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Recursos geológicos de Trás-os-Montes – Passado, presente e perspetivas futuras
Em consequência da sua evolução ao longo da história da Terra, a região
de Trás-os-Montes e Alto Douro possui uma grande diversidade de recursos
geológicos. Alguns deles foram explorados pelo Homem em diferentes
momentos da sua História. Este livro pretende contribuir para o conhecimento,
valorização e promoção dos recursos geológicos e do património
associado à sua exploração no passado; pois estamos convencidos de que
uma eficiente exploração de alguns destes recursos, juntamente com a valorização
turística do património geológico-mineiro, muito pode contribuir
para dinamizar a economia da região.
A Península Ibérica é constituída por formações rochosas que resultam da
ação dos processos geotectónicos e dos fenómenos atmosféricos ao longo
de mais de 500 milhões de anos (Ma). Neste contexto, Trás-os-Montes
é uma região particularmente privilegiada pois é possível encontrar aqui
a marca de grande parte dos fenómenos geológicos decorridos desde, ou
mesmo antes, do princípio da formação da cadeia montanhosa Hercínica,
ou Varisca, ocorrida na Era paleozoica. Uma dessas marcas é o maciço de
Bragança e Morais, resultante da instalação de mantos de carreamento por
obducção, testemunho da colisão continental então ocorrida. Neste maciço
encontram-se rochas únicas com origem na crosta continental inferior e
no manto, como é o caso dos Granulitos do Tojal dos Pereiros (Bragança)
que, tal como se verá neste livro, poderão ser das rochas mais antigas da
Terra com cerca de 1000 Ma.
Neste livro procura-se fazer uma síntese dos vários depósitos minerais
metálicos e não metálicos assim como das massas rochosas, com interesse
económico, resultantes da sequência dos vários processos geológicos
ocorridos desde o início do ciclo orogénico Hercínico até aos dias de hoje
como, por exemplo, a erosão, o transporte, a sedimentação, o metamorfismo,
o magmatismo e a deformação tectónica.
Outra consequência da evolução geodinâmica são as inúmeras nascentes
de água mineral natural com propriedades sulfúreas, gasocarbónica ou bicarbonadas
sódicas, ligadas a mineralizações em grande profundidade ao
longo das falhas, de orientação NNE-SSW, de Manteigas – Vilariça – Bragança e Penacova – Régua – Vila Real – Verin. O sistema de fraturas resultante
do relaxamento de tensões orogénicas ocorrido na Era Mesozoica,
condicionou também a instalação da rede hidrográfica atual e, juntamente
com o processo erosivo iniciado no Pérmico, são os grandes responsáveis
pelas magníficas paisagens de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Devido às suas propriedades terapêuticas conferidas pela suas características
naturais de mineralização, algumas águas de origem profunda (Águas
Minerais Naturais) são aproveitadas em termalismo de bem-estar ou terapêutico,
podendo ainda ser, concomitantemente ou não, disponibilizadas
engarrafadas. Neste livro apresenta-se o importante testemunho das práticas
de exploração e gestão das concessões hidrominerais das empresas
VMPS – Águas e Turismo, S.A. e UNICER Aguas, S.A, detentoras das marcas
Pedras Salgadas, Salus Vidago, Melgaço e Vitalis.
Os recursos minerais da região transmontana foram explorados pelo Homem
desde tempos remotos. Como se verá neste livro, existem evidências
da prática da metalurgia desde o VI milénio a.C. São também conhecidos
os vestígios de uma intensa mineração deixados pelos romanos como, por
exemplo, em Três Minas (ouro), Montesinho (ouro) e Moncorvo (ferro).
Contudo, foi sobretudo na época moderna, com destaque para o período
compreendido entre meados do século dezanove e o fim do século vinte,
que a atividade mineira em Trás-os-Montes teve o seu apogeu. São ainda
bem evidentes na nossa paisagem as ruinas dessa indústria que as pessoas
mais velhas recordam com alguma saudade. As minas mudaram a realidade
de muitas comunidades do interior transmontano pois trouxeram desafogo
económico e desenvolvimento social para além de as retirarem do
isolamento ancestral a que estavam votadas.
A progressiva globalização das economias integrou a nossa indústria extrativa,
muito desprotegida, em mercados muito competitivos para os quais
não estava preparada. Em consequência, grande parte das minas portuguesas
pararam a sua atividade entre as décadas de setenta e noventa do século
passado. O encerramento das minas deixou por vezes um legado bastante
negativo com instalações abandonadas, lugares poluídos, comunidades
enfraquecidas pela emigração, infraestruturas degradadas e consequente
contração económica. Felizmente, a maior parte dos passivos ambientais
e de segurança têm sido progressivamente revertidos em consequência das prioridades definidas pela União Europeia (EU). A empresa estatal
EDM (Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A.) é responsável desde
2001 pelas intervenções ambientais e de segurança nas antigas explorações
mineiras portuguesas. Neste livro dá-se conta da sua atuação em Trás-os-
-Montes, nomeadamente em Jales, onde o ouro foi explorado até à última
década do século passado.
Com este livro pretende-se também fazer uma reflexão sobre a possível valorização
em termos económicos do vastíssimo património mineiro existente
na região. Para tal apresenta-se o testemunho do Museu do Ferro e
da Região de Moncorvo que foi um dos projetos pioneiros no país a fazer a
divulgação da atividade mineira e com isso contribuir diretamente para o
desenvolvimento local através da procura turística. Apresenta-se também
o exemplo do projeto Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e
Geológico de Portugal que promove turisticamente algum do património
mineiro e geológico do nosso país.
O futuro da indústria extrativa em Trás-os-Montes é imprevisível. A sua
evolução depende muito da conjugação de fatores que dependem da evolução
dos mercados mundiais das matérias-primas e das grandes opções
económica e estratégicas para o nosso país. Nos últimos anos tem-se verificado
algum dinamismo no setor através dos contratos de prospeção e
pesquisa pedidos junto da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
Esta atividade tem refletido o aumento da procura de minérios como o ferro,
o ouro, o volfrâmio ou o lítio. Nalguns casos esta procura poderá resultar
de alguma instabilidade política nos países produtores que condiciona
as necessidades de matéria-prima por parte das grandes economias como
a China. Noutros casos, dever-se-á à importância estratégica que lhes é
atribuída em função dos desenvolvimentos tecnológicos, como é o caso do
lítio na produção de baterias elétricas. Devido ao destaque e ao potencial
atualmente associado a este minério, apresenta-se também neste livro uma
exposição sobre os recursos de lítio existentes na região transmontana.
Para além de terem um impacto direto na economia regional, estas últimas
campanhas de prospeção permitiram também conhecer melhor a diversidade,
a extensão e a génese dos recursos minerais de Trás-os-Montes. Referimos
como exemplo o jazigo de ferro de Moncorvo que, embora tenha já sido
bastante estudado no passado e como tal considerado um dos maiores da Europa, foi novamente objeto de estudo através da aplicação de novas técnicas
de prospeção e de investigação científica de que damos conta neste livro.
A concretização dos objetivos a que este livro se propõe, nomeadamente,
a divulgação, promoção e valorização dos recursos geológicos de vasta
região transmontana, só é possível através do contributo individual dos
vários autores que aceitaram o nosso convite e aos quais estamos muito
gratos. Aproveitamos também para agradecer às suas instituições e empresas
de origem, nomeadamente, à Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD), à Universidade do Minho (UM), à Companhia Portuguesa
do Ferro S.A. (CPF), ao Super Bock Group, ao Projeto Arqueológico da
Região de Moncorvo (PARM), ao Centro de Investigação Transdisciplinar:
Cultura Espaço e Memória (CITCEM), à Direção Regional de Cultura do
Norte (DRCN), à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) e ao Laboratório
Nacional de Energia e Geologia (LNEG).
Agradecemos igualmente o apoio à publicação dado pelas empresas Super Bock
Group, EDM, Omya, CPF e pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e
pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
O nosso muito obrigado também aos Geólogos Carlos Rosa, Pedro Santos
e Antunes da Silva e ao Engenheiro José Nunes de Almeida pelos seus empenhos
pessoais na concretização deste projeto.
Por fim, agradecemos ao Atilano Suarez o excelente trabalho de design e
paginação deste livro.
O livro está dividido em duas partes. A primeira, intitulada Diversidade e
Importância dos Recursos Geológicos, apresenta uma síntese dos principais
recursos minerais existentes na região, com destaque para os recursos de
lítio, ferro e águas minerais naturais. A segunda parte intitulada Perspetiva
Histórica e Potencial Turístico do Património Geológico e Mineiro, aborda a
mineração ao longo da História e apresenta alguns contributos para a valorização
do património mineiro e geológico da região.Agradecemos igualmente o apoio à publicação dado pelas empresas Super Bock Group, EDM, Omya, CPF e pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio
Holonic self-sustainable systems for electrical micro grids
The self-sustainability of micro grids is an important challenge in the smart grids field due to the need to balance the fast growing energy consumption, reduce greenhouse gas emissions and increase energy independence by using renewable resources. The use of decentralized paradigms, and particularly multi-agent systems and holonic control, enable to face this challenge by implementing intelligent mechanisms that allow an efficient management of the power flow. In this paper, a holonic based model is introduced, considering load scheduling and forecast mechanisms to improve the micro grids self-sustainability, and consequently reduce the energy cost and the energy dependency from the main utility. The designed holonic based model and strategies were developed by using the agent technology, and particularly the JADE framework, showing important improvements in the self-sustainability of micro grids working in different operating modes.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
A review of architectures and concepts for intelligence in future electric energy system
Renewable energy sources are one key enabler to decrease greenhouse gas emissions and to cope with the anthropogenic climate change. Their intermittent behavior and limited storage capabilities present a new challenge to power system operators to maintain power quality and reliability. Additional technical complexity arises from the large number of small distributed generation units and their allocation within the power system. Market liberalization and changing regulatory framework lead to additional organizational complexity. As a result, the design and operation of the future electric energy system have to be redefined. Sophisticated information and communication architectures, automation concepts, and control approaches are necessary in order to manage the higher complexity of so-called smart grids. This paper provides an overview of the state of the art and recent developments enabling higher intelligence in future smart grids. The integration of renewable sources and storage systems into the power grids is analyzed. Energy management and demand response methods and important automation paradigms and domain standards are also reviewed.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Analysis of Resilience Situations for Complex Engineered Systems – the Resilience Holon
Improving the resilience of complex engineered and engineering systems (CES) includes planning for complex resilience situations, in which there may be multiple threats, interactions, and disruptions. One challenge in the modeling of CES is the identification of how interactions in a complex situation occur and their combined influence on CES resilience. This article presents a resilience holon that can be used to analyze complex resilience situations. It is made up of 24 elements (defining types of resilience, threats, interactions, and disruptions), which have varying importance to specific situations. Holons can be linked together hierarchically or in a network. An application of the resilience holon to a documented real-world resilience situation, widespread flooding in a city, illustrates its use. Pathways taken by threats and disruptions, as the flood effects cascaded through the city, are shown as connections between holons. The resilience holon could be used to decompose diverse resilience situations involving CES, to identify where critical vulnerability points are and how the whole resilience situation could be improved. The visual nature of the resilience holon could be used in an interactive way, allowing stakeholders to better understand the full resilience picture of CES that they use or operate
Engineering complex systems with multigroup agents
Doctor of PhilosophyComputing and Information SciencesScott A. DeLoachAs sensor prices drop and computing devices continue to become more compact and powerful, computing capabilities are being embedded throughout our physical environment. Connecting these devices in cyber-physical systems (CPS) enables applications with significant societal impact and economic benefit. However, engineering CPS poses modeling, architecture, and engineering challenges and, to fully realize the desired benefits, many outstanding challenges must be addressed. For the cyber parts of CPS, two decades of work in the design of autonomous agents and multiagent systems (MAS) offers design principles for distributed intelligent systems and formalizations for agent-oriented software engineering (AOSE). MAS foundations offer a natural fit for enabling distributed interacting devices. In some cases, complex control structures such as holarchies can be advantageous. These can motivate complex organizational strategies when implementing such systems with a MAS, and some designs may require agents to act in multiple groups simultaneously. Such agents must be able to manage their multiple associations and assignments in a consistent and unambiguous way. This thesis shows how designing agents as systems of intelligent subagents offers a reusable and practical approach to designing complex systems. It presents a set of flexible, reusable components developed for OBAA++, an organization-based architecture for single-group MAS, and shows how these components were used to develop the Adaptive Architecture for Systems of Intelligent Systems (AASIS) to enable multigroup agents suitable for complex, multigroup MAS. This work illustrates the reusability and flexibility of the approach by using AASIS to simulate a CPS for an intelligent power distribution system (IPDS) operating two multigroup MAS concurrently: one providing continuous voltage control and a second conducting discrete power auctions near sources of distributed generation
A Holonic Control Architecture for a Heterogeneous Multi-Objective Micro Smart-Grid
Designing the control infrastructure of future ``smart'' power grids is a challenging task. Such grids will integrate a wide variety of heterogeneous producers and consumers that are unpredictable and operate at various scales. Smart grids will need to control these in order to attain global objectives at the macro-level, while also taking into account local objectives and private interests at the micro-level. This paper proposes a holonic control architecture to help meet these requirements. We show how this architecture can integrate heterogeneous control solutions, including - when applicable - existing state-of-the-art solutions for the smart grid. To better illustrate the utility of this generic architecture we exemplify its use via a proof-of-concept implementation, integrating some basic control solutions. We show how this sample holonic controller can manage a grid simulator in several scenarios. Obtained results support our belief that the proposed architecture can facilitate the development of control solutions addressing the aforementioned challenges