Entre história, boatos e Vendéias: a descoberta do homem sertanejo em Os Sertões

Abstract

Neste trabalho, estudam-se Os Sertões, obra maior de Euclides da Cunha. O objetivo é traçar as influências históricas, políticas e ideológicas sobre a concepção da personagem sertaneja, essa composta pelo escritor a fim de livrá-la das acusações públicas pela sua provável conspiração para restaurar a Monarquia na recente República Federativa do Brasil. A discussão do capítulo um se delimita ao panorama histórico, determinando o espaço e a cultura do período de produção do livro. O segundo capítulo abrange a aplicabilidade da doutrina Positivista no Brasil e como se formou o perfil acadêmico do autor baseado nela. Ao terceiro ficaram as discussões sobre as alianças políticas feitas para a construção de boatos sobre o arraial de Belo Monte a fim de alcançar aprovação da opinião pública para o avanço militar sobre ele. Ao capítulo seguinte, a maturação da concepção de realidade do autor sobre o crime em Canudos, lugar antes denominado de A Nossa Vendéia, e a análise objetiva proposta. No derradeiro capítulo, a criação do imaginário sertanejo e do estereótipo remanescente na atualidade. Verifica-se que a luta pelo progresso no poder instituído durante a primeira República foi capaz de promover tanto guerras quanto buscas por ascensão social, incitando esse desejo nas instituições governamentais e em homens triviais à época, assim como a permanência da resistência política das elites contra a sociocracia.Neste trabalho, estudam-se Os Sertões, obra maior de Euclides da Cunha. O objetivo é traçar as influências históricas, políticas e ideológicas sobre a concepção da personagem sertaneja, essa composta pelo escritor a fim de livrá-la das acusações públicas pela sua provável conspiração para restaurar a Monarquia na recente República Federativa do Brasil. A discussão do capítulo um se delimita ao panorama histórico, determinando o espaço e a cultura do período de produção do livro. O segundo capítulo abrange a aplicabilidade da doutrina Positivista no Brasil e como se formou o perfil acadêmico do autor baseado nela. Ao terceiro ficaram as discussões sobre as alianças políticas feitas para a construção de boatos sobre o arraial de Belo Monte a fim de alcançar aprovação da opinião pública para o avanço militar sobre ele. Ao capítulo seguinte, a maturação da concepção de realidade do autor sobre o crime em Canudos, lugar antes denominado de A Nossa Vendéia, e a análise objetiva proposta. No derradeiro capítulo, a criação do imaginário sertanejo e do estereótipo remanescente na atualidade. Verifica-se que a luta pelo progresso no poder instituído durante a primeira República foi capaz de promover tanto guerras quanto buscas por ascensão social, incitando esse desejo nas instituições governamentais e em homens triviais à época, assim como a permanência da resistência política das elites contra a sociocracia

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Last time updated on 14/04/2017

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