7 research outputs found

    Perspectivismo na filosofia da ciência: um estudo de caso na física quântica

    Get PDF
    In this article we present a particular view of the development of scientific theories which (following Ortega y Gasset), we term "perspectivism". Making use of this view, we discuss how we can accommodate distinct and apparently incompatible descriptions of a supposed reality under investigation. We distinguish between a "reality" (R) and its "empirical description", (Re). Acknowledging that we can have diverse empirical descriptions of the same reality, we discuss the particular case in which the view is applied to current debates on the ontology of quantum physics, especially of non-relativistic quantum mechanics. As it is well known, this theory is compatible with treating quantum objects either as individuals or as non-individuals. Both ontologies are possible and deserve to be developed. We propose that the perspectivism developed here is neutral not only with respect to the choice of an ontology, but also concerning the debates among realists and anti-realists in the philosophy of science. We conclude that to go beyond the pluralism accepted by perspectivism, and to adopt realism or anti-realism, involves commitment to strong theses about the relation between reality and its descriptions.Neste artigo, apresentaremos uma visão particular do desenvolvimento de teorias científicas que denominamos (inspirados em Ortega y Gasset) "perspectivismo". Discutiremos como, através desse enfoque, é possível compatibilizar diversas descrições aparentemente distintas e incompatíveis de uma suposta realidade que se investiga. Fazemos isso distinguindo entre a "realidade" (R) e a "descrição empírica da realidade" (Re). Aceitando que podemos ter diversas descrições empíricas de uma mesma realidade, discutimos o caso particular em que esse esquema é utilizado nos debates atuais acerca da ontologia da física quântica, em especial da mecânica quântica não relativista. Como se sabe, essa teoria é compatível com distintas ontologias (ou metafísicas), em particular, pode ser vista como comprometida com uma ontologia de indivíduos, mas também com uma ontologia de não indivíduos. Ambas as alternativas são plausíveis e merecem ser desenvolvidas. Propomos que o perspectivismo aqui apresentado é neutro com relação à escolha de uma metafísica (ontologia), bem como aos debates entre realistas e antirrealistas em filosofia da ciência. Concluímos que passar do pluralismo aceito pelo perspectivista ao realismo ou antirrealismo envolve comprometimento com teses mais robustas acerca da relação entre realidade e descrição da realidade

    Perspectivismo na filosofia da ciência: um estudo de caso na física quântica

    Get PDF
    Neste artigo, apresentaremos uma visão particular do desenvolvimento de teorias científicas que denominamos (inspirados em Ortega y Gasset) "perspectivismo". Discutiremos como, através desse enfoque, é possível compatibilizar diversas descrições aparentemente distintas e incompatíveis de uma suposta realidade que se investiga. Fazemos isso distinguindo entre a "realidade" (R) e a "descrição empírica da realidade" (Re). Aceitando que podemos ter diversas descrições empíricas de uma mesma realidade, discutimos o caso particular em que esse esquema é utilizado nos debates atuais acerca da ontologia da física quântica, em especial da mecânica quântica não relativista. Como se sabe, essa teoria é compatível com distintas ontologias (ou metafísicas), em particular, pode ser vista como comprometida com uma ontologia de indivíduos, mas também com uma ontologia de não indivíduos. Ambas as alternativas são plausíveis e merecem ser desenvolvidas. Propomos que o perspectivismo aqui apresentado é neutro com relação à escolha de uma metafísica (ontologia), bem como aos debates entre realistas e antirrealistas em filosofia da ciência. Concluímos que passar do pluralismo aceito pelo perspectivista ao realismo ou antirrealismo envolve comprometimento com teses mais robustas acerca da relação entre realidade e descrição da realidade

    Elementos para uma ontologia de estruturas

    Get PDF
    Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2011O realismo estrutural geralmente é interpretado a partir de dois pontos de vista, um epistemológico e um ontológico ou metafísico. A versão epistemológica sustenta que o "mundo" é composto de um "conteúdo" e de uma estrutura obtida a partir desse, mas o nosso conhecimento se restringe ao seu aspecto estrutural; nada podemos conhecer do conteúdo. A versão ontológica, por outro lado, nega essa dicotomia conteúdo/estrutura e sustenta que tudo o que há são estruturas. O realismo estrutural ontológico possui três "dimensões": realista, estrutural e ontológica. Nesta tese, procuro primeiramente esclarecer cada uma dessas "dimensões". Após isso, apresento uma tentativa de defesa dessa teoria

    A tonalidade da razão: a historicidade da música em Hegel e o caso Schoenberg

    Get PDF
    This Thesis is constructed through a transdisciplinary approach that articulates philosophy and musicology. The problem is related with the historicity of music, treating it conceptually through Hegel’s philosophy, in a relation with two conceptions of harmony in the history of academic music: the tonal conception and the twelve-tone conception, represented in this Thesis by its creator, Arnold Schoenberg. The main concepts to be show involve what is necessary to comprehend the philosophy and historicity of music in Hegel’s thought, and the exposition of the first chapter goes as follows: (1) it is presented a global vision of Hegel’s philosophy, that has the logic as its basis, in a broad concept of reason. It is presented the relation between the logical and ontological elements of the triad universal-particular-singular, how the perspective of the negativity as main ontological element, the logical triad of the understanding, dialectical reason and speculative reason and, finally, the logical tool of the Aufhebung, are the conceptual basis of Hegelian philosophy, that has its logical expression unified in the concept of Idea; (2) in the second part is approached the concept of Geist, in which the self-reflective concretion of reason is realized through reflective genesis of human in theoretical (subjective Geist), practical (objective Geist) and cultural (absolute Geist) fields. In this general approach, art is situated in a way that the capacities of the theoretical subject (namely, intuition, representation and thinking) are related with the forms of knowing in the cultural level (absolute Geist), where art, religion and philosophy are situated.(3) in the third part of this chapter the history is established in Geist’s context, where the selfconsciousness of nations are brought to the historical process, culminating in the search for its global unity, what Hegel calls Geistgeschichte; in what follows, art is situated in relation to the context of the absolute Geist and to the Lectures on Philosophy of Art, where the concept and the phenomenon of art are distinguished in its three conceptual levels: the universal, in which it is founded the general concept of art, the Ideal; the particular level, which approaches the historical manifestation of art according to the different kinds of consciousness that they represent; and the singular level, related to the materials and the senses of the artistic manifestations. The second chapter deals with the musical forms of reason, starting with a Hegel’s approach about music and how he limits his thought to the tonal model of harmony, failing to not recognize the immanent historicity of music; it follows with the approach of the tonal musical reason, to deals with the Schoenberg’s twelve-tone model as representative of the atonal musical reason. The third and last chapter relates the event of the Schoenberg’s harmonic conception with Hegel’s philosophy of art, recognizing the logical development of musical inferentialism through history and the place of music in the history of the Hegelian post end of art as aesthetic manifestation and self-reflection of the absolute Geist in its inner life.Esta tese é construída sob uma abordagem transdisciplinar, que articula filosofia e musicologia. O problema relaciona-se com a historicidade da música, o tratando conceitualmente por meio da filosofia de Hegel, em uma relação com duas concepções harmônicas da história da música acadêmica: a concepção tonal e a concepção dodecafônica, representada nesta tese por seu criador, Arnold Schoenberg. Os conceitos principais a serem apresentados envolvem aquilo que é necessário para tratar a filosofia e a historicidade da música em Hegel, de maneira que o primeiro capítulo traça o seguinte caminho: (1) apresentase uma visão global da filosofia de Hegel, em que se tem a lógica como base de sustentação, de forma que trata-se da concepção ampliada de razão em Hegel, mostrando como a relação entre os elementos lógicos e ontológicos da tríade universal-particular-singular, como a perspectiva da negatividade como elemento ontológico fundamental, a tríade lógica do entendimento, da razão dialética e da razão especulativa e, finalmente, a ferramenta lógica da Aufhebung, são as bases conceituais da filosofia hegeliana, que tem sua expressão lógica unificada no conceito de Ideia; (2) na segunda parte tem-se uma abordagem do conceito de Geist, no qual a concretização autorreflexiva da razão se realiza por meio da gênese reflexiva do humano no campo teórico (Geist subjetivo), prático (Geist objetivo) e cultural (Geist absoluto). Nesta abordagem geral, busca-se situar a arte, de forma que as capacidades do sujeito teórico (a saber, a intuição, a representação e o pensar) são relacionadas com as formas de saber ao nível cultural (Geist absoluto), onde são encontradas a arte, a religião e a filosofia. (3) na terceira parte deste capítulo situa-se a história no contexto do Geist, onde a consciência de si dos povos os traz ao processo histórico, culminando na busca pela unidade global dos povos, que Hegel chama Geistgeschichte; no que segue, é situada a arte no contexto do Geist absoluto e das Lições sobre Filosofia da Arte, em que o conceito e o fenômeno da arte são distinguidos nos seus três níveis conceituais: o nível universal, em que é encontrado o conceito geral da arte, o Ideal; o nível particular, que aborda a manifestação histórica da arte de acordo com as formas de consciência que elas representam; e o nível singular, relacionado com os materiais e os sentidos das manifestações artísticas. No segundo capítulo trata-se das formas de razão musical, inciando com uma abordagem de Hegel sobre a música e como esse se prende ao modelo harmônico tonal, falhando ao não reconhecer a historicidade imanente da música; segue-se com a abordagem da razão musical tonal, para na terceira parte abordar o dodecafonismo de Schoenberg como representante da razão musical atonal. O terceiro e último capítulo busca relacionar o evento da concepção harmônica de Schoenberg com a filosofia da arte de Hegel, de maneira que é reconhecido o desenvolvimento lógico de inferencialismos musicais ao longo da história, assim como a música na história do pós fim da arte hegeliana enquanto autorreflexão e manifestação estética do Geist absoluto na sua interioridade

    Ecologias Humanas

    Get PDF
    corecore