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TRANSTORNO ALIMENTAR E OBJETIFICAÇÃO FEMININA: UM RESULTADO DAS RELAÇÕES DE PODER?
The objectification of the female body is a concept that has gained increasing visibility in discussions about chauvinism, being a concept that refers to the trivialization of the image of women, so that the appearance is put in evidence at the expense of all the attributes that define them as human beings, leading to the imposition of standards on how they should look and act. This study addresses different conceptions about the female body and the subjectivity of women from the perspective of patriarchy, seeks to discuss the influence of patriarchal culture in relation to gender roles and relationships of dominator and dominated, and discusses how this information crosses women’s body health and health mental. This study sought to identify and characterize female objectification through feminist literature and to investigate the effects of objectification on the body self-perception of women who developed eating disorders, shedding light on the contribution of Gestalt-therapy in the female emancipation process. Considering that many women do not see themselves as beautiful, it is important to highlight the contribution of this study to Psychology, concerning to the possibility of this science provides to women perception of new ways of existing, freeing them from the psychological suffering that power relations and dominance can cause. It is worth highlighting the importance of other professionals, not only in the health areas, being aware of the dangers of imposing beauty standards, in order to contribute to healthy and positive interventions with women.A objetificação do corpo feminino é um conceito que tem ganhado cada vez mais visibilidade nas discussões sobre o machismo, sendo um conceito que se refere à banalização da imagem das mulheres, de maneira que a aparência é colocada em evidência em detrimento de todos os atributos que as definem enquanto seres humanos, levando à imposição de padrões sobre como devem aparentar e agir. Este estudo aborda diferentes concepções a respeito do corpo feminino e da subjetividade das mulheres sob a ótica do patriarcado, buscando discutir sobre as relações entre a cultura patriarcal,os papéis de gênero e o sistema de dominação, para compreender os termos pelos quais atravessam a saúde mental e corporal das mulheres. Dessa forma, este estudo procurou identificar e caracterizar a objetificação feminina por meio da literatura feminista e investigar os efeitos da objetificação sobre a autopercepção corporal de mulheres que desenvolveram transtornos alimentares, trazendo luz sobre a contribuição da Gestalt-terapia no processo de emancipação feminino. Considerando que muitas mulheres não se veem bonitas, cumpre destacar a contribuição do estudo para a Psicologia no que diz respeito à possibilidade de esta ciência proporcionar às mulheres a percepção de novas formas de existir, libertando-as do sofrimento psíquico que as relações de poder e de domínio podem causar. Vale destacar a importância de os demais profissionais, não somente das áreas da saúde, estarem atentos aos perigos da imposição dos padrões de beleza, a fim de contribuírem para intervenções saudáveis e positivas junto às mulheres.
 
Algumas contribuições do feminismo à psicologia social comunitária
Neste artigo, analisamos as contribuições do debate feminista sobre interseccionalidade de categorias sociais para a psicologia social comunitária no Brasil. Esta se constituiu como campo teórico dedicado a analisar as desigualdades sociais que marcam as sociedades contemporâneas e a propor processos metodológicos de intervenção para problematização e transformação dessas realidades. Discutimos como a emergência de novos atores e demandas no espaço público, de forma distinta dos anos 1960/1970, tem exigido compreender as opressões a partir de sistemas de poder diversos, como os de gênero, de raça e de sexualidade. Conclui-se que a análise interseccional deve considerar diversos níveis de relação entre as categorias, o histórico diferenciado destas e os aspectos comuns dos distintos sistemas de poder, como naturalização das desigualdades, relação entre o público e o privado e relação entre igualdade e diferença. As análises baseadas na interseccionalidade podem contribuir para processos de intervenção social que considerem a complexidade das sociedades contemporâneas.This article analyzes the contributions of feminist debate about intersectionality of social categories for Community Social Psychology in Brazil. This was set up as dedicated to theoretical analyze the social inequalities that characterize contemporary societies and propose methodological processes of intervention for questioning and processing of these realities. We discuss how the emergence of new actors and demands on public space, as distinct from the 60/70, is required to understand the oppression from various power systems such as gender, race and sexuality. We conclude that intersectional analysis should consider different levels of relationships between categories, the history of the same differential and common aspects of different systems of power as naturalization of inequality, the relationship between public and private relationship between equality and difference. Analyses based on intersectionality can contribute to processes of social intervention that considers the complexity of contemporary societies
Desenvolvimento psicossexual nos distúrbios do desenvolvimento sexual (DDS) em jovens: a importância da psicologia/ Psychosexual development in divergences of sex development (DSD) in young people: the importance of psychology
O presente estudo é uma revisão sistemática sobre o tema Desenvolvimento Psicossexual nos Distúrbios do Desenvolvimento Sexual (DDS) em jovens, que há décadas tem se constituído como um problema e um desafio para os profissionais da saúde. Objetiva, portanto, pontuar como diversos autores referenciam esta temática e qual os impactos que os distúrbios do desenvolvimento sexual produzem nas pessoas com DDS; assim como nortear as proposições das teorias psicológicas, tais como o olhar das estratégias de saúde, implicando em contribuir com a promoção do bem estar psíquico e físico, o qual visa minimizar as produções de “não pertencimento”, os sentimentos de angústia e sofrimento pela ausência de identificação e adequação de corpos de crianças e jovens adultos acometidos pelos DDS. Apesar de existirem muitos estudos desenvolvidos sobre essa temática abrangendo as mais variadas áreas de interesse, estes ainda causam, dentre as interlocuções atuais em diversos contextos, estranhamentos, dúvidas e polêmicas. Os desdobramentos do levantamento acerca da temática, por fim, objetiva a desconstrução dessas percepções que fogem a realidade, e favorecer a construção psicossocial do portador de DDS, uma vez que determinará a adequação entre a sua identidade sexual e a identidade de gênero
Aspectos da sexualidade em indivíduos com traumatismo crânio–encefálico: revisão da literatura
Os transtornos sexuais após lesão encefálica traumática são pouco abordados na literatura científica. O impacto na sexualidade dos pacientes, na parceria, na família e na sociedade ainda é pouco compreendido pelos profissionais de reabilitação. Diante disto, fez-se uma revisão da literatura sobre diversos aspectos da sexualidade após trauma de crânio. Este estudo teve por objetivo investigar a epidemiologia, a etiologia, os diagnósticos, a classificação, as modalidades terapêuticas que vêm sendo adotadas e o prognóstico dos transtornos sexuais de portadores de traumatismo craniano. Realizou-se uma revisão de 39 artigos selecionados nas seguintes bases de dados científicas: MEDLINE, Cochrane Library, LILACS e Scielo, usando como descritores: brain Injuries; traumatic brain Injury; sexuality, sexual behavior; sexual dysfunction psychological; sex education; sexual violence, referentes à pacientes maiores de 18 anos, de ambos os gêneros, no período de janeiro 1966 a maio 2011, nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa. Alguns artigos e livros de referencia devido à relevância histórica neste assunto foram incluídos. Os autores abordaram os aspectos clínico-funcionais, psicológicos e sociais da sexualidade desses indivíduos. Conclusão: a avaliação completa por profissionais capacitados na área de sexualidade é recomendada durante o processo de reabilitação para uma melhor reintegração na sociedade. São necessários mais estudos para delinear as disfunções sexuais apresentadas por esses pacientes e suas parcerias, a fim de desenvolver estratégias de tratamento que contemplem suas necessidades possibilitando melhora no relacionamento, satisfação sexual e conseqüentemente na qualidade de vida.There is little information in scientific literature concerning sexual disorders after traumatic brain injury. The impact it has on the sexuality of patients, partners, family and society is not yet well understood by professionals in the rehabilitation field. Hence, a literature review on the various aspects of sexuality after head injury was carried out. The objective of this study was to investigate the epidemiology, etiology, diagnoses, classification and therapeutic modalities being used and the prognosis of sexual disorders in survivors of head injury. Thirtynine articles published from January 1966 to May 2011 in English, Spanish and Portuguese found in the following databases were reviewed: MEDLINE, Cochrane Library, LILACS and Scielo. The keywords used were: brain injuries; traumatic brain Injury; sexuality, sexual behavior; psychological sexual dysfunction; sex education; and sexual violence. The subjects studied were individuals aged 18 years or older, of both genders. Some articles and reference books were included because of their historical relevance on this subject. The authors discussed the clinical, functional, psychological and social aspects of sexuality in these individuals. Conclusion: A complete assessment by professionals trained in the area of sexuality is recommended during the rehabilitation process to better reintegrate the individual into society. More studies are necessary to outline the sexual disorders experienced by these patients and their partners in order to develop treatment strategies that contemplate their needs and therefore enable them to improve their relationship, sexual satisfaction and consequently, quality of life
Interpretações de violência em vítimas de bullying LGBTfóbico: Um estudo de caso português
Contexto e Objetivo: O bullying escolar, caracterizado por comportamento agressivo recorrente e intencional, afeta desproporcionalmente crianças e adolescentes LGBT, ou presumidos como tal. Este estudo de caso explora a experiência de bullying escolar contra um jovem LGBT português, com o objetivo de entender as implicações psicossociais desta forma específica de bullying, tendo em consideração as perspectivas intrassubjetivas das vítimas. Métodos: Foi realizada uma entrevista em profundidade com um jovem adulto que sofreu bullying LGBTfóbico durante a adolescência. A análise do corpus foi baseada na abordagem teórico-metodológica designada Produção de Sentidos em Práticas Discursivas. Resultados: A análise revelou uma complexa rede de sentidos pessoais e psicossociais, incluindo as interpretações de desumanização, inadequação, prevaricação e solidão, refletindo a interação de fatores individuais, sociais, culturais, históricos e institucionais. Conclusões: Este estudo ilustra a profundidade do impacto do bullying escolar LGBTfóbico em suas vítimas, destacando a importância de políticas educacionais que promovam um ambiente escolar seguro e inclusivo. Sugere-se a necessidade de mais pesquisas para explorar padrões comuns em experiências de bullying, e ressalta-se a relevância de considerar as experiências individuais no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento ao bullying escolar
ALOPECIA ANDROGENÉTICA FEMININA – O IMPACTO NA AUTOESTIMA
A Alopecia androgenética (AAG) é uma doença capilar crônica conhecida popularmente como calvície, que pode acometer homens e mulheres. Mesmo sendo considerada de carácter benigno, pode ter um impacto psicológico significativo, principalmente nas mulheres, devido à importância cultural e social dada aos cabelos femininos, no qual, é comum associar-se à beleza ideal. A perda dos cabelos pode afetar negativamente a autoestima e consequentemente a qualidade de vida dessa população, levando, por exemplo, à ansiedade e depressão. Existem opções de tratamento disponíveis, como o Minoxidil tópico e injetável, Finasterida oral, terapia com laser de baixa intensidade, terapias hormonais, nutracêuticos, PRP (plasma rico em plaquetas), exossomos, que são eficazes no tratamento da AAG. No entanto, muitas opções de tratamento têm efeitos colaterais, baixa eficácia ou são inacessíveis financeiramente. É importante entender suas causas e mecanismos para desenvolver melhores abordagens de tratamento, que combinados a um maior entendimento sobre as consequências psicológicas dessa condição, podem contribuir para desenvolver tratamentos holísticos com resultados mais eficazes, melhorando a qualidade de vida. Esse estudo tem como objetivo compreender melhor a AAG, seus impactos na autoestima feminina, além de revisar as técnicas utilizadas para seu tratamento, considerando possíveis combinações entre elas.Androgenetic alopecia (AGA) is a chronic hair disease popularly known as baldness, which can affect men and women. Even though it is considered benign in nature, it can have a significant psychological impact, especially on women, due to the cultural and social importance given to female hair, which is commonly associated with ideal beauty. Hair loss can negatively affect self-esteem and consequently the quality of life of this population, leading, for example, to anxiety and depression. There are treatment options available, such as topical minoxidil and low-level laser therapy, which are effective in treating AGA. However, many treatment options have side effects, low efficacy or are financially inaccessible. It is important to understand its causes and mechanisms to develop better treatment approaches, combined with a greater understanding of the psychological consequences of this condition, which can contribute to developing holistic treatments with more effective results, improving quality of life. This study aims to better understand AGA, its impacts on female self-esteem, in addition to reviewing the techniques used for its treatment, considering possible combinations between them.La alopecia androgenética (AGA) es una enfermedad capilar crónica conocida popularmente como calvicie, que puede afectar a hombres y mujeres. Aunque se considera de naturaleza benigna, puede tener un impacto psicológico significativo, especialmente en las mujeres, debido a la importancia cultural y social que se le da al cabello femenino, que comúnmente se asocia con la belleza ideal. La caída del cabello puede afectar negativamente a la autoestima y, en consecuencia, a la calidad de vida de esta población, provocando, por ejemplo, ansiedad y depresión. Hay opciones de tratamiento disponibles, como el minoxidil tópico y la terapia con láser de baja intensidad, que son eficaces para tratar el AGA. Sin embargo, muchas opciones de tratamiento tienen efectos secundarios, baja eficacia o son económicamente inaccesibles. Es importante comprender sus causas y mecanismos para desarrollar mejores enfoques de tratamiento, combinados con una mayor comprensión de las consecuencias psicológicas de esta condición, que pueden contribuir al desarrollo de tratamientos holísticos con resultados más efectivos, mejorando la calidad de vida. Este estudio tiene como objetivo comprender mejor la AGA, sus impactos en la autoestima femenina, además de revisar las técnicas utilizadas para su tratamiento, considerando posibles combinaciones entre ellas.A Alopecia androgenética (AAG) é uma doença capilar crônica conhecida popularmente como calvície, que pode acometer homens e mulheres. Mesmo sendo considerada de carácter benigno, pode ter um impacto psicológico significativo, principalmente nas mulheres, devido à importância cultural e social dada aos cabelos femininos, no qual, é comum associar-se à beleza ideal. A perda dos cabelos pode afetar negativamente a autoestima e consequentemente a qualidade de vida dessa população, levando, por exemplo, à ansiedade e depressão. Existem opções de tratamento disponíveis, como o Minoxidil tópico e injetável, Finasterida oral, terapia com laser de baixa intensidade, terapias hormonais, nutracêuticos, PRP (plasma rico em plaquetas), exossomos, que são eficazes no tratamento da AAG. No entanto, muitas opções de tratamento têm efeitos colaterais, baixa eficácia ou são inacessíveis financeiramente. É importante entender suas causas e mecanismos para desenvolver melhores abordagens de tratamento, que combinados a um maior entendimento sobre as consequências psicológicas dessa condição, podem contribuir para desenvolver tratamentos holísticos com resultados mais eficazes, melhorando a qualidade de vida. Esse estudo tem como objetivo compreender melhor a AAG, seus impactos na autoestima feminina, além de revisar as técnicas utilizadas para seu tratamento, considerando possíveis combinações entre elas
Necessidades de casais em tratamento de fertilidade
Background: Infertility affects millions of couples, impacting 17.5% of the global population. Beyond being a medical condition, it affects multiple dimensions of life, including mental health, interpersonal relationships, and financial stability. Objective: To identify the needs experienced by couples diagnosed with infertility undergoing fertility treatment. Methods: A Scoping review was conducted following the Joanna Briggs Institute guidelines. The research question was defined using the Population, Concept, and Context (PCC) framework, and the search, performed on EBSCO, included studies published between 2018 and 2023 in English, Portuguese, and Spanish. Results: Seven main categories of needs were identified in seven studies: 1) Parenthood (desire to have children and fear of not conceiving); 2) Sociocultural (stigma, social, and religious support); 3) Sexual (negative impact on couple intimacy); 4) Relationship (potential strengthening or conflict); 5) Physical Health (impact of habits and medical conditions); 6) Financial (difficulties due to the high costs of treatments); and 7) Mental Health (prevalence of stress, anxiety, and depression). Conclusions: Infertility and its treatment affect multiple dimensions of couples' lives. Identifying and addressing these needs is essential to improving quality of life and treatment outcomes. The role of healthcare professionals is essential in addressing these needs, promoting strategies to enhance couples’ quality of life and adaptation throughout the treatment process.Contexto: A infertilidade afeta milhões de casais, com impacto em 17,5% da população mundial. Além de uma condição médica, afeta múltiplas dimensões da vida, incluindo saúde mental, relações interpessoais e estabilidade financeira. Objetivo: Identificar as necessidades experienciadas por casais diagnosticados com infertilidade em tratamento de fertilidade. Métodos: Realizou-se uma revisão Scoping, seguindo as orientações do Joanna Briggs Institute. A questão de pesquisa foi definida pela estratégia População, Conceito e Contexto (PCC), e a pesquisa realizada na EBSCO incluiu estudos publicados entre 2018 e 2023, nos idiomas inglês, português e espanhol. Resultados: Foram incluídos sete estudos onde se identificaram sete categorias principais de necessidades: 1) Parentalidade (desejo de ter filhos e medo de não engravidar); 2) Sociocultural (estigma, apoio social e religioso); 3) Sexual (impacto negativo na intimidade do casal); 4) Relação (potencial fortalecimento ou conflito); 5) Saúde Física (impacto de hábitos e condições médicas); 6) Financeira (dificuldades devidas aos custos elevados dos tratamentos); e 7) Saúde Mental (prevalência de stress, ansiedade e depressão). Conclusões: A infertilidade e o seu tratamento afetam múltiplas dimensões da vida dos casais. Identificar e abordar estas necessidades é essencial para melhorar a qualidade de vida e o sucesso no tratamento. O papel dos profissionais de saúde é essencial para abordar estas necessidades, promovendo estratégias que melhorem a qualidade de vida e adaptação dos casais ao longo do tratamento
Impacto da infertilidade no funcionamento e satisfação sexual feminina
Tese de mestrado, Sexualidade Humana, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2013A infertilidade é definida como a incapacidade de engravidar após um ano de relacionamento sexual regular e desprotegido. É um problema que afecta 10 a 15 % dos casais. Os desafios físicos, psicológicos e financeiros colocados pela infertilidade podem causar um impacto negativo na sexualidade. A expressão sexual do casal infértil pode ficar fragilizada, reduzida a algo de mecânico e forçado. A mulher do casal infértil que pretende ser mãe biológica submete-se muitas vezes a anos de investigação diagnostica e terapêutica com exposição da sua intimidade e alterações consideráveis na sua sexualidade.
Este estudo tem como objectivo estudar o impacto da infertilidade no funcionamento e satisfação sexual feminina.
A amostra é constituída por 208 mulheres (107 mulheres de casais com infertilidade – grupo caso e 101 mulheres sem diagnóstico de infertilidade – grupo controlo). Foram utilizados dois questionários, constituidos por itens sócio-demográficos e três escalas de auto-resposta (Índice de Funcionamento Sexual Feminino; Medida Global de Satisfação sexual; Escala de Sexualidade).
Os resultados demonstraram que a infertilidade tem um impacto considerável no funcionamento e satisfação sexual feminina. As mulheres dos casais com infertilidade têm menores níveis de funcionamento sexual e de satisfação sexual. Têm menor auto-estima sexual, maior depressão sexual e maior preocupação sexual. A duração da infertilidade influencia a preocupação sexual, as mulheres dos casais com maior duração de infertilidade (> 5 anos) têm maior preocupação sexual. As mulheres que iniciaram o tratamento da infertilidade há mais de 2 anos têm menos desejo, satisfação, menor auto-estima sexual e maior depressão sexual. Contrariamente a alguns estudos, não se verificou qualquer influência da infertilidade em dimensões do funcionamento sexual como o orgasmo.
Os resultados sugerem a necessidade de se desenvolver estratégias de modo a que o casal infértil possa aceder a acompanhamento especializado na área da sexualidade durante o periodo de investigação e tratamento.Infertility is defined as the inability to conceive after one year of unprotected regular intercourse. It is a problem that affects 10-15% of couples. The physical challenges, psychological and financial aspects of infertility may cause a negative impact in sexuality. Sexual expression of the infertile couple can be reduced to something mechanical and forced. The impact of infertility is physical, psychological, emotional, financial and sexual. The infertile woman who wants to be a biological mother often undergoes years of diagnostic investigation and therapy with exposure of her intimacy and considerable changes in her sexuality.
The present study was conducted to assess the impact of infertility in female sexual functioning and sexual satisfaction. 208 women (107 women of infertile couples - case group and 101 women without a diagnosis of infertility - control group). Two questionnaires were used, made up by socio-demographic items and three self-response scales (Female Sexual Function Index, Global Measure of Sexual Satisfaction; Sexuality Scale). The results demonstrated that infertility has a major impact in female sexual functioning and sexual satisfaction. Women of infertile couples have lower levels of sexual functioning and sexual satisfaction. Lower sexual self-esteem, greater sexual depression and sexual preoccupation. The duration of infertility influences sexual preoccupation, women of infertile couples with longer duration of infertility (> 5 years) have greater sexual preoccupation. Women who began the infertility treatment for more than two years have less desire, sexual satisfaction, lower sexual self-esteem and higher sexual depression. Unlike some studies, there was no influence of infertility in dimensions of sexual functioning as orgasm.
The results suggest the need to develop strategies for infertile couples access to specialized sexual assistance during the investigation and treatment period
A RELAÇÃO ENTRE AUTOESTIMA E TRANSTORNO SOMÁTICO EM MULHERES ADULTAS: O SINTOMA COMO SÍMBOLO (PSICOLOGIA)
Este artigo aborda a relação entre a autoestima e os sintomas psicossomáticos em mulheres adultas. Estudos relacionados à autoestima mostram como a mulher é confrontada com um padrão de beleza imposto pela sociedade através das mídias sociais, com consequências na saúde física e mental. Analisar e compreender como a relação entre os sintomas psicossomáticos e a autoestima em mulheres afetam sua qualidade de vida e como se manifestam.Trata-se de uma pesquisa qualitativa e realizada por meio de revisão integrativa da literatura. Para isso, foram consultados artigos científicos, revisões bibliográficas, relatos de casos e pesquisas relacionadas ao tema nas bases de dados PUBMED (plataforma de busca da National Library of Medicine), LILACS (Literatura Latino-americana e Caribenha em Ciências da Saúde), PsycINFO (Banco de Dados de Informação Psicológica) e SciELO (Scientific Electronic Library Online/Brasil) a partir das palavras chaves: mulheres adultas; sintomas psicossomáticos; padrões de beleza; autoestima. Os resultados indicam que os sintomas psicossomáticos estão frequentemente relacionados à pressão estética, ao estado emocional, psicológico, cultural e social, dentre os quais a autoestima fragilizada pela beleza inalcançável se converte em um transtorno mental que pode se expressar por meio de sintomas físicos. Conclui-se que intervenções psicológicas voltadas para o fortalecimento da autoestima e o autoconhecimento podem desempenhar um papel fundamental na qualidade de vida, na prevenção e tratamento de sintomas psicossomáticos dessas mulheres. Palavras-chave: Mulheres Adultas; Sintomas Psicossomáticos; Padrões de Beleza; Autoestima
Sexualidade no doente com trauma vertebral
Introdução: A lesão vertebro-medular (LVM) e´ um acontecimento disruptivo na vida do
indivíduo, acarretando mudanças significativas e uma adaptação biopsicossocial. Visto que
os jovens, a população que se encontra no pináculo da sua vida reprodutiva, são a população
mais afetada pelas lesões traumáticas vertebro-medulares, a sexualidade e´ uma das
principais prioridades para estes indivíduos. A recuperação da função sexual é um fator
determinante na qualidade de vida das pessoas com LVM, mas continua a ser pouco
abordada pelos prestadores de cuidados de saúde. Assim torna-se evidente a importância
de abordar a saúde sexual nesta população.
Objetivos: Esta dissertação visa evidenciar a pertinência sobre a redefinição da
sexualidade e a reabilitação sexual dos indivíduos com trauma medular. Para além disso,
pretende avaliar as evidências científicas sobre alterações da sexualidade nos doentes com
lesão e objetivar os métodos de abordagem da sexualidade.
Materiais e Métodos: Este trabalho segue a metodologia PRISMA. Procedeu-se a uma
pesquisa bibliográfica na base de dados MEDLINE, com as MeSH “sexual function”, “sexual
health”, “sexuality”, “spinal cord injury”, “vertebral medullar trauma”, “rehabilitation”.
Incluíram-se artigos publicados entre 2012 e junho de 2022, escritos em inglês que fizessem
referência à função sexual de doentes com lesão vertebro-medular.
Resultados: Incluíram-se catorze artigos que cumprem os critérios de inclusão
estabelecidos. Alguns estudos abordam as alterações neurofisiológicas consequentes do
trauma medular, que incluem distúrbios de excitação genital (da ereção peniana masculina
e lubrificação feminina), disfunções ejaculatórias e orgásmicas, dependendo do nível da
lesão vertebro-medular. Outros estudos expõem métodos de abordagem diagnóstica e de
reabilitação da saúde sexual e outros debatem fatores secundários a` lesão, que também
influenciam a sexualidade. Está relatado que 87,5% dos pacientes com lesão, não receberam
aconselhamento relativamente à sua sexualidade, no entanto há um forte consenso de que
as opções médicas estão disponíveis para abordar a saúde sexual após o trauma medular.
Conclusões: A reabilitação da sexualidade e´ determinante na qualidade de vida da pessoa
com lesão medular e não deve ser desvalorizada. Assim, conhecer o nível de função sexual
dos indivíduos e os fatores que afetam a sua satisfação será benéfico para melhorar os
serviços de saúde prestados após o trauma vertebral.Introduction: The spinal cord injury (SCI) is a disruptive event in an individual's life,
causing significant changes and a biopsychosocial adaptation. Given that young people are
part of the population that are at the pinnacle of their reproductive life, they are the ones
most affected by the traumatic spinal cord injuries, sexuality is one of the main priorities
for these individuals. The recovery of sexual function is a determining factor in the quality
of life of people with SCI, but it continues to have little attention by health care, thus the
importance of addressing sexual health in this population becomes evident.
Objectives: This dissertation aims to highlight the relevance of redefining sexuality and
sexual rehabilitation of individuals with spinal cord trauma. In addition, it evaluates the
scientific evidence on changes in sexuality in patients with injuries and the specific methods
to approach sexuality.
Materials and Methods: The research follows the PRISMA (Preferred Reporting Items
for Systematic Reviews and Meta-Analyses) methodology. A bibliographic search was
carried out in the Medline database, with the following MeSH “sexual function”, “sexual
health”, “sexuality”, “spinal cord trauma”, “vertebral spinal cord trauma”, “rehabilitation”.
With the inclusion of the articles that were published between 2012 and June 2022, written
in English, that referred the sexual function of patients with spinal cord injury.
Results: We included fourteen articles that follow the defined criteria. Some of the studies
address the neurophysiological changes resulting from spinal cord trauma, which include
genital arousal disorders (male erection and female lubrification), ejaculatory and orgasmic
dysfunctions, depending on the level of spinal cord injury. Other studies present diagnostic
and rehabilitation methods for sexual health, and others discuss factors secondary to injury,
which also affect sexuality. It is reported that 87.5% of injured patients did not encourage
counseling regarding their sexuality, yet there is strong consensus that medical options are
available to address sexual health after spinal cord injury.
Conclusions: Rehabilitation of sexuality is crucial for the quality of life of people with
spinal cord injury and should not be undervalued. Knowing the level of sexual function of
individuals and the factors that respect their satisfaction will be beneficial to improve the
health services provided after spinal trauma
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