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A aquisição do aspecto perfect no inglês como L2 por falantes brasileiros
O aspecto perfect refere-se à expressão linguística das noções (i) de continuidade no presente de uma situação iniciada no passado (perfect do tipo universal) e (ii) de efeitos no presente de uma situação finalizada no passado (perfect do tipo existencial). No inglês, essas duas noções podem ser expressas pela perífrase verbal “to have” (“ter”) + particípio, ou passado composto; no português, apenas a primeira noção pode ser expressa por essa perífrase, além de poder ser expressa pela perífrase progressiva “estar” + gerúndio e pelo presente simples, enquanto a segunda noção é expressa pela forma verbal de passado simples. Considerando que esses dois sistemas de língua diferem na maneira de expressar linguisticamente o aspecto perfect, objetiva-se investigar a aquisição do perfect universal e existencial no inglês como L2 por falantes de português brasileiro. Partiu-se da hipótese de que a aquisição de perfect universal e perfect existencial por falantes de português aprendendo inglês como L2 inicia-se exclusivamente pelo uso das mesmas formas verbais utilizadas no português para veicular esse aspecto. Para tanto, desenvolveu-se um teste de preenchimento de lacuna aplicado a vinte e cinco aprendizes de inglês falantes de português, agrupados em três níveis de exposição à língua. Com base na análise dos resultados, refutou-se a hipótese deste estudo, já que, desde o nível Básico 1, os participantes utilizaram, além de outras formas verbais, o passado composto para expressar o perfect universal e também o existencial, o que não caracteriza, nesse último caso, um uso previsto no português.Palavras-chave: Aquisição de L2. Aspecto. Perfect. DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i4.358
A representação sintática do aspecto perfect: uma análise comparativa entre o português e o italiano
O objetivo deste trabalho é contribuir para uma proposta de representação sintática do aspecto perfect, a partir da análise comparativa de aspectos morfossintáticos relativos à expressão dos tipos de perfect universal e existencial no português e no italiano. Observamos, nas duas línguas investigadas, uma classe de advérbios distinta para cada tipo de perfect, bem como formas verbais distintas na expressão dos dois tipos. A análise desses aspectos morfossintáticos nos leva a propor uma projeção para cada tipo de perfect na representação sintática da sentença, diferentemente da proposta de que haveria uma única projeção na representação sintática relativa aos dois tipos de perfect verificada em Alexiadou et al (2003). Além disso, propomos que o valor aspectual de continuidade e o valor aspectual de resultatividade estejam associados às projeções de universal e de existencial, respectivamente. Refutamos, portanto, a hipótese de que há uma representação sintática comum para os dois tipos de perfect
AS PROPRIEDADES ASPECTUAIS DA PERÍFRASE PROGRESSIVA NO INGLÊS
O objetivo deste artigo é investigar as propriedades aspectuais que são veiculadas pela perífrase progressiva no inglês norte-americano formada pelo auxiliar “to be” no presente + ing, ou present continuous, bem como investigar como os advérbios/expressões adverbiais, que acompanham essa perífrase, auxiliam na realização aspectual. Para isso, foram selecionadas e analisadas algumas transcrições de fala espontânea de falantes americanos, retiradas do acervo Santa Barbara Corpus of Spoken American English disponível on-line, a fim de analisar o uso dessa perífrase e as informações aspectuais que ela veicula. A hipótese deste estudo é que a perífrase progressiva no inglês norte-americano veicula apenas imperfectivo contínuo. Essa investigação teve por motivação a associação que Comrie (1976) faz da perífrase progressiva exclusivamente ao aspecto contínuo. A análise dos dados sugere que a perífrase progressiva no inglês, além de veicular imperfectivo contínuo, veicula também, embora não com a mesma frequência, imperfectivo habitual e perfect universal, esse último proposto em Iatridou, Anagnostopoulou e Izvorski (2003). Com isso, refutamos a hipótese de que a perífrase progressiva no inglês norte-americano veicula apenas imperfectivo contínuo.Palavras-chave: Aspecto. Inglês Norte-americano. Perífrase Progressiva. DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i1.292
The realization of the perfect aspect associated with the present tense in New Zealand English
In this research, we intend to contribute to the understanding of the perfect aspect. More precisely, it is aimed at investigating the verbal forms that express said aspect, when associated with the present tense, in New Zealand English, in order to present evidence that advocates in favor of the proposed classification of Iatridou; Anagnostopoulou; Izvorski (2003), which divides this aspect into two types: universal perfect (UP) and existential perfect (EP). We also intend to show evidence in favor of Nespoli’s (2018) proposal for two syntactic projections, one related to each type of the perfect aspect (UPerfP and EPerfP). The main difference between both types of the perfect aspect would be related to the relationship between reference time and event time, with UP being when event time extends until reference time, including it, while EP being when event time finishes before reference time, although there is a repercussion of the event in the latter. This research is based on the hypothesis that there are verb forms that realize UP and not EP, associated with the present tense in New Zealand English and vice-versa. To test this hypothesis, an excerpt from ICE-NZ, a corpus with speech transcriptions, was analyzed and two types of tests were applied to native speakers: a cloze test and a multiple-choice test. With this study, we intend to identify the verbal forms used by native speakers of New Zealand English to express the two types of the perfect aspect.Keywords: Aspect. Perfect. New Zealand English. Verbal forms.Nesta pesquisa, pretende-se contribuir para o entendimento do aspecto perfect. Mais precisamente, pretende-se investigar as formas verbais que expressam esse aspecto, quando associado ao tempo presente, no inglês neozelandês, visando apresentar evidências que advogam a favor da proposta de classificação de Iatridou; Anagnostopoulou; Izvorski (2003), que divide esse aspecto em dois tipos, a saber: perfect universal (PU) e perfect existencial (PE). Pretende-se, também, mostrar evidências a favor da proposta de Nespoli (2018) para duas projeções sintáticas do aspecto perfect (UPerfP e EPerfP). A principal diferença entre os dois tipos do aspecto perfect seria a relação entre o momento de referência e o momento do evento, sendo PU quando o momento do evento se estende até o momento de referência, incluindo-o, e sendo PE quando o momento do evento é finalizado antes do momento de referência, ainda que haja repercussão do evento no momento presente. Esta pesquisa parte da hipótese de que existem formas verbais que realizam PU e não PE, associados ao tempo presente no inglês neozelandês e vice-versa. Para testar essa hipótese, foi analisado um recorte do ICE-NZ, um corpus com transcrições de fala e foram aplicados dois tipos de testes a indivíduos falantes nativos: um teste de preenchimento de lacunas e um teste de decisão. Com isso, pretende-se identificar as estruturas verbais utilizadas pelos falantes nativos do inglês neozelandês para a realização dos dois tipos do aspecto perfect.Palavras-chave: Aspecto. Perfect. Inglês neozelandês. Formas verbais
As estratégias de indeterminação do sujeito no ensino de gramática
Syntax teaching in Brazilian schools is not always revisited or discussed as often as it should be. When it comes to the syntactic category of the subject, it is noticed that there are discrepancies between what is presented by Traditional Grammar and what is proposed by Theoretical Linguistics. Regarding curricular issues, recent proposals such as the National Curricular Common Base calls for a grammar teaching inseparable from social practices, exploring its functioning and forms of use and not just as a set of rules. Thus, textual production and comprehension takes on a central role in defining content, skills and goals for teaching Portuguese. Therefore, the main intention of this work is to contribute to the reflection on the grammar teaching in Portuguese language, based on the elaboration of a set of activities about the subject indeterminacy which aim to broaden and provoke reflection and, consequently, improve the practice of students’ writing. For this, we developed activities based on the 3 axes for grammar teaching proposed by Vieira (2017). Therefore, this paper intends to contribute to the discussion of grammar teaching, in particular the subject indeterminacy.O ensino de sintaxe nas escolas brasileiras nem sempre é revisitado ou discutido com a frequência com que deveria acontecer. Em relação à categoria sintática do sujeito, percebe-se que há discrepâncias entre o que é apresentado pela Gramática Tradicional e o que propõe a Linguística Teórica. Quanto a questões curriculares, propostas recentes como a Base Nacional Comum Curricular solicitam um ensino de gramática indissociável às práticas sociais, compreendido em seu funcionamento e formas de uso, e não apenas como conjunto de regras. Assim, a produção e compreensão textual ganha papel central na definição de conteúdos, habilidades e objetivos para o ensino de Língua Portuguesa. Por isso, o objetivo principal deste trabalho é contribuir para a reflexão acerca do ensino de gramática na Língua Portuguesa, a partir da elaboração de um conjunto de atividades sobre indeterminação do sujeito voltadas para a ampliação e reflexão e, consequentemente, para a prática de escrita de alunos do ensino básico. Para isso, foram desenvolvidas atividades baseadas nos 3 eixos para o ensino de gramática propostos por Vieira (2017). Portanto, este trabalho pretende contribuir para a discussão do ensino de gramática, em particular da indeterminação do sujeito
A realização do aspecto perfect associado ao tempo presente no inglês neozelandês
In this research, we intend to contribute to the understanding of the perfect aspect. More precisely, it is aimed at investigating the verbal forms that express said aspect, when associated with the present tense, in New Zealand English, in order to present evidence that advocates in favor of the proposed classification of Iatridou; Anagnostopoulou; Izvorski (2003), which divides this aspect into two types: universal perfect (UP) and existential perfect (EP). We also intend to show evidence in favor of Nespoli’s (2018) proposal for two syntactic projections, one related to each type of the perfect aspect (UPerfP and EPerfP). The main difference between both types of the perfect aspect would be related to the relationship between reference time and event time, with UP being when event time extends until reference time, including it, while EP being when event time finishes before reference time, although there is a repercussion of the event in the latter. This research is based on the hypothesis that there are verb forms that realize UP and not EP, associated with the present tense in New Zealand English and vice-versa. To test this hypothesis, an excerpt from ICE-NZ, a corpus with speech transcriptions, was analyzed and two types of tests were applied to native speakers: a cloze test and a multiple-choice test. With this study, we intend to identify the verbal forms used by native speakers of New Zealand English to express the two types of the perfect aspect.
Keywords: Aspect. Perfect. New Zealand English. Verbal forms
The perfect aspect in brazilian portuguese
The perfect aspect, in the present, refers to situations that happened or started in the past and have an effect in the present moment. This aspect is divided into two types: universal perfect, that one by which the described situation persists until the present, and existential perfect, that one by which the described situation has relevance in the present. The aim of this article is to describe the realizations of the two types of the perfect aspect in Brazilian Portuguese, analyzing the verbal forms and adverbs used to express them. As our methodology, we analyzed spontaneous speech data, written data extracted from blogs, and data obtained by the application of a cloze test. We verified that the universal perfect is expressed by the present tense, by periphrases formed by auxiliary verbs + gerund, and by the present perfect, and these verbal forms could be combined to adverbials such as “since”, “until today”, “always” and “for x years”. The existential perfect is expressed by the past tense, and this verbal form could be combined to adverbials such as “already”, “recently”, “now” and “still”. We concluded that the proposal which divides the perfect aspect into two types seems adequate for Brazilian Portuguese.O aspecto perfect, quando associado ao presente, refere-se às situações que ocorreram ou começaram no passado e possuem efeitos no presente. Esse aspecto divide-se em dois tipos: perfect universal, aquele pelo qual a situação descrita persiste até o presente, e perfect existencial, aquele pelo qual a situação descrita possui relevância no presente. O objetivo deste artigo é descrever as realizações dos dois tipos de aspecto perfect no português do Brasil, analisando as formas verbais e os advérbios que os veiculam. Utilizamos como metodologia análise de dados de fala espontânea, de dados escritos extraídos de blogs e de dados obtidos mediante aplicação de teste de preenchimento de lacuna. Verificamos que o perfect universal é expresso através do presente do indicativo, das perífrases formadas por auxiliar + gerúndio e do passado composto, podendo essas formas verbais estar combinadas a expressões adverbiais tais como: “desde”, “até hoje”, “sempre” e “há x anos”. O perfect existencial é expresso através do pretérito perfeito, podendo essa forma verbal estar combinada a expressões adverbiais tais como: “já”, “recentemente”, “agora” e “ainda”. Portanto, chegamos à conclusão de que a proposta de divisão do aspecto perfect em dois tipos parece adequada ao português do Brasil
