83 research outputs found

    João das Neves - cenógrafo e artífice

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    Este artigo relata o processo de concepção do cenário do espetáculo Maria Lira, da Cia Ícaros do Vale (Araçuaí/MG), escrito e dirigido por João das Neves. João também concebeu o cenário, que se inspira na série “bichos do sertão”, da artesã Maria Lira Marques, personagem título do espetáculo dedicado à cultura popular do Vale do Jequitinhonha. O cenário é analisado à luz das reflexões de Richard Sennet em O Artífice (2009)

    João das Neves: diretor, cenógrafo, artífice: a construção do cenário de "Maria Lira"

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    This paper reports the process of designing and building the sets of "Maria Lira", written and directed by João das Neves and Luciano Silveira, from Ícaros do Vale theatrical Company, Araçuaí/MG. The settings, designed by João das Neves, are inspired by the artisan Maria Lira Marques series “bichos do sertão”. Maria Lira is a resident of the city and the title character of the show dedicated to the popular culture of Vale do Jequitinhonha. The natural materials - earth and dyed sawdust - refer to the local geography, ceramic handicrafts and Corpus Christi rugs, traditional in the cities of Minas Gerais. The scenographic conception establishes the theatrical space and the scenic space. The floor proposes two dimensions, between the epic and the intimate, with the central arena, used in the choir scenes, exploding into smaller arenas to “spread” the narrative into simultaneous scenes. At the same time, four poles, which also refer to the Festa do Rosário, draw an imaginary cube, at the bottom of which a platform determines a central focus where Lira herself, made narrator, narrates everyday moments of her life, calling the scene to the configuration front. At each staging, the act of remaking the set allowed the company's actors to experience the role of the artificer (Lira, Zefa or Isabel, themes of the show), and the "material awareness" that leads us to reflect on the transformation of things in the world . The general concept, using amber light, was described by João das Neves as “theatre ON the street”: it mixes dramatic moments and epic narrative, and raises to poetry the current manifestations of the community that attends the night show, revealing to it the power of your daily life.Relata-se o processo de concepção e construção do cenário de Maria Lira, escrita pelo Diretor João das Neves e Luciano Silveira, da Cia Teatral Ícaros do Vale, Araçuaí/MG. O cenário, concebido por João das Neves, inspira-se na série “bichos do sertão”, da artesã Maria Lira Marques, residente na cidade e personagem título do espetáculo dedicado à cultura popular do Vale do Jequitinhonha. Os materiais naturais - terra e serragem tingida - remetem à geografia local, ao artesanato cerâmico e aos tapetes de Corpus Christi, tradicionais das cidades mineiras. A concepção cenográfica instaura o espaço teatral e o espaço cênico. O piso propõe duas dimensões, entre o épico e o intimista, com a arena central, utilizada nas cenas do coro, explodindo em arenas menores para o “espalhamento” da narrativa em cenas simultâneas. Ao mesmo tempo, quatro mastros, que também remetem à Festa do Rosário, desenham um cubo imaginário, ao fundo do qual um tablado determina um foco central onde a própria Lira, feita narradora, narra momentos cotidianos de sua vida, chamando a cena à configuração frontal. A cada encenação, o ato de refazer o cenário proporcionava aos atores da companhia experimentar o papel do artífice (Lira, Zefa ou Isabel, temas do espetáculo), e a “consciência material” que nos leva a refletir sobre a transformação das coisas no mundo. A concepção geral, com utilização de luz âmbar, era descrita por João das Neves como “teatro NA rua”: mistura momentos dramáticos e narrativa épica, e eleva à poesia as manifestações correntes da comunidade que assiste ao espetáculo noturno, revelando para ela a potência artística do seu cotidiano

    Arquitectura, cenografia e dança : a expressão da dança em 3 cenografias de João Mendes Ribeiro com Olga Roriz

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    Exame público realizado em 16 de Maio de 2022Dissertação de mestrado integrado em Arquitectura, Universidade Lusíada de Lisboa, 2022Esta dissertação procura, a relação entre a Arquitectura, a Cenografia e a Dança. Quais as suas diferenças? O que têm em comum? Onde se cruzam? A história e influências de cada uma das disciplinas. Expõe-se a ambiguidade do território cenográfico, expondo também as convergências conceptuais e até os seus processos, tal como a reciprocidade entre estas, o cruzamento das matérias e ainda de várias artes, o que faz naturalmente remeter a casos de estudo como, por exemplo, a Bauhaus e o seu Ballet-triádico de Oskar Schlemmer. Esta procura acontece através do factor comum, com que se torna o centro desta investigação, o corpo no espaço. Tanto na Arquitectura, na Cenografia e na Dança, o corpo é a base e o centro. Este corpo que constrói um discurso, uma narrativa espacial nas três disciplinas, faz questionar como as influencia e como reage. Estes três temas induzem a investigação de autores que foram pioneiros e grandes influências nestas narrativas espaciais, criando a ligação entre Arquitectura/Cenografia/Dança, encontrando Pina Bausch. Consequentemente explora-se a relação dos espaços e dos objectos com o corpo em movimento, atravessando temas como a materialidade, a funcionalidade e a multiplicidade arquitectónica, tal como o tema da noção da habitualidade do espaço cénico através da estreita relação entre o objecto cénico e o corpo, não obstante a verdade dos materiais e a evidência construtiva. Aborda-se ainda a questão da flexibilidade e multiplicidade dos objectos cénicos, em relação à experimentação em torno de cenografias dinâmicas que se modificam a si ou à paisagem, através da manipulação dos intérpretes, para tal investiga-se obras da Coreógrafa Olga Roriz com cenografias do Arquitecto e Cenógrafo João Mendes Ribeiro. A Cenografia é abordada do ponto de vista da experimentação de processos e linguagens comuns à arquitectura e cruzando um vasto e diversificado quadro disciplinar; os projectos apresentados vão convocando noções que residem em ambos através de exemplos de cenografias que tem como referência projectos de arquitectura, tal como projectos de arquitectura que tem como influencia cenografias através de casos de estudo de projectos do Arquitecto e Cenógrafo João Mendes Ribeiro. A componente humana e a vivência nos espaços, são temas centrais tanto na Arquitectura como na Cenografia e não há exemplo melhor que a dança, um bailarino como demonstração de um corpo que se movimenta num espaço, através das suas geometrias.This dissertation seeks, the relationship betweenArchitecture, Scenography and Dance. What are their differences? What do they have in common? Where do they intersect? The history and influences of each discipline. The ambiguity of the scenographic territory is exposed, also exposing the conceptual convergences and even its processes, such as the reciprocity between them, the crossing of materials and even of several arts, which naturally makes reference to case studies such as, for example, the Bauhaus and its Ballet-triadic of Oskar Schlemmer. This search happens through the common factor that becomes the center of this research, the body in space. In Architecture, in Scenography and in Dance, the body is the base and the center. This body that constructs a discourse, a spatial narrative in the three disciplines, makes one question how it influences them and how it reacts. These three themes induce the investigation of authors who were pioneers and great influences in these spatial narratives, creating the connection between Architecture/Scenography/Dance, finding Pina Bausch. Consequently, the relationship of spaces and objects with the body in movement is explored, crossing themes such as materiality, functionality and architectural multiplicity, as well as the notion of the habitualness of the scenic space through the close relationship between the scenic object and the body, despite the truth of the materials and the constructive evidence. The question of flexibility and multiplicity of the scenic objects is also approached, in relation to the experimentation around dynamic scenographies that modify themselves or the scenery, through the manipulation of the performers. For this purpose we investigate works by the Choreographer Olga Roriz with scenographies by the Architect and Scenographer João Mendes Ribeiro. Scenography is approached from the point of view of experimentation with processes and languages common to architecture and crossing a vast and diverse disciplinary framework; the presented projects will convoke notions that reside in both through examples of scenography that have architecture projects as reference, as well as architecture projects that have scenography as influence through case studies of projects by the Architect and Scenographer João Mendes Ribeiro. The human component and the experience in spaces are central themes in both Architecture and Scenography and there is no better example than dance, a dancer as a demonstration of a body that moves in a space, through its geometries

    Produção Teatral N'A Escola da Noite

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    Relatório de estágio apresentado à Faculdade de letras da Universidade de CoimbraO presente relatório consiste na compilação das actividades ao longo de três meses de estágio curricular no âmbito do Mestrado de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

    estudos artísticos

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    O tropicalismo arranca em 1967, através do corpo: a música de Caetano Veloso e Gilberto Gil, os vestíveis de Hélio Oiticica, as propostas teatrais de José Celso Martinez Corrêa e os cenários de Hélio Eichbauer. Hoje as coisas são um pouco mais complexas. Em tempo de redes sociais, os aspirantes ao poder fazem uso da sua imediatez para suscitarem reações epidérmicas, superficiais, populistas e de grande instantaneidade. A boçalidade triunfa nas caixas de comentários, e com mais alguns perfis falsificados podem manipular-se plebiscitos, movimentos secessionistas, ou, e também censurar-se exposições de arte. Nesta variação do fascismo, a epiderme eletrificada das redes sociais estrutura-se como uma poderosa arena onde se aparenta uma falsa democracia. Talvez a arte continue a ser um reduto para reflexão, mas vemos que a censura se manifesta hoje de modo talvez mais eficaz, silenciando artistas e professores, através da pressão mediatizada, da emoção do momento. Para isto é necessária a atenção consciente da arte, dos artistas, e também dos arte-educadores: enfrenta-se uma massa cada vez mais informe, alienada e despojada de reflexão para além do imediato.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Pintores de Lisboa (séculos XVII e XVIII): a Irmandade de S. Lucas

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    O presente livro Pintores de Lisboa do século XVII e XVIII – a Irmandade de S. Lucas trata do universo de artistas que laborou nesta cidade e que se dedicou à arte da pintura e à prática do debuxo . Desde pintores nascidos e formados nas principais oficinas da capital até estrangeiros que estanciaram ou se fixaram no nosso país, atraídos pela oportunidade de trabalhar para a Coroa portuguesa, detentora de um vasto Império, todos satisfizeram encomendas para a clientela lisboeta, ávida pelo consumo de obras de arte. Em comum, artistas nacionais e estrangeiros tiveram a devoção ao Santo Patrono, o Evangelista S. Lucas, cuja confraria instituída no antigo Mosteiro da Anunciada regulou, por quase dois séculos, a actividade de pintores de cavalete, de brutescos, de dourado, de quadratura, de azulejo, de iluminura e dos demais ofícios relacionados com a arte do desenho. As fontes documentais subjacentes à realização deste livro encontram-se à guarda da Academia Nacional de Belas-Artes, que já tinham conhecido uma primeira publicação em 1931, de autoria do Coronel Garcez Teixeira. Considerando que tal obra apresentava apenas extractos da informação contida nesse fundo documental, tornava-se imperiosa a publicação da história da Irmandade ainda inédita, numa versão mais completa e alargada, no ano em que a Academia Nacional de Belas-Artes completa 180 anos de existência.IHA-FCSH/NOVA; Academia Nacional de Belas-ArtesEste trabalho é fnanciado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do Projecto Estratégico. UID/PAM/00417/2013info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Série das invasões francesas”: análise da imagética. Uma visão Ibérica sobre um inimigo exterior

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    Dissertação de Mestrado em História de Arte - Variante ContemporâneaEsta dissertação é o resultado de uma investigação realizada no sentido de contribuir para a compreensão dos processos subjacentes à construção e desenvolvimento da produção imagética sobre a Guerra Peninsular, decorrida entre os anos de 1807 e 1811 em Portugal. Ao desfolhar as páginas do catálogo - Guerra Peninsular: 200 anos 1- encontrámos nomeado um conjunto serial intitulado “Série das Invasões Francesas”. A sua interpretação e valorização enquanto objecto único entre a produção nacional (e internacional) corporiza a primeira parte do presente estudo. Intentámos uma nova leitura da obra, das suas propriedades enquanto objecto estético e documental de um dos períodos mais conturbados da historiografia nacional. Poucas linhas foram dedicadas pela História de Arte portuguesa ao estudo das imagens realizadas sobre esta temática. Entre a produção nacional, apenas as obras de António Domingos Sequeira e alguns retratos produzidos na sua maioria por Francesco Bartolozzi e os seus discípulos, encontraram o reconhecimento da crítica e foram ao encontro de novos públicos. Se em Espanha existem estudos de referência, a produção portuguesa manteve-se em estado letárgico, as imagens serviram grande apenas de suporte visual nalgumas obras historiográficas que tratavam o tema da Guerra Peninsular

    A fábrica do Teatro do Bairro Alto : 1761-1775

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    O Teatro do Bairro Alto foi construído no palácio do conde de Soure, no topo da Rua da Rosa das Partilhas, por iniciativa de João Gomes Varela, que se associou a um entalhador (João da Silva Barros) e a um pedreiro (Francisco Luís). Desde 1761 até 1775, a nova sala de espectáculos ocupou a zona que ganhara notoriedade na primeira metade de Setecentos, quando o público de Lisboa se dirigia ao Bairro Alto de São Roque para assistir às óperas de bonecos de António José da Silva. O presente estudo centra-se na reconstituição da história do Teatro do Bairro Alto da Lisboa pombalina, recuperando o seu repertório e, também, os nomes e as funções das gentes que estiveram envolvidas na produção de espectáculos, desde os empresários aos carpinteiros do teatro. Constituído por actores e músicos portugueses, e bailarinos italianos, confirma-se a existência de uma companhia de dimensões consideráveis, sustentada por uma empresa ambiciosa, cuja constituição e organização permitiu oferecer espectáculos atractivos. O ensaio complementa-se com uma análise da gestão da máquina teatral, que se organizava em função da regularidade da exibição dos espectáculos, recorrendo a mecanismos contratuais que controlassem e previssem eventuais dificuldades. Finalmente, a actividade do Teatro do Bairro Alto é localizada no tecido ideológico e confrontada com a acção e objectivos das instituições políticas.The Bairro Alto Theatre was built within the palace of the Count of Soure Count of Soure’s palace at the top of the Rosa das Partilhas Street on the initiative of João Gomes Varela, who joined a woodcarver (João da Silva Barros) and a stonemason (Francisco Luís). From 1761 to 1775, the new theatre occupied the area that gained notoriety in the first half of the 1700s, when Lisbon public headed to Bairro Alto de São Roque to attend to António José da Silva puppet operas. This study focuses on the reconstruction of the history of the Bairro Alto Theatre in Pombaline Lisbon by recovering its repertoire and the names and roles (from entrepreneurs to theatre carpenters) of the people who were involved in theatre creation. The company included actors and musicians of Portuguese nationality, and Italian dancers, thus confirming its status as a company of considerable size supported by an ambitious institutional body whose composition and organization made it possible to offer attractive shows. Also a description of businesses and the financial instruments that supported the artistic activity throughout the theatrical seasons is given. Additionally, it was done an analysis of the theatre management, which was organized according to the regularity of the presentations. Lastly, the Bairro Alto Theatre’s activity is confronted with the action and goals of political institutions

    O teatro da Rua dos Condes : 1738- 1882

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    O Teatro da Rua dos Condes foi um dos principais espaços teatrais públicos em Portugal nos séculos XVIII e XIX. Alguns dos acontecimentos mais importantes na história do espetáculo em Portugal estão ligados a este espaço. O presente trabalho propõe uma história do Teatro da Rua dos Condes, dividida em cinco períodos, compreendidos entre 1738 e 1882. O primeiro período vai de 1738 até ao terramoto de 1755, e é marcado pelo êxito da ópera italiana, prevalecendo os textos de Pietro Metastasio. Neste ponto, enquadra-se o espaço na cidade de Lisboa e dá-se conta dos interesses que levaram à fundação do Teatro da Rua dos Condes. O segundo período, decorrendo do pós-terramoto até ao final do século XVIII, corresponde a um desenvolvimento da gestão comercial do espetáculo, exercida por vários empresários, a nível particular, e, a nível público, por uma sociedade. Continua a prevalecer a ópera, mas sucedem-se vários outros géneros, desde a comédia aos dançarinos de corda. O terceiro período da história do Teatro da Rua dos Condes, já no século XIX, contemporâneo das invasões francesas e das lutas liberais, é marcado pelos factos políticos e pela gestão de dois diretores: António José de Paula e Manuel Batista de Paula. É o tempo dos dramas sentimentais e das farsas, e fica igualmente marcado pela sociedade com o Teatro de São Carlos. O quarto período corresponde à época dourada do Teatro da Rua dos Condes, quando foi palco da renovação do teatro português, sob influência dos ideais estéticos do romantismo e dos ideais políticos do liberalismo. O drama histórico, o melodrama e o vaudeville, de influência francesa, imperaram na década de 1835 a 1846. Finalmente, no quinto período, de 1852 até à demolição do edifício, em 1882, o Condes foi um teatro popular, do gosto das plateias, oferecendo sobretudo comédias e peças de grande efeito, onde os maquinismos e as coplas eram indispensáveis. Gerido por uma associação, soube reencontrar o seu caminho entre as camadas populares da cidade de Lisboa. Esta história é feita, portanto, dos espetáculos e seus agentes, que ao longo de quase século e meio deram vida ao Teatro da Rua dos Condes.Le Théâtre de la Rua dos Condes a été l’un des principaux espaces théâtraux publics du Portugal aux XVIIIe et XIXe siècles. Certains des événements les plus importants de l’histoire du spectacle au Portugal sont liés à cet espace. Le présent travail propose une rétrospective du Théâtre de la Rua dos Condes, répartie sur cinq périodes, comprises entre 1738 et 1882. La première période s’étend de 1738 jusqu’au tremblement de terre de 1755, et elle est marquée par le succès de l’opéra italien, où prédominent les créations de Pietro Metastasio. Dans cette partie, nous situons cet espace au sein la ville de Lisbonne et nous révélons les intérêts qui ont conduit à la création du Théâtre de la Rua dos Condes. La deuxième période, qui s’étend de l’après tremblement de terre jusqu’à la fin du XVIIIe siècle, correspond à un développement de la gestion commerciale du spectacle, effectué par plusieurs agents, au niveau particulier, et, au niveau public, par une société. L’opéra prévaut toujours, mais plusieurs autres genres se succèdent, de la comédie aux malabaristes. La troisième période de l’histoire du Théâtre de la Rua dos Condes, déjà au XIXe siècle, contemporaine des invasions françaises et des luttes libérales, est marquée par les évènements politiques et par la gestion de deux directeurs : António José de Paula et Manuel Batista de Paula. C’est l’époque des drames sentimentaux et des farces, et elle est également marquée par son association avec le Théâtre de São Carlos. La quatrième période correspond à l’âge d’or du Théâtre de la Rua dos Condes, époque à laquelle il fut la scène de la rénovation du théâtre portugais, sous l’influence des idéaux esthétiques du romantisme et des idéaux politiques du libéralisme. Le drame historique, le mélodrame et le vaudeville, d’influence française, ont prévalu dans les années 1835 à 1846. Enfin, au cours de la cinquième période, de 1852 à la démolition du bâtiment, en 1882, le Condes était un théâtre populaire, au goût du public, offrant principalement des comédies et des pièces de grand effet, où les machines et les chansons étaient indispensables. Géré par une association, il a su retrouver son chemin parmi les couches populaires de la ville de Lisbonne. Cette histoire est donc faite des spectacles et de leurs agents, qui pendant près d’un siècle et demi ont donné vie au Théâtre de la Rua dos Condes

    A iconografia olisiponense na pintura de autor no mercado de arte : a Cabral Moncada Leilões no período de 2001-2015

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    Com esta Dissertação de Mestrado pretendemos aferir que aceitação têm, da parte do mercado de arte e seus agentes, pinturas de autor com iconografia de Lisboa. A partir de um corpus, tendo como fonte os catálogos dos Leilões da Cabral Moncada Leilões no século XXI (do Catálogo nº48 de Janeiro/Fevereiro de 2001 ao Catálogo nº174 de Dezembro de 2015), pretendemos apurar, através dos resultados dos leilões, se estas pinturas têm ou não um elevado interesse para o mercado de arte, se existem zonas da cidade ou autores mais valorizados, e como se comportam todos os intervenientes perante as mesmas. No seu “Trattato della pittura”, Leonardo da Vinci (1452-1519) considera a pintura como a mais nobre e elevada das belas artes. Para os mais consagrados pintores portugueses, Lisboa, cidade cujas origens precisas se perdem nos tempos, mas presente em lendas referidas pelos clássicos gregos, romanos e árabes, entre as quais a célebre fundação da cidade por Ulisses, foi, juntamente com o estuário do Tejo, nem que só por uma vez, uma fonte de inspiração, ou uma encomenda. Para outros, como Carlos Botelho (1899-1982), cada um dos seus motivos pictóricos de Lisboa era uma permanente homenagem à cidade onde nasceu e viveu, deixando inacabada, ao morrer, uma última imagem da cidade amada e do seu rio. Este é, presentemente, um dos artistas com mais elevada cotação nas leiloeiras de Lisboa. Tanto quanto sabemos, este é um estudo original na sua especificidade. Por esta razão, e conscientes do caminho a percorrer, pretendemos estabelecer uma meta razoável que chegue a conclusões de interesse para o panorama do mercado de arte em Portugal, no que concerne ao tema escolhido. Para tal, este trabalho encontra-se dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo iremos contextualizar o tema, explorando uma breve história da cidade de Lisboa e uma breve história dos movimentos artísticos até à actualidade. No segundo capítulo exploraremos o mercado de arte e seus agentes em Portugal. No terceiro capítulo iremos desenvolver o caso de estudo, a saber, a Cabral Moncada Leilões, uma das leiloeiras mais prestigiadas em Portugal. No quarto capítulo apresentamos o estudo do desempenho das obras de arte elencadas. Remetemos para Anexos o corpus elencado, as resenhas biográficas de todos os autores estudados e parte da metodologia usada para chegarmos a resultados concretos, ou seja, entrevistas e um inquérito online a diversas casas leiloeiras de arte a operar em Portugal.With this Master’s Dissertation we intend to infer what acceptance have, by the art market and its agents, paintings with iconography of Lisbon. From a corpus, having as its source the Cabral Moncada Leilões auction catalogues from the XXI century (from Catalogue number 48, January/February 2001 to Catalogue number 174, December 2015) we intend to demonstrate, through the results of the auctions, if these pictures arouse a high interest from the art market, if there are city areas, or authors more valued than others, and how everyone behaves in relation to them. In his “Trattato della pittura”, Leonardo da Vinci (1452-1519) considers painting as the most noble and high of the fine arts. For the most established painters Lisbon, city whose precise origins are lost in time, but source of legends reported by greek, roman and arab classic authors, including the famous foundation by Ulysses, has been, along with the Tagus estuary, even if only once, a source of inspiration. For others, such as Carlos Botelho (1899-1982), each one of his Lisbon painting was a permanent tribute to the city where he was born, and lived, leaving unfinished, when he died, one last image of the beloved city and its river. He is, currently, one of the artists with the highest quotation in Lisbon auction houses. As far as we know, this is an original study, in its specificity. Therefore, and aware of the way to go, we intend to establish a reasonable goal which reaches inferences of interest for the art market in Portugal concerning the chosen theme. For such, this study is divided into four chapters. In Chapter I we will contextualize the subject, discussing Lisbon’s history and the history of the several art movements until our days. In Chapter II we will comment and explore the art market and its agensts in Portugal. In Chapter III we will discuss our case study, Cabral Moncada Leilões, one of the most prestigious auction houses in Portugal. In Chapter IV we will analyse and study the results. In attachments we will show the corpus, as well as all of the artists that were gathered, which are the keystone of this work. In order to reach results, we will present part of the chosen methodology: interviews and a survey to different auction houses in Portugal
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