the production of subjectivities, of production of the self, pointing to the (re)construction of the field of signs and symptoms, appreciating differences and discontinuities, and inviting everyone to think and discuss the hegemonic clinical practices of Dentistry, from the training to the health services
O USO DE METODOLOGIA ATIVA NA FORMAÇÃO MÉDICA: EXPERIÊNCIA DE UM COMPONENTE CURRICULAR DE SAÚDE COLETIVA
A partir da implementação de um projeto pedagógico de curso de medicina iniciado em função do Programa Mais Médicos, que estimula o uso de metodologias ativas de aprendizagem e que problematiza situações reais, objetiva-se relatar a experiência do uso de metodologias ativas de aprendizagem em um componente curricular regular chamado de Saúde Coletiva I, ofertado em uma das primeiras turmas do curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó. Para estruturar o relato de experiência, foram utilizadas as atas das reuniões realizadas pelo grupo de docentes e os portfólios crítico-reflexivos elaborados pelos estudantes. O componente curricular foi desenvolvido a partir da necessidade de colocar o estudante como centro do processo e compreender o papel do professor como orientador e facilitador do processo de aprendizagem. Aliado a isso, a imersão na realidade dos serviços de saúde potencializa a construção de conhecimentos coerentes com a realidade. Por fim, o portfólio foi revelado como um potente instrumento de avaliação de todas as ações realizadas, contudo apresenta limitações relacionadas ao tempo para sua produção e acompanhamento avaliativo dos docentes. No entanto, ao mesmo tempo em que houve um estimulo criativo tendo como base situações advindas da realidade em que os estudantes se inseriram, foram vivenciados momentos desafiadores, demonstrando ainda um distanciamento do modelo de ensino ao que já se têm como tradicional.Palavras-chave: Educação Médica. Educação de Graduação em Medicina. Metodologia. Currículo
A SAÚDE COLETIVA NO PROGRAMA DE EXTENSÃO TERRA SOLIDÁRIA: AMPLIANDO AS FRONTEIRAS DA FORMAÇÃO MÉDICA
Programa de Extensão Formação Terra Solidária tem se revelado um campo fértil para
reflexão, atuação e formação de estudantes e dos próprios docentes que integram a
proposta, com a elaboração de ações e estratégias resolutivas envolvendo a saúde das
populações. Este trabalho tem por objetivo compartilhar as experiências de inclusão do
campo da Saúde Coletiva no referido Programa. Trata-se de relato de experiência da
atividade de extensão intitulada: “Você deseja ser mais feliz?”. Foram realizados 03
encontros no formato de Roda de Conversa, com o objetivo de oportunizar um espaço de
reflexão sobre qualidade de vida, proporcionando a troca de saberes entre os acadêmicos e
a população rural. As ações fizeram parte do Programa de Extensão o qual contempla em
um de seus objetivos: Articular as ações e conteúdos junto ao que já existe na proposta
curricular dos cursos da Universidade Federal da Fronteira Sul, no campo da saúde coletiva
e educação popular, para fortalecer ações interdisciplinares, aproximando os estudantes à
realidade dos movimentos sociais. A avaliação feita pelos 05 estudantes apontou ser este
um momento único para sua formação. O contato com a comunidade por meio da extensão,
além de auxiliar na construção do perfil desejado ao médico da Universidade Federal da
Fronteira Sul - UFFS. A atividade também auxiliou na construção de laços entre a Unidade
Básica de Saúde pelo território em que as atividades foram realizadas, possibilitando ações
futuras, contemplando a promoção da saúde. As ações do Programa além de fomentarem a
formação de liderança na agricultura familiar traduz em si a possibilidade de abordar a
qualidade de vida, proporcionando o desenvolvimento de políticas públicas, pois trata de
questões ligadas às condições de vida e de saúde desta população específica
CONTRIBUIÇÕES DA MOBILIDADE ACADÊMICA INTERNACIONAL REALIZADA NA AUSTRÁLIA PARA A FORMAÇÃO DA ENFERMEIRA NO BRASIL
Objetivo: identificar as contribuições da mobilidade acadêmica internacional, realizada na Austrália, para a formação da enfermeira no Brasil. Método: estudo exploratório com abordagem qualitativa, realizado com oito ex-intercambistas do Programa Ciência sem Fronteiras. A análise foi feita pela proposta do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: a experiência ofereceu às (ex)intercambistas uma gama de oportunidades e de trocas de experiências para a formação em enfermagem. Foi apontada a rica experiência em cursar disciplinas na Austrália, comparando a metodologia Problem Based Learning com a metodologia tradicional vivenciada no Brasil e destacando seus efeitos positivos. O intercâmbio proporcionou desenvolvimento de habilidades técnico-científicas e interpessoais, vivências de sistemas comparados de saúde, além de aperfeiçoamento das competências linguísticas e de construção de compromisso ético-político-social e perspectivas profissionais futuras. Considerações finais: a mobilidade acadêmica internacional contribuiu positivamente na formação das enfermeiras brasileiras, com evidência de desenvolvimento pessoal e profissional.Descritores: Intercâmbio Educacional Internacional. Enfermagem. Estudantes de Enfermagem. Educação Superior. Capacitação de Recursos Humanos em Saúde
O SOFRIMENTO MENTAL E O CUIDADO EM SAÚDE: PLANTAS MEDICINAIS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
O entendimento do sofrimento mental tomou formas diferentes no decorrer da história, ora por caracterizar-se como negativo e místico pelo viés religioso, ora por ser considerado algo que partia da vontade do sujeito. Atualmente, olha-se o sujeito em sofrimento mental não só por seus limites e fragilidades, mas como sujeito saudável, com potencialidades que podem exacerbar a capacidade do indivíduo que não está em sofrimento o tempo todo. Isto posto, compreende-se a necessidade de respeitar as escolhas de vida e a forma com que o sujeito relaciona-se com o meio que ocupa, ao mesmo tempo que pontua-se elementos que contribuem para o bem-estar físico, mental e social. Entendendo a importância do debate sobre o assunto, esse trabalho tem por objetivo apresentar o relato de experiência da atividade de extensão, intitulada: “O sofrimento mental e o cuidado em saúde: variáveis ambientais e as plantas medicinais”, realizada por meio de uma extensão universitária junto ao Movimento das Mulheres Camponesas, que oportunizou um espaço de reflexão sobre o tema. A atividade foi desenvolvida no município de Palmitos/SC, no ano de 2017, durante o IV Encontro Municipal da Alimentação Saudável e oportunizou a troca entre o saber produzido na academia e o saber popular relacionado às plantas medicinais. Nesse encontro, foram ressaltados resultados significativos no que se refere ao campo da saúde mental e a integração do tratamento, agregado ainda ao uso de plantas medicinais
O SOFRIMENTO MENTAL E O CUIDADO EM SAÚDE: PLANTAS MEDICINAIS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
O entendimento do sofrimento mental tomou formas diferentes no decorrer da história, ora por caracterizar-se como negativo e místico pelo viés religioso, ora por ser considerado algo que partia da vontade do sujeito. Atualmente, olha-se o sujeito em sofrimento mental não só por seus limites e fragilidades, mas como sujeito saudável, com potencialidades que podem exacerbar a capacidade do indivíduo que não está em sofrimento o tempo todo. Isto posto, compreende-se a necessidade de respeitar as escolhas de vida e a forma com que o sujeito relaciona-se com o meio que ocupa, ao mesmo tempo que pontua-se elementos que contribuem para o bem-estar físico, mental e social. Entendendo a importância do debate sobre o assunto, esse trabalho tem por objetivo apresentar o relato de experiência da atividade de extensão, intitulada: “O sofrimento mental e o cuidado em saúde: variáveis ambientais e as plantas medicinais”, realizada por meio de uma extensão universitária junto ao Movimento das Mulheres Camponesas, que oportunizou um espaço de reflexão sobre o tema. A atividade foi desenvolvida no município de Palmitos/SC, no ano de 2017, durante o IV Encontro Municipal da Alimentação Saudável e oportunizou a troca entre o saber produzido na academia e o saber popular relacionado às plantas medicinais. Nesse encontro, foram ressaltados resultados significativos no que se refere ao campo da saúde mental e a integração do tratamento, agregado ainda ao uso de plantas medicinais