18,436 research outputs found

    Incidência de malária entre indígenas associada à presença de garimpos

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    Objetivo: Analisar a incidência da malária entre indígenas associada à presença de garimpos no estado do Pará.Método: Estudo analítico, transversal, realizado com 20.774 casos de malária em indígenas do estado do Pará (2011 a 2020). Os dados foram oriundos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária, obtidos na Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará. Na análise, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman, com significância de 5% (p < 0,05).Resultados: As taxas de incidência se mostraram elevadas, com destaque ao Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Tapajós (372,2/1.000 habitantes). Houve associação entre incidência da malária e a presença dos indígenas nos garimpos no Rio Tapajós (p=0,0008).Conclusão: A ocorrência da malária é desigual entre Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sendo mais incidente naqueles de maior atividade garimpeira, configurando exposição à doença. Faz-se necessária a adoção de medidas intersetoriais, sobretudo em áreas de vulnerabilidade ao adoecimento.Palavras-chave: Malária. Incidência. Povos indígenas. Mineração

    High Efficacy of Two Artemisinin-Based Combinations (Artesunate + Amodiaquine and Artemether + Lumefantrine) in Caala, Central Angola.

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    In April 2004, 137 children 6-59 months of age with uncomplicated Plasmodium falciparum (Pf) malaria (Caala, Central Angola) were randomized to receive either artemether-lumefantrine (Coartem) or artesunate + amodiaquine (ASAQ). After 28 days of follow-up, there were 2/61 (3.2%) recurrent parasitemias in the Coartem group and 4/64 (6.2%) in the ASAQ group (P = 0.72), all classified as re-infections after PCR genotyping (cure rate = 100% [95%CI: 94-100] in both groups). Only one patient (ASAQ group) had gametocytes on day 28 versus five (Coartem) and three (ASAQ) at baseline. Compared with baseline, anemia was significantly improved after 28 days of follow-up in both groups (Coartem: from 54.1% to 13.4%; ASAQ: from 53.1% to 15.9%). Our findings are in favor of a high efficacy of both combinations in Caala. Now that Coartem has been chosen as the new first-line anti-malarial, the challenge is to insure that this drug is available and adequately used

    Cytoadherence capabilities of Plasmodium berghei ANKA and NK65 infected red blood cells in different malaria models

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    Tese de mestrado. Biologia (Microbiologia Aplicada). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências. 2011Malaria is an infectious disease caused by an intracellular parasite (genus Plasmodium). Sequestration of mature erythrocytic forms of P. falciparum is a key factor in the development of severe malaria-associated pathologies, namely CM. Brains of patients that died of CM show a preferential sequestration of the MF, and blood-smears of malaria patients at hospital admission show exclusively immature erythrocytic forms. Recently, it was demonstrated that in PbA-infected C576BL/6 mice, an experimental cerebral malaria model, there is accumulation of pRBCs in the brain, as well as CD8+T cells. On the contrary, PbA-infected Balb/C mice, which don‟t develop ECM, don‟t accumulate these cell-populations. PbNK65-infected C57BL/6 mice also don‟t develop ECM, though they accumulate CD8+T cells in the brain, but not infected erythrocytes. Using these models of malaria, our main goal was to study the blood-stage dynamics and sequestration capabilities of both parasite strains and associate that pattern with the pathology. Results show that MF of both parasite strains are not seen in circulation at a certain point in infection. Also, this disappearance from circulation is concomitant with sequestration of PbA schizonts in the spleen and lungs (C57BL/6 mice), as well as in the fat tissue and liver (both hosts). In addition, we wanted to clarify the importance of parasite versus host in cytoadherence of pRBCs to the brain microvasculature. Our results suggest that the absence of PbNK65 sequestration in the brain of C57BL/6 mice is mainly due to differences between this parasite and PbA in its intrinsic cytoadherence capability. Moreover, we observed a significant difference in numbers of merozoites formed per schizont between PbNK65 and PbA infections, which might account for the differences in parasitaemia growth rates and infectivity that have been described for these strains.A malária é uma doença infecciosa responsável por mais de 225 milhões de infecções e 781 000 mortes por ano, a grande maioria de crianças até aos 5 anos de idade [1]. O seu impacto faz-se sentir não só a nível social, mas também a nível económico, sendo umas das causas da perpetuação do ciclo de pobreza que é vivido nos países afectados por esta doença [2]. A malária é causada por um parasita eucariota intracelular, do género Plasmodium, transmitido através da picada de um mosquito do género Anopheles, que pode infectar mamíferos, répteis e aves. No Homem, a malária pode ser decorrente da infecção por cinco espécies diferentes: P. falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi [3]. Os parasitas do género Plasmodium têm um ciclo de vida complexo que se divide entre a fase sexuada, no vector invertebrado, e a fase assexuada, no mamífero. A infecção inicia-se quando o mosquito se alimenta de sangue de um mamífero e deposita na sua derme os esporozoítos [4]. Estes entram na corrente sanguínea, através da qual migram até atingir o fígado, onde irão dar início à fase hepática da infecção, clinicamente silenciosa. Dentro dos hepatócitos, cada esporozoíto irá desenvolver-se, dando origem a milhares de outros parasitas – merozoítos. Estes acabarão por sair da célula-hospedeira em grupos de uma a duas centenas, em vesículas envoltas por membranas do próprio hepatócito [5, 6], chamadas merosomas. Os merosomas entram na corrente sanguínea [5] e tendem a acumular-se a nível dos alvéolos pulmonares [6], onde irão lisar e libertar os merozoítos. Estes infectam eritrócitos, dando início à fase sanguínea da infecção, a fase sintomática da malária [6]. Dentro dos glóbulos vermelhos, o parasita aumenta de tamanho, desenvolvendo-se da forma imatura, em anel, até ao trofozoíto. Nesta fase, o parasita continua a aumentar de tamanho, iniciando-se a replicação de DNA e a produção de cristais de hemozoína, como resultado da digestão da hemoglobina da célula-hospedeira [7]. O momento de passagem a esquizonte dá-se quanto se inicia a esquizogenia. Este processo consiste num conjunto de mitoses assimétricas e assíncronas consecutivas que dão origem a múltiplos parasitas (merozoítos) dentro do eritrócito infectado [8]. Os merozoítos, aquando da lise da célula-hospedeira, libertam-se na corrente sanguínea e infectam outros eritrócitos, dando assim início a um novo ciclo de desenvolvimento sanguíneo. Durante a fase sanguínea, alguns parasitas intraeritrocíticos podem diferenciar-se em gametócitos femininos e masculinos, em resposta a stress ou outros factores. Os gametócitos, ao serem ingeridos por um mosquito numa refeição de sangue, sofrem fusão meiótica e um complexo processo de desenvolvimento que culmina na acumulação de esporozoítos nas glândulas salivares do mosquito. Estes podem ser introduzidos no hospedeiro mamífero na próxima refeição de sangue, assegurando assim a perpetuação da espécie [9]. As formas sanguíneas maturas (FSM) de P. falciparum podem ser sequestradas em vários órgãos [10] e esta característica está associada ao grau de severidade da doença [11]. A capacidade de citoaderência tem vindo a ser considerada um factor-chave no desenvolvimento de patologias severas associadas à malária, nomeadamente no desenvolvimento de malária cerebral (MC) [12, 13]. No cérebro de doentes que morreram de MC há sequestração prefencial das FSM, e os parasitas encontrados nos esfregaços de sangue de pacientes que deram entrada em hospitais com malária severa apresentam exclusivamente formas imaturas em anel [10]. Ratinhos C57BL/6 infectados com P. berghei ANKA (PbA) são o modelo de MC mais usado. Foi recentemente demonstrado neste modelo a sequestração de eritrócitos parasitados (EP) no cérebro, assim como de células T CD8+, durante o desenvolvimento da patologia [14]. No entanto, ratinhos Balb/C infectados com o mesmo parasita não desenvolvem malária cerebral experimental (MCE). Foi descrito que no cérebro destes ratinhos não ocorre sequestração, nem de células T CD8+, nem de EP [14]. Curiosamente, ratinhos C57BL/6 infectados com P. berghei NK65 também não desenvolvem MCE nem sequestram EP, embora sequestrem células T CD8+ no cérebro [14]. Não é ainda claro se, durante a MCE, as FSM são as únicas que sequestram ou se estão presentes em circulação, tal como na MC humana. Usando os modelos murinos de malária referidos acima, o objectivo principal deste trabalho é o estudo da dinâmica das formas sanguíneas e a capacidade de citoaderência das duas estirpes de P. berghei, e a sua possível relação com sinais de doença observados nestes animais. Os nossos resultados mostram que, nas combinações de parasita-hospedeiro estudadas, as FSM de PbA e de PbNK65 dimiminuem proporcionalmente em circulação, em determinados fases da infecção in vivo e voltam a aumentar em proporção mais tarde na infecção. Para determinar se o desaparecimento de circulação das FSM de PbA é devido à sua sequestração em algum órgão ou à eliminação do parasita no baço, infectámos ratinhos C57BL/6 ou Balb/C com uma linha de PbA que expressa uma proteína de fusão, a Luciferase-GFP, apenas nas FSM. Em diferentes fases da infecção, e após perfusão para eliminar os parasitas circulantes, determinados órgãos foram extraídos (baço, fígado, pulmões e tecido adiposo) e o conteúdo em luciferase foi determinado por técnicas de bioimagiologia. Os nossos resultados mostram que as FSM de PbA sequestram a nível do baço e dos pulmões (nos ratinhos C57BL/6 infectados), assim como no tecido adiposo e fígado (em ambos os hospedeiros), sequestrando proporcionalmente muito mais no baço e no tecido adiposo. Esta sequestração é concomitante com uma diminuição da proporção destas formas em circulação. É de referir que os baços de ratinhos Balb/C eram mais escuros e de maiores dimensões do que os baços de ratinhos C57BL/6, o que pode indicar um maior conteúdo em hemozoína e uma maior proliferação celular. Isto sugere uma maior eliminação do parasita pelo baço nos ratinhos Balb/C comparativamente com os ratinhos C57BL/6. No entanto, a quantidade de esquizontes viáveis sequestrados é significativamente inferior nos ratinhos Balb/C do que nos ratinhos C57BL/6. Pretendíamos também esclarecer a importância relativa do parasita versus hospedeiro na citoaderência de EP à microvasculatura cerebral, durante o desenvolvimento de MC. Especificamente, pretendíamos perceber se a ausência de sequestração de EP de PbNK65 no cérebro de ratinhos C57BL/6 é devida à incapacidade destes EP aderirem ao endotélio activado, ou se poderão haver diferenças no micro-ambiente gerado no cérebro em resposta ao parasita que possam explicar esse fenótipo. Para isso, co-infectámos ratinhos C57BL/6 com PbNK65-GFP e PbA. Usando PCR-quantitativo em tempo real, medimos a expressão de GFP (e portanto a presença do parasita PbNK65) nos cérebros destes ratinhos, na fase final de MC. Os nossos resultados sugerem que os EP por PbNK65 não são sequestrados no cérebro de ratinhos C57BL/6, devido à sua incapacidade intrínsica de aderir ao endotélio activado. Este projecto pretendia clarificar a dinâmica das formas circulantes e a capacidade de citoaderência de duas estirpes de P. berghei, e a forma como estes padrões se podem correlacionar com a patologia. Os resultados não são conclusivos e mais experiências têm de ser realizadas para elucidar este assunto. No entanto, consideramos que indiciam diferenças entre os mecanismos de sequestração no cérebro em relação a outros órgãos, de PbA, assim como de PbNK65. Os nossos resultados também sugerem que existem diferenças intrínsecas ao parasita na capacidade de citoaderência de EP por PbA versus EP por PbNK65 à microvasculatura cerebral. Além disto, observámos uma diferença significativa no número de merozoítos formados por cada esquizonte, entre a infecção sanguínea por PbA e por PbNK65. Sugerimos que este facto pode estar na origem das diferenças já descritas [15] entre as duas estirpes de P. berghei no que diz respeito à taxa de crescimento de parasitémia e infecciosidade

    Importance of clinical and laboratory profiles for the differential diagnosis of malaria and acute viral hepatitis

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    Universidade Federal do Pará. Belém, PA, Brasil.Universidade Estadual do Pará. Belém, PA, Brasil.Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Programa de Ensaios em Malária. Belém, PA, Brasil / Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Programa Doença de Chagas. Belém, PA, Brasil.Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Instituto Evandro Chagas. Programa de Ensaios em Malária. Belém, PA, Brasil.OBJETIVOS: Destacar o perfil clínico-laboratorial de malária e hepatite aguda viral em dois grupos de crianças, ressaltando semelhanças e diferenças entre os dois quadros; subsidiar o aumento da sensibilidade clínica de presunção diagnóstica precoce de malária na infância. MÉTODOS: Foram estudados dois grupos de 30 crianças, de dois a dez anos de idade, portadoras de primo infecção malárica ou hepatite viral aguda, confirmados pela pesquisa de plasmódio e pesquisa de marcadores virais de hepatite A e B. As crianças foram submetidas às seguintes avaliações no primeiro dia de atendimento: hemograma, contagem de plaquetas, dosagem de enzimas hepáticas, uréia, creatinina e bilirrubinas. Os achados clínicos e laboratoriais foram descritos e comparados entre os dois grupos. Proporções de indivíduos com exames físicos alterados foram comparadas nos dois grupos, pelo teste exato de Fisher. RESULTADOS: A apresentação clínica inicial da doença foi semelhante em todos os pacientes: febre, cefaléia, sintomas digestivos e colúria. Metade dos portadores de malária não apresentou a tríade clássica, apesar de todos terem apresentado febre moderada ou alta, ao contrário dos portadores de hepatite. Na avaliação laboratorial, os portadores de malária apresentaram mais anemia e plaquetopenia quando comparados aos portadores de hepatite. Foram marcantes, nos portadores de hepatite, as elevações de bilirrubinas e enzimas hepáticas. CONCLUSÕES: A propedêutica detalhada e a avaliação criteriosa dos exames laboratoriais inespecíficos constituem peças fundamentais para a diferenciação clínica entre os dois diagnósticos, reforçando a identificação precoce do parasita e, conseqüentemente, o tratamento rápido de malária em crianças

    Admission for Imported Malaria in Children, in Two Hospitals of Lisbon Urban Area

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    Introdução: Apesar de em Portugal não haver malária endógena,a crescente mobilidade das populações e os laços históricos com África possibilitam a importação de casos para o nosso país. O presente estudo pretende contribuir para melhorar o conhecimento epidemiológico e clínico da malária importada na região de Lisboa. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo das crianças com malária, internadas em dois hospitais da Grande Lisboa, durante um período de seis anos (1999-2004). Resultados: Foram identificados 134 casos, sendo a mediana das idades de sete anos. A maioria (93,3%) era de origem africana e referia estadia em região endémica (90%). O Plasmodium falciparum foi o agente etiológico mais frequente (73%). A febre foi a manifestação clínica mais frequente, seguida de manifestações gastrointestinais e cefaleias. Ocorreram complicações em 42% dos doentes, sendo a trombocitopenia (19,4%) e a anemia grave (9%) as mais frequentes. A halofantrina e o quinino foram os anti-maláricos mais usados. Conclusões: A malária importada é uma patologia relativamente comum na Grande Lisboa e, dada a inespecificidade do quadro clínico, todas as crianças febris ou doentes com estadia recente num país endémico devem ser rastreadas para esta entidade

    Impacto de uma formação na qualidade do diagnóstico microscópico de malária em Angola

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    A malária é uma doença endémica em Angola responsável por elevada morbilidade e mortalidade, especialmente entre crianças menores de cinco anos. Uma boa performance das técnicas de diagnóstico de malária é essencial uma vez que reduz o uso irracional de antimaláricos e melhora a qualidade da vigilância epidemiológica. A microscopia é o método de diagnóstico de referência, no entanto, a qualidade dos resultados varia consideravelmente entre laboratórios principalmente devido ao nível da experiência dos técnicos, qualidade dos reagentes e equipamentos. Neste estudo pretendemos avaliar a performance da microscopia no diagnóstico da malária, antes e após a realização de um curso de formação de 3 dias, utilizando o qPCR como método de referência

    Evaluation of social behavior communication change activities in Malária prevention and control, Zambia and Nampula provinces

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    As intervenções de Comunicação para Mudança Social de Comportamento (CMSC) podem acrescentar valor no esforço de prevenção da malária para alcançar objetivo a longo prazo a eliminação. As intervenções de CMSC em Moçambique são lideradas pelo Ministério da Saúde (MISAU)/ Programa Nacional de Control da Malária (PNCM) e implementadas por diferentes parceiros de implementação (PI). Contudo, são raras as avaliações relacionadas com a medição dos resultados das intervenções de CMSC de prevenção e controlo da malária em Moçambique, importa avaliar os resultados destes investimentos e a sua contribuição na redução da morbi-mortalidade por malária em Moçambique. O objetivo geral da pesquisa é avaliar os resultados das intervenções de CMSC na prevenção e controle da malária nas províncias de Zambézia e Nampula. Métodos: O estudo foi realizado em 4 distritos rurais: Nicoadala e Namacurra na província da Zambézia e Angoche e Nacarroa na província de Nampula. A partir de uma pesquisa avaliativa e com abordagem qualitativa e quantitativa, foram realizados três estudos: i) estudo qualitativo descritivo com paradigma de pesquisa construtivista em Outubro de 2018; ii) estudo quantitativo descritivo transversal em Novembro de 2018 e iii) estudo qualitativo com paradigma socio-construtivista em 2017. O estudo qualitativo usou os grupos de discussão focal (GDFs) e Entrevistas Individuais Profundas. Os principais indicadores medidos no estudo quantitativo foram: i) percentagem de pessoas que se lembram de ouvir ou ver uma mensagem sobre malária nos últimos 6 meses; ii) percentagem de pessoas com atitudes e práticas favoráveis em relação aos métodos de prevenção da malária; iii) relação utilização/acesso da rede mosquiteira: indicador de comportamento. Resultados: Os actores comunitários têm um bom conhecimento sobre a prevenção da malária e desempenham um papel importante na divulgação das principais mensagens de prevenção da malária, contribuindo para que a comunidade adopte melhores e positivos comportamentos em relação a malária. Os actores institucionais de saúde e os parceiros de implementação reconhecem o seu papel nas actividades de prevenção da malária e reconhecem a necessidade de uma maior interligação entre os diferentes sectores e níveis. 96,4% dos beneficiários recordou ter ouvido falar de malária nos últimos seis meses, 90,0% tinham conhecimento da prevenção da malária e 70,0% das medidas preventivas. Dos 97,7% que receberam redes mosquiteiras tratada com insecticida de longa duração (REMTILD), através de uma campanha de distribuição massiva de REMTILD, 81,7% tinham dormido sobre uma REMTILD na noite anterior ao inquérito. Em termos de fonte de informação sobre saúde, 70,5 % mencionou o papel dos voluntários comunitários na divulgação dessas mensagens. CMSC influenciam os papéis de gênero e as desigualidades na atitude e comportamento no acesso aos serviços de saúde e a partilha de decisões nos agregados familiares são encourajados a serem abordados nas intervenções de CMCS. Conclusão:. As intervenções de CMSC desempenham um papel importante na prevenção e controle da malária, são amplamente reconhecidas pelos diferentes atores-chave e devem ser priorizadas na agenda dos programas de malária. Necessidade de se realizar uma avaliação de CMCS para apoiar no refinamento de um pacote integrado e completo de CMSC, incluindo a revisão das menssagens chaves da prevenção da malária.As desigualdades de gênero são questões sensíveis, também devem ser integradas e consideradas em uma liderança de alto nível, garantindo que as práticas nocivas da comunidade e comportamentos negativos à saúde sejam evitados. Todas estas evidências alinham e interligaram todos os diferentes intervenientes institucionais e comunitários que implementam tais intervenções, melhorando deste modo, os comportamentos positivos em relação a malária, consequentemente reduzindo o peso da malária no país. Irá contribuir para alcançar os objetivos da Estratégia Técnica Global para a Malária 2016-2030.Introduction: Social Behaviour Change (SBC) interventions can add value in an effort for malaria prevention toward a long-term objective of elimination. The SBC interventions in Mozambique are led by Ministry of Health (MOH) and implementing by different implementing partners (IP). There is a critical information gap regarding previous and ongoing malaria SBC interventions. The general objective of this thesis is to evaluate the malaria prevention and control SBC interventions results in Zambezia and Nampula provinces. Methods: The study was conducting in four rural districts of Mozambique, namely Nicoadala, Namacurra in Zambezia province, Angoche and Nacaroa in Nampula Province. Based on an evaluation research and using a qualitative and quantitative approach, three studies took place: i) a descriptive qualitative study with a constructivist research paradigm in October 2018; ii) a quantitative descriptive cross-sectional survey in November 2018 and iii) a social constructivist qualitative study in 2017. The qualitative studies used focus group discussions (FGDs) and in-depth interviews (IDIs). The main measure outcomes for the quantitative study were: i) percentage of people who remember hearing or seeing a message about malaria in the previous 6 months; ii) percentage of people with favorable attitudes and practices toward malaria prevention methods; iii) use/access ratio of mosquito net: behaviour indicator. Results: Community actors have good knowledge on malaria preventions and play an important role in dissemination of key malaria prevention messages, contributing for the community to improve better and positive malaria behaviours. Institutional health actors and implementing partners recognize their role on malaria prevention activities and more interconnection is needed at different sectors and levels. 96.4% of respondents recalled hearing about malaria in the previous 6 months, 90.0% had knowledge of malaria prevention, and 70.0% of preventive measures. Of the 97.7% respondents that had received LLINs through a mass LLIN distribution campaign, 81.7% had slept under an LLIN the night before the survey. In terms of source of health information, 70.5 % mentioned the role of community volunteers in dissemination of malaria prevention messages. SBC influenced more equalitarian gender roles, attitudes and uptake of protective malaria-related practices. Sharing decisions in the households encouraged SBC interventions and that was lived and aspirational. Conclusions: SBC interventions play an important role in malaria prevention and control and is widely recognized by the different key actors and should be prioritized in the malaria programs agenda. More interconnections between the different actors is needed, SBC assessment needs to be done to support refine a complete and integrate SBC package that include the improvement of malaria messaging. Gender inequalities sensitive matters, also must be integrated and considered in a high level leadership, ensuring that the community harmful practices and negative health behaviours will be avoid. All of these evidences will align and interconnect all the different institutional and community actors that implement SBC, improving community better malaria behaviours. This will be great for achieving the goals of the Global Technical Strategy for malaria 2016-2030

    Production and characterization of different types of malaria pigment (hemozoin) and their potential use for screening for hemozoin inhibiting drugs

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    Tese de mestrado. Biologia (Microbiologia Aplicada). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2012Malarial pigment, hemozoin, appears to modulate the immune system, however it remains controversial if it has stimulatory or inhibitory effects. Biological properties may depend on the type of hemozoin, namely its origin and production method, morphology or size. Natural hemozoin can be obtained from P. falciparum cultures and identical β-hematin can be synthesized from heme. Characterization becomes crucial to confirm size, shape and possible contaminations. Hemozoin production is also a unique antimalarial drug target. There are several heme inhibition assays to screen for drugs with the potential to inhibit hemozoin growth. Yet, these assays are often complex, use highly concentrated, toxic reagents, and not all confirm the end product’s nature. This work aimed to produce and characterize natural hemozoin and synthetic hemozoin, as well as hemozoin-like crystals. Hemozoin-like crystals growth was also investigated to determine if drugs inhibit crystallization, and adapted in an assay format to explore their potential to screen for hemozoin-inhibiting drugs. Hemozoin obtained from different origins was characterized by several methods, including scanning electron microscopy, X-ray diffraction and infrared spectroscopy. Hemozoin-like crystals were grown in broth medium with different drugs to investigate their ability to inhibit crystallization. Despite an overall similarity in morphology and size, differences were detected and characterized between different types of hemozoin, which may be biologically relevant. Although very similar, X-ray diffraction and infrared spectroscopy showed that hemozoin-like crystals were not true hemozoin. However, inhibition results were consistent with previous heme inhibition studies, with chloroquine and amodiaquine presenting the highest potency, followed by other quinolines such as quinine and mefloquine. In conclusion, hemozoin used in immunology should be thoroughly characterized by several complementary methods. Hemozoin-like crystals growth could be successfully used as a novel assay to screen compounds for their hemozoin inhibiting activity, and may be a helpful tool for antimalarial drug screening.A malária, uma das mais importantes doenças infecciosas da actualidade, permanece um problema de saúde pública a nível global, atingindo regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo. Esta doença causa grande morbilidade e mortalidade e contribui para o atraso no desenvolvimento social e económico dos países afectados. A doença é causada por parasitas do género Plasmodium, transmitidos por fêmeas de algumas espécies de mosquito Anopheles. Após a fase sexual no mosquito e a fase hepática do ciclo de vida do parasita no Homem, é durante a fase sanguínea que se manifestam os sintomas da doença febril. Factores do hospedeiro e do parasita poderão contribuir para o desenvolvimento de malária severa, levando eventualmente à morte do doente, sendo que a espécie Plasmodium falciparum é responsável pelo maior número de mortes associadas a malária. Apesar dos esforços travados por organizações internacionais no sentido de combater este flagelo, os programas de controlo e erradicação da malária enfrentam vários obstáculos, como a resistência aos insecticidas usados para impregnar redes mosquiteiras, a inexistência de uma vacina eficaz e, principalmente, a grande disseminação de estirpes de parasitas resistentes aos fármacos anti-maláricos actualmente disponíveis. Ainda que sejam pontuais os relatos de resistência ao quinino, utilizado desde o século XVII, este provoca graves efeitos secundários. Independentemente do sucesso de fármacos sintetizados durante o século passado, compostos como a cloroquina, a mefloquina e os antifolatos são hoje inúteis em muitas regiões do mundo. Não obstante a notável eficácia das artemisininas, estes fármacos podem escassear e tornam-se bastante dispendiosos, devendo ser administrados apenas em combinação com outros, de forma a evitar a propagação de resistência. Assim, é urgente descobrir novos fármacos eficazes no combate à malária. O pigmento malárico, também designado hemozoína, é o produto da desintoxicação de moléculas de heme livre, formado por biocristalização no parasita durante a fase intraeritrocítica, após digestão do conteúdo celular do eritrócito infectado. Pensa-se que fármacos anti-maláricos pertencentes à classe das quinolinas interajam com as moléculas de heme, inibindo este processo de biocristalização e resultando na acumulação de heme livre tóxico responsável pela morte do parasita. Alguns autores defendem que as artemisininas actuam de forma semelhante, apesar de este ser assunto de debate. Esta via de desintoxicação de heme pelo parasita é bastante interessante no desenvolvimento de novos fármacos, já que é exclusivo do parasita e parece ser imutável, devido ao facto de não depender de enzimas codificadas pelo parasita passíveis de sofrer alterações por mutações que estivessem na origem de resistência. Existem várias abordagens para investigação e descoberta de fármacos cujo alvo é a formação da hemozoína. Os ensaios in vitro de inibição da cristalização de heme tentam mimetizar a formação de hemozoína recorrendo à síntese de β-hematina, hemozoína sintética considerada idêntica à hemozoína natural, e permitem identificar compostos com potencial para inibir o crescimento do cristal. Todavia, ensaios diferentes variam grandemente em termos dos resultados que produzem e dos próprios métodos e condições utilizados para a sua realização, e nem sempre são suficientemente reprodutíveis nem de simples execução. O presente estudo teve como objectivo produzir e caracterizar hemozoína de diferentes origens, investigar a capacidade de vários fármacos para inibir o crescimento de cristais semelhantes a hemozoína, e o potencial destes cristais para identificar compostos antimaláricos inibidores da formação de hemozoína. A hemozoína sintética foi obtida por catálise acídica, ao passo que a hemozoína nativa foi obtida quer por purificação, quer por simples extracção a partir de culturas de eritrócitos humanos infectados com P. falciparum. Os cristais semelhantes a hemozoína foram cultivados num meio bem definido suplementado com extracto de sangue. Os cristais produzidos foram caracterizados recorrendo a microscopia óptica, de polarização e microscopia electrónica de varrimento, bem como a difracção raio-X e espectroscopia de infravermelho, e investigados em relação à presença de contaminação por heme, Mycoplasma, DNA ou proteína. Os cristais semelhantes a hemozoína foram ainda cultivados em microplaca na presença ou ausência de vários antibióticos e fármacos antimaláricos. Numa primeira abordagem para a caracterização da hemozoína produzida, que visualmente se apresenta preta em suspensão ou pó seco, a microscopia óptica e de polarização permitiram observar algumas diferenças morfológicas, de cor e depolarização entre os cristais obtidos por diferentes métodos. A microscopia electrónica de varrimento revelou-se talvez o método mais adequado para avaliar a morfologia e homogeneidade, evidenciando a forma de paralelepípedo dos cristais de origem nativa e a forma acicular dos cristais de origem sintética e dos cristais semelhantes a hemozoína. Todavia, apenas recorrendo à difracção raio-X e à espectroscopia de infravermelho foi possível distinguir inequivocamente os cristais semelhantes a hemozoína dos cristais de verdadeira hemozoína. Quando purificada, a hemozoína de origens natural e sintética apresenta ausência dos contaminantes investigados, ao passo que a hemozoína nativa extraída, não purificada, se encontra associada a proteínas e ácidos nucleicos. Ainda assim, e apesar de alguns estudos sugerirem um papel de estimulação do sistema imunitário para a hemozoína, a presença de proteínas e DNA pode ser interessante, caso se considere que a hemozoína poderá ser libertada dentro do vacúolo digestivo intacto ou associada a reminiscências desta ou de outras estruturas do parasita. A contaminação com uma quantidade apreciável de heme em cristais semelhantes a hemozoína contribuiu para estabelecer a diferença relativamente à verdadeira hemozoína. A quantificação realizada com o QuantiChrom™ Heme Assay Kit permitiu tirar partido da optimização para amostras de origem biológica e evita o uso de reagentes tóxicos. A obtenção de hemozoína de origem natural foi morosa e dispendiosa, ao passo que a produção de hemozoína sintética e cristais semelhantes a hemozoína foi mais simples e económica. O IFDO (do inglês Ileal Fluid Dependent Organism) foi descrito por Burdon em 1989 após ter sido isolado do fluido de ileostomia de indivíduos com a doença de Crohn. Além de organismo auto-replicativo, pensou-se poder ser uma espécie de cristal formado por constituintes do meio. Semelhante a priões no respeitante à resistência a desinfecção e esterilização, a empresa Steris interessou-se pelo seu potencial como modelo para investigar este tipo de processos, e confirmada a sua natureza hémica, além da birrefringência e cor castanha, pensou-se que poderia ser hemozoína. Apesar da semelhança, uma caracterização mais completa em colaboração com a Steris revelou a diferença dos cristais, e estes foram então designados cristais semelhantes a hemozoína. A avaliação de compostos anti-maláricos e antibióticos como possíveis inibidores do crescimento dos cristais semelhantes a hemozoína permitiu criar um ensaio in vitro para identificar compostos cujo alvo seja a formação de hemozoína. Observando a microplaca após a incubação do cristal na presença de diferentes concentrações de fármaco, foi possível observar visualmente a presença ou ausência de um precipitado escuro no fundo do poço que indicam respectivamente o crescimento ou a inibição da formação dos cristais semelhantes a hemozoína. O presente trabalho reforça a importância da caracterização da hemozoína obtida a partir de diferentes origens. Deve recorrer-se a vários métodos complementares para avaliação da morfologia, tamanho e identidade dos cristais, e testar a presença de moléculas contaminantes que possam apresentar propriedades químicas e biológicas em estudos imunológicos. Contribuir-se-á desta forma para esclarecer resultados ambíguos na investigação do papel da hemozoína na modulação do sistema imunitário do hospedeiro, bem como na avaliação da actividade de antimaláricos por inibição da formação do cristal. Os resultados obtidos sugerem ainda que o ensaio de inibição do crescimento dos cristais semelhantes a hemozoína pode ser usado a par dos ensaios existentes para testar compostos em relação à sua actividade de inibição da formação de hemozoína. O ensaio de inibição do crescimento dos cristais semelhantes a hemozoína é simples de realizar e requer infraestruturas laboratoriais básicas e reagentes relativamente económicos, podendo contribuir assim para a descoberta de novos antimaláricos e para os esforços no controlo da malária

    Terapêutica da malária

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    Trabalho final do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestrado em Doenças Infecciosas apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraA malária é uma das doenças infecciosas com maior impacto ao nível da Saúde Pública nos países em vias de desenvolvimento. No entanto, os fenómenos de globalização, as alterações climáticas e a maior mobilidade das populações poderão conduzir a uma maior disseminação da doença, com o aparecimento de casos de malária em zonas actualmente consideradas não endémicas. Considerando esse risco, a terapêutica da malária deverá constituir motivo de constante actualização por parte de Infecciologistas e Médicos de Família em todo o Mundo. À semelhança do que vem acontecendo com outras patologias, a emergência de resistências aos fármacos mais utilizados é, hoje em dia, uma das grandes preocupações dos clínicos nas áreas endémicas. As associações de fármacos são, actualmente, o gold standard da terapêutica, com a Organização Mundial de Saúde a recomendar, como tratamento de primeira linha, as combinações baseadas em derivados da artemisinina. Todavia, em Portugal, estes fármacos ainda não estão muito difundidos, utilizando-se outras combinações. Na malária grave, o objectivo é tratar o doente o mais rapidamente possível, utilizando-se um fármaco (quinino ou um derivado da artemisinina) por via parentérica, complementado com medidas de suporte e associando-lhe antibioterapia oral após o tratamento parentérico. Por outro lado, em áreas endémicas, as crianças representam uma percentagem significativa dos doentes com malária e um grupo etário onde a mortalidade é exageradamente elevada. Em Pediatria, os fármacos utilizados são semelhantes aos dos adultos (com excepção das tetraciclinas), mas as doses devem ser precisas e adaptadas ao peso ou, mais correctamente, à superfície corporal. A malária na gravidez também representa um desafio, já que existe a preocupação de poupar o embrião/feto a eventuais toxicidades farmacológicas; contudo, tanto os derivados da artemisinina (excepto no primeiro trimestre) como o quinino podem ser usados no tratamento da malária na grávida. Em relação à coinfecção malária-VIH, sabe-se que estes dois agentes interagem em prejuízo do doente. 2 Apesar disto, o tratamento da malária nestes doentes não difere do da população em geral. Finalmente, e com particular ênfase nestes casos particulares, existem muitas linhas de investigação. Esta observação assume particular importância nesta infecção, já que, para além do desconhecimento relativo a vários pormenores da patogenia da doença, é essencial manter sempre um arsenal terapêutico amplo de modo a que, na eventualidade de os tratamentos mais recentes falharem, estarem disponíveis, de imediato, fármacos comprovadamente seguros, adequados e, fundamentalmente, eficazes.Malaria is one of the most serious infections in terms of Public Health in the developing countries. However, the globalization phenomena, climate changes and the increased population mobility will eventually lead to a spread of the disease to non-endemic areas. This risk should encourage specialists in Infectious Diseases and Family Practitioners to keep informed about the most recent advances in malaria treatment. Like with other patologies, the emergence of resistant parasites is one of the main worries of the clinics that work in endemic areas. Nowadays, the association therapy is the treatment gold standard, and the World Health Organization recommends, as first line treatment, the artemisinin-based combination therapy. Despite this fact, these drugs are relatively unknown in Portugal. In severe malaria, the goal is to treat the patient as soon as possible, with a drug (quinine or artemisinin-based combination therapy) administered by parenteral route associated with supportive measures and oral antibiotics after the parenteric treatment. In endemic areas, children affected by malaria represent a significant percentage of all the patients and constitute a group where the mortality is excessively high. The drugs used to treat malaria in children are similar to those used in adults (except tetracyclines), but the dosage must be precise and adjusted to the weight (or, more correctly, to the body surface) of the sick child. Malaria in pregnancy is also a challenge, because it’s important to keep the embryo/fetus safe from the harmful effects of the substances used to treat malaria. However, both artemisinin-based combination therapy and quinine can be given to a sick pregnant woman to treat malaria. When it comes to malaria associated to HIV infection, it is known that these pathologic entities interact and cause more serious illness. In spite of that, treating malaria in these patients is no different than treating other patients. Finally, it’s essential to mention that, nowadays, there are countless research perspectives going on. This fact is very important when referring to malaria, as we don’t fully understand all the details related to the illness’ pathogenic aspects and because we need to keep a pool of safe, efficient drugs ready to be used if the most recent treatments start to fail

    Endemias e epidemias na Amazônia: malária e doenças emergentes em áreas ribeirinhas do Rio Madeira. Um caso de escola

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    The authors present a short review on the evolution of malaria incidence in the Brazilian Amazon, with particular reference to the Rondônia State and the Municipality of Porto Velho, where dramatic epidemics of malaria and other tropical diseases have been registered in the past. Next, they analyze the present endemic malaria situation in the Madeira River Valley where two important Hydroelectric Power Plants will be constructed in the localities of Santo Antônio and Jirau. Longitudinal surveys performed in the last four years in this area allow to demonstrate a high prevalence of symptomatic and asymptomatic malaria carriers in the area, associated to the presence of high densities of the malaria vector Anopheles darlingi all over the year. These elements are correlated to the expected arrival of a large number of human migrants originated from non endemic areas of Rondônia and other Brazilian States, attracted by the possibility of jobs in the Hydroelectric Power Plants and by secondary opportunities in commerce, leisure, education and domestic activities. These associations create favorable conditions for malaria outbreaks and other tropical diseases that must be avoided by the establishment of additional control measures, in particular in the sanitation domainApós fazer uma análise da evolução da malária na Amazônia brasileira, detalhando em particular a situação em Rondônia e no município de Porto Velho, onde ocorreram episódios dramáticos de epidemias de malária no passado, os autores apresentam o quadro atual da prevalência de malária nas áreas do Vale do Rio Madeira, que sofrerão impactos com a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, e alertam sobre a situação particular da malária em áreas ribeirinhas. Nessas áreas, observam-se alta incidência de malária vivax e falciparum, a presença de grande número de portadores assintomáticos de parasitas e altas densidades do vetor Anopheles darlingi o ano todo. Esses elementos, associados à provável chegada de migrantes oriundos de áreas não-endêmicas de Rondônia e de outros Estados do país, atraídos pela possibilidade de trabalho nessas hidrelétricas e oportunidades de comércio, lazer, educação e atividades domésticas, criam condições favoráveis à ocorrência de epidemias de malária e de outras doenças tropicais se não forem realizadas intervenções adequadas de controle, em particular no domínio do saneamento
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