31 research outputs found

    BUTLER, Judith. Undoing gender. New York; London: Routledge, 2004. 273p.

    Get PDF
    Após algumas publicações tratando de circunscrever o gênero como uma norma cultural que governa a materialização dos corpos, tais como Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity (Routledge, 1990) e Bodies That Matter: On the Discursive Limits of "Sex" (Routledge, 1993), em Undoing Gender, Judith Butler reúne ensaios reelaborados e versões alargadas de produções já apresentadas publicamente, as quais, agora, estão compiladas para problematizar o plano normativo do gênero a partir, segundo a autora, das experiências de tornar-se desfeito. Nesta obra, o movimento analítico sela o sujeito como produto normativo e volta-se para tratar da produção do gênero de forma articulada e implicada com a problematização da vida e das noções de humano

    Gênero, sexualidade e idade: tramas heteronormativas nas práticas pedagógicas da educação física escolar

    Get PDF
    This article analyzes the production of (hetero)normalization of gender and sexuality in conjunction with age in Physical Education in schools. It presents some findings of a study that sought to analyze the pedagogical practices of teachers of Physical Education in state schools located in seven of the nine municipalities of Vale do Jiquiriçá, Bahia state, Brazil. To access these subjects, we conducted a teacher education seminar and used focus groups and interviews as methodological strategies. Taking as theoretical, methodological and political references feminist poststructuralist studies, queer theory and Foucauldian studies, we discuss how the chronological dimension is treated in a fixed and stagist way and defines what can be known in school and how. The research points to a sometimes continuous and sometimes discontinuous connection between gender, sexuality and age in the Physical Education classes of the region investigated. On the one hand, teachers indicate that sexuality is manifested in school early on, in childhood, due to regional factors, and in an exacerbated form in boys. On the other hand, the chronological age of the bodies of students works as a regulatory norm when it comes to sexuality themes, which contributes to enhance the promotion of the sex-gender-heterosexual practice assumption as natural from adolescence onwards.O artigo analisa a produção da (hetero)normalização do gênero e da sexualidade em articulação com a idade na trama da educação física escolar. Apresenta parte dos resultados de uma pesquisa que buscou analisar as práticas pedagógicas desenvolvidas por docentes que ministram aulas de educação física em escolas estaduais distribuídas em sete cidades dos nove municípios que compõem a região do Vale do Jiquiriçá (BA). Para acessar esses sujeitos, foi realizado um seminário de formação de professores e utilizaram-se grupo focal e entrevistas como estratégias metodológicas. Tomando como referências teórico-metodológicas e políticas os estudos feministas pós-estruturalistas, a teoriaqueer e os estudos foucaultianos, discute-se como a dimensão cronológica é tratada de forma fixa e etapista e torna-se definidora do que se pode conhecer e de como se pode conhecer na escola. A pesquisa aponta para certa conexão, por vezes contínua e, em outros momentos, descontínua, entre gênero, sexualidade e idade nas aulas de educação física da região investigada. Por um lado, docentes indicam que a sexualidade se manifesta na escola desde cedo, ainda na infância, em função de fatores regionais, e de forma exacerbada nos meninos. Por outro lado, a idade cronológica dos corpos dos estudantes funciona como uma norma regulatória quando se trata dos temas da sexualidade, o que contribui para reforçar a promoção/assunção do pressuposto sexo-gênero-prática heterossexual como natural a partir da adolescência

    “Prendam suas bezerras que o meu garrote está solto!” Interseccionando gênero, sexualidade e lugar nos modos de subjetivação regionais

    Get PDF
    Este artigo analisa aspectos da produção discursiva da heteronormatividade a partir da intersecção regional. Assumimos, com base em perspectivas pós-críticas, a problematização discursivo-desconstrucionista sobre as experimentações (prescritivas ou contestatórias) da sexualidade e as formas de regulação, normalização ou contestação do gênero. Ocupamo-nos em compreender como o corpo se dispõe como materialidade discursiva das práticas e dos modos de regulação heteronormativos, considerando também esse processo desde os assombros da heterossexualidade compulsória. O trabalho está organizado a partir de recortes de uma pesquisa sobre as práticas pedagógicas na Educação Física escolar, cujo campo e interlocuções se produziram no Vale do Jiquiriçá/BA, região do interior baiano. Os achados deste estudo indicam a imbricada relação entre corpo, gênero e sexualidade na experiência de modos de vida regionais, de maneira que sustentamos a relevância de particularizarmos a vida do lugar como lemento fundamental nas problematizações desses três temas

    Gênero, sexualidade e biopolítica: Processos de gestão da vida em políticas contemporâneas de inclusão social

    Get PDF
    This paper examines the relationship between gender, sexuality, and biopolitics in order to point out some of its outcomes and effects on the forms of life management and the conduct of women and men in the so-called “public policies for social inclusion”. The qualitative analysis articulates results from a series of studies carried out by a research group in Rio Grande do Sul, Brazil. The theoretical support consists of post-structuralist gender studies, queer studies and Foucauldian studies. Through this analysis, it is possible to conclude that, in the name of social inclusion, the public policies end up intervening and regulating the lives of certain subjects/groups at minimum cost to guarantee both the reduction of social risks and higher levels of security for the population. It is argued that gender and sexuality have been mobilized to create and strengthen some forms of regulation that should enable women and men to act upon themselves and the others, thus continuing to be participative and searching for solutions for contemporary social problems.Este artículo examina la relación entre género, sexualidad y biopolítica para apuntar algunos de sus desdoblamientos y efectos en las formas de gestión de vida y de conducción de la conducta de mujeres y hombres en las llamadas “políticas públicas de inclusión social”. El análisis cualitativo articula resultados de un conjunto de estudios desarrollados por un grupo de investigación en Río Grande do Sul/ Brasil. El aporte teórico viene de los estudios de género pos-estructuralistas, estudios queery estudios foucaultianos. Con este análisis, se puede concluir que, en nombre de la inclusión social, las políticas públicas acaban interviniendo y regulando la vida de determinados sujetos/grupos con costos mínimos para garantizar la disminución de riesgos sociales y mayores niveles de seguridad para la población. Se argumenta que género y sexualidad han sido movilizados para crear y fortalecer algunas formas de regulación que deben convertir a mujeres y hombres capaces de actuar sobre sí mismos y sobre otros, manteniéndose participativos y buscando soluciones para problemas sociales contemporáneos.Este artigo examina a relação entre gênero, sexualidade e biopolítica para apontar alguns de seus desdobramentos e efeitos nas formas de gestão da vida e de condução da conduta de mulheres e de homens nas chamadas “políticas públicas de inclusão social”. A análise qualitativa articula resultados de um conjunto de estudos desenvolvidos por um grupo de pesquisa no Rio Grande do Sul/Brasil. O aporte teórico advém dos estudos de gênero pós-estruturalistas, dos estudos queere dos estudos foucaultianos. Com esta análise, pode-se concluir que, em nome da inclusão social, as políticas públicas acabam por intervir e regular a vida de determinados sujeitos/grupos a custos mínimos para garantir a diminuição dos riscos sociais e maiores níveis de segurança para a população. Argumenta-se que gênero e sexualidade têm sido mobilizados para criar e fortalecer algumas formas de regulação que devem tornar mulheres e homens capazes de agir sobre si e sobre os outros, mantendo-se participantes e buscando soluções para problemas sociais contemporâneos

    A (hetero)normalização dos corpos em práticas pedagógicas da educação física escolar

    Get PDF
    Nesta tese problematizo os processos de (hetero)normalização dos corpos na Educação Física escolar. Para isso, discuto e analiso como e quais processos de normalização do gênero e da sexualidade são postos em movimento no discurso pedagógico de professores/as que atuam na disciplina de Educação Física no Vale do Jiquiriçá/BA, tomando como referências teórico-metodológicas e políticas os estudos feministas, a teoria queer e os estudos foucaultianos pós-estruturalistas. Para compor o corpus da pesquisa, conduzi o trabalho de campo articulando alguns procedimentos metodológicos. Prioritariamente, realizei a pesquisa com docentes que ministravam aulas de Educação Física nas escolas públicas localizadas nos diversos municípios da região investigada. Desse modo, apliquei 28 questionários, organizei um grupo focal com sete participantes e realizei sete entrevistas. De forma complementar, analisei os projetos político-pedagógicos das duas escolas que disponibilizaram o documento. As linhas conceituais definidoras das noções de ‘norma’, ‘gênero’ e ‘heteronormatividade’ foram privilegiadas para explorar os materiais empíricos produzidos. Organizei as análises subsequentes a partir da díade saber-poder, investindo na sua potência organizativa e explicativa para compreender como a (hetero)norma funciona. Argumentei que os discursos biológico-reprodutivos e da educação em saúde circunscrevem o limite do pensável sobre sexualidade na escola a partir de uma lógica preventivo-informativa. Além disso, abordei as músicas do tipo ‘pagode baiano’ como pedagogias culturais que, em conflito com o discurso biológico-etário, visibilizavam conhecimentos ‘avançados’ sobre a sexualidade. No plano estratégico, analisei as feiras e/ou seminários interdisciplinares anuais como pedagogias que operam com ênfase na saúde sexual e reprodutiva de forma articulada ao silenciamento das experiências de desejo dos sujeitos não heterossexuais. Discuti como o gênero binário, em articulação com os discursos regionais, faz funcionar o enunciado “prendam suas bezerras que o meu garrote tá solto”, expresso no rechaço dos meninos ao toque em outros meninos e na naturalização das manifestações de desejo ‘atrevidas’ de meninos em relação às meninas nas aulas de Educação Física. A investigação realizada permite dizer que a heterossexualidade é assumida como medida do conhecimento e o investimento em pedagogias com base no sexo (e no gênero binário) conforma o sujeito (ir)reconhecível e (im)possível da Educação Física escolar.In this thesis I problematize the processes of (hetero)normalization of bodies in school Physical Education. For this, I discuss and analyze how and which processes of gender and sexual normalization are set in the pedagogical discourse of teachers who work in the discipline of Physical Education in Vale do Jequiriçá/Bahia, taking as theoretical, methodological and politic references the feminist studies, the queer theory and poststructuralist Foucauldian studies. To build the research corpus, I conducted the fieldwork articulating some methodological procedures. Primarily, I made a research with teachers who taught Physical Education classes in public schools located in different municipalities of the region investigated. Thus, I applied 28 questionnaires, organized a focus group with seven participants, and performed seven interviews. Complementarily, I analyzed the political-pedagogical projects of two schools which provided the documents. The conceptual lines that define the notions of ‘norm’, ‘gender’ and ‘heteronormativity’ were privileged to explore the empirical material produced. The subsequent analysis were organized from the dyad knowledge-power, investing in its organizational and explanatory power for understanding how the (hetero)norm works. I argued that biological-reproductive and health education discourses circumscribe the limits of the thinkable about sexuality in school from a preventive-informative logical. In addition, I discussed songs from ‘pagode baiano’ style as cultural pedagogies that, conflicting with biological-age discourse, make visible ‘advanced’ knowledge about sexuality. In the strategic plan, I observed the annual interdisciplinary fairs and/or seminars as pedagogies that operate with emphasis on sexual and reproductive health articulated to the silencing of the desire experiences of non-heterosexual individuals. I discussed how binary gender, in conjunction with regional discourses, runs the statement “arrest your calves because my bull calf is loose”, expressed in the rejection of boys to touch other boys and in the naturalization of ‘daring’ desire manifestations from boys to girls in Physical Education classes. The performed investigation allows to say that heterosexuality is taken as a measure of knowledge and the investment in pedagogies based in sex (and in binary gender) form the subject (un)recognizable and (im)possible of school Physical Education.En esta tesis problematizo los procesos de (hetero)normalización de los cuerpos en la Educación Física escolar. Para eso, discuto y analizo cómo y cuáles procesos de normalización de género y de la sexualidad son puestos en movimiento en el discurso pedagógico de profesores/as que actúan en la disciplina de Educación Física en el Vale do Jiquiriçá/BA, tomando como referencias teórico-metodológicas y políticas los estudios feministas, la teoría queer y los estudos foucaultianos pos-estructuralistas. Para componer el corpus de la investigación, conducí el trabajo de campo articulando algunos procedimientos metodológicos. Prioritariamente, realicé la investigación con docentes que ministraban clases de Educación Física en las escuelas públicas localizadas en los diversos municípios de la región investigada. De ese modo, aplique 28 cuestionarios, organicé un grupo focal con siete participantes y realicé siete entrevistas. De forma complementar, analicé los proyectos político-pedagógicos de las dos escuelas que disponibilizaron el documento. Las líneas conceptuales definidoras de las nociones de ‘norma’, ‘género’ y ‘heteronormatividad’ fueron privilegiadas para explorar los materiales empíricos producidos. Organicé los análisis subsecuentes a partir de la díade saber-poder, invirtiendo en su potencia organizativa y explicativa para compreender como la (hetero)norma funciona. Argumenté que los discursos biológico-reproductivos y de la educación en salud circunscriben el limite de lo pensable sobre sexualidad en la escuela a partir de una lógica preventivo-informativa. Además de eso, aborde las músicas del tipo ‘pagode baiano’ como pedagogías culturales que, en conflicto con el discurso biológico-etário, visibilizaban conocimientos ‘avanzados’ sobre la sexualidad. En el plano estratégico, analicé las ferias y/o seminarios interdisciplinares anuales como pedagogías que operan con énfasis en la salud sexual y reproductiva de forma articulada al silenciamiento de las experiencias de deseo de los sujetos no heterosexuales. Discutí como el género binario, en articulación con los discursos regionales, hace funcionar el enunciado “prendan sus vacas que mi garrote está suelto”, expreso en el rechazo de los niños al toque en otros niños y en la naturalización de las manifestaciones de deseo ‘atrevidas’ de niños en relación a las niñas en las clases de Educación Física. La investigación realizada permite decir que la heterosexualidad es asumida como medida del conocimiento y la inversión en pedagogías con base en el sexo (y en el género binario) conforman el sujeto (ir)reconocible e (im)posible de la Educación Física escolar

    Do corpo que distingue meninos e meninas na educação física escolar

    No full text
    Decorrente de uma pesquisa de mestrado e inscrito na intersecção entre os estudos culturais, feministas e de gênero, particularmente na vertente pós-estruturalista, este artigo problematiza que o discurso biológico atravessa e constitui as justificativas enunciadas por professores/as para separar meninos e meninas na educação física escolar. Como estratégias metodológicas, utilizei questionários para identificar e, posteriormente, entrevistar dez professores/as da rede municipal de ensino de Porto Alegre que separassem os/as estudantes nas suas aulas. Utilizando-me da análise de discurso, suspeito dos essencialismos e das naturalizações como mecanismos estabelecidos por este discurso, numa tentativa de fixar o corpo como construto biológico - origem e explicação da divisão nesta disciplina escolar - , para marcá-lo como construção cultural
    corecore