148 research outputs found

    Campanhas anti-droga e moralização do jovem criminoso

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    Apresentação efectuada no Congresso “Criminalidade hoje em Portugal : a realidade e a construção do imaginário”, promovido pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e pelo Centro de Estudos Judiciários, Braga, 1998

    Discurso jornalístico e a construção da juventude

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    Ainda que a fase da vida rotulada como “adolescência” ou “juventude” seja estabelecida cronológica e biologicamente, ela é em primeiro lugar uma construção social (Pais, 1993), discursiva (Androutsopoulos, 2003) e cultural (Wyn e White, 1997), que denota o que é ser jovem em relação ao que é interpretado como ser criança ou adulto (Fornãs, 1995), em contextos históricos e culturais particulares. Neste artigo apresento de forma sucinta os resultados de um estudo exploratório sobre o discurso que os jornais e revistas nacionais de informação geral produzem sobre jovens. Os textos recolhidos, cobrindo assuntos relacionados com jovens, e referentes a uma semana de publicação, foram analisados com a ajuda de instrumentos teóricos e metodológicos disponibilizados pela ACD (e.g. Van Dijk, 2005). Sem ser conclusivo, este estudo permitiu constatar que o acesso dos jovens ao discurso jornalístico, seja como protagonistas, seja como referência, é limitado, apesar de a semana em estudo coincidir com um momento de agitação estudantil e de avaliação das escolas. Vimos também que é um discurso eivado de generalizações irresponsáveis, e pouco rigoroso em termos jornalísticos. Oferece uma versão tripartida dos jovens, posicionando-os como excepcionalmente dotados ou brilhantes, como inocentes ou vítimas, e como perigosos ou causadores de problemas, sendo esta última a representação prevalecente. Estes apontamentos apontam para a possibilidade de a realidade nacional do discurso jornalístico sobre jovens não ser muito diferente da de outros países europeus (Devlin, 2005; Wyn, 2005). Mas esta será uma questão a averiguar em projectos de investigação a vir

    Discurso das campanhas anti-droga e as desigualdades entre a maioria straight e as minorias consumidoras

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    CONGRESSO LUSO-AFRO-BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, 8, Coimbra, 2004 – “A questão social no novo milénio”.Nesta comunicação evidencio a forma como o discurso das campanhas públicas anti-droga actua, expressa e pode contribuir para re-produzir as assimetrias e as desigualdades entre maiorias “straight” e as minorias consumidoras de drogas ilegais. Irei mostrar, por um lado, o poder social por detrás deste discurso e, por outro, a forma como o poder é exercido no próprio discurso. Para responder à primeira preocupação centro-me na questão do acesso às campanhas públicas, ou melhor, na forma como o acesso às mesmas é controlado. Mostro que esse controlo se efectiva de várias formas, e evidencio também os efeitos do mesmo a vários níveis sociais. O segundo conjunto de estratégias pertence às estruturas do texto e fala que materializam essas campanhas. Nestas estruturas realço o papel retórico das negações polémicas e as suas funções políticas. Para a análise uso as teorias e instrumentos fornecidos pela Análise Crítica do Discurso (van Dijk 2000), uma forma de análise de discurso que se distingue, entre outras coisas, pela seu carácter multidisciplinar e pelo seu empenho político na construção de uma forma de conhecimento que funcione como princípio de solidariedade. Os exemplos são retirados de um corpus que integrou um estudo mais alargado sobre o discurso destas campanhas e suas ideologias (Pinto Coelho 2003)

    Young people in the Portuguese press discourse: an exploratory study

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    A investigação tem realçado o poder do discurso dos media na constituição da “juventude” como uma categoria homogénea e problemática. Este artigo apresenta os resultados de um estudo exploratório sobre este discurso, praticamente inexplorado no contexto nacional. Não tendo pretensões de representatividade nem de generali- zação, examina o conteúdo e o estilo dos textos sobre jovens publicados durante uma semana nos principais jornais e revistas de informação geral, tendo em conta algumas das suas condições de produção, a forma como estes manifestam e constituem um modo de controlo da acção discursiva dos jovens e propiciam a reprodução de conhecimento, atitudes e ideologias adultocêntricas.Previous research has shown how media discourse presents youth as a homogeneous and problematic category, but in Portugal media coverage of youth remains unexplored. This article is a summary of an exploratory study about this discourse, containing a detailed analysis of all reports about young people published during the period of a week in the major newspapers and news magazines. Within its limitations, it examines the contents and the style of news reports, having in mind some features of newspaper production, the way these discursive features reveal and constitute a form of controlling youth discursive action and propitiate the reproduction of ageistic knowledge, attitudes and ideologies.(undefined

    Imagens publicitárias : jogos do olhar, género e sexualidades

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    Os traços patriarcais que marcam o olhar na imagem cinematográfica têm sido amplamente discutidos desde o trabalho pioneiro de Laura Mulvey sobre o assunto (Mulvey, 1975/1989). O mesmo não acontece nas discussões sobre a imagem publicitária da mulher. Neste artigo defendo que a análise do olhar é fundamental para compreender o funcionamento persuasivo e a eficácia social deste tipo de imagem. Situando-me no quadro da semiótica visual social de Gunther Kress e Theo van Leeuwen (1997), faço uma análise de cinco imagens, centrando-me nas noções de género e de sexualidade que as construções visuais do olhar implicam e produzem. Sugiro que estas imagens criam oportunidades para o desejo e preferências sexuais que escapam à regra heterossexual dominante, e que jogam com as contradições e tensões presentes nas relações de género das sociedades ocidentais actuais

    The discoursive construction of women in public campaigns against drugs : looking into its ideological work

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    INTERNATIONAL CONFERENCE ON CRITICAL DISCOURSE ANALYSIS, 1, Valencia, 2004.This paper analyse the way women are talked about in portuguese public campaigns against drugs, using a critical discourse approach, Kress and Van Leeuwen (1996), Wodak (1997), van Dijk (2001). When women are chosen as topics of discourse, they are constructed as two types of mothers: as mothers in the problematic family that gives raise to addiction, and as addict mothers. My aim is to show the role of various linguistic resources and of its interplay with semiotic ones in the construction of these two social figures. I argue that parental discourse in prevention campaigns functions to reinforce gender diference by maintaining a sexist ideology, one that serves to obscure public responsibility for the conditions under which women are likely to be pregnant and perform mother-work, and that places undue burdens on women. At the same time, this kind of ideological work also functions to reinforce the otherness of drug users and, through that, to justify policy decisions

    Persuasão em campanhas de prevenção das drogas: para reflectir sobre a ética dos procedimentos persuasivos

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    Esta exposição tem como objectivo dar conta das estratégias persuasivas utilizadas nas campanhas de prevenção das drogas, tendo vista tecer algumas considerações sobre a natureza da relação comunicador/públicos accionada e construída no discurso produzido nesse tipo de situação comunicativa. Para além de levantar algumas questões relacionadas com a dimensão ética dessa relação, pretende-se também reforçar a opinião que defende a existência de uma continuidade entre discurso preventivo e discurso repressivo, e a natureza ideológica do mesmo

    O 5 de Outubro de 1910 na imprensa da cidade de Braga

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    Detendo-me num momento particular da história da cidade de Braga, e das suas práticas jornalísticas a propósito de um acontecimento político que marcou para sempre a história do nosso país, a revolução de 5 de Outubro de 1910, no quadro da minha tese de mestrado, defendida em 1991 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, pretendo neste capítulo dar conta dos traços gerais da imprensa publicada na cidade e das suas reacções à chegada da República e ao primeiro trimestre de governação republicana. A imprensa da cidade de Braga, à semelhança do jornalismo português da época, vivia e ecoava as tensões sociais do momento, marcado pelo confronto e pela radicalização das forças políticas e religiosas. Mas que forças eram essas? Como reagiram os jornais perante uma mudança estrutural tão prometida, por um lado, e face à República debutante sob o signo da ameaça monárquica, por outro? Terá Braga reagido de pronto ao toque de Lisboa? Terá a imprensa de Braga reagido de uma forma uníssona? Partindo dos resultados da análise de conteúdo (Bardin, 1988) que fizemos, respondemos em seguida a estas questões, não sem antes dar conta de algumas das características do tipo de jornais produzidos à época na cidade de Braga

    Saúde, sociedade, cultura e comunicação

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    Neste capítulo, discutimos, num primeiro momento, algumas questões relacionadas com a ressignificação da saúde nas sociedades e nas culturas atuais, e em seguida apresentamos em linhas gerais os interesses e as características da investigação sobre comunicação e saúde nos média

    Porquê a semiótica?

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    Nesta comunicação realço algumas das razões pelas quais o ponto de vista da semiótica social (Hodge e Kress, 1988; Martins, 2002) é fundamental para uma investigação crítica da comunicação humana.In this paper, I point out some of the reasons why a social semiotic approach (Hodge e Kress, 1988; Martins, 2002) is needed for a critical endeavour in communication research
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