As performances da rádio Xibé e a metáfora do espectro

Resumo crítico sobre a tese "Inventando autonomias no Médio Solimões: uma etnografia dialógica da rádio Xibé e suas redes", defendida no Museu Nacional da UFRJ em 2015. Aborda a trajetória do pesquisador, a formulação de uma antropologia dialógica da mídia inspirada nas teorias pós-coloniais e na antropologia do colonialismo, a elaboração de um conceito de performance que ajuda a pensar a resistência nas práticas e narrativas dos participantes da rádio Xibé, a tecedura de uma narrativa polifônica da história da Xibé, a etnografia virtual das relações e percepções sobre a rádio por parte de militantes que interagiram com ela à distância pela internet, e a revisão crítica da história do rádio e da sua importância nas lutas contemporâneas por autonomia. Palavras-chave: Rádio livre. Autonomia. Internet. Rede. Performance. Amazônia

A guerra e o espetaculo : origens e transformações da estrategia do EZLN

Orientador: Thomas Patrick DwyerDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias HumanasMestrad

Tecendo identidades abertas: a experiência do Laboratório de Comunicação Intercultural e suas redes na Panamazônia

Em 2006, teve início o programa de extensão universitária Laboratório de Comunicação Intercultural em Tefé (AM) que, em parceria com o coletivo Centro de Mídia Independente de Tefé, tem o objetivo de promover a comunicação horizontal. Com o tempo, a colaboração em rede aumentou com outras instituições, movimentos e coletivos do Médio Solimões e de outras regiões do Brasil e da Panamazônia. Este texto analisa essas experiências e suas dificuldades, dialogando com referências heterodoxas e propondo o conceito de “identidades abertas” para pensar táticas de promoção da dialogicidade, interculturalidade e construção do bem viver

MÍDIAS EM FESTA: A AMPLIAÇÃO DO PROTAGONISMO AFROAMAZÔNIDA DO MAZAGÃO VELHO (AP) NAS NARRATIVAS DE JOSEANE CALAZANS DE BRITO

The article presents a dialogical analysis of the knowledge and practices of free and popular communication of Joseane Calazans de Brito, an Afro-Amazonian historian and communicator who was born in the district of Mazagão Velho, in Amapá, and who has invented a way of doing communication inspired mainly in the work of the culture masters of her region. The dialogical ethnography was used, taking Joseane's narratives as theoretical knowledge produced outside the university by historical subjects that, placed in dialogue with already recognized science, propel the decolonization of Amazonian science. The reflection revealed that Joseane aggregated methods from history and from free and popular communication to traditional ways of doing knowledge and culture, a mixture that intensified her creativity. KEYWORDS: Popular Communication; Free Radio; Theory; Amazonian Blackness; Mazagão Velho.El artículo presenta un análisis dialógico de los saberes y prácticas de comunicación libre y popular de Joseane Calazans de Brito, historiadora y comunicadora afroamazónica nacida en el distrito de Mazagão Velho, Amapá, que ha inventado una forma de hacer comunicación inspirada principalmente en el trabajo de los maestros de cultura de su región. Se utilizó la etnografía dialógica, tomando las narrativas de Joseane como conocimiento teórico producido fuera de la universidad por sujetos históricos que, puestos en diálogo con la ciencia ya reconocida, impulsan la descolonización de la ciencia amazónica. La reflexión reveló que Joseane agrega métodos de la historia y de la comunicación libre y popular a formas tradicionales de hacer conocimiento y cultura, una mezcla que intensificó su creatividad. PALABRAS CLAVE: Comunicación Popular; Radio Libre; Teoría; Negritud Amazónica; Mazagão Velho.O artigo apresenta uma análise dialógica sobre os saberes e práticas de comunicação livre e popular de Joseane Calazans de Brito, historiadora e comunicadora afroamazônida, que nasceu no distrito de Mazagão Velho, no Amapá, e que tem inventado um modo de fazer comunicação inspirado principalmente no trabalho dos mestres de cultura da sua região. Foi utilizada a etnografia dialógica, tomando-se as narrativas de Joseane como conhecimento teórico produzido fora da universidade por sujeitos históricos que, colocados em diálogo com a ciência já reconhecida, impulsionam a descolonização da ciência amazônida. A reflexão revelou que Joseane agregou métodos da história e da comunicação livre e popular a formas tradicionais de se fazer conhecimento e cultura, mistura que intensificou a sua criatividade. PALAVRAS-CHAVE: Comunicação Popular; Rádio Livre; Teoria; Negritude Amazônida; Mazagão Velho

Am I “indian”?

Critical note of Guilherme Gitahy de Figueiredo, Sou “índio”?.Nota critica di Guilherme Gitahy de Figueiredo, Sou “índio”?.Nota crítica de Guilherme Gitahy de Figueiredo, Sou “índio”

A rádio Xibé entre o colonialismo tecnológico e a tecedura de relações de escuta

O presente artigo trata dos desafios da rádio Xibé, rádio livre do Médio Rio Solimões, ao buscar se inserir no mundo contemporâneo das redes dialógicas de comunicação e do trabalho biopolítico. Tem como referência a história de vida de um dos fundadores da rádio e a trajetória da rede Flor da Palavra, que foi a experiência na qual a Xibé encontrou maior capacidade de estabelecer relações de diálogo e solidariedade à distância. A análise se desloca entre a crítica do imaginário evolucionista e seus efeitos sobre performances que partem da Amazônia e de rádios livres, e a análise das possibilidades e riscos encontrados pela Xibé ao participar de redes que utilizam software e servidores livres e das redes sociais corporativas

DIÁLOGOS ENTRE A ÁFRICA E A AMAZÔNIA SOBRE AS EXPERIÊNCIAS MISSIONÁRIAS DA "TUTELA" E DA "PROMOÇÃO HUMANA"

Este dossiê propõe-se problematizar a emergência do princípio da “Promoção Humana”, que se origina nos anos 60 do século XX com a orientação das missões AD GENTES (para todos os povos e culturas), como uma resposta à crítica ao colonialismo na África e na Ásia e do envolvimento das Igrejas cristãs com esse processo. A “Promoção Humana” seria a tradução cristã da ideia de autodeterminação dos povos e propiciou importantes diálogos no campo religioso sobre o que seria o fim da tutela colonial e o favorecimento das reivindicações e das singularidades dos povos não brancos que eram cristãos