Avaliação do impacto de uma alimentação rica em quinoa, pescado e óleo de peixe no perfil lipídico e acumulação de DHA no fígado de murganhos com propensão para desenvolver doença de Alzheimer

Abstract

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, na área científica de Morfologia e FunçãoA doença de Alzheimer (AD) é uma doença neurodegenerativa que resulta na diminuição das funções cognitivas. Dada a forte correlação entre a AD e níveis neuronais reduzidos de ácido docosahexaenóico (DHA), o enriquecimento do cérebro por via nutricional pode contribuir para o abrandamento do declínio cognitivo. Considerando a relevância do fígado no metabolismo lipídico, este estudo teve como objetivo avaliar o impacto de uma alimentação rica em DHA no perfil lipídico e acumulação deste ácido gordo no fígado de murganhos. Deste modo, 32 murganhos transgénicos 5xFAD (modelo animal para a AD) foram divididos em quatro grupos. Cada grupo foi alimentado com uma dieta diferente: Controlo (C) (dieta padrão AIN-93M); Cavala (CV) (AIN-93M suplementada com 10% cavala); Quinoa (Q) (AIN-93M com 5% quinoa); e Cavala+Quinoa (CVQ) (AIN-93M com 10% cavala e 5% quinoa). A fração lipídica hepática destes murganhos foi caracterizada em termos do teor de lípidos totais, perfil de classes de lípidos, e distribuição de ácidos gordos nos lípidos totais e nas classes de lípidos mais relevantes. Assim, se as diferentes dietas não impactaram o teor de lípidos totais, no que se refere ao perfil das classes de lípidos, verificou-se que os grupos CV e CVQ registaram tendencialmente (p<0,05) maiores teores relativos de fosfolípidos (27,6 ± 5,9% e 29,9 ± 5,0% dos lípidos totais, respetivamente) e de 1,3-diacilgliceróis+colesterol (15,9 ± 2,5% e 14,0 ± 2,8%). Em contrapartida, o grupo Q distinguiu-se com os maiores níveis de triacilgliceróis (TAG), com cerca de 37,5 ± 6,9%. Os grupos Q (15,9 ± 2,7%) e CVQ (15,5 ± 2,9%) registaram uma diminuição dos ácidos gordos livres (FFA) face ao grupo C (22,6 ± 6,7%). A adição da cavala às dietas resultou na redução dos ácidos gordos polinsaturados n-6, e no aumento dos ácidos gordos saturados e polinsaturados n-3. Este último grupo foi impulsionado pelo ácido eicosapentaenóico (EPA) e, em particular, pelo DHA, cujos teores se destacaram nos grupos CVQ (12,2 ± 2,8%) e CV (7,9 ± 3,3%). Quanto ao perfil de ácidos gordos das principais classes de lípidos, as maiores diferenças foram registadas nos FFA e TAG, cujos teores de DHA foram mais elevados nos grupos CV (2,9 ± 1,2% e 7,5 ± 3,6%, respetivamente) e CVQ (3,0 ± 1,0% e 8,2 ± 2,1%, respetivamente). Assim, os resultados apontam para um possível benefício na adição de quinoa à cavala com aumento de DHA nos teores hepáticos. A suplementação permitiu uma maior disponibilidade de DHA sob a forma livre e, como tal, disponível para ser transportado ou incorporado noutras classes de lípidos, sugerindo uma incorporação de DHA excedente nos TAG em resposta à suplementação com cavalaABSTRACT - Evaluation of the impact of a diet rich in quinoa, fish, and fish oil on lipid profile and accumulation of DHA in the liver of mice prone to developing Alzheimer's disease - Alzheimer's disease (AD) is a neurodegenerative disease that results in a decrease in cognitive function. Given the strong correlation between AD and reduced neuronal levels of docosahexaenoic acid (DHA), brain enrichment through nutrition may contribute to slowing cognitive decline. Considering the liver's relevance in lipid metabolism, this study aimed to evaluate the impact of a DHA-rich diet on lipid profile and accumulation of this fatty acid in the mouse liver. Therefore, 32 5xFAD transgenic mice (animal model for AD) were divided into four groups, and each of these groups was fed different diets: Controlo (C) (standard AIN-93M diet); Cavala (CV) (AIN-93M supplemented with 10% chub mackerel); Quinoa (Q) (AIN-93M with 5% quinoa); and Cavala+Quinoa (CVQ) (AIN-93M with both 10% chub mackerel and 5% quinoa). The hepatic lipid fraction of these mice was characterized in terms of total lipid content, lipid class profile, and fatty acid distribution in total lipids and in the most relevant lipid classes. While the different diets did not impact total lipid content, regarding lipid classes, it was found that groups CV and CVQ tended to have higher relative levels of phospholipids (27.6 ± 5.9% and 29.9 ± 5.0% of total lipids, respectively) and 1,3-diacylglycerols+cholesterol (15.9 ± 2.5% and 14.0 ± 2.8%, respectively). On the other hand, group Q stood out with the highest levels of triacylglycerols (TAG), at approximately 37.5 ± 6.9%. Groups Q (15.9 ± 2.7%) and CVQ (15.5 ± 2.9%) showed a decrease in free fatty acids (FFA) when compared to C group (22.6 ± 6.7%). The addition of chub mackerel to the diets resulted in a reduction of n-6 polyunsaturated fatty acids and an increase in saturated fatty acids and n-3 polyunsaturated fatty acids. The increment perceived in the latter group was driven by eicosapentaenoic acid and, particularly, DHA, which stood out in groups CVQ (12.2 ± 2.8%), and CV (7.9 ± 3.3%). As for the fatty acid profile of the main lipid classes, the largest differences were observed in FFA and TAG, with higher levels of DHA in groups CV (2.9 ± 1.2% and 7.5 ± 3.6%, respectively) and CVQ (3.0 ± 1.0% and 8.2 ± 2.1%, respectively). Therefore, these results suggest a potential benefit in adding quinoa to chub mackerel to increase DHA levels in the liver. Supplementation also allowed for greater availability of free DHA, which can be transported or incorporated into other lipid classes, even suggesting an incorporation of DHA in excess into TAG in response to chub mackerel supplementationN/

Similar works

Full text

thumbnail-image

Universidade de Lisboa: Repositório.UL

redirect
Last time updated on 03/01/2025

This paper was published in Universidade de Lisboa: Repositório.UL.

Having an issue?

Is data on this page outdated, violates copyrights or anything else? Report the problem now and we will take corresponding actions after reviewing your request.

Licence: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/