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Mapeamento físico de genes expressos de Anopheles darlingi Root, 1926 e sua análise in silico em Anopheles gambiae Giles, 1902 (Díptera: Culicidae )
Na região Amazônica brasileira ocorrem cerca de 99,7% dos casos de malária do Brasil, onde o principal vetor é o Anopheles darlingi. Em 2007, na região da Amazônia Legal, foram relatados aproximadamente 185 mil casos da doença. Há a necessidade de estudos para o entendimento do genoma funcional do A. darlingi, considerando a pouca quantidade de sequências de genes expressos disponíveis em bancos genômicos públicos na Internet. As Etiquetas de Sequências Expressas (Expressed Sequence Tags-EST) de A. darlingi, obtidas por meio de construçSes de bibliotecas de cDNA foram mapeadas por hibridização in silico em cromossomos de Anopheles gambiae, a fim de comparar virtualmente suas localizaçSes cromossômicas. A hibridização in silico foi realizada a partir do downloading de clusters e singlets de bibliotecas de cDNA de A. darlingi, depositadas no banco de dados do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), para um ambiente virtual com parâmetros pré definidos. As sequências gênicas de A. darlingi e A. gambiae foram submetidas ao programa Basic Local Alignment Search Tool (BLAST) a fim de reconhecer regiSes com similaridade entre essas espécies. Os dados foram submetidos ao programa "ARTEMIS", para visualização das regiSes hibridizadas. Os clusters e singlets foram hibridizados nos 3 cromossomos de A. gambiae. No cromossomo X, foram hibridizados 13 clusters. No cromossomo 2, braço 2R, 64 clusters; no braço 2L, foram hibridizados 40 clusters. No cromossomo 3, no braço 3R, foram hibridizados 45 clusters, e no braço 3L, 34 clusters. As sequências homólogas encontradas foram agrupadas por categoria geral de função do COG, dentre as quais, a categoria geral "Armazenagem e Processamento de InformaçSes" foi a mais frequente, com maior número de sequências (36%). Entre os contigs e singlets hibridizados, detectou-se reads tais como genes de Actina, genes ribossomais e sequências gênicas desconhecidas e/ou hipotéticas. Além destes genes expressos, detectou-se similaridade das ESTs de A. darlingi com sequências de outros organismos: Aedes aegypti, Drosophila melanogaster e Culex spp. Tais resultados auxiliarão estudos futuros no conhecimento da sintenia dos genes em termos evolutivos além de poder auxiliar no controle da malária de forma a localizar genes de resistência a inseticidas nos vetores. Foi aplicada também, a metodologia de hibridização in situ nos cromossomos politênicos de A. darlingi, cuja marcação dos cDNAs foram feitas por Nick translation (Invitrogen¬). Os cromossomos, contendo os sinais das sondas foram corados com DAB (diaminobenzidine tetrahydrochloride - Sigma, Cat. No. D-5637). As microfotografias foram obtidas em microscópio de luz Axioplan Zeizz epifluorescente, com campo claro e contraste de fase. As sondas que demonstraram sinais de hibridização foram as seguintes: Lisozima, cuja hibridização ocorreu no braço cromossômico 2R, seçSes 8C e 8D; Troponina, cuja marcação localizou-se no braço 2R, seção 14B; Actina, cuja hibridização localizou-se no braço 2L, seção 23 e a Glutationa Transferase que hibridizou no braço 2L, seção 16C. O presente mapeamento cromossômico físico, utilizando sondas de ESTs, de A. darlingi representa uma oportunidade única para compreender a estrutura e organização do seu genoma bem como a diversificação evolutiva e variabilidade cromossômica desse importante vetor da malária no Brasil. Considerando a grande capacidade de transmissão da malária e resistência a inseticidas sintéticos por A. darlingi, o mapeamento in situ de ESTs em seus cromossomos politênicos poderá auxiliar em açSes futuras para uma estratégia racional e seletiva de controle de A. darlingi vetor da malária, especialmente na Amazônia