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    Uso e ocupação do solo na microbacia do Lajeado São José - Chapecó/SC e seus reflexos na qualidade da água

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    Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas.A presente dissertação de mestrado trata do uso e ocupação do solo da APA (Área de Proteção Ambiental) da Microbacia do Lajeado São José - Chapecó-SC, responsável pelo abastecimento público da maior parte da população dessa cidade, e localizada entre 26º 5 8' 40" e 27º 07' 00" de Latitude Sul e 52º 35' 31 " e 52º 41' 34" de Longitude Oeste. Para o mapa de uso e ocupação do solo foram usadas as fotografias aéreas de 1978 (1:25.000), 1988 (1:10.000) e 2000 (fotos oblíquas de sobrevôo para a pesquisa). Na margem direita do Lajeado são predominantes e intensas as atividades agropecuárias, e na margem esquerda desenvolveu-se uma expansão urbana-industrial. Foram coletadas amostras de água do lajeado e principais afluentes, para análise química para metais e de parâmetros de potabilidade. Os resultados mostram teores de metais pesados muitas vezes acima dos máximos permitidos pelo CONAMA (Res. 020/86) para águas destinadas ao abastecimento público, bem como elevado grau de contaminação orgânica, demonstrado pelos altos indices de coliformes totais e fecais, tanto na área agropecuária da margem direita (caso das amostras 4, 5, 15, e 8, por exemplo), como na urbano-industrial situada na Zona de Uso Especial (ZUE) que corta longitudinalmente a APA, na margem esquerda do Lajeado (p. ex. amostras 2 e 14). Estes indices de poluição comprometem a qualidade da água e conseqüentemente a qualidade de vida da população que se serve desta água. A poluição nas áreas de cutivo, é ligada aos aviários e chiqueirões, bem como aos estábulos com gado leiteiro, indica que não tem sido suficientes as técnicas preconizadas para o controle do lançamento dos dejetos orgânicos, e provavelmente dos agrotóxicos e outros insumos, nesta área de drenagem. Na margem esquerda da Microbacia, há carência de obras de saneamento, face aos problemas ambientais causados pelo lançamento de efluentes na drenagem. Considerando a importância das atividades desenvolvidas na Microbacia do Lajeado São José, faz-se portanto necessário, para paralelamente preserver os recursos hídricos da mesma bacia, disciplinar e controlar de forma mais rígida a ocupação e os usos do solo, e implementar formas de recuperação através do conveniente tratamento de águas residuárias, sanitárias e industriais. Assim, um plano de ação a ser desenvolvido nesta Microbacia deveria, entre outras providências, contemplar levantamentos de dados quanto à área total de terra cultivada, os diferentes tipos de cultivo e os fertilizantes químicos e agrotóxicos utilizados; buscar a diminuição e até a supressão do uso desses insumos; o equacionamento da quantidade de aviários/chiqueirões e de gado, em proporção a área de terra utilizada, bem como o controle do destino dos dejetos de suínos, quanto à vulnerabilidade das diversas áreas de aplicação; medidas para a recuperação da mata ciliar em toda a faixa de proteção legal; o levantamento, junto às indústrias, do destino e da qualidade dos resíduos industriais por elas lançados; exigir tratamento prévio de todos os resíduos, e estabelecer sistema de saneamento básico para captação dos efluentes já beneficiados; a urgente necessidade de saneamento básico nos loteamentos e áreas já urbanizadas desta área, bem como no campus da UNOESC e na área da EFAPI, priorizando-o até mesmo em relação às necessidades deste saneamento no centro da cidade. É importante ter presente que não se trata de desestabilizar as atividades agropecuárias e industriais, nem de desalojar as populações já residentes, mas de buscar a cooperação de todos, através da educação ambiental, e a aplicação das normas legais, buscando melhores condições de vida para todos
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