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    Programas de educação pelo trabalho e tutorial: diferentes enfoques dos grupos ‘PET’ no Brasil

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    Modelo de Estudo: Relato de experiência. Importância do problema: Este artigo tem o objetivo de relatar como se organizam os diferentes programas educacionais designados pela sigla PET no Brasil, traçando semelhanças e contrastes. Ademais, a ideologia do programa e seus aspectos organizacionais são também descritos. Comentários: Há vários grupos ligados aos três programas PET [Programa de Educação Tutorial, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) e o Programa de Educação pelo Trabalho - Vigilância em Saúde (PET-VS)] nas universidades brasileiras, com diferentes enfoques e projetos de trabalho. Todos baseados na tríade ensino-pesquisa-extensão, e com o objetivo de formação de profissionais cidadãos, cultos e atuantes nos âmbitos acadêmico e socialDesign: Experience report. Relevance: This article aims to report how different educational programs under the acronym PET are organized in Brazil, highlighting differences and similarities. Additionally, program’s ideology and its organizational details are also described. Comments: Several groups linked to three distinct PET programs exist in the Brazilian univerties (Tutorial Education Program, Healthaimed Work-base Education Program, and Health Surveillance Work-based Education Program) with different focuses and work projects. All of them are based on the teaching-research-extension goals, with the objective of developing erudit and profissional citizens, which will be actives in the academic and social sphere

    NEUROCISTICIRCOSE EXTRAPARENQUIMATOSA REFRATÁRIA AO TRATAMENTO ANTIPARASITÁRIO

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    A neurocisticercose extraparenquimatosa é rara, sendo o acometimento subaracnóideo uma condição grave. A perda do escolex, o que configura a forma racemosa da doença subaracnóide, torna o diagnóstico e o tratamento difíceis. A sintomatologia inclui convulsões e sinais de hipertensão intracraniana (HIC), com confirmação diagnóstica por visualização de cistos. Relatamos o caso de neurocisticercose em paciente do sexo masculino, 47 anos de idade, sem comorbidades prévias. Teve o diagnóstico de Neurocisticercose em 2018 devido a queixa de cefaléia crônica e baixa acuidade visual, confirmado na investigação com RNM de crânio que evidenciou inúmeras lesões císticas subaracnóideas e ventriculares. Realizou tratamento com Albendazol, Praziquantel e corticóide, além de fenestração do nervo óptico de olho esquerdo para descompressão devido sinais de HIC. Paciente recorreu à cefaléia e alteração visual, realizando um segundo ciclo de tratamento no mesmo ano. Cerca de 1 ano depois, foi internado para um terceiro ciclo, pois apresentava cefaléia e a RNM de controle evidenciou novas lesões racemosas. Após o terceiro ciclo, teve controle de imagem de RNM evidenciando melhora discreta no tamanho de lesões. Manteve seguimento ambulatorial retornando em junho de 2023 com queixa de cefaléia esporádica, quadrantopsia superior à esquerda e nova RNM em abril de 2023 com aumento de acometimento subaracnóideo e manutenção de herniação tonsilar incipiente, sendo internado para novo tratamento. Foi realizada punção liquórica com pleocitose de 79 leucócitos (15% de eosinófilos e 78% de linfócitos), glicose de 33, proteína de 68, e pressão de abertura de 42 cmH20. Neste ciclo, realizou corticóide EV (metilprednisolona 100 mg EV ao dia por 07 dias) seguido de desmame, Praziquantel 50 mg/kg/d e Albendazol 20 mg/kg/d. Devido à falta de Praziquantel no País, realizou apenas 4 dias deste, mantendo uso de Albendazol. Manteve-se assintomático a despeito dos sinais de HIC. Recebeu alta em desmame de corticoide e uso de Albendazol para seguimento ambulatorial. Este caso evidencia a potencial gravidade da neurocisticercose racemosa, que pode denotar alta morbidade e mortalidade, haja vista sinais incipientes de herniação tonsilar devido a HIC. Vemos maior dificuldade em realizar o tratamento dessa apresentação da doença, pela baixa biodisponibilidade das drogas no alvo. Além disso, a indisponibilidade do Praziquantel pode ser um limitador no sucesso desta nova tentativa

    ABSCESSO CEREBRAL PIOGÊNICO EM PACIENTE COM MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA PULMONAR - RELATO DE CASO

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    A malformação arteriovenosa (MAV) pulmonar é uma condição rara, até 90% das vezes associada à teleangiectasia hemorrágica hereditária (THH), podendo apresentar como complicação a embolização paradoxal com formação de abscesso cerebral em cerca de 5% dos casos. Descrevemos caso de abscesso cerebral como primeira manifestação de MAV pulmonar isolada. Paciente masculino, 66 anos, previamente hígido, com 8 meses de evolução de perda ponderal, febre intermitente, inapetência e cefaleia, procurou atendimento devido hemiparesia à direita e disartria súbitas. Após descartado acidente vascular cerebral, RM de crânio evidenciou lesão expansiva periventricular ao giro pré- central esquerdo, compatível com abscesso piogênico complicado com extravasamento para ventrículos laterais. Procedida coleta de líquor com crescimento de Streptococcus intermedius e instituído tratamento com Ceftriaxona, Metronidazol e corticoterapia. Não foi indicada abordagem neurocirúrgica. Em investigação etiológica, Tomografia de tórax identificou malformação arteriovenosa justapleural em lobo pulmonar inferior direito, assintomática até então. Sem demais evidências de teleangiectasia hemorrágica hereditária, endocardite ou abscessos em demais sítios. Não foi identificado histórico de infecções ou manipulações odontogênicas. Indicada então abordagem cirúrgica ambulatorial de MAV após resolução do processo infeccioso. Evolui com melhora clínica e radiológica, recebendo alta hospitalar com perspectiva de continuidade de antimicrobianos ambulatorialmente por 6-8 semanas, guiada por reavaliação radiológica. Retorna após uma semana com recrudescência de febre, cefaleia refratária e piora dos marcadores inflamatórios. Em ressonância magnética de crânio, evidenciada ​​nova lesão temporal parahipocampal à esquerda, sem alterações liquóricas associadas. Novamente, sem indicação neurocirúrgica. Permanece internado com tratamento antimicrobiano e corticoide, com melhora progressiva, sendo realizada lobectomia pulmonar para correção de MAV objetivando evitar novas embolizações. Em conclusão, embora Streptococcus intermedius seja agente comum associado aos abscessos cerebrais, na revisão de literatura realizada são raros os relatos de abscesso cerebral piogênico pelo agente relacionado à MAV pulmonar isolada, na ausência de teleangiectasia hemorrágica hereditária. O relato reforça a necessidade da inclusão da MAV como diagnóstico diferencial na investigação etiológica do abscesso cerebral

    LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA COM ACOMETIMENTO CEREBELAR EM PACIENTE VIVENDO COM HIV

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    A Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP) é uma infecção oportunista do sistema nervoso central por reativação do Poliomavírus JC, acometendo principalmente indivíduos imunocomprometidos. A substância branca é o principal local de acometimento, sendo a forma exclusivamente cerebelar (células granulares) incomum. Descrevemos o caso do paciente masculino, 37 anos, HIV + com histórico de imunossupressão severa e ataxia sensitiva leve secundário à polineuropatia pelo HIV, de evolução crônica e comprovação eletroneuromiográfica. Retomou tratamento regular 5 meses antes da internação, na ocasião com CD4 de 140. Evoluiu de forma subaguda (4 meses) com diplopia, disartria, disfagia e incoordenação de membros. Apresentava, ao exame físico, decomposição de sacadas, fala escandida e sinais de ataxia cerebelar apendicular nos quatro membros. Nesse contexto, é encaminhado do ambulatório para internação investigativa, sendo realizada ressonância magnética (RNM) de crânio com importante atrofia cerebelar (achado desproporcional ao restante do parênquima cerebral), acompanhado por sinais de microangiopatia leve. Procedida punção lombar com discreta pleiocitose de 14 células (predomínio linfomonocitário), glicose 56,1 mg/dL e proteínas de 28,1 mg/dL, sendo o material enviado para análise de painel viral via PCR. Diante do quadro de ataxia subaguda, levantada a hipótese de diagnóstico diferencial com componente auto-imune, sendo realizada pulsoterapia com metilprednisolona 1 g/dia e iniciado tratamento com imunoglobulina EV, sem melhora do quadro. Neste período, houve a detecção do DNA viral do Poliomavírus JC pelo método de PCR no LCR, sendo confirmado o diagnóstico de LEMP associado às células granulares cerebelares. Foi iniciado desmame de corticoide e fisioterapia para reabilitação. Paciente recebeu alta persistindo com ataxia grave, com retorno ambulatorial e programação de pesquisa da mutação VP1 (associada à neuropatia de células granulares) em conjunto com o Hospital Emílio ribas. Este caso expõe a relevância de se pensar na LEMP como diagnóstico diferencial de síndrome ataxica cerebelar em pacientes com imunossupressão, e portanto, de risco para infecção oportunista, devendo estar na gama de diagnósticos diferenciais dos quadros de pacientes com ataxias subagudas

    ENDOCARDITE INFECCIOSA SECUNDÁRIA À DOENÇA DE WHIPPLE: UMA ENTIDADE RARA

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    Doença de Whipple é uma entidade infecciosa rara, causada pela bactéria Tropheryma whipplei, um bacilo gram positivo. A infecção pode ser assintomática ou cursar com quadro clínico multissistêmico, incluindo febre, poliartralgia, diarreia, emagrecimento e, em raros casos, endocardite ou alterações neurológicas. JP, masculino, 61 anos, com antecedente de artrite psoriática em uso de glicocorticoide e secuquinumabe. Procura atendimento devido perda ponderal não intencional, inapetência, disfagia, febre intermitente e monilíase esofágica com sorologias negativas. A admissão encontrava-se com caquexia, hipoalbuminemia, anemia, leucocitose e linfopenia. Não apresentava sintomas neurológicos ou sintomas articulares. Em investigação, realizada endoscopia digestiva alta que evidenciou duodenite crônica e linfangiectasia, sendo aventada hipótese de Doença de Whipple, confirmada posteriormente com coloração de PAS fortemente positiva. Realizada ainda tomografia de abdome, evidenciando hipodensidade sugestiva de infarto esplênico. Solicitado então ecocardiograma que demonstrou valva aórtica com imagem ecogênica aderida ao folheto coronariano direito medindo 7 × 4 mm, sugestiva de vegetação. Hemoculturas resultaram negativas. Instituído tratamento com Ceftriaxona, entretanto paciente veio a óbito por complicações associadas à internação prolongada, possivelmente associadas à síndrome de reconstituição imune. A endocardite associada à Tropheryma whipplei tem raros relatos na literatura, com provável subdiagnóstico em casos de endocardite de culturas negativas. A evolução com síndrome de reconstituição imune é mais prevalente nos pacientes que receberam tratamento para doença reumática presumida previamente ao diagnóstico de Doença de Whipple, cuja terapia foi descontinuada durante o tratamento, como no caso descrito. Por se tratar de uma doença rara de apresentação clínica variada, a baixa suspeição e o diagnóstico tardio podem contribuir para desfechos negativos
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