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The conditions of global discourse of diversity: Music Encyclopedias, Dictionaries and Ethnomusicology
Discourse of diversity acquired positive value in the present day and enough strength so as to organize some of the global enunciations and even those which are proposed to be universal. Ethnomusicology has embodied this discourse of diversity, so as to propose the study of the musics of the world without hierarchies, comprehending these musics according to the system of thought of their own cultures. It makes this science typical of our present time, and having it as privileged corpus of analysis may shed light upon the conditions for the forging of the discourse of diversity, revealing the forces involved on it and who is in the position to pronounce it. This article attempts to understand those issues, basing its research on music dictionaries and encyclopedias from the past three centuries, providing a historical overview for comparison, as much as a lucid picture of the present. These objects are valuable, since they are supposed to reunite all the human knowledge within their areas, complexifying the relation between universal and particular. As in the study here presented about the Garland Encyclopedia of World Music, such corpuses may reveal that the discourse of diversity has its rules of differences and inequalities
As ciências sociais: entre a avaliação e a relevância
The post-graduation evaluation system implemented in Brazil ensured that scientific research undertaken in Brazilian public universities remained resistant to the threats they frequently suffer. However, the more hegemonic the system became, the more researchers turned the rules into the very notion of scientific relevance, reducing the capacity of social science to influence other fields of knowledge. This work analyses this process and notices how it leads, paradoxically, to the loss of autonomy in the social sciences field due to the importance of the media and the strong demand for more utilitarian research. As a conclusion, it defends the autonomy of the field of social sciences and the public university but by other means, which reallocates their capacity to act in the world, distorting the fields of order.El sistema de evaluación de posgrado, implementado en Brasil, aseguró que la investigación científica llevada a cabo en las universidades públicas brasileñas permaneciera resistente contra las amenazas que sufren con frecuencia. Sin embargo, cuanto más hegemónico se volvió el sistema, más los investigadores convirtieron las reglas en la noción misma de relevancia científica, agotando la capacidad de las ciencias sociales para influir en otros campos del conocimiento. En este artículo analizo este proceso y busco observar la forma en que conduce, paradójicamente, a la pérdida de autonomía de las ciencias sociales debido a la importancia de los medios de comunicación y la demanda por investigaciones más utilitarias. Concluyo defendiendo la autonomía del campo de las ciencias sociales y de la universidad pública, pero por otros medios, que devuelvan su capacidad de actuar en el mundo, distorsionando los campos del orden.O sistema de avaliação de pós-graduação garantiu que as pesquisas científicas nas universidades públicas brasileiras se mantivessem resistentes às ameaças que frequentemente sofrem. Contudo, quanto mais hegemônico se tornou esse sistema, mais os pesquisadores transformaram suas regras na própria noção de relevância científica, esvaziando a capacidade das ciências sociais influenciarem outros campos do saber. Neste artigo analiso esse processo e busco notar como ele leva, paradoxalmente, à perda da autonomia do campo das ciências sociais em função da importância que assumem a mídia e o clamor por pesquisas mais utilitárias. Concluirei defendendo a autonomia do campo das ciências sociais e da universidade pública, mas por outros meios, que recoloquem suas capacidades em atuarem no mundo, deformando os campos da ordem
Renato Ortiz: Notas de Um Aprendiz
Este texto traz reflexões pessoais feitas a partir das leituras dos textos de Renato Ortiz e de nossa convivência, primeiro como orientando/orientador, depois como colegas e amigos. Para tanto, começo com a descrição de sua trajetória peculiar, que exigiu que Renato mobilizasse uma intensa reflexividade, uma vez que seu habitus não o levava ao caminho que seguiu nas ciências sociais. Em seguida, me concentro na reflexão sobre duas dimensões do pensamento de Ortiz: a relação entre escrita e pesquisa nas ciências sociais e, como proponho, sua forma de construção de objetos de pesquisa a partir da dimensão do poder. 
Novas formas de associação entre Estado e nação: marca-nação e a desestabilização de um hífen na globalização
Ao contrário do que previsto por alguns autores, a globalização não significou o fim do Estado-nação, que não apenas se mantém operando, mas mesmo opera como um elemento central para a própria produção da globalização. É necessário, então, se perguntar se Estado-nação não foi transformado. Essa não é um pergunta nova, mas neste artigo vamos buscar explorá-la por um aspecto específico, a relação entre Estado e nação. Por isso, este artigo pode ser pensado como uma reflexão sobre o hífen. Faremos isso a partir de uma percepção: os Estados têm se demonstrado cada vez mais atentos à nação. Isso se demonstra pelas frequentes ações de promoção internacional das nações e pelo desenvolvimento de projetos de marketing denominados marca-nação. Argumento aqui que isso se dá pela simultaneidade de dois processos: de um lado, Estado e nação passam a operar na globalização, de forma relativa, autonomamente um do outro; de outro, a valorização das identidades, como elemento de uma economia simbólica global, eleva o interesse do Estado em controlar a nação, o que faz, contudo, agora em um espaço em que outros agentes compartilham o mesmo interesse
A hierarquização simbólica do Brasil na Copa do Mundo
A pertinência de se sediar a Copa do Mundo, tornou-se, para o Brasil, um tema controverso entre 2013 e 2014, focando-se os debates em dois elementos de disputa: os impactos econômicos e sociais do evento. Um terceiro elemento, contudo, também fora mobilizado, mas pareceu bem menos contestado. Argumentava-se que sediar a Copa do Mundo se justificaria pela promoção da imagem do Brasil no exterior. Esta proposta surge justamente em uma situação de economia globalizada, na qual países em todo o mundo disputam a atração de um capital flexível e desnacionalizado. Nesse sentido, as identidades são articuladas como marca no intuito de se produzir o espaço simbolicamente como mais atraente a esse capital, o que se nota, em especial, na promoção turística. Este artigo busca compreender a relação entre a formação das marcas-lugar empreendida pelos órgãos de turismo nacionais, e a promoção da imagem do país no contexto da Copa do Mundo. Será demonstrado, no caso brasileiro, que a pluralidade de agentes interessados na representação do Brasil leva à hierarquização dessas representações, hierarquização que se dá, contudo, não a partir do Estado-nação, mas de empresas globais envolvidas com o megaevento
As fronteiras do universo do luxo
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O DISCURSO DO MARKETING DE LUGAR E OS GRANDES EVENTOS
Os grandes eventos se globalizam na mesma medida em que proliferam os lugares promovidos como marcas. Embora autônomos, esses processos estão relacionados ao se fundarem numa visão de que os lugares devem competir na globalização e que a competição deve se dar a partir de suas imagens. Esse tipo de competição se embasa num discurso produzido por publicitários de marketing de lugar, que tanto manuseiam formas simbólicas construídas como identidades coletivas, quanto se engajam na produção de novos elementos, de forma a configurá-los, tal qual as marcas de produtos, como diferencial competitivo. Neste artigo, investigo a atuação desses publicitários, compreendidos como artífices de um “senso comum planetário” que ressignifica a imagem do lugar a partir de concepção de uma marca. Serão aqui analisados os pressupostos desse discurso, suas instâncias de legitimidade e sua relação com os grandes eventos, que devem ser entendidos como espaços de consagração e circulação do discurso do marketing de lugar.THE DISCOURSE OF PLACE AND BIG EVENT MARKETINGABSTRACTThe big events are globalizing in the same way that places promoted as brands are spreading. Although autonomous, these processes are related by being founded in a vision that the places have to compete in the globalization and that the competition must occur based on their images. This type of competition bases itself in a discourse produced by place marketing professionals that manage built symbolic forms as well as engage in the production of new elements in order to configure them, such as products’ brands, as a competitive differential. In this article, the action of these marketing professionals is investigated, and they are comprehended as artificers of a “world common sense” that resignifies the image of the place from the conception of a brand. The assumptions of this discourse will be analyzed as well as the legitimacy instances and its relation with big events that may be understood as spaces of consecration and circulation of the place marketing discourse.Key words: Globalization; Identity; Marketing; Branding; Mega eventsLE DISCOURS DU MARKETING DE LIEU ET LES GRANDS ÉVENEMENTSABSTRACTLes grands événements se mondialisent au fur et à mesure que prolifèrent les lieux promus en tant que marques. Même s’ils sont autonomes, ces processus sont en accord avec l’idée d’être fondés dans une optique où les lieux doivent entrer en compétition dans la mondialisation et que cette concurrence commence avec leurs images. Ce genre de compétition part d’un discours produit par les agents publicitaires du marketing des lieux qui manipulent autant les formes symboliques construites comme des identités collectives que leur engagement dans la production de nouveaux éléments afin de leur donner une configuration, exactement comme les marques de produits, qui leur attribue un avantage concurrentiel. Dans cet article, nous étudions les actions de ces agents publicitaires, considérés comme les promoteurs d’un “bon sens planétaire” qui recadre l’image du lieu en partant de la conception d’une marque. Nous y analysons les hypothèses de ce discours, leurs instances de légitimité et leur lien avec les grands événements, qui devraient être compris comme des espaces de consécration et de circulation du discours sur le marketing des lieux.Key words: Mondialisation; Identité; Marketing; Image de marque (branding); Méga-événement
Hibridismo no mercado da música e a articulação das identidades
In a situation of globalization, national identity comes to be produced in the global space, where national and non-national agents operate. In this scenario, national identity does not become less important, but, on the contrary, widens its meaning and embraces other cultural dynamics, rather than the national culture alone. It is this enlargement of meaning that allows the contemporary simultaneousness of national identity and diversity. At the same time, as identities are perceived as opposed to the standardization supposedly caused by globalization, some of them acquire the value of difference and become negotiable in the global market of symbols. This process is clearly noticed at the level of social relations, which are analyzed here on the basis of descriptions of musicians found in catalogues of a World Music international trade fair. These descriptions show that social actors can now articulate identities hoping for a symbolic gain. The use of hybridity means this articulation. However, the possibilities of gains are not equally distributed.Keywords: music, hybridity, identity.Na globalização, a identidade nacional passa a ser produzida no espaço global, onde atuam agentes multilocalizados, mas também agentes nacionais, ligados ao Estado-nação. Este artigo tem por objetivo demonstrar que, ao contrário de perder importância, neste contexto a identidade nacional deixa de se referir apenas à cultura nacional popular e amplia seu significado, passando a abarcar diversas dinâmicas culturais. É essa sua ampliação de sentido que permite que ela seja hoje vista como análoga à diversidade. Ao mesmo tempo, enquanto percebidas como opostas à padronização, as identidades – algumas delas, em verdade – adquirem valor de diferença e podem ser negociadas no mercado global de símbolos. No nível das relações sociais, esse processo ganha significado, que aqui será analisado tendo por base as descrições de artistas em catálogos de uma feira internacional de música do setor referido como World Music. A partir desse corpus, percebe-se que os atores sociais podem agora articular diferentes identidades em busca de ganho simbólico. O uso do hibridismo significa justamente essa articulação. Contudo, as possibilidades de articulação das identidades não são igualmente distribuídas.Palavras-chave: música, hibridismo, identidade
Identity discourses about brazilian popular music
Orientador: Renato Jose Pinto OrtizDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasResumo: A música brasileira foi marcada, durante quase todo século XX, por sua ligação com a identidade nacional, num momento em que nação correspondia a um Estado e a um Povo determinados, sendo que as relações entre estes três elementos e o resto do mundo se davam a partir da oposição interno/externo. Em um tempo atual no qual a identidade nacional é forjada a partir de um espaço global, a relação de forças que se apresenta em sua conformação é modificada. Estudar a música brasileira neste espaço global através os discursos feitos em torno dela em referência a questões identitárias aclara um cenário no qual identidades se hierarquizam a partir de uma complexa organização de forças cada vez mais controladoras e excludentes. Se por um lado vemos surgir possibilidades de identificações diversas na geração de sentido social, que vamos denominar, ao lado da identidade nacional, de identidades mundial e restritas, por outro vemos que as forças para a adequação individual ou coletiva a essas diversas identidades são distribuídas desigualmente. Em um cenário capitalista num nível global ¿ no caso da música dominado por uma indústria cultural complexa, formada por instâncias tecnológicas e fonográficas, e por ideologias bem fincadas, que buscam estabelecer uma aura de democratização cultural ¿ a alguns indivíduos e grupos é exigida a fixidez identitária enquanto para outros é oferecida a múltipla identificação. Se hoje a mobilidade é fator positivo de diferenciação ¿ uma exigência do processo de globalização ¿ a desigualdade está dada. Ademais, a legitimidade da mobilidade na globalização transpassa para as identidades e aquelas com maior capacidade de se inserirem no espaço global e, portanto, se adaptarem aos padrões hegemônicos, terão maior valor em um mercado mundial de símbolo. Pensando no caso da música, os artistas que se inserem no mercado mundial devem lidar de um lado com a sua própria capacidade de se moverem entre identidades e de outro com o valor que sua identidade, condicionado pela indústria, possui. Possibilidades libertárias e opressoras estão lançadas em um mesmo tabuleiro. Contudo, as peças do jogo não têm a mesma força para todosAbstract: Brazilian music, throughout almost the whole XXth Century, had a direct relation to the national identity, in a moment in which the nation corresponded to a singular State and a singular People, while the relationship among these three elements and the rest of the world was articulated by the opposition internal/external. In a contemporary time, in which the national identity is forged in a global space, the relationships of forces working on its formation are modified. Studying the Brazilian music in this global space through the discourses related to identity around this music makes a clearer scenario in which identities are ranked by a complex organization of forces ever more controlling and excluding. If at one hand, we note the surging of possibilities of diverse identification for generating social meaning ¿ which we will call, beside national identity, world and restricted identities ¿ at the other hand the forces for individual or collective approaches to these diverse identities are unfairly distributed. In a global level capitalist reality ¿ in terms of music dominated by a complex cultural industry, formed by technological and phonographic instances and by fairly consolidated ideologies (striving to establish an air of cultural democracy to the discussions) ¿ to some individuals and groups, fixed identity is claimed, while to others multiple identifications are offered. In a world in which mobility is a positive factor of social differentiation, the inequality is given. Besides, the legitimacy of the mobility in the globalization becomes also evident in the identities. Those more capable to be inserted into the global space and, therefore, more capable to be adapted to the hegemonic patterns, will have higher value in a world market of symbols. Thinking about the music, the artists that break through in the world market should cope with, at one hand their own capacity of moving through different identities, and at the other hand with the value held by their identity ¿ conditioned by the industry. Possibilities of freedom and of oppression are presented in the same field. However, the pieces owned by the players of this game do not carry the same strengthMestradoMestre em Sociologi
Turismo de luxo: a produção do destino e a denegação do social
Em situação de globalização, o luxo se modifica. Se anteriormente seu valor se dava pela classe que o consumia, com a transnacionalização das empresas que o operam e do público que o consome a noção de classe se apresenta muito restrita às intenções expansivas do luxo. Dessa forma, agentes de mercado e autores especializados do setor passam a produzir um novo discurso, que chamam de “novo luxo”: o luxo aparece como uma decisão individual, desvinculado de qualquer condicionamento social, mais bem caracterizado por expressões como experiência e descoberta. A noção de distinção perderia, segundo se advoga, a relevância explicativa para se pensar o luxo. Neste artigoenfrentamos esse discurso com os resultados de uma pesquisa de campo baseada no mercado de turismo de luxo. Para tanto, entrevistamos agentes de turismo e representantes de uma empresa de operação mundial chamada rede Virtuoso, que busca reunir fornecedores, vendedores e compradores deluxo. Concluímos que o luxo repõe fronteiras de classe, que são denegadas, e que os próprios destinos turísticos funcionam como marcas de classificação nesse mercado